Blog do Chico Maia

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Todo jogo do Cruzeiro na atual fase é o “jogo da vida”, imaginem este de amanhã

Do nosso grande clássico só tenho a lamentar que pela primeira vez na história não haverá nenhuma torcida presente no estádio. Mais uma conta que pagamos dessa pandemia fdp. Mas, que a vida siga. Cuidemo-nos, lutemos pelas nossas e pelas dos nossos semelhantes.

Se futebol fosse uma ciência exata, daria Galo, como não é, fico com a opinião de quem conhece dentro e fora das quatro linhas, como jogador e treinador dos dois lados: Procópio Cardozo, cujas opiniões respeito e admiro demais:

@procopiocardozo: “Desde 1977 eu não vejo uma diferença tão grande entre Atlético e Cruzeiro. Naquele ano o Atlético era muito superior. Mas o Cruzeiro tinha Nelinho, Eduardo, Joãozinho. Hoje

não sei quem pode surpreender, decidir. De qualquer forma o clássico continua sendo um jogo imprevisível.”


Cruzeiro x Atlético: toda arrogância será castigada

Saudade dos estádios cheios, principalmente em um clássico, como o destas fotos do Rodrigo Clemente/EM/D.A Press e Juarez Rodrigues/EM/D.A Press, publicadas hoje pelo Superesportes 

Sou fã do Nelson Rodrigues. Décadas atrás, parafraseei o nome de uma das mais famosas peças dele, “Toda nudez será castigada”, para cobrar do Flávio Carvalho, durante o programa Minas Esporte (Band), respeito ao Atlético, que passava por um péssimo momento, dentro e fora de campo, e que jogaria o clássico contra o Cruzeiro, muito superior em tudo, no domingo. Um domingo como este, em que os papéis estão invertidos. A Raposa passando o que o Galo vivia naqueles tristes tempos, mas sempre merecendo respeito, dentro e fora de campo. “Humildade e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém”, muitíssimo pelo contrário.

Nunca gostei de zombaria sobre o adversário antes do jogo; não só quando se trata de Atlético e Cruzeiro, mas em qualquer disputa, em qualquer circunstância. Desfazer do adversário mexe com os brios dele, que normalmente se agiganta com isso e busca forças onde nem tem. Zoação é pra depois da vitória, aí sim. Antes, é arrogância, desrespeito e burrice!

O Atlético tem mais time e mais banco, mas o Cruzeiro é o maior rival e isso pesa quando os jogadores estão dentro do gramado, olho no olho, com a sua qualidade técnica e principalmente emocional sendo julgada por milhões mundo afora.

Querer nem sempre é poder, porém, o Cruzeiro entrará em campo consciente que ali estará a sua chance de iniciar uma volta por cima em sua história. Ganhar este clássico, especificamente, valeria o campeonato. Aliás, este jogo é um campeonato à parte, que costuma obrigar o perdedor a debelar crise ou acabar de mergulhá-lo nela. E vice versa, quem está por baixo, costuma sair gigante depois de uma vitória.

Uma partida em que prevalece o controle emocional. Quem errar menos, se dará melhor.


O clássico de amanhã: “Seria loucura pensar numa vitória certa ou fácil. A vitória terá de ser umedecida com o suor forte, épico”

Em foto do Superesportes, Cruzeiro 1 x 0 Atlético, em 1969, clássico com maior público da história (Foto: Arquivo/EM/D.A Press

A frase é do Nelson Rodrigues, utilizada pelo Fernando Rocha, na coluna dele que será publicada amanhã no Diário do Aço, de Ipatinga. Penso como o Nelson e sugiro da coluna do Fernando, que trás ótimas lembranças de clássicos passados:

* “Clássico diferente”

Mais um clássico centenário entre os dois maiores clubes do estado e eternos arquirrivais, será disputado hoje, no Mineirão, desta vez com um fato inédito.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, pela primeira vez em sua história, o clássico que sempre arrasta multidões,  será bastante diferente, pois não terá torcida nas arquibancadas.

Dos 15 maiores públicos pagantes da história do Mineirão, nove foram em clássicos, desde o primeiro deles disputado  no dia 4 de maio de 1969, vencido pelo Cruzeiro por 1 x 0, que registrou a presença de 123.351 torcedores.

O último clássico, disputado no dia 7 de março do ano passado, com a presença de 53.205 torcedores, terminou com a vitória do Galo por 2 x 1.

Há controvérsias quando se trata de  quem mais venceu este clássico, cada um com a sua versão, mas em ambas as estatísticas, o Atlético venceu maior numero de vezes.

Respeito mútuo

A julgar pelos investimentos atuais feitos nas equipes e a fase  que atravessam, o Atlético pode ser considerado amplamente  favorito para vencer o clássico logo mais no Mineirão.

Mas, a história centenária deste confronto mostra inúmeros exemplos onde o favoritismo foi deixado de lado, ou não se confirmou dentro de campo.

O clima que antecede este jogo especial, acaba gerando uma atmosfera de respeito mútuo, que se reflete dentro de campo na atuação dos jogadores.

Craques e pernas de pau escreveram seus nomes, com atuações destacadas seja pelo lado bom ou ruim e serão sempre lembrados pelas duas maiores torcidas rivais do estado.

O genial Nelson Rodrigues escreveu sobre o “Fla-Flu”,  mais famoso clássico do futebol carioca, algo que se aplica também ao nosso: – Seria loucura pensar numa vitória certa ou fácil. A vitória terá de ser umedecida com o suor forte, épico. (Nelson Rodrigues)

FIM DE PAPO

·        No domingo, 2 de agosto de 1970, o antigo Mineirão, dividido ao meio pelas duas torcidas,  recebeu nada menos que 106.155 torcedores para mais um clássico entre Cruzeiro e Atlético, cuja renda espetacular atingiu na moeda da época Cr$ 456.675,00. O Cruzeiro, comandado por Ílton Chaves, era considerado franco favorito para vencer o jogo, pois tinha entre outros craques, Tostão, Piazza, Dirceu Lopes, Natal, Zé Carlos e o goleiro Raul.

·         O Atlético, que no ano seguinte ganharia seu único título de Campeão Brasileiro, ainda estava sendo formado por Telê Santana e não possuía grandes destaques. O poderoso e favorito  Cruzeiro fez 1 a 0 aos 35 do 1º tempo, através de Rodrigues, porém, logo em seguida, aos 41, Dario “Peito de Aço” empatou. Na segunda etapa, os jogadores do Galo  superaram a melhor qualidade técnica do adversário, com muita garra e raça, até que Dario fez o gol da vitória, aos 39 minutos, que deu o improvável título de campeão estadual daquele ano ao Galo.

·        No Campeonato Mineiro de 1981, as diretorias de Atlético e Cruzeiro combinaram que a renda dos clássicos seria do mandante. Para sacanear o rival, no turno o Atlético escalou os reservas contra o Cruzeiro, levando apenas 38.119 pagantes ao Mineirão, clássico que terminou empatado em 0 a 0. No returno, a diretoria celeste deu o troco e mandou os reservas a campo. Nem o técnico Didi foi para o banco, deixando seu auxiliar, Vicente Lage, o “Cento e Nove”, no seu lugar.

·        O Galo com seu time titular, que tinha entre outros o goleiro João Leite, zagueiros Osmar Guarneli e Luisinho, o meio-campista Heleno, além de  Éder Aleixo, o “bomba”, no ataque, era tido como franco favorito para vencer o clássico, que teve público de apenas  30.149 torcedores pagantes. Mas, para surpresa e espanto geral quem venceu por 1 x 0 foi o Cruzeiro, com um gol de Jacinto, atacante que havia se destacado pelo Ferroviário do Ceará, sendo então contratado Cruzeiro.

* Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga


Fosse um adversário mais qualificado, o América teria pagado caro pela displicência

Em foto da comunicação do América, Ribamar comemora o gol do empate do Coelho

O jogo estava no intervalo quando o Júlio Cesar Ramos fez comentário aqui no blog: “… É Chico, América perdeu o primeiro tempo do treino de luxo!…”. Zoava meu texto no post anterior, em que eu dizia que o Coelho faria um treino de luxo contra o Patrocinense. Parecia que os jogadores do América estavam com preguiça de treinar; jogar, nem pensar e o adversário jogando tudo o que podia. Tema para uma bronca do Lisca no time dele, que perdeu pontos preciosos em casa. No Brasileiro, pontos como estes significam muito, para cima e para baixo.

Thiago Reis, da Itatiaia também chiou: @thiagoreisbh “Pior jogo disparadoooooo do @AmericaMG

em 2021. Time parecia conformado em campo com a derrota dentro de casa para o Patrocinense até o gol de Ribamar…”

O twitter oficial do América cumprimentou de forma bem humorada o primeiro gol do Ribamar com a camisa americana: @AmericaMG “Claro que no #RibaDay, o atacante Ribamar tinha que marcar um gol!! O primeiro com a camisa do #Coelhão teve até comemoração com o chapéu do nosso fotografo!! BOA, RIBAMAR! QUE SEJA O PRIMEIRO DE MUITOS!!! #CoelhaoSerieA #PraCimaDelesCoelho #SomosSparta


América fechando a rodada, o “fenômeno” Caldense e a demissão do técnico pelo Athletic de São João

O demitido Cícero Júnior, em foto de Fernanda Trindade/Athletic Club/São João del-Rei

América e Clube Atlético Patrocinense jogam às 17 horas no Independência, concluindo a 8ª rodada do Mineiro. Lisca aproveita mais este treino de luxo para testar formações e estratégias visando o Brasileiro da Série A que começa mês que vem. O Coelho é vice-líder, 15 pontos, com o Cruzeiro no cangote, com 14. O Patrocinense, com 8, luta contra o rebaixamento, já que está em 10º, com Coimbra, 5, e Boa, 4, os lanternas, ameaçando.

Boa e Tombense jogariam em Varginha, mas o jogo foi adiado para o dia 14, já que o Tombense jogou ontem pela Copa do Brasil. O ex-Ituiutaba, que nos últimos anos se tornou um dos fortes do interior, dificilmente escapa da degola este ano. O Tombense com 10 pontos, tende a ficar no meio tabela na classificação final, mas ainda com chances de brigar por vaga na fase decisiva.

O Athletic demitiu o técnico Cícero Junior, após a derrota em casa,(Estádio Joaquim Portugal em São João del-Rei), ontem, para a URT, por 1 a 0. Deve ter ocorrido algum desentendimento entre ele e diretoria, já que a missão dele neste campeonato estava quase cumprida, que era manter o time na primeira divisão estadual, o que não é fácil para quem sobe da segundona no ano anterior. Pode ter sido um erro fatal, já que o time tem 9 pontos e caso essa mudança não seja bem assimilada pelo grupo, pode despencar.

Mas interessante mesmo é a situação da Caldense. Ganhou enorme destaque por ter vencido Atlético, Cruzeiro e América na mesma temporada, mas perdeu em casa para o Uberlândia, 1 x 2, que vinha muito mal e tomou de 3 a 1 duas vezes, do Pouso Alegre e da URT, além de empatar com o Tombense, 1 x 1, e Patrocinense, 0 x 0. Ou seja: um leão contra os três da capital e um gatinho contra os concorrentes de nível semelhante.

Por isso é que qualquer avaliação de força ou fragilidade do Galo, Raposa e Coelho no estadual merece ser feita com mais cuidado. Os menores dobram os esforços em campo contra eles, já que seus jogadores sabem que a única chance de ganharem visibilidade na imprensa é contra os três. Depois, voltam à normalidade, que quase sempre é ruim.


Galo jogou pro gasto e Cuca prega respeito ao Cruzeiro

Só um gol, mas vitória garantida e manutenção da liderança. Preservou jogadores e poderpa entrar completo contra o Cruzeiro. Conhecedor das armadilhas do clássico, Cuca e os jogadores não querem saber de otimismo exagerado para o clássico, como informaram o Fred Ribeiro e o Hoje em Dia: @fredfrm “Cuca, sobre Cruzeiro x Atlético no domingo: “Não importa se o adversário vive momento pior ou melhor, eles vão deixar tudo dentro de campo. Nós tmb. Temos um time com conjunto melhor, mas tem que prevalecer no jogo. Não adianta falar que tem obrigação. Jogo é jogado”.

Jornal Hoje em Dia

@jornalhojeemdia “Após vitória magra e sofrida do @Atletico, Arana faz alerta: ‘Temos que respeitar todas as equipes. Não podemos achar que o jogo vai ser tranquilo. Sofremos neste jogo. Que nos sirva de lição’.”


O futebol não mudou muito, mas duas vitórias consecutivas dão ânimo ao Cruzeiro para o clássico

Não assisti Cruzeiro 2 x 0 Coimbra. Mas o Vinícius Grissi, ótimo comentarista da 98FM gostou do viu: @ViniciusGrissi “Vitória justa na melhor atuação do Cruzeiro na temporada, ainda que siga com muitos erros técnicos. Conseguiu executar bem a ideia, principalmente sem a bola. Ainda falta muito, mas a repetição parece começar a servir pra fazer o time andar.”

Já o Paulo Galvão, do Estado de Minas, não gostou tanto: @paulogalvaobh “O Cruzeiro fez um primeiro tempo razoável, pecando nas finalizações ou no último passe. Na etapa final virou um show de horrores. Jogadores fazem escolhas erradas ou erram quando fazem a certa. Em alguns momentos, parece ser o primeiro jogo da equipe”.

O Luciano Dias, da Band observou a preguiça do Marcinho em campo e já faz projeções do time do Cruzeiro para o clássico de domingo: @jornlucianodias “A vontade do Marcinho em campo é a mesma que eu tenho pra acordar 5 horas da manhã e fazer caminhada. Felipe Conceição quer time intenso. Tem sido difícil com ele (e mais alguns).

Achismo: Quarteto ofensivo do Cruzeiro para o clássico de domingo deve ser formado por Sóbis na armação, Airton na esquerda, Bruno José na direita e Pottker como falso 9. Mas Felipe Conceição deve observar também o Rômulo no lugar do Marcinho.”


Cruzeiro tem que concentrar todas as suas forças na montagem de um time de futebol competitivo. O trem tá feio!

“Cruzeiro se mantém no G4 do Campeonato Mineiro após a conclusão da sétima rodada – A disputa pelo G4 do estadual está acirrada, com três times com onze pontos”

Esta manchete do site da Itatiaia deste domingo é extremamente incômoda para todo cruzeirense. O Cruzeiro venceu o Boa. Ótimo! Qualquer vitória é importante, pois dá moral ao grupo, espanta ou adia crises e gera um ambiente de otimismo. Não importa que o adversário seja fraco, já que nem sempre o melhor vence. Por exemplo, a Caldense é o melhor time do interior. Ganhou dos três grandes do estado, mas tomou de 3 a 1, hoje, do Pouso Alegre. Dias atrás perdeu para a URT. Ou seja, “futebol é jogado, lambari é pescado…”.

Mas, foi de 1 a 0, suado, jogo feio, time ruim, de dar calo nas vistas.

Felipe Conceição é muito bom treinador, candidatíssimo à prateleira de cima do país, mas sem material humano à altura ele não vai conseguir montar time, nem emplacar suas estratégias.

O Presidente Sérgio Santos Rodrigues precisa se preocupar só com o futebol. Montar um time que dê pelo menos esperanças à torcida de que poderá brigar verdadeiramente por uma vaga na Série A 2022 e não ser apenas coadjuvante, nem flertar novamente com o risco de queda para a Série C. Que esqueça o papo furado, essas ações midiáticas nas redes sociais, factóides que não acrescentam nada ao clube, muito contrário, viram zombaria.

Só a recuperação do clube interessa ao torcedor cruzeirense neste momento. E é o time de futebol o que importa. Para enfrentar as zoações dos adversários, não há nenhum outro remédio. O repertório do passado glorioso cinco estrelas já não basta. Precisa voltar para a Série A. Sem um time competitivo não tem jeito. A concorrência será mais forte este ano.

Que o presidente e diretoria gastem todas as energias buscando parceiros, dinheiro para pagar tanta conta e cumprir os compromissos, além de contratar jogadores que  justifiquem a relação custo/benefício. Foram eleitos para isso. Na campanha eleitoral a principal bandeira de campanha era devolver o Cruzeiro ao patamar de alguns anos trás. O tempo está passando e até agora…


O Atlético é Nacho, Arana, Junior Alonso e mais oito. Dá prazer ver o time jogar com eles em campo

Foto: twitter.com/Atletico

O argentino foi a melhor aquisição do Galo depois de Ronaldinho Gaúcho. O lateral vem em seguida. Hulck entrou bem demais na partida. Sasha idem. Os demais, na maioria são bons, num elenco respeitável montado desde o início do ano passado. O problema é na defesa. Faltam lateral direito e zagueiros, além de reservas à altura para eles. Só Junior Alonso é 100% confiável. Réver é ótimo, mas não aguenta mais 90 minutos de alta competitividade. Cuca é ótimo treinador e certamente, mineiramente, já apresentou uma lista de jogadores que ele precisa que sejam contratados, para que o time brigue pelos títulos do Brasileiro e Libertadores. Para o Mineiro, dá e sobra.

O América foi até melhor do que eu esperava. Tem um elenco bom, treinador excelente, mas foi muito bem definido pelo Edu Panzi, no comentário dele durante o jogo, pela Itatiaia, depois que o Galo fez o segundo gol: “… a diferença está no banco, em que o Atlético tem jogadores muito mais qualificados que e o América”.

Como diz o Fernando Rocha, do Diário do Aço, de Ipatinga: “Fecha o pano!”.


E lá se foi Agnaldo Timóteo, uma das vozes mais cativantes da música mundial

Adalclever Lopes (esquerda), ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, conterrâneo e amigo de Agnaldo Timóteo

Que pena que ele tenha sido levado pela Covid, furando fila. Estava com 84 anos de idade mas esbanjava saúde e ainda tinha muito a alegrar ao país e ao mundo com o seu talento e principalmente simpatia pessoal e coração maior do que ele. Tive um único contato com Agnaldo, num jogo entre jornalistas e comissão técnica do Cruzeiro, que fez parte da programação de inauguração da Toca da Raposa II. Caratinguense, botafoguense e cruzeirense, jogou pelo time da Comissão Técnica do Cruzeiro, contra o nosso time da Associação Mineira de Cronistas Esportivos – AMCE. Ganhamos! Ele, pesadão, não jogou toda a partida, naquele calorão de um sábado às 11 horas. Saiu antes do fim do primeiro tempo e ficou “cornetando” à beira do gramado, com aquele vozeirão, nos intimidando e incentivando a turma azul. Depois do jogo, “chá com torradas”, num churrasco de confraternização e ele, centro das atenções, contando casos, dando gargalhadas, lembrando principalmente de Aldair Pinto, a quem sempre foi grato pela força que recebeu dele no início da carreira. Aldair foi um dos grandes radialistas do Brasil, um “show-man”, além de ser o criador da Charanga do Cruzeiro. Camarada fantástico, com quem tive o privilégio e honra de trabalhar e aprender demais, da vida e da profissão, no meu início em Belo Horizonte, na Rádio Capital.

Horas agradabilíssimas e inesquecíveis na Toca II, com tanta gente boa, colegas de profissão e profissionais do Cruzeiro, ouvindo e rindo das histórias contadas pelo Timóteo. E, óbvio, entremeadas por músicas que ele cantava para vários casos que contava e pedidos que atendia.

Tantas gerações, fãs dessa grande figura e voz fantástica, que ontem se calou. Hoje a minha mãe, 91 anos, lamentou a morte dele, assim como milhões, Brasil e mundo afora. Descanse em paz, Agnaldo!

O amigo comum Adalclever Lopes, ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, conterrâneo dele (assim como Flávio e Fábio Pacelli Anselmo, Ziraldo, Zélio, Mírian Leitão e tantos caratinguenses gente boa), o homenageou com este artigo, que reproduzo aqui:

* “O Brasil chora o falecimento de um dos seus maiores cantores, que encantou multidões com canções inesquecíveis, executadas por uma das mais belas vozes da música mundial. Eu, antes do artista, do qual sempre fui admirador, choro a morte de um grande amigo, amigo de todas as horas.
Dono de uma biografia motivadora, de alguém nascido em família humilde que foi à luta e ascendeu ao estrelato pelo seu inquestionável talento, Agnaldo Timóteo não se limitou à arte. Ele se engajou na vida pública, onde sempre teve posicionamentos firmes, assumindo posturas, como só ocorre aos grandes nomes da política, jamais tendo permitido qualquer nódoa em sua careira parlamentar.
Mas, acima de todo o sucesso, seja como admirável cantor ou incorruptível político, Agnaldo Timóteo alcançou sucesso como ser humano, que jamais se negou a ajudar a quem lhe procurasse, nunca se furtando a estender a mão a quem dele precisasse.
Grande homem que foi, nunca se esqueceu de seu berço, de suas origens!… Aliás, delas sempre se orgulhou e tinha prazer de falar de sua infância pobre, de seu início como cantor, na sua querida Caratinga, cidade da qual sempre foi o maior divulgador.
Agnaldo sempre esteve ao meu lado em minha carreira política, prestando sua preciosa ajuda, apoiando-me em todos os momentos, enriquecendo convenções, reuniões e eventos partidários, jamais aceitando receber um centavo sequer por tantas participações, justificando-se de seu nobre gesto à amizade que sempre nos uniu.
Agnaldo Timóteo deixa uma profunda e impreenchível lacuna no coração de sua enorme legião de fãs e de seus familiares. Em mim, ele deixará a dor de uma imensa saudade, porém, deixará excelentes lembranças dos momentos felizes, das oportunidades em que ele emprestou sua arte, nos ajudando a defender causas e ajudar pessoas, nunca se recusando a atender ao pedido de ajuda.
Junta-se em meu coração à saudade que dói profundamente, o privilégio de ter desfrutado da amizade e do companheirismo de uma pessoa do quilate de Agnaldo Timóteo.
O som do microfone cessou, as luzes do palco se apagaram, as cortinas se fecharam, mas, Agnaldo Timóteo continuará brilhando intensamente em nossos corações.”
Adalclever Lopes