Jogadores do União de Marechal Hermes treinam em academia de praça pública no Rio
O futebol brasileiro está decadente em todos os aspectos. Os 7 a 1 para a Alemanha são sempre citados como exemplo de “fundo do poço” mas a imprensa em geral é superficial na apresentação das causas do nosso empobrecimento técnico e de público nos estádios. Os campeonatos europeus, Champions League em destaque, têm mais espaços na mídia brasileira que os nossos próprios clubes. Com isso, os dirigentes das federações e CBF continuam nadando de braçada, por falta de denúncias dos meios de comunicação, como esta reportagem de hoje na Folha de S. Paulo. O escândalo que ocorre na Série C do campeonato carioca é semelhante ao que ocorre na terceirona de Minas e de quase todos os estados. No Rio, com mais intensidade. Times que não comparecem aos jogos, que fazem “cai-cai” para que o jogo acabe logo e que desistem da disputa no meio da competição, gerando o descrédito geral que toma conta do esporte mais popular do Brasil.
Mas os dirigentes nem pensam em mudar este quadro já que as taxas são cobradas em todos os jogos e inscrições de jogadores, sustentando toda a farra, em todo o país. Cada jogo custa, no mínimo, R$ 6 mil reais para cada time entrar em campo, sem falar nas multas que são obrigados a pagar em função de qualquer descumprimento dos regulamentos esdrúxulos. A CBF finge de morta, porque a sua diretoria é eleita por essas federações. Quando cobrados, estes cartolas dizem que são obrigados a cumprir a legislação prevista no Estatuto do Torcedor, que prevê essas divisões de acesso. Pura conversa! Se houvesse interesse em mudar eles mobilizariam deputados e senadores a qualquer momento, muitos deles, inclusive, eleitos pelo futebol. Mas eles também têm interesse nesta situação, já que têm nessa turma um monte de financiadores e cabos eleitorais. Em 2018 certamente teremos uma chuva de candidatos país afora, oriundos de federações e clubes, quase todos imbuídos de manter o que aí está, porque os bolsos deles agradecem, além das mordomias, que não faltam de jeito nenhum.
Confira a reportagem da Folha:
* “Série C do Estadual do Rio vive à base de ‘gol fantasma’ e W.O.”
O campeonato dos gols fantasmas. Assim é chamada a Série C do Estadual do Rio. O torneio encerrará a primeira fase com mais de cem gols que nunca foram marcados.
Com clubes com estrutura amadora na competição, a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio) teve de decretar 32 W.O. até agora. Nestes casos, o regulamento estabelece que o time que se ausentar do jogo perde por 3 a 0.
O torneio, que é profissional e equivale à quarta divisão, contabiliza algo ainda mais raro: já tem pelo menos quatro W.O. duplos, quando as duas equipes são consideradas perdedoras. A última rodada foi adiada para o dia 12 e pode ter mais oito W.O.
“Se eu tivesse amor por dinheiro, já teria deixado isso há muito tempo. O futebol é a minha paixão. Por isso, continuo pondo os garotos para jogar”, disse o aposentado Malaquias Silva de Jesus, 73, presidente do Tomazinho. (mais…)