O Atlético precisa vencer o Botafogo às 17 horas deste domingo no Independência se quiser continuar acreditando numa vaga na Libertadores. O clube vive situação complicada e delicada com o Cazares, dessas não muito raras no futebol que, entretanto, só termina em final feliz quando há habilidade e competência no trato pessoal do assunto. Não há dúvida de que o equatoriano é craque, um dos melhores jogadores que atuaram no futebol mineiro e brasileiro. Porém, irresponsável fora de campo, péssimo para ele mesmo e por conseqüência para o clube, que nunca sabe quando poderá contar com o futebol dele. Cada vez mais, qualquer atleta precisa estar em ótima forma física para uma disputa de alto rendimento. Um jogador de futebol 100% fisicamente rende mais que um superior a ele tecnicamente, e isso está provado, pela ciência e aos olhos de todos nós. Quem vive em Belo Horizonte e região metropolitana, seja eu, você, atleticano, cruzeirense, americano e até quem não liga para futebol, já ouviu alguma história do Cazares em algum lugar público da Capital ou no condomínio onde ele mora. Ninguém tem nada com a vida particular de qualquer pessoa, até o momento em que o comportamento da figura não interfira na vida alheia. Um jogador de futebol mexe com a vida de milhões de pessoas, especialmente quando é decisivo. Um gol que ele fizer ou evitar, altera até na cotação do dólar.
Com a bola que tem e a idade, 25 anos, este Cazares se tivesse um pouquinho mais de consciência profissional, jogaria em qualquer clube do mundo, entraria para o rol das estrelas mais bem pagas do futebol. Mas, prefere ficar nessa, sendo motivo de piadas, como esta do Duke, hoje, no Super Notícia:
Ronaldinho Gaúcho resolveu provar que não estava acabado e terminou a sua carreira de alto rendimento no Atlético, levando o clube à conquista da Libertadores da América. Com uma atitude simples: ao invés de fazer festas diárias, diminuiu para uma ou duas vezes por semana. Como jogava muito mais que a concorrência, o pouco que sobrava do grande craque, dava para o gasto.
Há casos em que psicólogos e dirigentes ou treinadores dão conta de resolver, casos como o do Cazares, mas não é fácil. O Atlético apostou muito no Jobson e nada deu certo. Lembram do volante Claudinei, do América e Cruzeiro? Chegou a ser cotado para a seleção brasileira e terminou assassinado numa boate.
Emprestado pelo América ao Cruzeiro, no dia 5 de maio foi dispensado, e o portal Terra registrava no dia seguinte:
* “Cruzeiro dispensa o volante Claudinei”
Nenhuma surpresa no desfecho do caso de indisciplina protagonizado pelo volante Claudinei. A diretoria do Cruzeiro divulgou nesta terça-feira que o jogador foi dispensado.
“O Claudinei não veste mais a camisa do Cruzeiro”, declarou o presidente Alvimar Perrella.
A decisão foi tomada após uma reunião ocorrida na noite desta segunda-feira, entre Alvimar Perrella, Claudinei e Alexandre Faria, diretor de futebol do América.
Perrella considerou que a justificativa de Claudinei não foram convincentes. Ele será devolvido ao América. Falta apenas um acerto entre as partes para a rescisão contratual do atleta.
Claudinei ficou sem aparecer na Toca da Raposa-II por uma semana. Nos tempos de América, ele costumava cometer esta indisciplina, mas era sempre perdoado.
“O Cruzeiro é um clube altamente profissional e não aceita este tipo de atitude”, justificou a cúpula cruzeirense.”
Meses depois virou manchete nacional, neste caso, no Estado de S. Paulo, no dia 6 de novembro de 2004:
* “Volante do América-MG é assassinado”
O volante Claudinei, do América-MG, foi morto na madrugada deste sábado durante um tiroteiro numa casa de shows do bairro Vila Maravilha, região oeste de Belo Horizonte (MG). Segundo testemunhas, um grupo se envolveu em uma confusão no interior da “Via Expressa, 6001” e deixou o local. Mas retornou logo depois, quando o espetáculo já havia se encerrado. Foram disparados vários tiros da porta do estabelecimento. Claudinei estava dentro da casa noturna, acompanhado de três amigos, quando foi atingido por um tiro na cabeça O jogador foi socorrido por policiais militares, mas, segundo os médicos, já chegou morto ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII, por volta das 3h. Pelo menos outras cinco pessoas ficaram feridas na troca de tiros. Entre elas, o também jogador Bruno Fernando Nascimento, de 20 anos, que foi atingido na mão…”