Dos poucos produtos em lojas norte-americanas cujos preços são mais caros que no Brasil, destacam-se as sandálias Havaianas, cujo par, do menor ao maior número e modelos, varia entre 24 e 37 dólares ou 81 a 125 reais.
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A justiça argentina fez com o presidente da AFA (a CBF deles) o que o STF fez com o Eduardo Cunha, suspendendo o mandato e afastando-o da presidência da Câmara. Com isso a FIFA também entrou na parada e vai nomear um interventor até que nova diretoria seja eleita para o lugar do senhor Luis Segura, que está esperneando neste fim de Copa América, mas sem apoiadores que o sustentem no cargo. Com a queda dele, cujo padrinho era o Julio Grondona (que morreu sem ser pego), Marco Polo Del Nero se isola mais ainda como o único mandatário das antigas e na mira do FBI, o que é muito ruim para o Brasil. O que vi de interessante em tudo isso foi a diferença da cobertura da imprensa norte-americana numa entrevista como a deste destronado cartola argentino em relação à nossa: não dão a menor bola. Os jornalistas até comparecem, mas o espaço é ínfimo nos noticiários e páginas do dia seguinte. Dizem seria cansar o público deles com as óbvias negativas de todo acusado, por mais bandido que seja.
A credibilidade brasileira é a pior possível, não só no mundo esportivo. Nem falemos da política e diplomacia. Nestes dias em que estive nos Estados Unidos o máximo que me fez lembrar do Brasil foi uma música cantada pelo Roberto Carlos e outra orquestrada do Tom Jobim, tocadas na rádio 101,1 FM, durante uma das minhas caminhadas. Nada nos noticiários das TVs, jornais e rádios. Quando eu arrumava as malas, finalmente uma notícia emendada na outra sobre nós: o Rio decretava calamidade pública e o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), antigo Ladetec, que seria o responsável pelos exames de dopagem durante a Olimpíada foi descredenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada), o órgão internacional responsável pelo setor. Não é fácil não!
Fim de férias
Retorno como se estivesse voltando de férias. Trabalhar com internet 1.000%, com as melhores condições possíveis, em ambiente altamente profissional em um país onde tudo funciona é sonho. Fotógrafos tiveram seus equipamentos furtados no Centro de Imprensa do estádio Soldier Field, em Chicago, durante Chile e Colômbia, nas semifinais. Foi a única ocorrência negativa, e apenas essa envolvendo a nossa profissão. Em toda Copa América, Copa do Mundo e Olimpíada isso ocorre, em maior ou menor quantidade, dependendo do país. Ano passado, no Chile, houve duas, na Copa de 2010, seis.
Aprendi cedo que comparar tudo é importante, porém, sem perder o rumo e a noção da realidade. A sensação de retornar de quase todo país ao Brasil não é das melhores, num sentimento que faz lembrar filmes que em as portas do inferno estão se abrindo. Mas este é o nosso país, onde todos temos uma missão a cumprir. Além do mais, temos vivido situações “nunca antes vistas na história desse país”. Políticos e empresários, de todos os partidos e matizes, dos mais altos calibres, na cadeia ou perto dela, em cenas inimagináveis até outro dia nesta terra. Isso motiva e faz acreditar em dias melhores.