É a lei de mercado. Mas de todos os contatos de telespectadores que recebi, por enquanto, ninguém reclamou do fim da parceria da Band com a Rede Globo no Brasileiro 2016. Só transmitia os mesmos jogos, mesmo que algum time mineiro estivesse em campo lá fora e a Globo não transmitisse. Só torço para que este fim de casamento não resulte na demissão de colegas da Band, que já tem o time bem reduzido.
Não paga, não transmite; é a lei de mercado. Apesar da parceria desfeita a Band soltou um comunicado elegante sobre o fim do casamento com a poderosa:
* COMUNICADO
Campeonato Brasileiro de Futebol Série A 2016
Durante as últimas dez temporadas, Band e Globo caminharam lado a lado na exibição do Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A, com mútuos benefícios e em perfeita sintonia.
Contudo, em que pese o enorme esforço de ambas as empresas para viabilizarem a continuidade da exposição conjunta dessa competição, o agravamento da crise econômica impediu a Band de prosseguir com esse licenciamento, a partir da temporada 2016.
Globo e Band reiteram que essa decisão foi tomada em comum acordo e dentro do mais elevado espírito de cooperação que caracteriza seu relacionamento de muitas décadas e que prossegue em outros eventos esportivos e institucionais.
Assessoria de Comunicação Band
Em debate na Rádio CBN nesta tarde o companheiro Marcos Guiotti opinou que a solução mais simples e eficaz que o Cruzeiro teria para resolver o problema do treinador seria o Adilson Batista, que teve muito boa passagem durante três anos pelo clube e tem o respaldo da maioria da torcida.
Coincidentemente, pela manhã recebi o seguinte e-mail do Renê (César e Oliveira Advogados) questionando:
“A respeito de técnico para o Cruzeiro, pergunto o seguinte:
por quê não o Adilson Batista? Realizou belo trabalho no
clube, além de ser cruzeirense e até sócio-torcedor.
Além do mais, está desempregado, o que sinaliza maior facilidade na contratação. Por isto, nada de técnico estrangeiro. Acorda, Tiago Scuro!
Vê se “clareia”…”
Respondi ao Renê que também vejo no Adilson a solução imediata para o Cruzeiro, porém um detalhe fundamental afasta esta possibilidade: ele é cria e amigo do Zezé Perrella, hoje adversário ferrenho do Dr. Gilvan e da atual diretoria.
Foto: O Tempo
Quando o mundo começou a falar do Leicester e do técnico italiano Ranieri andei assistindo alguns jogos dele. A forma de jogar na maioria das partidas faz lembrar o esquema do Atlético com Cuca em 2013. Ligações diretas começando até com o goleiro, lançamentos longos, alta velocidade, um pivô escorando para colegas marcarem o gol ou abrir a defesa adversária e por aí. Jogo simples, sem invenções, mas totalmente solidário. Quando viu que o Leicester tinha chances de ser mesmo campeão a imprensa brasileira começou a falar o time jogava futebol moderno e inovador. Mas aqui, muitos colegas diziam que o Galo jogava na base do “chutão”.
Fazer o quê, né!?
Por falar em forma de jogar, chegou a hora do Diego Aguirre justificar a contratação pelo Atlético no fim do ano passado. Na época o mote da diretoria é que se tratava de um baita estrategista, que tinha tudo para levar o time ao bi da Libertadores. Vamos ver qual será a postura contra o Racing neste jogo de volta. Tem o time completo, jogando em casa com o apoio total da torcida, se classifica com vitória com qualquer marcador e o adversário não é nenhum bicho papão.
Em Buenos Aires foi bem, teoricamente deve se impor mais ainda em casa, mas na medida certa, sem afobação para não tomar um gol e se complicar.
Ranieri, um treinador que opta pela simplicidade e o artilheiro afiado Vardy, dois nomes fundamentais para o feito histórico.
Em ótimas sete twittadas do Sérgio Utsch, nosso conterrâneo, correspondente do SBT na Europa e que mora em Londres, a tradução mais exata da importância deste feito fantástico do pequeno clube inglês:
* “O Manchester United gastou mais em jogadores em dois anos do que o Leicester em 132 anos de história.
Ações das principais casas de aposta já tinham caído. Vai ser um baita prejuízo pra elas. E um baita dinheiro pra quem apostou no Leicester.
Na terra do Capitalismo, já tem livro sobre o inédito campeonato sendo vendido. O título: 5000 – 1
https://www.amazon.co.uk/dp/1785781510/ref=cm_sw_r_tw_dp_V-8jxbG0GHMMF … via @AmazonUK
O ex-jogador e atual comentarista da TV inglesa, @GaryLineker prometeu apresentar de cuecas caso o Leicester ganhasse. Avisou q vai cumprir.
Aqui a matéria que fizemos no início do ano, sobre essa Raposa-Zebra do Campeonato Inglês: http://www.sbt.com.br/jornalismo/sbtbrasil/noticias/73952/Conheca-o-Leicester-zebra-que-esta-perto-de-conquistar-o-Campeonato-Ingles.html#.VyfO6NrBt2E.twitter …
Nesse post, a ESPN explica porque o título do Leicester foi a maior zebra da história do futebol:
Só tem um problema nessa história toda: O Leicester é a Raposa do Inglês. O Tottenham, segundo colocado, é o Galo.”
Do site da Raposa:
* “Reforços serão apresentados após o treino desta segunda”
Angel Drumond
Os novos contratados Lucas e Robinho (foto), que vieram do Palmeiras, serão apresentados na manhã desta segunda-feira, após o treino marcado para as 10h, na Toca da Raposa II. Os jogadores foram envolvidos em uma troca com o time paulista que recebeu os laterais Fabiano e Fabrício.
Os reforços, que realizaram exames na sexta-feira e treinaram com o time no último sábado, conquistaram a Copa do Brasil, em 2015 pelo Palmeiras. Antes de ser contratado pelo time paulista, Robinho passou por Santos – onde venceu a Copa Libertadores, em 2011 -, Avaí e Coritiba. Com a camisa alviverde, o meia fez 75 jogos e anotou 11 tentos.
Lucas, de 28 anos, defendeu as cores de Figueirense, São Bento e Botafogo. Na esquadra carioca, o lateral-direito viveu grande fase e foi convocado pela Seleção Brasileira, em 2012, mesmo ano em que venceu o Superclássico das Américas com a “amarelinha”. No Palmeiras, o atleta participou de 75 compromissos e marcou quatro gols. (mais…)
Foto: SuperFC
Vi o jogo ao lado do André Andrade, Patrícia Vilas Boas e outros amigos. Bem antes de começar o André pediu atenção ao sistema de jogo adotado pelo Givanildo Oliveira, simples e objetivo. E foi o que vi, como normalmente joga o América. Emparedou o Atlético assim como fez com o Cruzeiro nas partidas das semifinais. Givanildo é ótimo treinador.
André gosta e conhece de futebol, mas enfrenta o sério problema de ser filho de um pai famoso e respeitadíssimo: Tostão. Todo mundo quer falar sobre futebol com ele. E foi ele que me fez pensar uma situação que até já foi falada pelo próprio Givanildo, que é o preconceito. O fato de ser nordestino não o credenciaria a ser contratado pelos maiores clubes do Brasil. Merece reflexão. Ele é um dos maiores “vencedores do nosso futebol, mas fica sempre na intermediária”, diz o André. Há como discordar? Não vejo isso. Givanildo é da prateleira de cima.
O que todos vimos foi um América absolutamente melhor que o Galo e vitória merecida. O jogo da volta será melhor e ninguém tem ideia do que poderá acontecer. Em termos técnicos pode ser que o América se imponha, ou não, novamente.
O Atlético jogou pra valer. Pode até ser que tenha havido alguma preocupação de um jogador ou outro com o próximo jogo da Libertadores, mas na prática, nenhum problema. Desfalques ocorrem em qualquer time e fazem parte do contexto. A verdade é que o América jogou muito melhor, mereceu a vitória e fim de papo.
Bela crônica do Ruy Castro na Folha de S. Paulo sobre o ex-craque inglês, que assim como Mané Garrincha vai perdendo a batalha contra o alcoolismo. Ruy escreveu aa biografia do craque brasileiro, um dos melhores livros que já li, “A Estrela Solitária”.
* Garrincha inglês
Os ingleses também têm o seu Garrincha. Não em campo, mas nas ruas, nos hospitais e nos jornais que exploram os dramas humanos. Chama-se Paul Gascoigne e, nos anos 80 e 90, foi um grande meia-atacante, ídolo do Newcastle, do Tottenham e da seleção inglesa – eleito entre os melhores da Copa de 1990, vencida pela Alemanha. Como Garrincha, Gascoigne era criativo, imprevisível e fazia o torcedor sorrir. E, como Garrincha, seu marcador foi o alcoolismo. A diferença é que sua história ainda não terminou.
Há algumas semanas, Gascoigne foi visto saindo com dificuldade de um táxi em Londres, com uma garrafa de gim na mão e as calças arriando, exposto, tentando desajeitadamente se recompor. Caiu e se feriu na cabeça, no nariz e na boca. Havia um fotógrafo por perto e os tabloides fizeram a festa com seu rosto ensanguentado. Noutra ocasião, em que falava em público, Gascoigne tremia ao segurar o microfone e não conseguia juntar duas frases. O povo ria do espetáculo.
Gascoigne deixou oficialmente o futebol há 12 anos. Mas, com seus atrasos, sumiços, suspensões e longos períodos no estaleiro, o futebol já o deixara muito antes. E não se diga que o álcool o tomou depois que ele parou de jogar – desde os juniores, os clubes já observavam sua propensão.
Seu dia a dia é doloroso. Mete-se em brigas e em acidentes feios e vai parar na cadeia, da qual sai por intervenção dos ex-clubes e da federação inglesa. Era rico e perdeu tudo. Os amigos o sustentam – o gesto é bonito, mas, ao fazer isto, talvez estejam contribuindo para sua doença. Gascoigne já passou por sete tratamentos – provavelmente curtos e errados, daí as recaídas. Seu caso parece ser de internação por, pelo menos, um ano.
Garrincha morreu com 49 anos. Gascoigne está com 48. Aparenta 20 a mais e o relógio corre contra ele.
Prazer enorme pertencer a essa história com a minha coluna lá.
A todos os companheiros atuais e que passaram por lá, parabéns!