Blog do Chico Maia

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O América continua difícil de entender: esmagou o Tupi e foi esmagado pelo Guarani

Quem viu o América vencer em um grande jogo contra o Figueirense e depois o viu esmagar o Tupi na estreia do campeonato, chegou a esboçar uma empolgação, tipo: “pintou um time diferente neste início de ano’.

Mas esta tarde contra o Guarani, em Divinópolis, vixe!!! Nem tanto pelo placar, 3 a 0, já que depois de tomar o primeiro tinha que se abrir para buscar o empate, mas pela apatia e futebol feio, como se fosse a primeira vez que estes jogadores atuavam juntos.

Menos mal que a maioria que deu entrevistas depois do jogo não veio com desculpas esfarrapadas, mesmo com alguns companheiros quicando a bola pra isso. O volante Claudiney, por exemplo, foi curto e grosso: “Não tem desculpa de campo nem de calor, porque isso foi igual pra eles também. Fomos muito mal, apesar da vontade de ganhar, mas tem dia que a coisa não encaixa”.

Na página do Guarani no facebook a satisfação do time divinopolitano, com toda a razão e justiça:

* “Guarani estreia com pé direito no Campeonato Mineiro 2016. Contra o América o Bugre marcou três vezes e segurou o placar de 3×0. O resultado mostra bem como o time se portou em campo, tendo várias chances de ampliar. Os gols de Jonathan, Marcus Vinicius e Carlos Renato felicitaram os 2443 torcedores presentes no Farião!!!

Valeu Bugre!!! Valeu Bugrinos!!!”

fariao

O tradicional Estádio “Farião”

 


Com tantos dirigentes ladrões presos, a Conmebol resolveu pagar o que é devido aos clubes

O paraguaio Alejandro Domínguez, recém eleito novo presidente da Conmebol, foi presidente do Olimpia.

Com um novo cartola no comando e precisando ganhar credibilidade, a Conmebol passou um verniz de vergonha na cara e aumentou o valor da premiação da Libertadores. Agora, cada clube vai receber US$ 600 mil, em torno de R$ 2,5 milhões por jogo, como mandante na fase de grupos.

Os novos valores de premiação vão proporcionar ao campeão deste ano botar a mão em US$ 7,75 milhões, mais de R$ 30 milhões, ou, no caso do São Paulo, que começou na “pré-Libertadores”, um jogo a mais como mandante, US$ 8,15 milhões.

Melhorou bem, já que até 2015 a cota era de US$ 300 mil. E tem mais: a nova cartolagem da Conmebol não vai mais cobrar os 10% da renda bruta de cada partida, este absurdo que existe desde que o futebol profissional surgiu. Exemplo a ser seguido pelas inúteis federações estaduais brasileiras e CBF, igualmente inútil.


Atacante que o Galo queria para o lugar do Pratto salvou o São Paulo na estreia na Libertadores

Para delírio dos lobistas do Ganso, ele deu um belo passe para o estreante Calleri, marcar um gol belíssimo e evitar a derrota do São Paulo na Libertadores. Coisa de artilheiro talentoso, veloz e inteligente. É o argentino que o Galo queria, mas ficou no “quase”. Certamente, o substituto que o presidente Daniel Nepomuceno pensava para a vaga do Lucas Pratto, que tudo indica, vai pra China, por R$ 73 milhões.

PRATO

Um duro golpe nas pretensões alvinegras para esta temporada, já que será o segundo desfalque sério. Primeiro foi o zagueiro Jemerson, agora o ótimo atacante, peça mais difícil de repor.

Começou a Libertadores para os Brasileiros com o empate do São Paulo, 1 a 1, ontem, no Peru, contra o Cesar Vallejo. Depois de desperdiçar duas chances incríveis o time paulista tomou um gol de bela feitura, do meio da rua. Antes, tinha marcado um gol, a bola bateu no travessão, entrou, mas só mesmo os olhos eletrônicos das câmeras para enxergar. Como foi feito na Copa do Mundo.

O jogo ficou apertado, mas duro mesmo é ter de ouvir velhos jargões, coisa da turma do anteontem futebol clube, que começa a falar: “o time está deixando o adversário gostar do jogo”. Como diz o Rogério Perez: “Cruz, credo!”.


Tombense é o time da virada; tomou a segunda seguida!

O Tombense começou muito bem o jogo, perdeu ótimas oportunidades, se aproveitando da “bateção” de cabeça da defesa do Cruzeiro, explorando principalmente as jogadas pela esquerda. Fez 1 a 0 por intermédio do lateral Paulo Otávio, em belíssima jogada pessoal, e continou fustigando o goleiro Fábio. Ao invés de “compacto” o time comandado por Deivid está jogando “embolado” com um desenho tático estranho, em que grandes espaços em branco na defesa e no ataque deixam o adversário ficar bem à vontade para defender e atacar. Mas, se aproveitando de duas jogadas de categoria e alta velocidade do Marcos Vinícius (que entrou no intervalo no lugar de Ariel Cabral), conseguiu empatar, com Alisson, aos seis minutos do segundo tempo, e virar, com Rafael Silva, aos 42, quando o Tombense, cansado, já fazia uma certa cera, dando-se satisfeito com o 1 a 1.

Fábio acabava de ser eleito melhor em campo pelos companheiros da Itatiaia, de tão apertado que foi o jogo, mas com as duas jogadas do Marcos Vinícius a turma mudou o voto e passou a ele o prêmio.

Isso me fez reforçar convicção que tenho desde quando comecei a vida de repórter: neste aspecto, a nossa profissão, comentarista principalmente, é a mais fácil do mundo. Depois que acontece, fica fácil entender e explicar tudo.

Deivid está fazendo testes, mudando muito o time, buscando a formação ideal. Esta vitória, fora de casa, alivia a pressão, mas ele tem muito trabalho pela frente para tentar arrumar essa casa.

O Tombense tem até um bom time, mas perdeu de virada para o Villa, na estréia e agora, também por 2 a 1. Desse jeito, vai brigar pra não ser rebaixado.

paulotavio

O lateral esquerdo Paulo Otávio, que marcou o golaço pro time de Tombos, tem 22 anos, começou no Paraná Soccer, depois Atlético-PR, Santo André, Coritiba e estava Paysandu, onde o empresário Eduardo Uran, foi buscá-lo e alojá-lo no Tombense.


Artur Moraes não cobre mais o Cruzeiro e dá um tempo na carreira de repórter

Artur Moraes (esquerda), com Álvaro Damião e Roberto Abras em uma cobertura internacional

Com a volta do futebol e dos principais profissionais da imprensa, muita gente estranhou a ausência do Artur Moraes, repórter setorista do Cruzeiro. O blog e minha coluna nos jornais O Tempo e Super Notícia receberam vários contatos perguntando sobre a situação dele, com quem conversei ontem à noite.

Artur conta que na volta das férias, duas semanas atrás, foi comunicado pela direção da Itatiaia, que dentro das mudanças previstas para este ano, ele não cobriria mais o Cruzeiro e seria substituído pelo Samuel Venâncio nessa função.

Surpreso, mas entendedor de que neste mundo nada é eterno, e que toda empresa promove mudanças periodicamente, ele compreendeu e agradeceu pelos 20 anos de Itatiaia que seriam completados em maio. Vai continuar ligado à rádio através do departamento comercial, já que possui uma boa carteira de clientes e ficará longe dos microfones até definir os seus novos rumos profissionais.

Natural de Cabo Frio-RJ, Artur Moraes cobriu o Cruzeiro por 19 anos, em um período de grandes conquistas do clube. Veio da Rádio Manhuaçu, depois de trabalhar nas rádios Difusora e Cultura, de Campos-RJ, onde foi colega de trabalho do Anthony Garotinho, que chegou a ser governador do Rio de Janeiro. Em 1996 foi contratado pela Itatiaia, pelo Osvaldo Faria e Emanuel Carneiro, depois que o Osvaldo o ouviu trabalhando em Manhuaçu.

Artur não vai se aposentar. Está com 52 anos de idade, em plena forma, e já estuda sondagens que recebeu para continuar a sua vida de repórter. É grato à Rádio Itatiaia, de onde sai de cabeça erguida, e disse:

__ Graças à Rede Itatiaia me tornei conhecido, cresci profissionalmente, cuidei bem da minha família, estou formando a minha filha Bruna em Direito e meu filho Caio está indo estudar e morar nos Estados Unidos. Sou feliz e grato por tudo. Todo profissional, de qualquer setor, está sujeito a mudanças e precisa estar preparado para isso.

 

Um dos momentos mais emocionantes do Arthur foi a homenagem que recebeu da torcida China Azul, que o adotou como padrinho e estampou o rosto dele na bandeira.

bandeiraartur

Artur Moraes não tem blog, twitter nem facebook, mas se comunica muito via Whatsapp, e através deste canal enviou um comunicado e agradecimento à China Azul e a todos os cruzeirenses.

Confira:

“…É uma qualidade ímpar ser grato com tudo àquilo que fazem por nós.
Por 19 anos compartilhamos incertezas, alegrias, sonhos, ansiedades e conquistamos títulos e parcerias… (mais…)


Juarez Soares (ex-Band) Marcelinho Carioca e mais três companheiros, demitidos da equipe de esportes de rádio paulista

Tonicão e Juarez Soares (China) – além de outros três colegas – não fazem mais parte da equipe esportiva comandada por Eder Luiz (Imagem: Rogério Assis/Portal Terceiro Tempo).

***

A situação financeira da mídia, principalmente esportiva, continua difícil em todo o país. Nunca esteve tão ruim. Notícia do site Comunique-se, extraída do blog do  Anderson Cheni:

* “Má notícia = O narrador Antônio Edson, o popular “Tonicão” (um dos mais antigos funcionários da empresa Mídia-Mix), o comentarista Juarez “China” Soares, o ex-boleiro Marcelinho Carioca, Renato Tortorelli e Fuzil (funcionários do humor da Transamérica) – não fazem mais parte da equipe esportiva comanda por Eder Luiz.

O desligamento do quinteto aconteceu há alguns dias. A Transamérica de São Paulo era uma das raras exceções quando o assunto era demissões……. era. Muito querido pelos ouvintes, o competente humorista André Muller, que interpreta o personagem corintiano “Gavião”, segue no departamento de futebol. Além de Eder Luiz e Osvaldo Maciel, outro narrador deve ser contratado.”

MCARIOCA

Marcelinho Carioca em ação como comentarista


A história do afegão que conquistou Messi e dos sírios que não comoveram Neymar

Ao ver Neymar pai e Neymar filho em entrevista exclusiva armada com o Fantástico para tentar explicar os dribles nos fiscos da Espanha e do Brasil, lembrei-me do imortal personagem do também imortal ator Rogério Cardoso, o “Rolando Lero”. Quase todo brasileiro pagamos os olhos da cara em impostos, mas um cidadão por ser craque de futebol se acha diferente. Que a Receita e a Justiça cuidem bem do caso.

Coincidentemente, acessei agora há pouco o excelente blog do conterrâneo jornalista Sergio Utsch, correspondente do SBT na Europa, morador de Londres, onde ele conta histórias muito interesses dos maiores craques do Barcelona, Messi e Neymar, e a forma de ser solidário de cada um. Confira:

* “Futebol, guerra e interesses – A história do afegão que conquistou Messi e dos sírios que não comoveram Neymar.

O caso do menino Murtazi Ahmadi jogou luzes sobre um das faces mais bonitas do futebol. O afegão, de cinco anos, fez com que uma sacola de plástico mexesse com os brios do melhor jogador do mundo. Sem dinheiro pra comprar a camisa da Argentina e do ídolo Messi, ele fez do improvável o possível. Com a ajuda do irmão, transformou a sacola do supermercado em uma camisa com listas brancas e azuis com o nome do ídolo argentino escrito em insistentes traços de caneta.

A imagem viralizou. Messi se comoveu e convidou o garoto para uma viagem a Barcelona.

 

Era outubro de 2014. Estávamos na fronteira da Síria com a Turquia, num momento em que milhares de pessoas fugiam de Kobane, cidade no lado sírio, que estava sendo invadida pelo Estado Islâmico. Entre os refugiados que se amontoavam nas praças, mesquitas e centros comunitários, havia muitas crianças. Já naquela época, elas eram pelo menos metade dos refugiados, segundo a ONU. Milhares delas tinham função de ficar na fila da comida pra garantir pra elas e pro restante da família o que, pra muitos, era a única refeição do dia. Aqui, o link para o documentário que fizemos. Aos 18:50, tem o trecho que mostra a luta dos pequenos por comida.

 

Por onde passávamos, a palavra Brasil logo remetia a futebol, a Neymar. Trazia alegria. O brasileiro fazia os olhos da criançada brilharem. Era um raro momento de felicidade no meio de um ambiente tão hostil. Foi o que me motivou a mandar um email pro Barcelona e pedir a ajuda do Neymar. Senti que havia chances quando recebi uma ligação de um assessor do time, que ficou sensibilizado com a história. A ideia era que o brasileiro gravasse um vídeo, amador mesmo, pra levar pras crianças. Óbvio que eu queria exibi-lo na reportagem. Seria um super ganho. Mas se Neymar não quisesse que publicássemos o vídeo, eu levaria apenas pras crianças. Faria esse acordo sem o menor constrangimento. Já seria uma vitória. Neymar não topou. A cobertura seguiu.

SIRIOS

Crianças sirias na fila da comida, em Suruç, fronteira Turquia/Síria

No mês seguinte, o brasileiro topou gravar um video amador, em que declarava apoio ao candidato da oposição, Aécio Neves, do PSDB. Neymar preferiu tomar partido na política a tomar partido das crianças sírias. É compreensível se ele de fato avaliou que o Brasil e o futuro das crianças brasileiras deveriam ser a prioridade.

 

Não sei se a mensagem chegou ao Neymar. E se chegou, nunca soube se foi ele quem decidiu. No patamar em que ele está, cada movimento fora de campo é meticulosamente estudado com os treinadores do marketing. A imagem das crianças sírias gritando o nome dele não viralizou como a do pequeno fã afegão de Messi. A repercussão de uma reportagem em uma emissora brasileira ou um vídeo caseiro exibido exclusivamente pra crianças de um país em guerra talvez não repercutisse tanto quanto a história que Messi e o menino afegão estão prestes a protagonizar.

 

Fato é que o argentino que, obviamente, também vai valorizar um pouco a sua imagem com a última boa ação, tem muito a ensinar ao brasileiro. Dentro e fora de campo.

http://sergioutsch.blogspot.co.uk/2016/02/futebol-guerra-e-interesses-historia-do.html


Vitória suada do Galo em noite para mais observações do Diego Aguirre

O Uberlândia foi um adversário complicado para o Atlético e a derrota foi um duro castigo pelas oportunidades que desperdiçou. Foram menos que as do Galo, que outra vez pecou nas finalizações, o velho e preocupante defeito. Partida muito boa no Parque do Sabiá, que serviu para o técnico Diego Aguirre observar novamente que além da pontaria ruim do ataque, Victor passa apuros quando Leonardo Silva tem que correr atrás de um atacante adversário, quando a cobertura às subidas do Marcos Rocha falha. Contra o Flamengo essa falta de sintonia foi fatal e o time tomou de 2 a 0. Contra o Uberlândia isso aconteceu uma vez, mas a pontaria do atacante uberlandese falhou na hora agá.

Dodô entrou bem, no início do segundo tempo, lugar do Patric, que pouco produziu mais uma vez como atacante; Tiago fez boa partida como substituto do Jemerson e Marcos Rocha, de novo, em uma cobrança de lateral, contribuiu para Leonardo Silva outra vez garantir uma vitória do Galo.


O rolo compromessor do América e a diferença de público: um jogo da Sul/Minas/Rio teve mais gente que toda a rodada carioca

Twittada do Vinícius Dias ‏@dias_vinicius, que mostra bem a diferença: “Público total da 1ª rodada do Carioca: 22.290. Inferior a Atlético x Flamengo/Primeira Liga”.

E falando da primeira rodada do Campeonato Mineiro, o destaque foi o América, que está remontando completamente o time, pegou um Tupi motivado e fez 3 a 0.

Não vi o jogo, mas a manchete do Superesportes mostra como foi: “Com futebol envolvente, América atropela o Tupi na estreia e lidera o Campeonato Mineiro”


Posse de bola sem intensidade do Cruzeiro, nome do Havelange retirado do estádio e gol do diretor Fábio Jr. dá vitória ao Villa

Foto: Minas Arena

Terminado o primeiro tempo, o comentarista das rádios Globo/CBN, Vinicius Grissi opinou via twitter: “Morno o primeiro tempo no Mineirão. Cruzeiro me parece dosar por conta do calor. Mas sem mobilidade é muito previsível. Arrascaeta destoa.”. Mesma opinião do torcedor cruzeirense, dos mais ligados, João Chiabi Duarte, que escreveu: “Cruzeiro 0 X 0 URT Jogo morno, sem intensidade. Poucas chances de gols criadas. Posse de bola celeste infrutífera”. O segundo tempo foi praticamente a mesma coisa e nem as substituições feitas pelo técnico Deivid alteraram o quadro. Nas entrevistas antes do jogo ele alertou que só depois do quarto ou quinto jogo oficial o time deverá entrar no ritmo e mostrar a nova cara que a comissão técnica pretende.

A URT mostrou um sistema defensivo muito eficiente e mesmo com o cansaço e cãibras demonstrados por vários jogadores, conseguiu resistir e sair com um ponto do Mineirão. Ponto precioso que somado a mais nove a ajuda evitar o rebaixamento. Ou, com mais 19, pode colocár-la na fase decisiva do campeonato, segundo as contas do Domingos Sávio Baião.

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O Atlético entrava em campo quando postei esta nota, enquanto no Parque do Sabiá um dos principais assuntos era a retirada do nome do João Havelange da entrada do estádio. Em 1991, mesmo pós-ditadura militar, a Câmara Municipal de Uberlândia bajulou o então poderoso presidente da FIFA, batizando a bela obra com o nome dele. Descoberto o outro lado dele, Havelange, agora é “desomenageado”.

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Gol do diretor

O Villa conta com jogadores que já tinham até parado de jogar. Na primeira rodada deu certo: Fábio Jr, que também é diretor, estava no banco, entrou no jogo e fez 2 a 1 no Tombense, aos 48 do segundo tempo, em Nova Lima.