Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Indignação contra o uso do futebol como instrumento da ditadura militar

Jairzinho, o “Furacão da Copa” de 1970, colaborou com a ditadura militar brasileira. O nome dele está em documentos do relatório apresentado pela Comissão da Verdade. A participação de jogadores, dirigentes e colegas da imprensa esportiva tanto no golpe de 1964 quanto na repressão que se seguiu é muito pouco falada; mistério, mas foi forte, já que o futebol era usado pelo regime para esconder o que se passava nos porões da ditadura.

exercito doc1

Recebi e-mail do Presidente do Sindicato de Engenheiros de Minas Gerais – Senge -, Raul Otávio da Silva Pereira, manifestando a sua tristeza, como cruzeirense, pela atuação do Jairzinho nesta triste página da história do Brasil. Confira, na íntegra:

“Lembro-me de ter escutado o jogo final (Cruzeiro 3 x 2 River Plate) em cima de um muro na minha casa, em Cuiabá, tentando fazer milagres para que o velho Transglobe da Philco pegasse algum sinal da transmissão. Até promessa fiz  na época, na inocência dos meus 15 anos – me comprometi a fazer a pé o caminho entre a minha casa e a Universidade Federal – algo como 5 quilometros, nada assombroso – ir ao clube da Universidade, nadar e voltar também a pé, sem tomar um único gole de água que fosse. Promessa feita, promessa cumprida. Foi minha forma de me penitenciar e agradecer pelo título inédito.

Foi uma decepção muito grande ver o nome do Jairzinho nesse documento. Nada de revanchismo e muito menos  “caça às bruxas” – apenas acho que todos brasileiros devem entender o papel que figuras de destaque nacional – como ele – desempenharam durante o regime de exceção no país.

Nunca é demais lembrar que nesse ano, em que a maioria de nós ainda era criança, vários crimes e situações anti-democráticas foram perpetrados pelo governo da época, presidido por Geisel. Basta consultar o Google. Quantas pessoas eventualmente podem ter sido presas, torturadas ou assassinadas por atos como esse ? Quantas “culpas” Jairzinho talvez carregue em sua consciência ?

Nada a pontuar a respeito. Cada um sabe da sua vida. Mas que esse momento da vitória na Libertadores – inesquecível para milhões de cruzeirenses como eu – pelo menos para mim ficou com uma mancha, um “gosto de guarda-chuva na boca”, não há como negar.

Recentemente, no dia 24 de dezembro, Jairzinho deu uma entrevista no rádio, no dia em que fez 70 anos de idade. Me chamou a atenção a forma pouco elegante na qual ele “chamou prá si” a responsabilidade e o comando daquele timaço campeão da Libertadores em 1976. Não dei muita atenção naquele momento, em respeito à sua idade. Mas ele falou como se Raul, Nelinho, Eduardo, Palhinha, Joãozinho, Zé Carlos, Vanderlei e outros – inclusive Roberto Batata, falecido durante o torneio – fossem meros coadjuvantes, apenas esperando que o “Furacão da Copa” os liderasse rumo ao título. Todos sabemos que não foi bem assim. Poderíamos dizer talvez que a chegada de Jairzinho naquele ano foi a “cereja do bolo” em um time que todos conheciam, respeitavam e temiam. E no final deu certo, o time foi campeão com sobras.

Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas é praticamente impossível não fazer uma ligação – o senhor septuagenário sem um pingo de humildade com o jovem adesista e delator da década de 70. Talvez seja uma falha de caráter característica desse cidadão – independentemente de quantos anos de idade tenha.

Que pena.” Raul Otávio da Silva Pereira

exercito doc2


A nova vida de Alexandre Mattos em SP; diretos de TV e o argentino oferecido a Atlético e Cruzeiro

Algumas notas de hoje na coluna Painel FC, da Folha de S. Paulo, que interessam diretamente ao torcedor mineiro:

* “Custo-benefício”

Alexandre Mattos, novo diretor de futebol do Palmeiras, receberá pouco mais da metade do que José Carlos Brunoro ganhava. O cartola, bicampeão brasileiro no Cruzeiro, terá salário de R$ 90 mil por mês no Parque Antarctica, enquanto o antecessor recebia R$ 160 mil. Mattos começa a ser pago em janeiro, mas, desde o início de dezembro, quando acertou com o clube, começou a trabalhar para montar o time alviverde.

Bem… A chegada de Mattos ao Palmeiras foi vista com bons olhos pelos empresários de jogadores. Ele é um dos cartolas brasileiros com melhor trânsito entre os principais agentes do país.

…cotado. Entre os empresários que mantêm boa relação com o diretor palmeirense, estão Giuliano Bertolucci e Fernando Garcia.

Direitos… O governo federal vê com bons olhos a intenção da Espanha de rever a divisão dos direitos de TV no país, que hoje são destinados majoritariamente a Barcelona e Real Madrid. A ideia do Brasil é verificar se o modelo espanhol vai dar certo para, eventualmente, negociar a implantação no país.

…iguais. O governo espanhol quer dividir 50% da verba de televisão igualmente entre todos os clubes. A partilha de 25% do dinheiro seria de acordo com o desempenho esportivo dos times, e os 25% restantes, pela audiência que as equipes atingirem.

Tá na mão. Adrián Ricardo Centurión, campeão argentino pelo Racing, foi oferecido a Atlético-MG e Cruzeiro por empresários.

ADRIAN

O meia fora negociado com o Genoa (ITA), em 2013, mas voltou ao clube argentino neste ano porque os italianos não pagaram o valor acertado.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/202077-painel-fc.shtml


Que o Duke repita a charge novamente no fim de 2015

Esta charge do Duke, hoje, no Super Notícia, é a mesma do fim do ano passado!

DUKE

Sempre genial!

E para a felicidade geral na nação mineira, que no fim de 2015 ele a repita de novo, mudando só o ano!


Algumas imagens marcantes de 2014: torcedor 50% Atlético 50% Cruzeiro; “brasileiro cordial”; açougueiro filho de uma. . .!

Algumas fotos interessantes que estou para compartilhar com vocês do blog, mas só agora as encontrei nos meus arquivos. Todas deste 2014:

PRETINHO

Quantos torcedores no mundo são como o Pretinho, do Bar Matos e Matos, na Rua Uberlândia, em Sete Lagoas? Metade Galo, metade Raposa, e não desagrada a ninguém! Ao lado da patroa, que morre de rir da reação das pessoas que o vêem com esta camisa.

Esta pode ir para a seção “O brasileiro é cordial”, do José Simão, na Band News FM:

RECADOAOAÇOUGUEIRO2

Numa das minhas caminhadas, domingo pela manhã, a 500 metros do campo do Pingo de Ouro, em Capim Branco, lado esquerdo da estrada, sentido Boa Vista, vi esta placa e depois voltei para fotografar.

RECADOAOAÇOUGUEIRO1

Certamente o açougueiro sujão entendeu o recado, pois os ossos não estão sendo mais jogados no local.

Que beleza esta vista de Sete Lagoas, do alto da Serra de Santa Helena!

PARAPENTE

A turma do parapente promove um espetáculo à parte nos fins de semana na cidade.

PARAPENTE1


Matozinhos, Caratinga, Ipatinga e Montes Claros: os caminhos de Jaime Junior até chegar à Rede Globo

Certamente 2014 será especial na memória do locutor Jaime Junior. Foi o ano da afirmação profissional, quando a Globo lhe deu o espaço merecido e ele soube aproveitar, na apresentação de importantes programas, narração de jogos e ótima participação da cobertura da Copa do Mundo.

Uma figura simples, que conserva as origens da terra natal, Matozinhos, cidade próxima a Belo Horizonte, onde ele vai todas as semanas para curtir a família e os amigos. Mas antes de chegar à Globo ele rodou bastante outras regiões distantes do interior de Minas, onde aprendeu muito, se aperfeiçoou e teve o trabalho reconhecido. Manteve a tradição: o interior de Minas formando grandes profissionais para atender aos veículos de comunicação da capital.
Confira a recente entrevista concedida por ele ao jornal SETE DIAS, que também circula em Matozinhos:

Jaime Pires de Miranda Júnior, filho de Jaime Pires de Miranda (falecido em 1995) e Maria Dalva Pessoa Miranda.

JJCOPA

Destacada participação na cobertura da Copa do Mundo

Estudei até a quarta série na Escola Estadual Visconde do Rio das Velhas, Matozinhos. Da quinta série até a conclusão do segundo grau na Escola Estadual Bento Gonçalves, também em Matozinhos. Fiz a faculdade de comunicação social nas Faculdades Integradas de Caratinga.

– Começou profissionalmente?

Comecei na Rádio Destack. Depois fui para a TVM. Ambas de Matozinhos e não existem mais. Foi um período importante de descoberta e aprendizado. Nestas emissoras eu podia fazer quase tudo. Era só pedir que o dono deixava. Na rádio Destack eu organizei um campeonato de futsal. Assim podia transmitir os jogos e aprender a narrar. Fazia tudo com o telefone sem fio da minha casa. Mãe é mãe!… rss. Por influência do meu pai eu ouvia rádio com frequência e tentava copiar o que os narradores faziam.

Na TVM eu escolhia um campo de futebol todo domingo pra gravar o VT de um jogo do campeonato amador de Matozinhos ou de Capim Branco. Sempre ao lado do cinegrafista José Antônio, popularmente conhecido em Sete Lagoas como “Mumu” ou “Maisena”. Um dos grandes amigos que tenho. O futebol amador foi a minha grande escola.

– Como foi a saída de Matozinhos?

Depois que fui para a Escola Profissionalizante em rádio em BH. Foi o período em que eu conheci o futebol amador da capital. Pouco depois fiz parte da equipe de esportes da Rádio Caratinga em BH. Transmitia os jogos de Atlético, Cruzeiro e América. Comecei como repórter. Depois narrador. Dois anos mais tarde fui morar em Caratinga, onde fiz a faculdade de jornalismo e trabalhava na rádio e na tv da cidade. Trabalhei ainda na Rádio Globo de Governador Valadares. Passei em definitivo para a televisão em 2006 quando fui trabalhar na afiliada Globo de Montes Claros. Em 2008 fui para a afiliada Globo, dos Vales do Rio Doce e do Aço. Neste período, fiz o teste para narrador do Sportv e passei.

JJMARC

Com o comentarista de arbitragem Márcio Resende, numa transmissão

– Como foi a ida para a Globo Minas?

O meu ex-professor de rádio, Vagner de Sales Dornas, sempre me disse que o caminho para a capital estava no interior. Ele tinha razão. Entrar na Globo Minas é muito difícil. Não conhecia ninguém lá. Pra ser conhecido tem de enfiar a cara no mundo. Nas afiliadas do interior o pessoal da Globo Minas pôde acompanhar o meu trabalho. Sempre eu fazia reportagens do time de futebol do Ipatinga e gerava o material para a Globo. E tinha as transmissões também. Até que no dia 16 de setembro de 2011 eu fui contratado pela TV Globo Minas.

– Como é o seu dia a dia, com coberturas em Belo Horizonte e viagens? Acordar de madrugada para estar diariamente no Bom Dia Minas. . .

A rotina depende da demanda. A prioridade é narrar os jogos. Quando eu não estou na escala dos jogos eu faço o Bom dia Minas. Chego na TV às cinco e meia da manhã. Uma hora depois estou no ar com a Elisângela, que é uma pessoa muito legal. Aliás, é algo que eu gosto muito na Globo. A equipe de trabalho é muito boa. O relacionamento é ótimo! Faço também o Redação Sportv. Dependendo da escala eu também posso estar na reportagem ou na edição.

– Quais as suas melhores lembranças de Matozinhos e região?

Guardo com carinho os tempos de criança, adolescente. Praticava vários esportes. Futebol, vôlei, basquete… era ruim em todos. Mas jogava e fiz muitos amigos no esporte. Gostava de ouvir rádio ou ver os jogos na TV com o meu pai. Perdi o parceiro em 1995.

Moro hoje em BH. Mas sempre estou em Matozinhos para ver a minha mãe e o meu irmão, Luciano. Sou muito família. Toda semana eu estou em Matozinhos. Sou apaixonado pela minha mãe e não consigo ficar muito tempo longe dela. A minha esposa Rita entende bem isso. Aliás, é a minha outra grande paixão e grande parceira. Também gosta muito de esporte. Isso ajuda muito porque não é fácil ser mulher de um jornalista esportivo. No meu caso é tranquilo. A gente assiste junto aos eventos esportivos. É muito legal.

JJIPATINGA

Nos tempos de Ipatinga, na afiliada Globo, dos Vales do Rio Doce e do Aço.


E o novo Ministro dos Esportes, hein!? Menos mal que em Minas pode dar “Caixa”!

No Brasil é assim, seja no Planalto ou nos estados e prefeituras. Pastas como esporte e turismo são usadas para arranjos políticos. Raramente são nomeadas pessoas do ramo, apesar da importância destes setores para a população.

Nunca ouvi falar que George Hilton tenha alguma coisa a ver com o esporte.

Em Minas, especula-se que o Mário Henrique “Caixa” deverá ser nomeado Secretário de Esportes pelo governador eleito Fernando Pimentel. Este sim, é do ramo.

Reportagem do Uol, hoje:

* “Novo ministro do Esporte gera insegurança na organização dos Jogos”

A nomeação de George Hilton (PRB-MG) para o Ministério do Esporte, anunciada nesta terça-feira (23) pelo Planalto, gerou um clima de insegurança nas entidades nacionais que encabeçam a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016.

A promoção do megaevento, que será realizado pela primeira vez na América do Sul, é dividida entre município e Estado do Rio e o governo federal. À Folha, fontes dos órgãos envolvidos disseram desconhecer o indicado por Dilma Rousseff. . .

. . . Deputado federal pelo PRB-MG desde 2007, Hilton não tem registro de nenhuma ligação com o esporte em sua passagem pela Câmara. Nenhum projeto de lei apresentado por ele tratou do tema.

Hilton foi relator de 48 proposições, mas sua nova incumbência não foi objeto de nenhuma delas. Nas 97 vezes em que discursou no plenário da Câmara, não mencionou políticas esportivas, a Copa deste ano ou os Jogos.

Ana Moser, ex-jogadora da seleção de vôlei e líder da ONG Atletas pelo Brasil, diz não saber o que esperar do novo ministro. “Não o conheço. Nem sei o que dizer. Creio que ele é uma incógnita. Não sei o que esperar dele ou do PRB à frente do Ministério do Esporte.” . . .

GH

A reportagem completa está no:

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2014/12/1566977-novo-ministro-do-esporte-gera-inseguranca-na-organizacao-dos-jogos.shtml

– – –

CAIXA

O “Caixa”, à direita, ao lado do Osvaldo Reis “Pequitito” e André Rizek, no intervalo do programa Redação Sportv, na véspera da final da Copa do Brasil deste ano.


Obrigado e boas festas a todos!

Caros amigos e amigas do blog,

agradeço a todos pela companhia em mais um ano e desejo um ótimo Natal e boas festas.

Faço minhas as palavras do Márcio Amorim, que nos enviou esta bela mensagem, que vale para todas as gerações:

PN

“Dezembro de 2014.”
Após os sessenta, temos a mania de olhar muito para trás e, infelizmente, olhamos pouco para a frente. Os novos horizontes ameaçam desaparecer, embora existam. Nesta época de muitas festas, vejo o Papai Noel através dos tempos.

Até os dez anos – para alguns, bem menos – ele é uma realidade gostosa. De várias formas, ele é esperado com uma ansiedade que pulsa os diminutos corações com as batidas da inocência.

De dez a vinte anos – para muitos – ele é uma realidade risível. Alguns procuram desfazer o mito, usando toda a sua crença adolescente de que somos a única realidade que se pode sentir.

Ressuscita entre vinte e trinta anos porque precisamos de repassar o mito às gerações vindouras . Faz parte do ciclo. Somos os maiores responsáveis pela sua manutenção.

De trinta a quarenta anos, somos os papais noéis. A meninada precisa acreditar na sua existência e nós, pais, somos os responsáveis pela sua eternização.

Entre quarenta e cinquenta, com os filhos entrando na segunda fase, voltamos os olhos para os pobres e oprimidos, ditos excluídos. Ajudamos creches e asilos, fazendo a alegria momentânea de crianças e velhinhos abandonados. É o momento mais sublime do ciclo. É o momento em que devemos nos orgulhar do nosso espírito de solidariedade. É o momento de sentir o Natal em toda sua plenitude e de entender o verdadeiro significado do Natal: o amor ao próximo.

Dos cinquenta aos sessenta, somos apenas os aparelhos. A cabeça já branca, os ânimos arrefecidos, vestimo-nos de papais noéis, alguns aproveitando a vasta cabeleira coberta de neve.

E agora, após os sessenta? Não somos mais as crianças que creem cegamente; não somos mais os adolescente que debocham; não somos os adultos úteis que se passam por papais noéis; não podemos nos limitar a olhar para trás. Temos de vislumbrar novos horizontes; temos de contribuir com os nossos filhos, no sentido de iludir docemente os netos. Precisamos disto para dar um sentido concreto à nossa existência.

Neste Natal, conclamo os meus amigos sessentões, ou próximos, a olhar para frente; conclamo os amigos a criar novos horizontes e a dar um sentido cristão à nossa existência.

Aos amigos, não sessentões, sugiro que reflitam sobre o seu momento atual. Sejam todos eternos papais noéis e eternas crianças que creem! Sejam adultos responsáveis pelo futuro na nação.

Grande abraço e Feliz Natal!


A brilhante trajetória do Mário Nogueira de Avelar Marques, ou “Mário Alaska” ou “Roberto Abracadabras”

Senhoras e senhores, neste blog, com a bola parada nas férias do futebol, saem de cena os craques dos gramados e entram os da comunicação, especialmente do esporte. Escrevi ontem sobre o Waldir Rodrigues, que já está aposentado, e hoje transcrevo ótima entrevista concedida ao jornal SETE DIAS pelo Mário Nogueira de Avelar Marques, ou simplesmente “Mário Alaska” ou “Roberto Abracadabras”, esta fera da 98 FM e da nova geração de radialistas e humoristas do país.

Observem a batalha dele e de todos que conseguem espaço na mídia para chegar onde está e detalhes da equipe de esportes da 98 FM, maior novidade do rádio esportivo brasileiro nas últimas décadas. Ele é neto do ex-prefeito de Sete Lagoas, Dr. Afrânio Avelar Marques Ferreira, um dos últimos dos moicanos dos políticos sérios que conheci. Filho do Benjamim Campolina de Avelar Marques e Hildênia Nogueira de Avelar Marques.

Estudou onde?

PUC Minas – Unidade São Gabriel, me formei em Comunicação Social com ênfase em Gestão da Comunicação Integrada, e sou habilitado em Publicidade e Propaganda e Jornalismo. 1a formação em Dezembro de 2004 e a 2a jun 2006.

Começou onde?

Eis o mistério: imito e faço graça desde novo. No rádio a primeira experiência foi quando estava no meu ano de intercâmbio, em 1999 na cidade de Anchorage no Alaska – daí vem o apelido. Meu irmão do Alaska era um dos DJs da rádio universitária local, KRUA 88,7 e um dia o computador estragou e não tinha ninguém pra ficar no ar. Fiz 5 horas de ar, toquei música brasileira, americana, errei várias vezes na operação. Quando cheguei aqui fiz um estágio no 1o período como produtor de uma gincana na extinta Tv Metrópole, depois em 2001 fui estagiário do Laboratório de Áudio da Puc, aí foi indo…

Em quais veículos já trabalhou?

Rádio Inconfidência AM (2002), Tv Metrópole (2001), Tv Alterosa (98fc), Band Minas (passagem relâmpago fazendo 98FC no Golasô), Rádio 98FM, já fiz programetes curtos pra Transamérica daqui num programa independente que passava no domingo a noite, mas foi coisa muito rápida.

Como e quando foi a ida para a 98FM?

Fui pra 98 FM em 2006 pra tentar realizar o sonho de fazer algo de diferente de Minas pra Minas, porque tudo que eu ouvia vinha de SP ou do RJ. Na minha cabeça era muito lógico que caso eu quisesse me destacar fazendo humor em MG teria que ser no rádio. Além da minha facilidade em imitar, a viabilidade técnica do rádio facilitava fazer um produto de alta qualidade aqui sem depender dos grandes centros. Naquele ano a rádio tinha mudado de gestão, o Jonas Vilandez, hoje diretor artístico da BH FM, tinha chegado. Eu queria muito apresentar meu portifólio pra ele, pois tinha feito o curso de locução na Beth Seixas, fiquei amigo do Pedro Seixas e gravamos vários programetes pra tentar entrar no ar durante uns 4 a 5 anos. Eu tinha trabalhado na mídia da Tom Comunicação, agência de publicidade e a minha ex-chefe Meg Freitas ligou pra ele, reunião marcada, apresentei meus trabalhos e fui convidado pra ir pra lá. Eu iria produzir um programa de humor que acabou antes da minha ida, então o 98 FC apareceu. Era ano de copa e a idéia então era fazer algo nos moldes do Rock Bola do RJ, sem tanta obrigação do humor. Era a 2a geração do 98FC, mas o programa acabou com exatamente 1 ano de vida, por falta de patrocínio. Com isso saí da casa, voltei depois em 2008 a convite do Dudu para produzir o Silicone Show, quando criei o Tropa de Chilique, paródia da Tropa de Elite. Conseguimos vender pra umas 10 rádios Brasil afora, mas a coisa ficou rala. Saí da rádio de novo, voltei a trabalhar em agências de publicidade, fui dar aulas de inglês, e em 2009 quando comecei a fazer Stand up Comedy voltei pra produzir o Silicone Show e pra montar a geração atual do 98 Futebol Clube a convite do atual diretor artístico da rádio Rodrigo Carneiro.

MARIO

Ficou surpreso com o sucesso dos programas e transmissões da 98?

Sucesso… Engraçado falar sobre isso… A primeira vista pode passar a idéia que o “jogo está ganho” e a “partida acabou”. Meu irmão fala que sucesso é a combinação de preparação com oportunidade. Quando juntamos essa turma sabíamos que havia ali muita experiência, juntamos o que cada um tinha de melhor e o resultado foi esse. Os repórteres têm a obrigação de seguir os preceitos do bom jornalismo, dentro do nosso foco editorial, com isso os imitadores ganham “deixas” melhores, como se diz no mundo do humor, então as piadas são mais engraçadas. O Gilbert tem uma experiência grande como âncora e já sabíamos algumas coisas que funcionavam na produção. O Diego produtor da casa também é muito talentoso, isso agrega nas músicas e outras peças. Sem falsa modéstia, a 98 é uma emissora grande, de respeito, então se você vai pra lá tem que estar pronto pra fazer algo de bom e fazer a diferença no mercado. Todos juntos miramos longe. É bom saber que o seu trabalho agrada as pessoas, que o jargão que você fala na rádio faz alguém abrir um sorriso alguma hora do dia. Como humorista vejo que essa é a minha missão. Surpresas existem várias, desde a vez que eu estava na padaria e achei que o segurança me achou com cara de ladrão, ficou me encarando e veio me perguntar se eu era do 98FC, até saber que em São Paulo a turma que trabalha com humor e futebol escuta muito o 98 Futebol Clube, isso surpreende sim. Tem outra coisa engraçada, no começo quando contava pra alguém que eu fazia o 98FC e a pessoa me olhava de baixo pra cima e falava “até parece…” isso era engraçado. A transmissão foi traçada como algo pra ir longe também. O mercado era dominado pela Itatiaia que há anos e com muita competência faz esportes, sabíamos que havia espaço pra alguém que fizesse algo diferente de fato, fomos lá e fizemos. Mas aprendemos muito ao longo desse caminho e muito temos que aprender.


Vai com que freqüência a Sete Lagoas?

Dá até vergonha falar, mas ir a Sete Lagoas 8 vezes no ano atualmente é luxo. Vou ver se tiro uns dias nas férias pra bater perna pela cidade e passar tempo com a minha avó e tios que moram em Seven. Aliás, fui passar um fim de semana lá, e fui a pé da casa da minha avó pra casa do meu tio, deu pra tomar um cavalo, voltar à pé e dormir na casa da vovó Vera e acordar pra ouvir o que ela tem pra dizer! Tem coisa melhor?!

ALASKAAVOS

Com os avós: D. Vera e o saudoso Dr. Afrânio Avelar

– – –

E quem quiser saber mais sobre o trabalho dele é só acessar:

www.marioalaska.com.br

ALASKAF


Prazer em rever o locutor Waldir Rodrigues na acolhedora Rio Casca

Waldir Rodrigues foi um dos locutores esportivos de maior sucesso no Brasil. Premiado com três Troféus Gandula consecutivos, quando trabalhava em São Paulo, nas rádios Globo e Bandeirantes. Na época, era o prêmio mais cobiçado da categoria no país. Em 1959 transmitiu pela Rádio Itatiaia o primeiro jogo de uma emissora mineira do exterior. De Buenos Aires, Campeonato Sul-Americano (hoje Copa América), Brasil x Argentina, junto com Januário Carneiro e Osvaldo Faria. Foi quando o Januário, fundador da Itatiaia, disse a frase que ficou famosa e até hoje abre as transmissões esportivas da emissora: “Nós abrimos para o rádio de Minas, o caminho de todos os continentes”. Trabalhou também nas rádios Guarani, Capital, Inconfidência e Mineira e fez transmissões para várias emissoras do interior. Aposentou-se na Mineira. Era conhecido como “O mais internacional dos locutores”, já que era o jornalista mais viajado de Minas e um dos mais viajados do Brasil para o exterior. Hoje, com 80 anos de idade, Waldir Rodrigues está no asilo Padre Antônio Ribeiro Pinto, na cidade de Rio Casca. Mas que ninguém pense que ele foi abandonado ou que esteja só ou triste com esta situação.

Muito pelo contrário

A opção foi dele mesmo, nascida de uma conversa com o filho Fernando, engenheiro ambiental em Viçosa. Depois de uma visita a ele, em Belo Horizonte, Fernando o achou “largado”, bebendo muito em função da aposentadoria, da falta do que fazer e da separação da segunda esposa, Fabiana. Waldir concordou com ele e acatou a sugestão de ir para este asilo, na cidade da primeira esposa, Nilce.

WALDIR1

A diretora da casa, Célia Alvarenga informou ao diretor da rádio local, Extra FM, Álisson Ribeiro, que não perdeu a oportunidade de ter em seus quadros alguém com esta bagagem e competência. Convidou o Waldir a dividir com ele a apresentação do programa “Extra News”, de segunda a sexta-feira, de 11h20 às 12h30, onde eles dão notícias de tudo, comentam e entrevistam, dedicando o último bloco ao futebol.

Força de expressão

A palavra “asilo” é pesada para o local, que na verdade é uma casa de repouso, muito bem estruturada, onde os moradores têm toda assistência médica, psicológica e social. Waldir Rodrigues está lá há sete anos e poucos meses depois de chegar a notícia se espalhou na cidade.

WALDIR2

Waldir Rodrigues pode ser ouvido pela internet no endereço www.extra105.com.br nesta rádio de nove anos de existência, porém, líder de audiência na região e fundada pelo próprio Álisson Ribeiro. Fui lá quinta-feira fazer uma visita e conhecer esta tradicional e acolhedora cidade de Minas, a 192 quilômetros de Belo Horizonte, onde nasceu a Cotochés, fábrica de lacticínios, um dos orgulhos do nosso estado no setor.

Tive a satisfação de trabalhar com o Waldir na rádio Capital, na primeira oportunidade profissional que tive em Beagá. Aprendi demais com ele, da profissão e da vida; gratidão eterna. Depois trabalhamos juntos novamente na Rádio Inconfidência. Tive notícia de que ele estava em Rio Casca pelo Leopoldo Siqueira, da TV Alterosa, que o entrevistou para a Enciclopédia do Rádio, trabalho da melhor qualidade das jornalistas Nair Prata e Maria Cláudia Santos.

A voz continua a mesma. Fisicamente mudou pouco, agora com as rugas características de quem consegue chegar aos 80 anos. Waldir é conterrâneo de João Guimarães Rosa, pois nasceu em Cordisburgo, na Fazenda São Thomé, no dia seis de junho de 1934. Com a primeira esposa, Nilce, teve os filhos Márcia e Fernanda; com a segunda, Fabiana teve o Bruno. Tem cinco netos.

Felício Brandi, um dos maiores dirigentes da história do futebol brasileiro, foi seu padrinho de casamento, em 1962, e chegou atrasado 15 minutos à cerimônia. Depois da celebração chamou o Waldir num canto e explicou:

__ Atrasei-me por um motivo que você vai gostar: eu estava numa reunião com o pessoal do América e acabei de contratar o Tostão para o Cruzeiro. E já acertei com ele e a família dele.

O casamento foi na Igreja de Lourdes, celebrado pelo conselheiro do Atlético, Dom Serafim Fernandes de Araújo.

Ele nunca falou nos microfones para qual time torce, mas é cruzeirense. Conta que o Cruzeiro de 1966 foi o maior time que viu jogador. A Holanda de 1974 foi a melhor seleção e a forma de jogar mais impressionante. Considera Pelé, o maior jogador de todos, mas ressalvando que Garrincha está ali, colado, uns milímetros atrás do “Rei”.

Não pensa muito para responder que na Rádio Itatiaia teve a melhor experiência profissional e que Januário Carneiro, um gênio da comunicação, visionário, ousado, muito além do seu tempo.

Ele assiste TV, ouve rádio e lê jornais, livros e revistas todos os dias, de manhã, à tarde, à noite e nas madrugadas.

Concluiu que estava na hora de ir para uma casa de repouso quando percebeu que estava bebendo todos os dias, nos bares perto de sua casa no Bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte. Cachaça, cerveja e cigarros, diariamente e não conseguia se controlar.

Para não incomodar a família e a ninguém, gostou da ideia do filho Fernando de se asilar.

Continua tomando a sua cervejinha e fumando, porém, “moderadamente” e fora das dependências da casa de repouso.

Está muito feliz com a decisão. Diz que o Asilo Padre Antônio Ribeiro é o “Maracanã” das casas de repouso; um “5 Estrelas”. Paga em torno de um salário mínimo pela moradia e é muito grato à direção do asilo e à cidade de Rio Casca, que o abraçou. Já foi homenageado pela Câmara Municipal, Prefeitura, Polícia Militar e sempre é chamado para fazer palestras sobre as suas experiências profissionais e a vida.

Antes de mim ele foi visitado pelo comentarista Flávio Anselmo; pelo ex-locutor da Rádio e TV Tupi do Rio, José Cunha, que voltou a morar em Ponte Nova e fez uma entrevista de uma hora com ele para o programa que tem na TV Educativa local. Também foi visitado pelo Antônio Pereira Lopes, o “Andorinha”, motorista, que foi colega nosso nas rádios Capital e Inconfidência, que também se aposentou e voltou a morar na cidade natal, São José do Goiabal.

A emoção foi grande em rever o Waldir, que felizmente está bem de saúde e muito satisfeito com a vida atual.

ALISSONWALDIR

Eu, Waldir e o Álisson Ribeiro, diretor da Rádio Extra FM 105,5 de Rio Casca

ASILOFACHADA1

Vista da frente do Asilo Padre Antônio Ribeiro Pinto em Rio Casca

ASILOFACHADA2

Segundo o Waldir esta casa de repouso é o “Maracanã” dos asilos.


Decadência do futebol brasileiro avaliada na argentina

Jorge Barraza é um conceituado jornalista argentino que escreve sobre o futebol mundial, principalmente sobre os clubes da América do Sul. Tive o prazer de receber os seguintes questionamentos dele: “. . . Estou fazendo uma matéria sobre o futebol brasileiro. Eu vejo que esta abaixo, não é a potencia de outros tempos, não há tantos jogadores craques; a seleção está em reconstrução, os clubes não têm a potência de outras épocas. Inclusive o jeito de jogar dos clubes e da seleção não é o de antes, que eram máquinas de jogar. Em sua opinião, o que está se passando…? Onde estão as falhas? Por que não aparecem grandes craques como antes? Uma opinião o mais breve possível, seis linhas. Pode ser?”

Claro que sim e com o maior prazer respondi ao Jorge o que penso, apesar do espaço pequeno para falar do que entendo como as causas destes problemas.

Para mim a falta de craques em grande quantidade nos clubes brasileiros segue o mesmo problema vivido pela Argentina: os jogadores são levados cada vez mais jovens pelos empresários para o exterior, Europa principalmente.

A maioria dos grandes clubes passa por crises administrativas, em função de gestões incompetentes e ou suspeitas.

Respondi ao colega argentino também que o futebol mineiro é exceção, já que Atlético e Cruzeiro, com diretorias sérias, dominam o futebol brasileiro por dois anos consecutivos, mesmo arrecadando muito menos em direitos de TV e publicidade do que os concorrentes do Rio e São Paulo. A seleção brasileira retrocedeu ao apostar novamente em Felipão, um técnico ultrapassado.

Que Mano Menezes foi demitido da seleção justamente quando estava acertando o time para a Copa, apesar de ter perdido a Medalha de Ouro em Londres. Para piorar, depois do vexame no Mundial e os 7 a 1 para a Alemanha, a CBF, que já não tem credibilidade com o torcedor brasileiro, aposta novamente em Dunga, quando tinha opções infinitamente melhores. Dentre elas, a melhor teria sido o Marcelo Oliveira, do Cruzeiro, maior novidade entre os treinadores brasileiros depois do Telê Santana. Marcelo sim, faria a seleção voltar a jogar um futebol bonito, ofensivo e produtivo, além de ser alguém insuspeito. É o que penso!

SL

E por falar nos argentinos o San Lorenzo passou apertado, mas passou, ontem, na prorrogação, pelo Auckland City da Nova Zelândia e vai decidir o Mundial de Clubes no Marrocos, sábado, 17h30, com o Real Madri.

Quero ver se o simpático Francisco faz milagres mesmo!