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Cruzeiro 3 x 1 Tombense. Vale o dito do “Bruxo”: “quando tá valendo, tá valendo”

Arthur Gomes abriu o placar aos 24 minutos do primeiro tempo (Foto: twitter.com/Cruzeiro/@staff_images)

Minha coluna no BHAZ:

A frase do Ronaldinho Gaúcho passa a valer agora nos campeonatos estaduais: “quando tá valendo, “tá valendo”!
Tanto em Minas quanto no resto do país.


O Cruzeiro mostrou isso contra o Tombense no jogo de volta, no Mineirão: 3 x 1 sem maiores dificuldades, especialmente depois que o bravo time de Tombos abriu o bico a partir dos 20 minutos do segundo tempo, no calorão que fazia na Pampulha naquele momento, e com a necessidade de correr mais, para tentar empatar a partida, que estava 1 a 0 para a Raposa.


Diferença enorme do time bem organizado pelo técnico Larcamón, do Cruzeiro, com melhores valores individuais, muito superior na condição física e jogando em casa, com a força da torcida (40.158 presentes, renda R$ 1.689.992,50), que apoiou o tempo todo.


O segundo e terceiro gols do Cruzeiro foram uma mostra do cansaço e desorientação do Tombense.
Agora a Raposa assiste de camarote, América x Atlético, no Independência. Vamos ver se o Coelho terá competência para devolver o placar adverso ao Galo, que fez 2 a 0 no jogo de ida, na Arena MRV.
E na final, vai continuar valendo a frase do “Bruxo”: “quando tá valendo, tá valendo”. O resto é perfumaria!

Mesmo sem estrelas de primeira grandeza no elenco, o técnico Nicolás Larcamón montou um time determinado e disciplinado taticamente (Foto: twitter.com/Cruzeiro/@staff_images)


Crime infiltrado nas “organizadas” de Brasília. Se é assim lá, imagine em BH e demais praças onde há futebol pra valer

Se lá é assim, imagine onde há futebol de verdade. O Brasil é um só e no DF não é diferente. Foto: www12.senado.leg.br/radio

Minha coluna no BHAZ:

Li, hoje, uma ótima reportagem no Correio Braziliense sobre as torcidas dos maiores rivais do futebol do Distrito Federal, Gama e Brasiliense. O futebol é o menor dos motivos para a existência delas, que são usadas como fachadas para abrigar todo tipo de crime e criminosos, com destaque para as drogas.
Há associados que não sabem o nome de nenhum jogador de nenhum dos times, mas está no “bonde” por interesses no submundo da criminalidade.

Associei o que li com o que assisti dia desses na série ‘Vale o Escrito – A guerra do jogo do bicho’, da Globoplay. Sensacional. Mostra o envolvimento até o pescoço de políticos de todas as áreas (no poder e fora dele), juízes, desembargadores, delegados de polícia, policiais militares (do soldado a oficiais de alta patente) celebridades e sub do mundo artístico, inclusive do futebol.


E como o Brasil é um só, dá pra entender melhor os motivos da impunidade das lideranças dessas chamadas “torcidas organizadas”.
Parabéns à Darcianne Diogo, jornalista responsável pelo trabalho, e ao Correio, por bancar uma reportagem dessas, que durou três meses e será mostrada em partes, por edições, numa série intitulada “Na bola e na bala”.
O título faz lembrar também a ótima ‘Plata o plomo?’ (Prata (dinheiro) ou chumbo?), da série Narcos, da Netflix. A primeira parte saiu hoje e dá para acessar por meio do site do jornal.

Uma ótima fonte de inspiração para os destemidos jornalistas investigativos e veículos de imprensa de Belo Horizonte. Nunca vi trabalho semelhante por aqui, esmiuçando as poderosas uniformizadas dos nossos poderosos maiores clubes.


A propósito, só hoje, depois de 22 dias do atentado das “organizadas” do Sport Recife contra o ônibus do Fortaleza, a polícia de Pernambuco cumpriu mandado de prisão e busca e apreensão domiciliar contra os criminosos.


Confira o trabalho da Darcianne Diogo no Correio. Vale a pena!

“Como o DF virou refém da banda podre das torcidas organizadas”
Série do Correio desvenda o submundo real e virtual de uniformizadas dos clubes mais populares da capital. No primeiro episódio, saiba como os criminosos se infiltram nos grupos e rapidamente são empoderados para a prática da violência e leia depoimentos de quem se arrependeu de ter degustado o combo da perversidade. Polícia investiga os vândalos
Darcianne Diogo

https://www.correiobraziliense.com.br/na-bola-e-na-bala/2024/03/6818915-como-o-df-virou-refem-da-banda-podre-das-torcidas-organizadas.htmlminoria


Marcelo Moreno no Cruzeiro é “barro na parede”. Se colar…

No início deste mês de março, Ronaldo esteve no Al-Hilal (time do Neymar) com a justificativa de negociar a permanência de Matheus Pereira no Cruzeiro. Como se um diretor qualquer da SAF não pudesse resolver isso sozinho. (Foto: X/@AlNassrFC)

Minha coluna no BHAZ:

Em 1987, aos 36 anos de idade, Vanderlei Eustáquio de Oliveira, o saudosíssimo Palhinha (que nos deixou em julho do ano passado), era técnico do Atlético e adorava “resenhas” com os repórteres que cobriam os treinos na Vila Olímpica. Ele tinha parado de jogar recente, no América, aos 35. Na roda, estávamos, eu, Paulo Celso (Rádio Guarani/Estado de Minas), Roberto Nery (Diário da Tarde) e Roberto Abras (Itatiaia). O papo era sobre a carência de grandes meias e atacantes no futebol mineiro e brasileiro. Em determinado momento ele disse:
__ O futebol está muito mais fácil de jogar hoje; os árbitros punem qualquer porrada. Tem hora que me arrependo de ter parado, pois dava pra jogar mais uns dois ou três anos, mas agora não animo mais a voltar jogar. Estou noutra!
Lembrei disso quando ouvi a notícia do retorno do Marcelo Moreno ao Cruzeiro. Estranheza geral, até no mundo azul.


Mas, nessa carência de artilheiros Brasil afora, quem sabe? Não custa tentar. Marcelo Moreno está com 36 anos de idade e seus últimos clubes foram o Cerro Porteño/Paraguai, ano passado e Independiente del Valle/Equador, este ano.
A justificativa passada à imprensa pela diretoria do Cruzeiro é que se trata de uma despedida da carreira em “grande estilo”, com a camisa do clube, por quem o jogador tem tanto carinho e etecetera e tal. Teria até emprestado dinheiro à Raposa em determinado momento. Acredite quem quiser!

Marcelo Moreno foi reportagem destaque da revista eletrônica da CONMEBOL em novembro do ano passado (Imagem: conmebol.com)

De repente, ele poderá mostrar nos treinos que ainda tem bola, marca uns gols, marca mais no jogo de despedida e, quem sabe, pode até ganhar um contrato para ajudar o time no Brasileiro!
E o principal: Marcelo Moreno é um nome internacional. Quase ninguém se lembra, mas ele foi o artilheiro das Eliminatórias da Copa do Catar, mesmo jogando pela Bolívia, que terminou na penúltima colocação. Aliás, entrou para a história como o terceiro maior goleador das Eliminatórias Sul-americanas: 22 gols, perdendo só para Messi, 31, e para o uruguaio Luís Suárez, 29.
Nessa lista, o primeiro brasileiro a aparecer é o Neymar, em 10º lugar, com 16 gols.


No primeiro mundo do futebol isso tem pouca importância aos olhos do torcedor, mas no primeiro mundo dos negócios da bola, vale ouro. Ainda mais agora, na era dos clubes empresas. Ronaldo tem prestígio monstro com os emires e sheiks do mundo árabe.
Continua ídolo de primeira grandeza de alguns dos homens mais ricos do planeta, como estes emires e skeiks do Oriente Médio.

E vive fazendo propaganda dos clubes dos quais é dono, distribuindo camisas do Cruzeiro e Valladolid mundo afora.


Em outubro de 2023, junto com outro astro da bola, o português Luis Figo, seu companheiro de Real Madri, foi recebido com “honras de chefe de estado” em Riad, pelos donos do Al Nassr (atual time do Cristiano Ronaldo), em Riad. Convidados para assistir uma luta de boxe na cidade.
No início deste mês de março, voltou lá, porém, foi ao Al-Hilal (time do Neymar) com a justificativa de negociar a permanência de Matheus Pereira no Cruzeiro.


Marcelo Moreno é respeitado como goleador no mundo árabe. Sua simples presença no elenco cruzeirense valoriza os “ativos” da SAF do Ronaldo, que por sua vez não esconde de ninguém que já já pode negociar as suas ações do Cruzeiro e do Valladalolid.
Que ninguém se surpreenda se a qualquer hora dessas seja feito o anúncio de que um sheik saudita, ou emir do Catar, ou um outro graúdo dos Emirados, seja o novo acionista majoritário do Cruzeiro.

Gianni Infantino, presidente da FIFA ganhando camisa do Cruzeiro (Foto: twitter.com/Cruzeiro)


Americanos reclamam de tratamento grosseiro nos bares da Arena do Galo

Foto: arquivo pessoal

Minha coluna no BHAZ:

Torcida do América também sofreu com atitude mal pensada da diretoria do Atlético na Arena

Recebi de vários americanos essa e outras fotos da área dos bares destinada à torcida do Coelho no clássico contra o Galo, sábado, na Arena MRV, com frases tipo:
“Precisa mesmo disso pra nós?”
“Lamentável”
“Olhe a grade que colocaram no bar da torcida do América”
“FDP”
“Acham que somos vândalos”
“Denuncie na FMF”


Fica a pergunta: pra quê isso, gente?
No primeiro contra lá contra o Cruzeiro foram retiradas portas dos banheiros masculinos e femininos do setor visitante, não venderam cerveja com álcool para os cruzeirenses e desligaram o sistema de som pra impedir a coletiva do técnico Zé Ricardo.
Agora, isso com a torcida do América.
Triste. Coisa de cabeça cozida!


Previsões, chutes e palpites que fazem muita gente boa pagar micos

Minha coluna no BHAZ:

Prováveis finalistas e chutes arriscados que costumam derrubar reputações

O jornalista Bruno Marum foi alvo de protestos de americanos por opinar, na Band News FM, que o América “já deitou” e que o Atlético estará na final do Mineiro. Penso que, em “condições normais de temperatura e pressão”, ele tem razão. Como diria Nelson Rodrigues, só se o “Sobrenatural de Almeida” entrar em campo para o Coelho reverter a situação, o que ocorre de vez em quando no futebol.


Quanto a Cruzeiro x Tombense, o Marum tem dúvidas, e para mim a Raposa vai à final. Aguardemos!
Todavia, ninguém tem bola de cristal e determinadas previsões e avaliações costumam gerar grandes polêmicas e micos. Caso do Hulk, por exemplo, detonado por vários comentaristas quando foi anunciado pelo Atlético e nos primeiros meses dele na Cidade do Galo.


Os integrantes do programa Barba, Cabelo e Bigode, da Rádio O Tempo, pegaram um comentário do Lélio Gustavo de 2018, ou seja, três anos antes da chegada do Hulk ao Atlético e puseram no ar ontem. Era uma paulada no atacante, dizendo se tratar de, “no máximo voluntarioso”, que “deu sorte na vida” de jogar na seleção brasileira.


Claro que este “corte” foi parar no twitter @bcbigode e eu não perdi a oportunidade de zoar o Lélio, que, com razão, foi à réplica: “este é um vídeo velho; quando o Hulk chegou ao Atlético só teve elogios de minha parte: pra jogar no Brasil dá!”


E lançou o desafio: “quero ver se você tem uma coluna o elogiando em 2014”.


E é verdade. Até vir para o Atlético, Hulk era pouco conhecido no Brasil e elogios ao futebol dele eram raríssimos.
Calou a boca de todos que o detonaram


Mais um excesso de Zé Ivaldo prejudica o Cruzeiro, que retorna com a vantagem de Ipatinga

Imagem: twitter.com/Cruzeiro

O Cruzeiro precisa “mandar olhar” o Zé Ivaldo. Bom zagueiro, mas cabeça cozida em momentos que exigem autocontrole. Como bem observou o Luciano Dias da TV Band Minas

@jornlucianodias “Quase todo jogo tem esse tipo de lance envolvendo o Zé Ivaldo. Precisa ser cobrado, multado!”.

O Cruzeiro mandava na partida  até a expulsão dele, aos 34 minutos do primeiro tempo. E lamentavelmente ele saiu de campo aplaudido pela torcida,  que gritou seu nome. O torcedor apaixonado avaliza qualquer atitude de jogador que veste a camisa do seu time e não vê o tamanho que uma expulsão dessas pode ser  prejudicial na sequência.

A partir dessa expulsão o Tombense cresceu e a partida ficou equilibrada.

No segundo tempo, aos 41, nova expulsão azul: Marlon, por reclamações com o árbitro Paulo Cesar Zanovelli.

Empate sem gols e o Cruzeiro manteve a vantagem de jogar por outro empate no Mineirão a partida de volta.

Foto: twitter.com/Cruzeiro


América foi na base do “quem não faz, leva”; Arana voltou a jogar muito

Foto: twitter.com/Atletico

Minha coluna no BHAZ:

Uma boa partida de quase todo o time do Atlético, com destaque para Arana, que foi fundamental nos dois gols. Batagllia foi outro destaque. Gustavo Scarpa ainda jogou o que se espera dele.
Paulinho marcou seu primeiro gol no ano e Hulk, o centésimo com a camisa do Galo.


O América fez um primeiro tempo muito bom. Aos 41 minutos Matheusinho, quase na marca do pênalti, desperdiçou a melhor oportunidade da partida até aquele momento. Aos 43, Paulinho abriu o placar para o Atlético.


Esperava-se lotação completa da Arena, mas público foi abaixo do esperado: 32.445 presentes.
Vantagem revertida, o Galo poderá até perder por diferença de um gol o jogo da volta, no Independência.

Foto: twitter.com/Atletico


O acerto do Tombense em levar jogo contra o Cruzeiro para o Ipatingão. Bom também para a Raposa

Foto: Prefeitura de Ipatinga/divulgação

Só a torcida cruzeirense do Vale do Aço já lota o estádio. Comandado por empresários competentes, o mandante cedeu quase 100% da carga a que tinha direito para o clube da capital.
Resultado financeiro mais que garantido. Ipatinga e cidades vizinhas, além de densamente povoadas (só Ipatinga tem 227.731 habitantes, pelo Censo 2022), têm população que torce prioritariamente para Atlético e Cruzeiro e qualquer jogo deles lá é sucesso de bilheteria, festa para receber as delegações, motivação total. Bem diferente de outras regiões de Minas, Uberlândia, por exemplo, para onde o Cruzeiro costuma levar suas partidas.


Dentro de campo, vai prevalecer quem correr mais e souber aproveitar melhor as oportunidades. No papel, o Cruzeiro tem mais time e é favorito. Mas estes fatores nem sempre funcionam no futebol, especialmente quando se trata de decisão.
Mas quem faz essas avaliações com mais propriedade que qualquer outro jornalista de Belo Horizonte, é o Fernando Rocha, que conhece tudo do Vale do Aço. Confira na coluna dele, no Diário do Aço, de Ipatinga:

“Decisão no “Gigante””
Depois de seis anos, o Cruzeiro volta ao Vale do Aço para jogar no Ipatingão, contra o Tombense, desta vez na condição de visitante, em partida de ida pela semifinal do Campeonato Mineiro.
O time da pequena Tombos acertou em cheio outra vez, ao tomar a iniciativa de jogar no Ipatingão, de olho na renda, em razão do grande número de torcedores da Raposa na região, pois a expectativa é de casa cheia com todos os 22.500 ingressos vendidos.
O “Gigante do Parque Ipanema” torna-se neste domingo o centro das atenções do futebol estadual, o torcedor celeste agradece e mostra sua força.
Por ter feito a melhor campanha geral na fase de classificação, a Raposa tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais, além de decidir sempre em casa no segundo confronto, até caso chegue à final.

  • Esta é a terceira vez que o Tombense, visando arrecadar mais com bilheteria, transfere um de seus jogos pelo Campeonato Mineiro, ao Ipatingão. A primeira vez foi em 2015, quando enfrentou o Atlético, perdeu de 3 x 0, mas os 18 mil pagantes proporcionaram uma boa arrecadação. Em 2018, retornou para enfrentar o Cruzeiro, perdeu de 2 x 1, com outro excelente público de 14.251 torcedores. Hoje, se todos os 22.500 ingressos forem vendidos, sendo 13.500 inteiras a R$100 e 9.000 meias-entradas a R$ 50,00, a renda chegará a R$ 1,8 milhão, recorde absoluto do estádio e do interior mineiro.
  • Uma falha da SAF/Cruzeiro é não valorizar, desconhecer ou até subestimar a força da sua torcida no Vale do Aço. Nos últimos dois anos, em litígio com a administração do Mineirão, o Cruzeiro jogou como mandante em Uberlandia, Sete Lagoas, Cariacica, Brasília, menos no Ipatingão, dando as costas para sua enorme torcida na região, que desde o início deste século sempre acolheu o time e o abraçou, como fez agora ao esgotar todos os ingressos colocados à venda.
  • Faltou também interesse e mobilização por parte dos atuais responsáveis pelo esporte na atual administração municipal, a fim de mostrar gestores não só da SAF/Cruzeiro, mas também ao Atlético, o potencial da região para produzir grandes espetáculos esportivos, devido ao enorme contingente de torcedores dos dois clubes na região.
  • Outro dificultador é o sucateamento do Ipatingão, que depois da grande reforma realizada em 1998, na gestão do ex-prefeito Chico Ferramenta; da colocação de cadeiras e troca do gramado nos governos de Sebastião Quintão e Robson Gomes, não recebeu novos investimentos, de maior vulto, ficando atrás ou perdeu a concorrência para outras arenas similares do país. Esta modernização do “Gigante do Parque Ipanema”, que passa pela troca do atual obsoleto sistema de iluminação, reforma de vestiários, banheiros, placar eletrônico e cobertura das arquibancadas, será um dos grandes desafios da próxima administração, a ser eleita em outubro próximo. Clássico terça

FIM DE PAPO
Na próxima terça-feira será a vez do clássico regional entre Ipatinga x Democrata/GV, com expectativa também de um bom público, no Ipatingão.
A situação de ambas as equipes é complicada, bem parecida, pois fizeram as piores campanhas do estadual, ao lado do Pouso Alegre, sendo obrigados a disputar um patético triangular, apelidado de “Torneio da Morte”, de onde só um escapará e dois serão rebaixados à segunda divisão no próximo ano.
Há pouco mais de uma semana, os dois rivais se enfrentaram no Ipatingão, registrando-se vitória do Tigre por 2 x 0, mas agora a pressão pelo resultado é ainda maior dos dois lados, prevendo-se uma partida nervosa, muito disputada e sem favoritismo.
(Fecha o pano!)
Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga


Dono do Botafogo diz ter provas contra corrupção das arbitragens. Tem mesmo ou se trata de mais um bravateiro?

Minha coluna no BHAZ:

Foto: Vitor Silva/BotafogoFR

Dono do Botafogo diz que tem gravações de árbitros reclamando que não tiveram suas propinas pagas

Bravatas e conversas “pra boi dormir” são comuns no Brasil. Como se trata de um cidadão nascido nos Estados Unidos e investidor no Rio de Janeiro, vamos ver se não se trata de apenas mais um bravateiro.

Com a experiência que teve como vice-presidente do Flamengo no início dos anos 1980, Walter Clark (um dos principais executivos da criação da Rede Globo) escreveu no livro de memórias dele, “O Campeão de Audiência, de 1991: “…se os senhores pensam que não se compra mais árbitros de futebol no Brasil, os senhores estão redondamente enganados…”
Infelizmente ele morreu em 1997 e nunca abriu esta caixa preta que é a arbitragem no Brasil, e no mundo.

No site da ESPN a manchete: “John Textor abre o jogo e diz como atuará após forte denúncia contra arbitragem brasileira”

Falas de dirigentes de clubes são muito semelhantes às dos políticos, e raramente a gente pode acreditar. Mas este “abre o jogo”, da manchete, me fez interessar em ler.
Li e me decepcionei ao constatar que a expressão “abre o jogo” foi usada apenas para “caçar cliques”, como diz o Dr. Stefano Venuto Barbosa.

Mas são declarações fortes e o norte-americano John Textor prestaria um grande serviço ao Brasil se realmente “abrir o jogo”, com provas do que anda falando.
Depois da vitória do Botafogo sobre o Bragantino, pela Libertadores, dentre outras coisas, ele disse a O Globo:

“… os fãs vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato…”

“… Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar…”

“…Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas…”


O gringo Textor assumiu o controle do Botafogo em 2022 e fala de manipulações que teriam ocorrido desde 2021. Mas só depois daquela virada ano passado, 4 x 3, em casa, que o alvinegro tomou do Palmeiras, é que ele começou a falar disso.

Todos sabemos que a corrupção existe desde antes da chegada da família real portuguesa por aqui, em 1808. O problema é provar e acima de tudo, punir.

No futebol, com a entrada em cena das casas de apostas eletrônicas a situação piorou.

Em 2013 a FIFA andava assustada com tantas denúncias e esboçou agir. Mas ficou só no esboço. As agências de notícias internacionais publicaram na época e postei em meu blog no dia 16 de janeiro daquele ano: “Fifa diz que crime organizado está de olho em 50 campeonatos para manipular de resultados”
Das agências internacionais
A Fifa anunciou nesta quarta-feira que o crime organizado está analisando cerca de 50 ligas de futebol para praticar a manipulação de resultados e, segundo o chefe de segurança da entidade, Ralf Mutschke, nenhum país está livre da possibilidade de ter jogos com placares arranjados pelos criminosos.
Mutschke afirmou que se encontrou com um agente condenado e que ele disse que os criminosos estão deixando o tráfico de drogas para “investir” nas partidas arranjadas.
“Conheci um agente condenado aqui em Zurique e ele me disse que os criminosos estão migrando do tráfico de drogas para a manipulação de resultados por causa do baixo risco e do alto lucro. Ele me disse isso pessoalmente”, disse Mutschke, que trabalhou para a polícia federal da Alemanha por 33 anos.
“Eu diria que cerca de 50 diferentes ligas nacionais de fora da Europa estão sendo analisadas pela organização criminosa para o mercado das apostas”, analisou.
A Fifa entende que a manipulação de resultados é uma das maiores ameaças ao futebol com jogadores e juízes se corrompendo e pela enorme quantidade de dinheiro envolvido nas apostas. Mutschke ainda diz que os manipuladores estão infiltrados no alto escalão das confederações, que juízes foram promovidos para participarem do crime e que os agentes assumiram o comando de alguns clubes para facilitar o negócio ilícito.”


Porém, o próprio presidente da FIFA à época, Joseph Blatter enfrentava acusações e investigações de corrupção. E em junho de 2015 ele caiu, obrigado a renunciar quatro dias depois de reeleito para um quinto mandato consecutivo. E banido do futebol.
Aguardemos os 30 dias sobre os quais John Texto se referiu. Acredito que tudo continuará como “dantes no quartel de Abrantes”.


Pena que essa moda não pega: ex-presidente do Inter condenado a mais de 10 anos de prisão

O ex-presidente com o mascote, Saci – Foto: @vpiffero

Minha coluna no BHAZ:

Estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro levaram a justiça gaúcha a condenar o presidente do Internacional em 2015/2016, Vitorio Piffero, a 10,6 anos. O vice de finanças dele, Pedro Affatato, tomou pena maior: 19 anos e oito meses.

E ainda mais três ligados à diretoria e um empresário da construção civil: engenheiro Carlos Eduardo Marques, condenado a seis anos e 10 meses, Ricardo Bohrer Simões e o contador Adão Silmar de Fraga Feijó, que tomaram oito anos e oito meses cada um.

E terão de ressarcir o dinheiro ao Colorado. Esquema que surrupiou mais de R$ 13 milhões dos cofres do Inter, denunciado na época pelo Conselho Fiscal, que recomendou ao Conselho Deliberativo a não aprovação das contas da diretoria.

As investigações sobre superfaturamento e outras irregularidades começaram em 2017, com o clube recém rebaixado para a Série B.

Que belo exemplo da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, em Porto Alegre.

Se fosse em Minas, se desse em alguma coisa, provavelmente seria, no máximo, “banimento dos estádios” durante alguns meses, do jeito que foi feito com as organizadas mais famosas, que brigam e se matam nos estádios e ruas de Belo Horizonte.

Piffero (na foto com Pedro Alfatato) já teve grande prestígio com a torcida do Inter. Como vice de futebol ele conquistou a Libertadores e o Mundial em 2006. Depois foi presidente, entre 2007 e 2010, ganhando Recopa, em 2007, a Sul-Americana, em 2008, e a Libertadores, em 2010. Voltou à presidência em 2015 e queimou todo o prestígio com essa lambança.

O Inter soltou uma nota:

“O Sport Club Internacional informa que, na data de hoje, tomou conhecimento da publicação de sentença condenatória dos envolvidos, bem como da condenação ao ressarcimento dos danos causados. Por se tratar de processo que tramita em segredo de Justiça, aguardará os próximos desdobramentos da decisão, que comporta recurso das partes envolvidas. Os dois ex-dirigentes citados não fazem mais parte do quadro social e do Conselho Deliberativo, tendo sofrido todas as medidas administrativas do Clube”.

Mais detalhes no https://ge.globo.com/rs/futebol/times/internacional/noticia/2024/03/05/ex-presidente-e-ex-vice-de-financas-do-inter-sao-condenados-a-prisao-por-irregularidades-no-clube.ghtml