Mais uma decisão que entra para a história dos jogos mais impressionantes do futebol sul-americano, mas é importante lembrar um fato que quase pôs tudo a perder para o Atlético
Grande parte dos jogadores do futebol brasileiro vai levar algumas características negativas para o túmulo. O interesse individual acima do coletivo, por exemplo. Também a soberba de se achar vitorioso antes do fim do jogo. Estes dois defeitos foram vistos no primeiro tempo de Atlético x Lanús na final da Recopa no Mineirão.
Aos cinco minutos Tardelli fez 1 a 0, de pênalti, mas antes de ir comemorar com a torcida foi atrás do gol, pegou e vestiu uma camisa publicitária comemorativa dos 100 gols dele pelo Atlético e depois foi carregado pelos companheiros. Que importância tem essa marca na história do Atlético em relação a um título internacional que estava em disputa?
Tardelli tomou o cartão amarelo como manda a regra e no embalo, quando o time ainda comemorava o gol e a marca dele, o Lanús empatou o jogo através do Ayala, em um ataque que pegou o sistema defensivo atleticano totalmente desorganizado.
O jogo ficou tenso, os argentinos na base do tudo ou nada tomaram conta e aos 25 fizeram 2 a 1 com o Santiago Silva.
O Atlético levou cinco minutos para se recompor em campo e equilibrar a partida que estava dominada pelo Lanús. Até que aos 38 Marcos Rocha acertou passe milimétrico para Maicosuel empatar e tranqüilizar a todos.
O segundo tempo foi uma loucura, de lances perigosos para os dois lados e muita correria. Aos 18 Levir Culpi trocou Ronaldinho pelo Luan. O gaúcho não ficou satisfeito e na saída agiu como se estivesse se despedindo dos companheiros e da torcida. Mudança justa já que ele estava cansado e apenas figurando em campo.
Tardelli passou a organizar bem as jogadas ofensivas e colocou Guilherme, que havia entrado no lugar do Maicosuel, duas vezes em condição de marcar, mas desperdiçou.
O árbitro uruguaio Roberto Silveira deu quatro minutos de tempo extra e aos 48 o Lanús fez 3 a 2 levando a decisão para a prorrogação.
O Galo já tinha feito as três substituições já que Tardelli, com câimbras, deu lugar a Dátolo. Mesmo assim buscou mais o gol e aos 13 minutos Luan cruzou quase da linha de fundo tentando encontrar Jô mas foi mais feliz e encontrou as redes do Lanús, já que a bola bateu no peito do zagueiro Gustavo Gomez e entrou.
Aos cinco do segundo tempo da prorrogação todo o sofrimento da massa atleticana passou para o lado argentino com o gol contra do Ayala, atacante que foi ajudar a defesa e marcou um gol incrível que deu o título ao Galo. Justamente o Ayala, um dos melhores jogadores do Lanús na partida.
Um jogo espetacular, que mexeu com os nervos de todos que assistiram. E serviu para acabar com os estoques de foguetes de atleticanos e também de quem torcia contra, com tantos gols marcados, idas e vindas do Galo para chegar à conquista.