Blog do Chico Maia

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Deu no SuperFC: "Cinco clubes da Série A contratam quase meio time na Copa". E o nossos?

Está chegando a hora de começarmos a preparar o espírito para o recomeço do Brasileiro! Ufa!

Manchete do SuperFC de hoje:

“Cinco clubes da Série A contratam quase meio time na Copa”

Aí vêm os nomes dos clubes:

* “Criciúma e Fluminense estão com seis jogadores novos, enquanto que Chapecoense, Figueirense e Vitória contrataram cinco”

E os nossos? O Cruzeiro já está com o time montado e estava embalado na competição, líder; o Galo precisando se arrumar em várias posições.

Na série B o América degringolou mas continua entre os quatro primeiros. Passou o goleiro Mateus “nos cobres” para o Braga de Portugal, mas não tinha outro jeito. A cabeça dele estava lá há tempos e os frangos comprometedores que ele engoliu foram por causa disso.

O Cruzeiro fez bons amistosos nos Estados Unidos, principalmente contra times da prateleira de cima do México. O Galo enfrentou chineses, venceu também, mas entendo que está valendo mesmo são estes dias na Argentina, se preparando para essa Recopa. Levir Culpi costuma tirar água de pedra e a esperança atleticana neste pós-copa está nessa boa fama do treinador.

A notícia completa dos reforços contratados pelos adversários:

“Após 45 dias de pausa por causa da Copa do Mundo, o Campeonato Brasileiro volta a ser disputado na próxima quarta-feira (16), quando os times entrarão em campo pela décima rodada da competição.

Durante a parada do Mundial, os clubes aproveitaram para buscar novos reforços e negociar jogadores que não vinham sendo aproveitados ou que receberam boas propostas.

Das 20 equipes, cinco contrataram quase meio time. Criciúma e Fluminense estão com seis jogadores novos, enquanto que Chapecoense, Figueirense e Vitória contrataram cinco.

Quarto colocado da tabela, com nove pontos, o São Paulo apresentou o meia Kaká no último domingo (6), no Morumbi -ele foi emprestado junto ao Orlando City (EUA) até o final do ano.

Contratado em maio, Alan Kardec poderá fazer sua estreia com a camisa tricolor nesse reinício. Embora tenha vindo do Palmeiras, o atacante pertencia ao Benfica-POR e precisou aguardar a janela de transferência internacional para poder atuar. O zagueiro Rafael Toloi, que estava na Roma (ITA), retorna de empréstimo e estará à disposição de Muricy Ramalho.

O Cruzeiro, líder do Brasileiro com 19 pontos, trouxe três novos reforços: Manoel (zagueiro, Atlético-PR), Marquinhos (atacante, Vitória) e Neílton (atacante, Santos).

Após 14 anos no Corinthians (entre as categorias de base e profissional), o goleiro Julio Cesar está de saída. Foi emprestado ao Náutico até o final da temporada. A equipe alvinegra ainda contratou o atacante Romero, o zagueiro Anderson Martins, que estava no futebol do Qatar, e o meia uruguaio Lodeiro.

O Palmeiras, que terá a estreia do técnico Ricardo Gareca, se reforçou com o lateral Weldinho, o atacante argentino Pablo Mouche e o zagueiro argentino Tobio. Foram embora Thiago Alves, Chiquinho e Miguel -os três emprestados a outras equipes.”

http://www.otempo.com.br/superfc/futebol/cinco-clubes-da-s%C3%A9rie-a-contratam-quase-meio-time-na-copa-1.881605?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

MERCADO


O possível fim da teoria conspiratória mais idiota que já circulou

Desde 1998, quando o Brasil “vendeu” a Copa para a França, essa idiotice circula na internet e de boca em boca.

O ESPN entrevistou o cidadão cujo nome era usado como o hiper informado “jornalista alemão” autor das denúncias.

Tomara que essa “corrente” pare de circular, mas do jeito que tem incauto no mundo, pode ser que continue.

Confira:

* “Conheça Gunther Schweitzer, o homem que supostamente ‘denunciou’ a venda da Copa 2014”

“Copa 2014 – Divulgado o escândalo que todo mundo suspeitava! Talvez, isso explique a razão de o jogador Paulinho ter declarado a seguinte frase: ‘Se as pessoas soubessem o que aconteceu na Copa do Mundo, ficariam enojadas (…)'”.

Se você gosta de futebol e entra regularmente na internet já leu pelo menos uma vez esse início do texto atribuído ao “jornalista” Gunther Schweitzer – em 2014, ele é apontado como diretor da ESPN. Outras versões, em diferentes anos, denunciaram vendas das Copas do Mundo de 1998, 2002, 2006, 2010 e até da Libertadores 2012 e dos Mundiais 2010 e 2012, vencidos pelo Corinthians.

A diferença de um e-mail para o outro era a mudança dos nomes de jogadores e times protagonistas, além das circunstâncias e anos adaptadas. Pois a única coisa que se mantinha sempre era a assinatura do “jornalista” Gunther Schweitzer. Mas quem é o suposto homem que “revelou” todas essas “mazelas” para o planeta? . . .

GUNTER

Gunther Schweitzer (direita) é na verdade personal trainer e mora em Mogi das Cruzes

A reportagem completa está no

http://espn.uol.com.br/noticia/424670_conheca-gunther-schweitzer-o-homem-que-supoetamente-denunciou-a-venda-da-copa-2014


Felipão e Parreira estão indo muito bem como teatrólogos e cenógrafos!

Luiz Felipe Scolari disse que fez tudo certo e quem “gostou, gostou; quem não gostou que vá para o inferno!”. Depende do ponto de vista sobre o “tudo certo”. Se falarmos de teatro ele e Carlos Alberto Parreira realmente foram muito bem e merecem nota 10: disseram que o Brasil seria campeão, pois tinha essa obrigação; ensinaram os jogadores a cantar o Hino Nacional à “capela”, com todo o vigor; alguns , como o David Luiz, aos berros, com cara feia. Também ensaiaram bem a nova moda de se entrar em campo, trocando as mãos dadas inventadas pelo Dunga pela mão no ombro do companheiro à frente, em fila indiana. Inventaram também uma psicóloga para conter a tremedeira do grupo quando começou chegar a hora da verdade, como se um profissional desses resolvesse este tipo de problema em algumas seções coletivas e em público, como foi feito.

ATORES

Mudaram a forma de atuar do assessor de imprensa, Rodrigo Paiva, até então um sujeito cordial e prestador de bons serviços à CBF como jornalista. Virou “leão de chácara”, para impedir perguntas inconvenientes de jornalistas e depois agredir jogador chileno no intervalo.

Acharam que foi o terço do goleiro Victor que salvou o Júlio César e o time nos pênaltis contra o Chile; aí tentaram transformar o Neymar, machucado, em mártir e santo milagreiro. Puseram os jogadores e toda a comissão técnica para entrar em campo contra a Alemanha com boné com o nome dele. Na hora do Hino, mais uma dose cavalar, com o capitão David Luiz e o Júlio César exibindo a camisa do Neymar.

SAL

E teve ainda o sal grosso que o preparador físico Paulo Paixão espalhou no gramado do Mineirão antes da entrada dos times. Na Idade Média era usado para afastar os maus espíritos, os demônios e as bruxas das casas, assim como nos dias atuais. Não consta que espante também goleadas de times bem treinados e com grandes jogadores bem escalados. Mas como teatro, vale!

Como teatrólogos e atores, os comandantes Scolari e Parreira merecem realmente nota 10, mas não foi para isso que eles foram contratados pela famigerada CBF. Como veteranos e rodados profissionais do futebol, só não merecem nota zero porque convocaram jogadores que a maioria dos treinadores convocaria. Faltou aos convocados um técnico competente que, que treinasse o time.

MAUS

Para completar, aquela ridícula entrevista coletiva no dia seguinte aos 7 a 1. Foram 49 minutos de bobagens, quando tentaram convencer a todos que a goleada foi fruto apenas de um “apagão” de seis minutos que resultou nos quatro gols alemães. Tese também defendida pelos amigos e atores deles na imprensa. Com direito à tal carta elogiosa da suposta senhora “Lúcia”, lida pelo Parreira.

menino


Federação de Treinadores quer que Felipão processe empresário do Neymar que o detonou. Será que processa?

Não acredito. Esse Wagner Ribeiro deve saber demais. Isso acaba dando acordo.

E essa Federação de Treinadores? Alguém já ouviu falar de alguma coisa interessante dela?

WAGNERNeymar e Wagner Ribeiro

A notícia está no site do Hoje em Dia:

“A Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF) não quer que Wagner Ribeiro fique sem punição após chamar Luiz Felipe Scolari de “velho babaca, arrogante, asqueroso, prepotente e ridículo”. O técnico da Seleção Brasileira já tem advogados à disposição para processar o empresário de Neymar.

“A Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol colocará seu Departamento Jurídico à disposição de Luiz Felipe Scolari para que ele tome as devidas providências se julgar necessário às ofensas que sofreu pelo Sr. Wagner Ribeiro”, informou a FBTF em comunicado.

A entidade disse repudiar a manifestação do agente em seu Twitter, na qual destaca que o treinador “não ganhou nada pela seleção de Portugal”, foi “mandado embora do Chelsea”, foi treinador no Uzbequistão, voltou ao Brasil para rebaixar o Palmeiras e “pediu demissão 56 dias antes do final do campeonato para escapar do rebaixamento”.”

http://www.hojeemdia.com.br/esportes/copa-2014/federac-o-disponibiliza-advogado-para-felip-o-processar-agente-de-neymar-1.253769


Terceiro lugar vale tanto que nem o Galvão Bueno estará em Brasília!

Notícia do Uol:

GALVAO

* Galvão Bueno, principal narrador da TV Globo, não irá comandar a transmissão do último jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2014. Luis Roberto De Mucio irá fazer a narração deste sábado, às 17 horas, na emissora carioca. A partida contra a Holanda vale a terceira colocação no Mundial.

Após a derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal, a partida dos brasileiros que ocorre em Brasília terá os comentários de Caio Ribeiro e Juninho Pernambucano, com Renato Marsíglia analisando a arbitragem.

A equipe número 1 da Globo – comandada por Galvão Bueno, com comentários de Walter Casagrande, Ronaldo Nazário e Arnaldo Cezar Coelho – estará no Rio de Janeiro no domingo, às 16 horas, para a final entre Alemanha e Argentina.”

* http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2014/07/09/galvao-fica-fora-de-ultimo-jogo-do-brasil-na-copa-de-2014/#fotoNav=37


O teatro da CBF, Felipão, Parreira e cia. fracassou, mas todos ganharam muito dinheiro e estão felizes para sempre!

Senhoras e senhores,

o Júlio Gomes, @juliogomesfilho  ,  grande jornalista paulista indicou via twitter  o texto de outro ótimo jornalista, Flávio Gomes, @flaviogomes69 ,  que vale realmente a pena ler.

É longo e aqui está apenas um trecho. No fim, o link do blog dele, onde está o texto completo:

* “NÃO FOI ACIDENTE, DONA LÚCIA

EXTRA

No dia da final da Copa das Confederações, há pouco mais de um ano, Carlos Alberto Parreira fez um discurso motivacional antes do jogo e usou uma frase de efeito para os jogadores que dali a instantes enfrentariam a Espanha. “Existe uma hierarquia no futebol, e eles foram campeões do mundo sem enfrentar a seleção brasileira!”, bradou para a turma do #ÉTóisss.

Ui, quanta valentia.

E aí a seleção foi para cima da Espanha, um time já envelhecido e que tinha gasto muitas de suas horas em solos brasileiros tomando caipirinha e comendo putas durante um torneio que não valia nada — exceto talvez ajudar os branquelos e branquelas de camiseta de 200 paus da Nike, unhas muito bem pintadas e cabelos loiros, a não se atrapalharem na hora do sonho intenso e raio vívido, muitas vezes trocados pelo amor eterno seja símbolo, naquela zona de hino que fala de coisas incompreensíveis como impávido colosso, florão (flor grande?) da América, terra garrida, clava forte, verde-louro (é aquele da Ana Maria Braga?) e lábaro que ostentas.

O time ganhou, os branquelos aprenderam a cantar o hino, aparentemente, os jogadores passaram a ensaiar os mesmos versos para cantá-los com os dentes cerrados, e vamos para a Copa do Mundo.

Pois que os meninos da CBF, o Brasil que deu certo, adentraram o gramado em fila escolar, perfilaram-se, urraram o hino nacional segurando uma camisa do Neymar Jr. como se fosse a farda de um soldado abatido em Omaha Beach, enquanto o próprio assistia ao jogo em sua casa no Jardim Acapulco pingando fotos no Instagram, #ÉTóiss.

Parêntese. No dia anterior, três dos meninos da CBF também colocaram fotos no Instagram com a hashtag #jogapraele, respondidas, as fotos, com a hashtag #jogapramim pelo soldado abatido na guerra, Neymar Jr. Todos eles, Neymar Jr., Marcelo, Willian e David Luiz, receberam quantia não divulgada da Sadia, patrocinadora da seleção, para a, como se diz hoje, ação. Foram alguns milhões de curtir & compartilhar que deixaram os marqueteiros da empresa muito satisfeitos e ansiosos para saber quantos frangos seriam vendidos no dia seguinte, enquanto os rapazes rangiam seus dentes gritando pátria amada, Brasil.

Então começou o jogo e foi aquela coisa linda.

Então acabou o jogo e estavam todos atônitos, pasmos, chocados, passados, desacorçoados, e os câmeras da FIFA se divertiram fazendo closes de garotinhos com fulecos na cabeça derramando lágrimas no peito de papai com um TAG-Heuer no pulso. Oh, coitados. E os óculos Prada embaçados com as lentes melecadas de rímel? Pobres almas. . .

http://flaviogomes.warmup.com.br/2014/07/nao-foi-acidente-dona-lucia/

FLAVIO


Técnicos Sabella e Van Gaal têm muito a mostrar ao animador Felipão

Se tiver assistido Holanda e Argentina, Felipão, espécie de animador de auditório, deve estar impressionado com o trabalho dos técnicos Van Gaal e Sabella. Sabiam tudo da forma de jogar do outro e souberam parar os principais craques alheios. Times firmes, bem treinados, sem apelar para discursos nacionalistas. Mesmo sem gols no tempo normal e prorrogação fizeram um jogo emocionante. E sem choro antes da hora!

Agora é disputar o terceiro lugar com a Holanda em Brasília. Que não acrescenta nada a nenhuma das seleções.

ROMERO

O contestado goleiro Romero defendeu dois pênaltis para a Argentina


E tudo continuará como está!

Não perdi tempo em assistir a mais uma entrevista de Felipão e turma, mas pelo que os companheiros estão dizendo no twitter não mudou nada em relação a ontem e continua com a mesma postura.

Para aqueles que sonham com mudança a partir desses 7 a 1, lamento dizer que nada mudará porque o comando da CBF continuará o mesmo, com a conivência dos clubes, inclusive os nossos.

Claro que Scolari, Parreira e cia. vão embora, mas os sucessores deles serão da mesma patota, da mesma linha, pois foram uma “confraria”. Se ajudam, trocam informações, e mesmo quando não gostam um do outro, fazem o jogo das aparências, visando benefícios mútuos futuros.

HUMILHAÇÃO

O torcedor brasileiro, principalmente aquele afastado dos estádios em função do preço dos ingressos, foi o que mais sofreu com os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, e continuará sofrendo. A maioria endinheirada que esteve nos estádios durante a Copa passou uma raiva momentânea, mas não está nem aí, por ser apenas simpatizante do futebol, feliz de estar naquela festa mundial. Os jogadores saíram cabisbaixos, xingados, mas quase todos jogam em grandes clubes da Europa, estão milionários e a dor passa rápido. Além de serem os menos culpados desse vexame histórico. Os dirigentes, nem aí. A cartorial eleição da CBF já aconteceu, com a cumplicidade dos clubes. Marín sai da presidência, vira vice e o Del Nero, atual vice, vira presidente. Nenhum deles preocupado com nada porque seus bolsos estão cheios e seus poderes intocados. Foram eles que ressuscitaram Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira, que aprontaram toda a lambança que resultou nos merecidos 7 a 1.

De todas as entrevistas pós-goleada a mais hipócrita foi justamente do Felipão, numa desfaçatez inacreditável.

Falou o óbvio, que é o maior culpado, mas não assumiu que a preparação da seleção foi uma farsa, em clima de feira comercial para saciar aos patrocinadores e parceiros dele, da CBF e alguns jogadores, como Neymar, por exemplo, com a cumplicidade de parte da grande mídia, cujos parceiros comerciais são quase os mesmos. O pobre torcedor arrasado, mas os responsáveis pelo vexame, realizados comercialmente.

Nada por acaso

Neymar o garoto propaganda número 1, seguido pelo treinador, que aproveitou a nova oportunidade no cargo apenas para acabar de se enriquecer. Nem aí para treinos, táticas e concentração na disputa. Ontem, a turma da Globo, “emissora oficial”, dizia não saber explicar o que aconteceu no Mineirão. Ora, ora! Simples: enquanto a Alemanha treinava no isolamento do Sul da Bahia, a seleção de Felipão ficava no oba-oba da Granja Comary.

A maioria dos ex-jogadores e ex-treinadores travestidos de comentaristas não põe o dedo na ferida para não arranhar relações com antigos ou possíveis futuros colegas em algum clube ou mesmo na seleção. Mas há alguns sinceros, como o ex-jogador Zé Elias, que disse no ESPN: a seleção não tinha posicionamento em campo nem opções táticas. Um grupo de ótimos jogadores, mas um amontoado, sem orientação, sem comando; preparação mal feita.


Farinha do mesmo saco que se reveza no poder; na terra do salve-se quem puder!

Obrigado ao Marcio Amorim, que enviou este ótimo texto ao blog. Tenho pela Alemanha o mesmo sentimento que ele: país sério, povo fantástico.

O resultado do jogo de ontem foi o retrato da organização do futebol deles e do nosso.

Só lamento que a esperança demonstrada pelo Marcio no texto não vai se concretizar. Porque o Brasil só se desorganiza com o passar do tempo; seja no futebol ou na política; entra governo, sai governo e a farinhada do mesmo saco se reveza nos poderes, onde todos ganham, levando o dinheiro que pagamos com os nossos impostos.

Dizem que o Tite será o sucessor do Felipão. Certamente um treinador muito melhor e mais sério, porém é da mesma ciranda, que se cercará do mesmo tipo de gente que cerca o Felipão, inclusive com grande parte da mídia, que sustenta a fachada deste circo todo, patrocinada pelos bancos estatais, Petrobras, Eletrobras, Correios e etecetera e tal.

E repito: entra governo, sai governo, tudo continua na mesma. Dinheiro público aqui é sinônimo de armação para os eventuais detentores do poder se locupletarem e arrumar o lado dos familiares, amigos e amigos dos amigos.

simpsons

* “Caro Chico!”

“Meninos, eu vi!”

Não estou plagiando o Gonçalves Dias. Quando o ocaso se manifesta – afinal já são 66 anos – temos o direito de procurar viver as poucas coisas boas que a vida nos oferece, porque a oportunidade era, seguramente, a última: assistir a uma semifinal de Copa do Mundo – entre Brasil e Alemanha, diga-se – e, ainda por cima, no Brasil? Claro que não se repetirá tão cedo! E fui. Paguei caríssimo pela besteira.

Sempre ouvi dos meus pais o clima de velório do Maracanaço de 50. Amanhã, vou reunir meus netos e lhes dizer que participei de uma tragédia. O Maracanaço de 50 foi uma simples brincadeira perto do que vimos ontem. O povo de Salvador (será por quê?) foi premiado com grandes jogos. O único grande jogo que veríamos, assim mesmo por causa do andar dos grupos, acabou em vergonha. Os brasileiros que têm vergonha na cara estão humilhados. Os atletas limitados que estavam lá, em menos de uma semana, estarão voltando e espalhando-se pelo mundo sério, rindo e contando piadas no avião, em busca de seus salários milionários.

A Alemanha é, decididamente, a minha segunda pátria. Povo educado, hospitaleiro, alegre e… sério. Sério no sentido de organização de respeito e na forma de administrar. Ainda que uma simples seleção de futebol. Existe uma praça em Frankfurt, (falta-me o nome no momento) que foi reerguida tal qual era poucos meses depois de finda a guerra. Sabem com que dinheiro? O público.

Pois bem! Caí no meio dos torcedores alemães. Conversamos de tudo antes, durante e depois do jogo. As quatro ou cinco pessoas com quem pude conversar deixaram as comemorações em sinal de respeito, pelo menos enquanto saíamos. E se desculpavam. Não senti naquilo nenhum tipo de gozação. Era de coração. Realmente, nós, torcedores, não merecíamos aquilo. O Brasil, que eles disseram amar, não merecia aquilo.

Aqui tudo é tratado com molecagem. A escolha de Felipão e Parreira não pode ter sido por competência. Há no ar um cheiro azedo de safadeza, no país da safadeza. A convocação de atletas que amargam banco na Espanha (?), na Itália e em lugares piores, no esporte, claro, como Rússia, Croácia não pode ser nada sério.

Muitas das convocações, desde o tempo do ridículo Mano Meneses, foram impostas por empresários ou pela CBF. Lembro-me rapidamente de um tal de Rômulo. O incrível Dunga levou o desequilibrado Felipe Melo. E havia um bando de jogadores comuns – a maioria absoluta – no atropelado time da ultrapassada dupla Felipão/Parreira. Falastrões pouco ou nada educados.

Aqui, tudo é tratado, de uns tempos para cá, tendo como princípio a Lei de Gérson. Em tudo se vê a chance de desviar algum para o próprio bolso ou para as campanhas de eternização no poder. Assim ocorreu com o porto de Cuba, com o programa Mais Médicos, que desvia milhões para o Governo de Cuba e não para quem “trabalha”, com a Petrobrás, com os mensaleiros. E por aí vai. E a turba ignara a bater palmas.

Muita gente ganhou com os estádios superfaturados; muita gente ganhou com a seleção; muita gente ganhou e roubou com a “Copa das Copas”, no dizer da dama de vermelho – mãe do PAC, o Plano de Ajuda a Cuba. E quem perdeu? O povo. Não o Zé Povinho, porque os pobres nem se aproximaram dos estádios elitizados, para que a FIFA a CBF tivessem um lucro astronômico.  Segundo dizem, isentaram-na de impostos, que deve ter tido uma porcentagem desviada para fins imundos.

Vou dizer aos meus netos, no futuro: “meninos, eu vi”. Porém, tentarei parecer um avô gagá que viu naquilo o MARCO ZERO. Que tenha sido o fim desta tropa que suga o futebol brasileiro; que tenha sido o fim dos ingressos caros; que tenha sido o fim dos empresários; que tenha sido o fim dos governantes ladrões; que tenha sido o fim de técnicos ultrapassados e que  não façamos disto o fim do mundo. Que sirva para sairmos da letargia. Que recomecem as cobranças e manifestações pacíficas pelo fim da roubalheira.

Com isto, o futebol brasileiro, que está sendo velado hoje, renascerá.

Márcio Amorim

galva


Um futebol moderno contra interesses financeiros, arrogância e crendices

Parecia um time da Série A brasileira contra um Bayern de Munique, e não sei o que foi pior: o placar, o futebol não exibido pela seleção brasileira ou a entrevista do técnico Luiz Felipe Scolari depois do jogo. O arrogante treinador conseguiu enxergar que o time dele foi melhor que o alemão até levar o segundo, terceiro, quarto gols e quinto gols. Só ele deve ter visto isso. Só essa resposta seria motivo para mudar de canal ou sintonizar numa rádio de música. Como sempre, Scolari duvida da inteligência das pessoas e acha que o seu poder motivador ainda funciona no futebol do Século XXI. Ele pensa que todos nós nos esquecemos que com este mesmo discurso ele levou o Palmeiras à segunda divisão brasileira de 2012. Mas, como estamos no Brasil, onde a CBF é controlada por gente que não está nem aí para o futebol, ele foi premiado com o cargo de treinador da seleção, que era dirigida por Mano Menezes.

Ultrapassado e arrogante, Felipão assumiu e usou os mesmos métodos e discursos de 2002, quando ganhou a Copa com um time bem melhor que os adversários, num Mundial de qualidade técnica geral bastante ruim. Os grandes acertos dele naquela época foram: apostar na recuperação do Ronaldo, tido como acabado, e inventar a “Família Scolari”, valorizando o grupo que convocou.

Mas o tempo passou. A Alemanha, vice em 2002 com um time envelhecido e futebol parado no tempo, mudou tudo. Renovou comissão técnica da seleção em sintonia com mudanças gerais no campeonato alemão e aposta nas categorias de base. Os jovens Jurgen Klisnman e o braço direito Joachim Low, foram os pensadores dessas mudanças.

Em 2006, em casa, a Alemanha foi eliminada pela campeã Itália na semifinal, mas o trabalho continuou.

Klinsman passou a bola para o auxiliar, a Alemanha voltou a chegar perto do título na Copa de 2010 e a evolução geral do futebol deles continuou, com reflexos no campeonato alemão e nas competições da UEFA. O Brasil parado no tempo e regredindo, com dirigentes só preocupados em ganhar dinheiro. Um cartolão com medo de ir para a cadeia, Ricardo Teixeira, negociou o poder com outro esquisito, José Maria Marin, que ressuscitou Scolari e seu discurso antigo.

bralemanha

A imagem do preparador físico Paulo Paixão, flagrada pela Fox Sports, jogando sal grosso no gramado do Mineirão resume o caminho que o Brasil trilhou para tomar de sete da Alemanha. Superstição, discursos de motivação, canto do hino à “capela” e agressividade física contra o adversário não funcionam quando se enfrenta um time melhor preparado.

Aos 11 minutos Klose fez 1 a 0. Aos 14 a torcida entoou “Eu acredito” e o Brasil continuava errando passes; aos 21, novamente o coro “Eu acredito”. Aos 23, 2 a 0, aos 24, 3 a 0; aos 26, 4 a 0; aos 28, 5 a 0. Aos 34 a torcida “inovou” com o horroroso “Eu, sou brasileiro…”

No segundo tempo a Alemanha continuou se poupando e fez só mais dois. Estou curioso para saber o que dizia Galvão Bueno, animador da ufanista e enganada torcida organizada verde e amarela.