Blog do Chico Maia

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Dinheiro na mão é vendaval: Edilson preso na Bahia; Bruno preso em Minas; Neymar divide o Barcelona. . .

Seja pobre ou seja rico, se não souber lidar com fama e dinheiro, terá sérios problemas no futuro. E esses dois ingredientes sempre andam juntos.

No mundo do futebol essa verdade aparece com mais freqüência em função da notoriedade que dá, e da falta de preparo de incontáveis atletas que acreditam no que grande parte da imprensa e torcedores os fazem acreditar: que são “deuses”, “eternos”, acima do bem e do mal.

O ex-jogador Edilson o “Capetinha” foi preso ontem na Bahia por não pagar pensão alimentícia.

Bruno continua na cadeia porque acreditou na frase de que no Brasil “quem tem dinheiro não vai pra cadeia”. É uma meia verdade, porque se contratar advogado errado, dá no que deu, pra ele!

Dentro de campo a falta de dinheiro complica tudo para qualquer time e o excesso também, quando mal distribuído.

Muita gente pensava que só no Brasil jogador de futebol tem ciúmes e cresce o olho no que ganha um colega.

Ontem, o holandês Johan Cruyff, um dos maiores craques da história deu entrevista que revela bastidores interessantes do Barcelona e de problemas enfrentados pelo Neymar.

Vejam os principais trechos nesta reportagem da Folha de S. Paulo:

* “Neymar é ‘um problema’ para o Barça, diz Cruyff”


Ídolo histórico do time afirma que salário do brasileiro provoca desavenças no vestiário do clube

… em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participa de eventos ligados à cerimônia de entrega do Prêmio Laureus, Cruyff voltou a atirar.

Segundo o holandês, Neymar quebrou o equilíbrio do vestiário do Barcelona ao ser contratado por um salário superior ao da maior parte dos jogadores que encheram as prateleiras do clube de títulos nos últimos anos.

“Há um problema. O Barcelona contratou um jogador de 21 anos que ganha mais do que o resto, que conquistou tudo. Não há ninguém, com 21 anos, que seja um adulto. Ele tem que aprender. É um problema para o Barça, não para mim”, afirmou o holandês.

Perguntado se era possível comparar o brasileiro ao craque Lionel Messi, 26, de novo o holandês falou em tempo para amadurecimento.

“Ele é um bom jogador, não há dúvidas sobre isso. Mas ninguém é adulto com 21 anos. Quando tiver 26 anos, ele pode ser comparado a Messi. A pressão é enorme.”

Em seguida, Cruyff foi duro com o clube e disse que a culpa não é de Neymar, mas de quem o contratou.

“O que tem acontecido com ele até agora no Barcelona não é a seu favor. Quando você tem 21 anos e ganha o dobro de um goleiro [o catalão Victor Valdés, 32] que já conquistou tudo, que ambiente há no vestiário? Como se sente? São humanos. E agora o menino paga. É uma pena. (…) É um grande jogador que se pode estragar. E é um absurdo enorme.”

Contando luvas e premiações, Neymar é hoje o terceiro jogador que mais recebe no Barcelona, à frente de Xavi, idolatrado no clube.

Os catalães só pagam mais a Iniesta e a Messi. O segundo, aliás, tem pedido um aumento desde que o brasileiro desembarcou na Espanha.

As novas críticas feitas por Cruyff não querem atingir somente o jovem craque brasileiro, mas principalmente a diretoria do Barcelona.

Idealizador do estilo de jogo que consagrou o Barcelona, Cruyff é famoso também pelas declarações polêmicas.”

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pecadoCapa do disco da novela Pecado Capital, primeira versão, da Rede Globo, em 1975

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Aí me lembrei dé outro craque, só que, da música: o genial Paulinho da Viola que escreveu e canta melhor que qualquer um “Pecado capital”, que vale a pena ouvir de novo:

http://www.youtube.com/watch?v=KcSTSsBiOlE&list=RDKcSTSsBiOlE


Há um clima de protelação na eleição da FMF

Compadre jornalista Rodrigo Zubreu já dizia: “Pasto seco, moita verdinha, boi não sai de perto de jeito nenhum”.

É o que os experts em eleições de entidades, principalmente esportivas, estão avaliando sobre a postura dos interventores nomeados pela Justiça para comandar o processo sucessório da Federação Mineira de Futebol.

FMF

Eles são quatro: dois administrativos e dois eleitorais; os dois primeiros ganham R$ 12 mil mensais, cada; os outros, R$ 9 mil.

A Justiça determinou que o edital de convocação do pleito fosse publicado até o dia 28 de março, com prazo de cinco dias, a partir daí, para a inscrição de chapas concorrentes, e a eleição até o dia 28 de abril.

Só que, alegando que muitas Ligas do interior estão sem “Certificado de Existência”, esses interventores querem que a Justiça estenda estes prazos e adie por mais não se sabe quanto tempo a eleição.

Sabe como é, né!? Tem eleição na CBF daqui umas semanas, depois Copa do Mundo, ano eleitoral nacional, cortejadas daqui, mordomias dali, salamaleques e coisas tais.

E vai que, de repente, nenhum dos três candidatos já colocados agrade à maioria do colégio eleitoral de plantão e resolva querer votar no interventor de mais prestígio na cúpula para que ele se torne o novo dono do futebol mineiro?

Que os clubes e ligas fiquem atentos porque a situação pode ficar pior do que estava na FMF. Em momentos assim é que oportunistas se aproveitam e se apossam de entidades desse tipo. Como fizeram, por exemplo, Ricardo Teixeira, apoiado por Havelange, na CBF; e Julio Grondona, na AFA, apoiado pela ditadura militar argentina.

Depois, foram quase 25 anos para que Teixeira caísse, e Grondona já passa dos 30, sem esboçar risco de queda.


Castellar Guimarães Neto entra forte na disputa da presidência da FMF

Depois do ex-prefeito de Nova Serrana, Paulo César de Freitas e do ex-presidente da Liga de Ipatinga, Dr. Silvestre Antônio, foi lançada a candidatura do advogado Castellar Guimarães Neto para a presidência da Federação Mineira de Futebol.

CAST

Um dos nomes mais conhecidos da nova safra de grande advogados mineiros, é o mais jovem dos candidatos: 31 anos, formado pela Escola de Direito da Fumec, pós-graduado pela PUC-MG e Mestre pela Universidade de Sorbonne, de Paris.

Terá como vice, Ernani do Carmo, presidente da Liga de Contagem, diretor do Departamento de Futebol Amador da FMF.

Castellar Neto é filho do ex-procurador-Geral de Justiça e ex-secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos de Minas Gerais, Dr. Castellar Guimarães Filho, é conselheiro do Atlético.

Uma disputa interessante, na qual o Paulo César é apoiado pelo Cruzeiro; Castellar Neto pelo Atlético e Silvestre Antônio sai com apoio de Ligas do interior.

E há os apoios paralelos: Castellar conta com a simpatia do Dr. Paulo Schettino, ex-presidente da FMF e do Katita, ex-jogador do Cruzeiro, Atlético, atual diretor do DFA da Federação e que muitas Ligas queriam como candidato também; Paulo César é amigo do Senador Zezé Perrella.

Ainda não sei a posição do América.


O bandeira da ira americana é o Celso e não o Wesley

O diretor do América Caio Salum disse que o Coelho estava revoltado com o bandeira que bateu boca e ironizou o banco do América no clássico contra o Atlético e que seria o Wesley Moreira de Carvalho.

Não conferi, escrevi na coluna passada e tomei justo puxão de orelha do Wesley, que estava do outro lado e não teve nada a ver com a história. O auxiliar da ira americana é o Celso Luiz da Silva.

Que o Wesley me perdoe pelo erro.

cleisson

O América reclama, mas para mim Cleisson Veloso Pereira é um dos bons árbitros brasileiros da atualidade


Para contrariar matemáticos uma vitória magra e outra gorda classificarão o Cruzeiro

Tive o prazer de participar do programa “O povo no rádio”, da Rádio Musirama FM de Sete Lagoas, esta manhã.

Apresentado pelo Geraldo Padrão e Douglas Melo, fala de tudo; dos problemas da cidade aos país, e futebol inclusive.

Padrão foi quem lançou-me no rádio, na Cultura AM, quando eu tinha 13 anos de idade; meu eterno chefe, com quem muito aprendi e por quem tenho enorme gratidão.

Douglas, além de excelente locutor é vereador representante da boa nova safra setelagoana.

Ambos cruzeirenses, fizeram a pergunta que mais ouço nos últimos dias: o Cruzeiro passa às oitavas da Libertadores?

A resposta é a mesma também: claro que pode, mas tem que fazer a parte de dele e não errar como errou nos jogos nos quais se comprometeu.

O Cruzeiro já conseguiu ultrapassar obstáculos até mais difíceis, mas dependia apenas de si. O título da Copa do Brasil, em 1996, sobre o Palmeiras em pleno Parque Antarctica, por exemplo.

Ou a classificação para as quartas de final em busca do bi da Libertadores, em 1997, quando venceu por 2 a 0 no Mineirão e começou vencendo no jogo da volta em Porto Alegre, gol de Fabinho, e tomou a virada, mas apenas de 2 a 1, eliminando os gaúchos que tinham um ótimo time e jogavam com o estádio Olímpico lotado.

Li que no Globo.com que o matemático Tristão Garcia disse que as chances celestes de classificação são de apenas 20%, fazendo  do Cruzeiro o time com menos chances de avançar, abaixo até do Flamengo, que tem 23%.

E daí? Matemática é uma coisa, bola rolando no gramado é outra.

Difícil, sim! Mas plenamente possível.

O jogo complicado é o próximo, dia três em Santiago contra a La U. Se vencer, estará com um pé nas oitavas, já que em Beagá a tendência é que goleie o Real Garcilaso e fique com um bom saldo de gols.

Enquanto Defensor e La U se engalfinham em Montevidéu e um derrube o outro, entregando uma vaga no saldo de gols.

GOULART

Na goleada de 5 a 1 sobre a La U no Mineirão, Ricardo Goulart fez três gols e foi o melhor em campo


Uma das mais belas homenagens que já li sobre o Atlético; de autoria de um flamenguista!

Senhoras e senhores, sempre é hora homenagear alguém ou alguma instituição.

O aniversário do Atlético foi ontem, mas acabei de ler um das mais marcantes textos sobre o Galo e atleticanos, e escrito por um flamenguista, que tinha ódio do alvinegro.

Cumprimento também ao autor, Leo Leal, carioca, que não conheço, mas é um exemplo de que a rivalidade por maior que seja pode e precisa ser respeitosa e honesta.

A recomendação foi do conterrâneo Renato Paiva, a quem agradeço e compartilho com vossas excelências:

“Fala, Chico! Tudo bem?”

Vi no twitter uma indicação do Fred Melo Paiva para ler este texto e fiquei realmente emocionado.

Veja que bacana o que o menino (18 anos) flamenguista escreveu sobre o Galo. Dos mais bacanas que já vi.

http://legalcondicao.blogspot.com.br/2014/03/forte-vingador-galo-eterno.html?showComment=1395844514930#c8673933530497292418

Um abraço,

Renato Paiva

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VICTOR

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Cerveja mais cara para compensar o custo da energia

O cerco a quem gosta de cerveja continua aumentando. Já não deixam beber em estádios e agora vão aumentar os impostos sobre ela.

Do portal do jornal O Tempo:

* “Imposto sobre cerveja pode aumentar para cobrir crise de energia”

Receita Federal planeja elevar taxas de cosméticos e bebidas frias por causa das grandes despesas com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)

CERVA

Expectativa é de que cosméticos e bebidas frias estejam na lista de itens com elevação de tributos

http://www.otempo.com.br/capa/economia/imposto-sobre-cerveja-pode-aumentar-para-cobrir-crise-de-energia-1.813416

Aí temos que aplaudir o Duke, mais uma vez:

DUKEBOTECO

Verdade mais que verdadeira!


Ex-presidente da Liga de Ipatinga divulga manifesto de lançamento de campanha à presidência da FMF

Recebemos agora este manifesto enviado pelo advogado Silvestre Antônio Ferreira:

* “Nossa Voz, Nossa Vez!”

Dr. Silvestre Antônio Ferreira

Candidato a Presidente da Federação Mineira de Futebol

Silvestre Antônio Ferreira, brasileiro, casado, advogado militante, professor de direito penal, diretor financeiro do Colégio Lúcia Casasanta, produtor rural, foi presidente da LDI – Liga de Desportos de Ipatinga por onze anos.

Ao longo de sua jornada à frente da Liga de Desportos de Ipatinga, exerceu implacável e respeitosa oposição aos que conduziam o futebol mineiro, em especial ao presidente cassado da Federação Mineira de Futebol.

Sua luta sempre objetivou a defesa dos interesses das Ligas Municipais e dos Clubes espalhados por todo o Estado de Minas, em especial os filiados que pagam taxas altíssimas à F.M.F. e C.B.F., quase sempre sem reconhecimento e retorno.

Nos últimos dez anos, juntamente com o Ministério Público, ajuizaram diversas Ações Judiciais propostas contra a F.M.F. e o presidente cassado, buscando alternância no poder e eleições democráticas.

Agora as irregularidades e ilegalidades cometidas na F.M.F. foram reconhecidas pela Justiça Mineira, que

anulou através de sentença judicial uma alteração estatutária feita de forma arbitrária e ilegal, na tentativa

desesperada de manutenção do poder, o que gerou a cassação do atual presidente e toda sua diretoria, que coadunava com tais abusos, proporcionando uma nova chance de mudança efetiva na administração do futebol no estado, para buscar o crescimento coletivo de Clubes e Ligas e, não somente contemplar expectativas individuais.

Com a cassação do atual presidente e marcação de eleições, surge um novo horizonte para o futebol mineiro.

Vamos eleger quem realmente luta e continuará lutando, sobretudo pelos reais interesses das Ligas Amadoras, Clubes Profissionais da Capital e do Interior, bem como as Agremiações Amadoras da Capital.

JUNTE-SE A NÓS!

Cordialmente,

Silvestre

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SILVESTRE

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Contatos: E-MAIL: silvestrefutebolmineiro@yahoo.com.br,

FACEBOOK: Silvestre Antonio Ferreira

CONTATOS DA CAMPANHA: (31) 9751-0005 (vivo) ou (31) 8585-9001 (oi)


Acusado por bandido e com as carreiras comprometidas Djalma Beltrami é inocentado quase que silenciosamente

Obrigado ao Raws Miranda que enviou este importante comentário que merece reflexão de todos nós:

* “Chico e amigos, permitam-me sair um pouco do tema.
Eu estava vendo o “Bem amigos” e achei muito interessante um depoimento do Arnaldo Cesar Coelho sobre o ex-árbitro e coronel da PM do Rio de Janeiro, Sr. Djalma Beltrami. O coronel foi preso e acusado tempos atrás, depois da policia civil interceptar uma ligação na qual dois supostos traficantes falavam de propina e referiam-se a um suposto número 1 e que no caso seria Beltrami. O mesmo juiz, Marcio da Costa Dantas, que expediu o mandado de prisão e diga-se de passagem sem provas concretas, agora o absolveu das acusações, levando em conta principalmente seu passado sem ranhuras. A narrativa desse fato me chamou a atenção por dois motivos, primeiro porque na época me chateou bastante, saber que um coronel da PM se omitia do dever, e segundo por mais uma vez confirmar como a precipitação e inconsequente divulgação de uma acusação, pode acabar com a vida de um ser humano. Como disse o Arnaldo, o que esse senhor e sua família sofreram e pelo que parece injustamente, nada repara e o pior é que a tímida divulgação da inocência é quase despercebida.
Penso que de tudo ficam as lições, uma delas é que, teu nome e honra podem não livrar-te das injustiças, mas podem ajudar a repara-las…”

Raws Miranda

beltrami

Ex-Coronel e árbitro Djalma Beltrami


Ex-aliado de Nuzman e Ary Graça Filho, Bebeto de Freitas fala sobre o escândalo das comissões ilegais do vôlei

A operação “abafa” está em pleno andamento, mas felizmente ainda é possível encontrar bons depoimentos na grande mídia nacional como esta entrevista do Bebeto de Freitas, domingo, no O Globo:

“Bebeto de Freitas: ‘O vôlei não se surpreendeu com esse escândalo’”

  • Exilado do esporte por opção ou falta dela, o ex-técnico e dirigente guarda glórias e dores no peito e num acervo de quatro décadas
  • No momento em que o vôlei expurga suas mazelas, já é a hora de botar tudo para fora

BEBETO

Ao criticar a má distribuição dos recursos do vôlei brasileiro, Bebeto de Freitas disse em entrevista a Renato Maurício Prado, em 1997, que a agência Sportsmedia “cobrava um percentual absurdo” sobre as receitas da CBV. Quase duas décadas depois, reportagem de Lúcio de Castro, da ESPN Brasil, apresentou contratos em que outras duas empresas, criadas por ex-funcionários da entidade, receberam 10 milhões, cada, pela venda venda de publicidade, embora o Banco do Brasil, maior patrocinador da confederação, tenha informado que não houve intermediários na negociação.

Atual presidente da Federação Internacional, Ary Graça, renunciou ao cargo máximo da CBV, do qual estava licenciado. Seu antecessor, Carlos Nuzman, é o presidente do COB. Fora do vôlei nacional desde que atirou no que viu e acertou no que não viu, Bebeto usa a experiencia passada e a incompatibilidade com Nuzman e Graça para olhar adiante com ceticismo. Desde que conheceu os atuais dirigentes de calça curta, todos companheiros do time de vôlei Botafogo, o ex-presidente do alvinegro e ex-técnico vice campeão olímpico pelo Brasil em 1984 e campeão mundial pela Itália, em 1998, vê com temor o modelo, que considera elitista e autoritário, se expandir por todo esporte brasileiro.

Desde sua entrevista em 1997, o contrato com o BB virou alvo de investigação do TCU que se declarou impedido de fiscalizar a CBV. Isso quer dizer que tudo continuou igual?

Nunca falei de contrato com o Banco do Brasil. Minhas críticas eram em cima dos problemas dos clubes e do vôlei no Brasil. Continua a mesma coisa, a seleção com as condições ideais para trabalho e o voleibol praticado no Brasil insignificante. Comparo o vôlei como um ovo maravilhoso, branco, grande, mas não tente abri-lo. Fora de campo nós continuamos o mesmo horror, a mesma ditadura que havia na minha época.

Preso na Itália, o ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato, foi condenado por participação no mensalão. Como separar as pessoas das instituições nessa relação entre o vôlei e o banco?

O Banco do Brasil está no vôlei desde 92 ou 93, não tenho nada a ver com o contrato, nunca tive. Minha questão é com o vôlei, que também pode ser explicado por outra imagem. Sabe o mascote do Atlético-MG, um boneco inflável do galo forte e vingador, com aquele peito enorme? As seleções, os técnicos e seus atletas são o galo, o ar é a confederação e o vôlei no Brasil.

Você foi banido ou se autoexilou da vida esportiva?

As duas coisas. Saí da seleção porque não tinha mais condição de trabalhar com o Nuzman. Depois de ganhar tudo no Maxicono, da Itália, voltei para o Olympikus e tive outro problema com a CBV. Como o nosso projeto tinha atingindo plenamente suas metas, dei a ideia de que a empresa deveria patrocinar a seleção. Fecharam o acordo e me disseram que eu não podia fazer críticas a CBV. Como dois dias antes eu havia sido sondado para dirigir a seleção italiana, não pensei duas vezes, dei a entrevista e fui embora. O que aconteceu depois me leva a crer que nada vai acontecer agora. Quem melhor se posicionou nestes dias foi o Murilo, ao dizer que o dinheiro estava sendo desviado dos atletas, e o Renato Maurício Prado ao mostrar que o importante agora é a saída do Ary Graça da federação internacional. Concordo. As pessoas tem medo de falar porque são retaliadas, me refiro ao que testemunhei. O esporte brasileiro ainda vive nos anos de chumbo, nunca mudou. Da ditadura militar, ao MDB, ao partido do Collor, ao partido do Itamar, ao ao PSDB e ao PT, a única coisa entre eles é o presidente do COB.

O Nuzman foi candidato a deputado pela Arena no governo Geisel. Como a ligação com o governo interfere até hoje no esporte olímpico?

O compromisso do Nuzman com o grupo que o colocou lá era justamente acabar com a política e com essas coisas que desviavam o desenvolvimento do vôlei. O primeiro vice presidente do Nuzman foi meu pai, o financeiro era meu tio. Lá nos anos 1970, ele só foi eleito presidente da Federação do Rio com o voto do Botafogo que eu consegui apesar da rejeição a ele. Na confederação, desde cedo, entendeu que era mais rentável cuidar só da seleção. É um modelo elitista para um país de 200 milhões de habitantes. É importante repetir que meu questionamento em 1997 era que a intermediação tirava recurso dos clubes. Contestava e brigava por isso. A auditoria diz que houve irregularidade, aí vem o relator, por coincidência o sogro do Bernard (ex-desafeto de Nuzman e atual diretor do COB), e diz que o TCU não tem competência para investigar a CBV. O deputado que deu origem ao processo queria que eu fosse depoente, mas eu não sabia do contrato. Falei da situação do vôlei .

A agencia Sportsmedia, citada por você como beneficiária “de comissões absurdas”, se liga ao COB por meio da campanha fracassada dos Jogos do Rio 2004 que deixou dividas e contas questionáveis…

A Sportsmedia implodiu, terminou. O escândalo de Rio 2004, acontece a partir de 1996. Foi o governo federal quem nomeou o Leonardo Gryner (atual diretor de operações do COB) como diretor de marketing da candidatura. Ele estava dentro da Sportsmedia, não tenho dúvida.

Você jogou no mesmo time do Ary e do Nuzmam. Quando a parceria se rompeu?

Termina quando o Nuzmam entende que a CBV vai lucrar com a seleção. Ele e o Ary são culpados do estado do voleio no Brasil. Nunca se interessaram em levar o aprendizado internacional para os clubes. Tinha 15 anos quando conheci o Ary, que era titular do Botafogo. O Nuzman vem um pouco depois, mas eu já era amigo dele. A diferença entre os dois é que um jogava bem e outro, não. Não vou dizer quem foi porque senão eles se matam

Fale mais dos atritos com o Nuzman quando você treinava a seleção.

A entrevista completa está no: http://oglobo.globo.com/esportes/bebeto-de-freitas-volei-nao-se-surpreendeu-com-esse-escandalo-11956525#ixzz2wt8LTiRS