Li manifestações já de alarme de muitos atleticanos por causa da derrota de domingo; até a cabeça do Cuca andam pedindo!
Exageros, em função de a derrota ter sido para o Cruzeiro.
O time entrou displicente, arrogante, achando que resolveria a parada na hora que bem entendesse.
Acreditou demais naquela conversa interna e da imprensa de que, com a base mantida, o entrosamento estaria perfeito desde o primeiro jogo do ano.
Tomou o gol; empatou poucos minutos depois e confirmou a convicção de que era isso mesmo; que a vitória seria em questão de mais alguns minutos de bola rolando.
No segundo tempo tomou o segundo gol, continuou achando que empataria já já, mas encontrou um adversário aguerrido e bem posicionado na defesa; agora contando com contra-ataques perigosíssimos.
O tempo foi passando, a bola não entrava, o Cruzeiro quase ampliava e Vitor se destacava.
Bateu desespero, a bola passou a queimar nos pés; jogadas erradas se sucediam e o árbitro acabou o jogo depois de três minutos de acréscimos.
O Galo pagou pela soberba, contra um adversário cheio de jogadores querendo mostrar serviço, porque estão chegando agora, sob os olhares desconfiados do mundo azul e da imprensa.
Os laterais Ceará e Egidio foram bem, miolo de zaga excelente, com Bruno Rodrigo mais técnico e o Paulão Caveirão muito firme, desses que limpam trilho quando é necessário, sem ser violento.
Mostrou que é equilibrado ao não apelar com o chapéu que levou do Ronaldinho Gaúcho. Zagueiros destemperados “enfezam” e distribuem porrada; na hora; ou na oportunidade seguinte, com expulsão ou cartão amarelo garantido.
Leandro Guerreiro, muito bem, além da liderança em campo; Nilton foi um dos melhores do jogo; gostei muito do Everton Ribeiro, e o Dagoberto foi decisivo; sabidamente um grande jogador. Anselmo Ramon dá muito trabalho às defesas; cai pelos lados, tem força física e é oportunista.
Enquanto isso, no Galo, a rigor, apenas o Vitor merece elogios; os demais, ficaram devendo. Ronaldinho Gaúcho é quem dá o ritmo; e nitidamente, ele não queria muita coisa no jogo; possivelmente se preservando para retornar à seleção brasileira depois de um ano sem ser chamado.
Fez algumas firulas, muito exibidas nas TVs ontem; porém, sem resultar em gols. E firula sem levar risco ao adversário não resolve para o time; apenas para o próprio autor.
O técnico Cuca ficou irritado com a postura dos seus jogadores e manifestou isso com outras palavras.
Se apenas Vitor merece elogios; dois merecem mais críticas: Leonardo Silva foi desleal ao socar o Anselmo Ramon e as câmeras flagraram; passível de punição pelo TJD.
Marcos Rocha nunca foi bom na marcação e neste jogo ficou perdido em campo na maior parte do tempo. Desatento, perdeu o tempo da bola na dividida com o Anselmo e abriu o placar para a Raposa.
Um leitor escreveu dizendo que fui precipitado ao dizer aqui que o Marcelo Oliveira “calou muitos”.
Calou sim; neste jogo, pois os cruzeirenses que foram para a porta da sede do clube e da Toca Raposa protestar e ameaçar ao presidente Gilvan para que não o contratasse, estavam com vaias e novos protestos prontos, para o caso de uma derrota.
Óbvio que, para o restante do campeonato e a temporada toda, é cedo para dizer qualquer coisa sobre o resultado do trabalho do Marcelo no Cruzeiro.
Foi apenas o primeiro jogo e jogos como estes são sempre atípicos; clássico é clássico!
Gostei da arbitragem do Cleisson Veloso Pires. Expulsou corretamente o Leandro Guerreiro e certamente não viu o soco do Leonardo Silva no Anselmo Ramon, pois o teria expulsado também.