Com satisfação recebi e-mail do Tiago Reis (Seu Nome Seu Bairro), falando de um mito do futebol, porém, não alcançado no tempo pelo fenômeno da TV, o que faz com que a sua lembrança vá se perdendo no tempo.
Trata-se do Genuíno, centroavante do Bela Vista, Madureira e Vasco da Gama, que os mais velhos dizem ter sido um dos melhores jogadores do Brasil nos anos 1950/1960.
Nascido em Sete Lagoas, era apaixonado pela cidade e por caminhões, e esses fatores fizeram com que ele largasse a vida de fama no Rio de Janeiro e voltasse para a terra natal, onde terminou seus dias como motorista aposentado do DER.
“Fala Chico!
Não sei se vc viu, mas hoje na coluna do Celso Unzelte no Yahoo! ele contou algumas historinhas envolvendo o rádio e o futebol. Numa das histórias, é citado o ex-jogador setelagoano Genuíno, que nos anos 50 era considerado um dos grandes jogadores do futebol brasileiro.
Abaixo está o trecho sobre o Genuíno e a coluna no link abaixo.
Um abraço!
***************
Genuíno era um ex-motorista de caminhão que nos anos 1950 foi revelado pelo Madureira e depois passou pelo Vasco. Depois de um jogo, foi entrevistado pelo repórter de campo, quando ocorreu o seguinte diálogo:
— Como foi o seu gol, Genuíno?
— Você não viu?
— Vi, mas gostaria que você mesmo o descrevesse para os nossos ouvintes.
— Ah, não. Eu ganho para fazer gol, você ganha para contar como foi. Então conta, uai!
http://br.esportes.yahoo.com/blogs/causos-do-futebol/historinhas-r%C3%A1dio-175052495.html
————————
Grande Tiago,
tudo bem?
O Genuíno era assim mesmo. Tive o prazer de conhecê-lo, quando já tinha parado há muitos anos. Gordo, mancava de uma perna e estava sempre nas arquibancadas dos estádios Santa Luzia (Bela Vista) e Duarte de Paiva (Democrata), vendo treinos e jogos.
Certa vez pedi a ele uma entrevista, para a TV Bandeirantes e ele disse “não”.
Alegou que sempre detestou dar entrevistas, mas falava, às vezes, porque era obrigado. Prometeu que nunca o faria depois que parasse e quase cumpriu a promessa.
Pouco tempo depois, quando montei o jornal SETE DIAS, ele concedeu entrevista para uma seção chamada “O que ele anda fazendo”, que lembrava de personagens que ajudaram a fazer a história de Sete Lagoas.
Era um bom papo, sujeito engraçado, porém sistemático.
Os mais velhos dizem que jogou demais.
Foi revelado pelo Bela Vista e tornou-se ídolo no Vasco depois de passar pelo Madureira.
Tenho guardada um crônica do Armando Nogueira, no JB, onde ele fala que o Genuíno foi um dos maiores jogadores que viu jogar.
Morreu há uns 15 anos.
Joguei com o filho dele, Heleno, no juvenil do Democrata.
Não era ruim, mas cobravam dele que fosse ao menos semelhante ao pai. Não chegou ao profissional e hoje não sei aonde anda.
As histórias do Genuíno dão um livro.
Chico Maia