* Foi triste ver a imprensa divulgando em tom de comemoração que os 4 mil ingressos para Guarani x Atlético no “Farião” foram todos vendidos em poucas horas. Isso é uma vergonha para o futebol mineiro e só realça a incompetência e omissão das autoridades municipais, estaduais, bem como dos dirigentes dos clubes e Federação Mineira de Futebol.
Divinópolis é uma das cidades polo do Estado, forte economicamente e com 206.867 habitantes, segundo o senso do IBGE ano passado.
Já era
Antigamente, estádios acanhados como o Farião, Castor Cifuentes ou o saudoso Duarte de Paiva, de Sete Lagoas, eram fatores favoráveis aos seus donos que costumavam ganhar dos grandes da capital, utilizando-se da pressão da torcida e “montinhos artilheiros”. Hoje, nem pra isso servem mais!
O exemplo
O Atlético goleou o Guarani sem nenhuma dificuldade; o Cruzeiro ganhou do Villa em Nova Lima. O Duarte de Paiva virou um grande supermercado, sendo substituído pela Arena do Jacaré, que hoje, é a principal casa do futebol mineiro.
O exemplo de Sete Lagoas deveria ser seguido pelas demais que têm clubes de futebol profissional.
Grana própria
Ao contrário do que muita gente pensa, foi Democrata quem construiu, em 2005, e salvou os grandes da capital, já que o Independência não ficou pronto a tempo para substituir o Mineirão. Aí, o governo do estado teve que investir uma grana alta na Arena, que foi transformada em um dos melhores estádios do país. Mas para o Democrata ela já estava perfeita, com os seus 20 mil lugares.
Corda no pescoço
E o Democrata só correu atrás porque na época a FMF e os três grandes da Capital deram um prazo para o Jacaré se virar: arrumava um estádio decente; mandava seus jogos em outro local ou não disputava o Campeonato. O clube ainda deve quase R$ 500 mil a empreiteiros e fornecedores, mas se virou e graças a isso salvou o futebol mineiro de um mico maior ainda do que está passando.
Só na pressão
Econômica e socialmente, Sete Lagoas tem grandes semelhanças com Divinópolis, e uma população ligeiramente maior: 211.094 habitantes.
As lideranças de Montes Claros são outro exemplo ruim. A Capital do Norte tem 355.401 habitantes e, possivelmente, o pior estádio da primeira divisão de Minas Gerais.
Uberlândia tem estádio, é muito forte e 579.005 habitantes, mas não tem time na elite. Por falta de dirigentes competentes do Uberlândia.
Raposa e Coelho
América e Funorte começavam jogar quando tive que enviar a coluna, portanto, não deu tempo de falar sobre o jogo. No sábado o Cruzeiro, com um mistão, jogou pro gasto e ganhou fácil do Ipatinga. Thiago Ribeiro foi o nome da partida e certamente o técnico Cuca está pensando como fazer para voltá-lo à condição de titular. Wellington Paulista que abra os olhos, já que Walysson parece que não sai mais, com todos os méritos.
Bem e mal demais
No Farião, o árbitro Átila Magalhães errou ao apitar o pênalti que originou a abertura do placar pelo Atlético, mas o time massacrava o Guarani e o gol era questão de minutos. O Bugre foi muito mal e o time do Dorival Júnior, muito bem.
Mudou de guru
Como sempre, vale a pena ler a coluna do Fernando Rocha, no Jornal do Vale do Aço. Sábado, ele falou da repercussão da contratação do ex-atacante Guilherme para treinar o Ipatinga, e deu detalhes interessantes das negociações. A torcida se motivou com o nome do Guilherme.
E contou um fato curioso: o presidente ipatinguense, Itair Machado, adotou o estilo Kalil de anunciar coisas importantes do Atlético: através do twitter.
Mineiros com Minas
O leitor Marcos André Silva escreveu e suas observações merecem reflexão: “…gostaria que você intervisse junto aos seus companheiros da imprensa mineira, principalmente da Capital, para que eles fossem unidos em defesa dos times do Estado. Por exemplo, em jogos contra times de outros estados e até mesmos países, várias pessoas da imprensa torcem claramente contra o Atlético, Cruzeiro ou América, e isto é muito feio e ridículo. No ano de 2010, ouvimos muita gente da imprensa torcendo para o Cruzeiro não ser campeão, para o Atlético ser rebaixado e para o América não subir para a série A (que vergonha!).
Outra coisa que a imprensa deveria exigir rapidamente da Federação e da CBF, é que os árbitros, após as partidas participassem também da coletiva com a imprensa…”
* Essas e outras notas estarão em minhas colunas de amanhã, no Super Notícia e no O Tempo, nas bancas!