A Arena do Jacaré foi transformada em “Geni” do futebol mineiro, numa das maiores sacanagens que já vi no mundo da bola. Jogo de interesses de alguns cartolas canditatos a alguma coisa nas eleições partidárias deste ano, interesses inconfessáveis de outros setores, que querem pegar uma beirada do governo do estado, e até algumas reclamações justas e construtivas, porém com soluções possíveis, em curto prazo ou imediatas.
Mas a vida é assim mesmo e bola pra frente!
Recebi um artigo do Delegado de Polícia André Pelli, que atua na cidade de Curvelo, que vale a pena ser lido com atenção para as devidas reflexões.
Trata-se do velho tema das proibições nos estádios, da onda do “não pode isso”, “não pode aquilo”.
Concordo com ele em tudo, porém com uma ressalva igualmente importante: não sei se foi decisão da PM, que trabalha nos estádios em sintonia com o Ministério Público, Ademg e FMF.
“VUVUZELA”
No domingo passado fui até a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, levando
meu filho de 9 anos. Na entrada do estádio o militar que fazia revista
nos torcedores não permitiu que meu filho entrasse com sua vuvuzela.
Conversei com o Tenente Coronel Carvalho, comandante do policiamento,
sobre o motivo da proibição, tendo ele me informado que não poderia
entrar com a vuvuzela porque ela poderia ser usada como ARMA.
Ora, uma corneta de plástico ser utilizada como arma? Não quis
polemizar, pois achei que a vuvuzela não compensava a briga, mas
fiquei pensando: A Polícia Militar estava no estádio para dar
segurança aos torcedores. Eles revistavam as pessoas para impedir que
algum torcedor entrasse com: ARMA DE FOGO, ARMA BRANCA, BEBIDA
ALCOÓLICA, FOGOS DE ARTIFÍCIO e DROGAS ILÍCITAS, que possuem proibição
legal.
A Polícia Militar trabalha para cumprir as LEIS, não para FAZER leis.
Ora, se a lei não proíbe que eu entre no estádio com um instrumento de
plástico, o militar não pode proibir. Se formos seguir a ótica da
Polícia Militar, qualquer objeto pode ser utilizado como arma e ferir
a integridade física de outra pessoa, por exemplo: canetas, máquinas
fotográficas, rádios de pilha, sapatos, cintos de calças, etc. A
entrada no estádio com nenhum destes objetos é proibida pela PM, pelo
menos por enquanto…
Entendo que a Polícia Militar está extrapolando os limites e usurpando
poderes que não lhes foram conferidos por lei. Estão cerceando
direitos das pessoas e TIRANDO o prazer dos torcedores irem ao
estádio.
Ora, se a vuvuzela ou qualquer outro objeto lícito for utilizado como
arma o responsável deve ser preso, na forma prevista na lei.
É preciso um posicionamento das pessoas envolvidas e acabar com estes
e outros ABUSOS da Polícia Militar.