Raul Plasman escreveu em seu excelente livro que a maior pressão que sofreu na vida, a única que chegou a incomodá-lo, não foi provocada por nenhum adversário dentro de campo. Essas ele tirava de letra. Foi por causa da camisa amarela, lançada por ele de forma acidental, no Mineirão. Desagradou a torcida do Cruzeiro e virou chacota dos atleticanos. Quando enfrentava Pelé recebia piscadelas e sinais de beijos do Rei, que tentava assim desconcentrá-lo. De tanto ser chamado de “bicha”, olhou-se no espelho um dia e perguntou a si mesmo: “será que eu sou mesmo?”.
Mas ele era um excelente goleiro e integrava um melhores times do país, que começava a ganhar o cenário mundial. A camisa amarela virou uma marca de sucesso e outros goleiros começaram a adotar uniformes coloridos, acabando com a exclusividade do preto ou cinza.
Pela repercussão da camisa rosa, de treinos, lançada pelo Atlético terça feira, vejo o quanto Raul foi ousado e macho em plena década de 1960.
No Brasil, ao contrário da Europa, mexer com a tradição dos uniformes sempre enfrenta protestos, e a reação negativa da maioria dos atleticanos só será aplacada em caso de surgir um grande time e muitas conquistas nessa trajetória do Vanderlei Luxemburgo no clube.
Palhinha
Sobre a coluna “Palhinha, o falante”, da semana passada, recebi, e-mail do próprio ex-jogador, reafirmando o que disse na Rádio CBN: “Acho que você não me conhece mais! O que eu disse é a pura verdade e com a sabedoria e inteligência que Deus me deu pra jogar e falar, e no mais eu não me importo com o que pensam de mim”.
Falou e disse
Palhinha (Jorge Ferreira da Silva), disse também que não é o treinador e sim coordenador de futebol do Esporte Clube São Bernardo-SP, e “…este é mesmo um país de panos quentes, dos que precisam se segurar nos empregos. Estou a disposição de quando queira falar comigo e vou continuar pensando e falando o que acho que é verdadeiro”.
Sinceridade rara no futebol.
Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã no jornal O Tempo, nas bancas!