Do portal GloboEsporte.com
*Diego Tardelli explica seca de gols e ganha apoio do artilheiro Obina
Mudança de função e forte marcação são motivos citados pelo goleador do país em 2009. Mas ele mostra confiança na recuperação: ‘O gol vai sair’
Marcelo Machado – Belo Horizonte
Com nove gols em cinco jogos pelo Atlético-MG, média de 1,8, Obina é o defensor número um de Diego Tardelli, que fez apenas dois tentos em sete partidas em 2010 (índice de 0,28 por jogo). Para Obina, o momento de “seca” vivido pelo companheiro se deve ao ano de sucesso que ele teve em 2009, quando fez 42 gols pelo Galo e se tornou o maior artilheiro no país na temporada.
– É normal. O Tardelli teve um ano arrasador aqui, e isso atrai muita marcação. As pessoas ficam mais ligadas em você, sabendo mais do seu estilo de jogo, prestando mais atenção nos jogos de que você participa. E o Tardelli é um jogador espetacular. Com certeza, vai fazer gols, vai nos ajudar muito. E o importante é o que eu falei para ele, que ele vem atuando bem e a equipe vem crescendo. No momento em que o time precisar dele, vai estar ali, com certeza, disponível para poder nos ajudar – afirmou Obina.
Diego Tardelli não só endossou as palavras do colega como revelou que o assunto foi conversado por eles.
– Até estava conversando com o Obina que quando a gente tem um ano muito bom, como o meu em 2009, no ano seguinte a tendência é a marcação ser mais forte, os zagueiros adversários ficarem mais atentos. Com isso, a marcação sobre mim abre espaço para o Obina e para o Muriqui se movimentarem mais. Isso que está pesando para a minha falta de gols – argumentou.
Segundo Tardelli, o fato de estar cumprindo uma nova função tática na equipe, diferente da que fazia no ano passado, é outro motivo para a diminuição dos gols. Com as missões de recuar para buscar jogo e marcar um volante, ele vem atuando mais como meia.
– Tem a mudança do meu posicionamento. Dentro de campo alterou bastante, até mesmo porque no ano passado a gente não tinha essa referência (na área), que é o Obina. Eu fazia essa função. E, este ano, vindo um pouquinho mais de trás, criando as jogadas, estou entrando na filosofia do Vanderlei (Luxemburgo). Isso não me incomoda. O negócio é treinar e ter sequência nessa posição.
Tardelli garante não se incomodar com o fato de não ocupar no momento o posto de goleador da equipe.
– Estou tranquilo. É claro que a gente, que é atacante, sente falta de fazer gol, mas pelo o que venho fazendo, pelo o que estou apresentando dentro de campo, o gol só vem acrescentar, para me deixar melhor ainda dentro de campo – afirmou ele, mostrando confiança em voltar a balançar a rede.
– Estou ajudando, correndo, lutando ali na frente, e o gol vai sair – prometeu.
E se a seca hoje atinge Diego Tardelli, futuramente pode comprometer Obina também. O baiano usa o mesmo argumento do amigo para justificar uma eventual fase sem bola na rede.
– Estava até comentando isso com o Tardelli. A gente faz tantos gols assim e acaba atraindo mais marcação. Com certeza, não vai ser diferente comigo. Vai começar aquela velha catimba, as pessoas vão chegar e te dar um soco aqui e ali, e você não vai fazer gol. A gente tem de estar tranqüilo, equilibrado, para quando tiver uma chance de ficar livre, poder marcar e dar a vitória ao Atlético – disse Obina.
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