Escrevi este texto do espaço cultural do Memorial da América Latina, em São Paulo, onde eu e outros jornalistas de Minas estamos, a convite da Coca-Cola, que promove o Tour da Taça, evento que leva o troféu da Copa do Mundo que será disputada na África do Sul em junho. Primeiro foi no Rio, segunda e hoje em São Paulo, daqui para o Chile e segue viajando.
A tão cobiçada Taça fica no ponto final de uma visita por este verdadeiro museu móvel que conta a história de todas as edições da maior competição esportiva do planeta. Desde a primeira, até a última, na Alemanha em 2006.
Éder
Conosco, Éder, um dos maiores pontas que o mundo conheceu, a “bomba de Vespasiano”, como era chamado pelos locutores. Diante de um enorme telão onde eram mostrados lances da Copa de 1982, na Espanha, ele olhava, como se ainda não acreditasse que aquela seleção espetacular do Telê, Zico, Sócrates, Júnior, Cerezo, ele e outros craques tivesse perdido aquele jogo para a Itália no estádio Sarriá. Inevitável perguntar a ele, o que sentia ao ver tudo aquilo de novo, e ele respondeu: “é emocionante lembrar que tive o prazer de fazer parte dessa história, mas também frustrante por não termos conseguido levantar essa taça”.
Se houvesse uma câmera da Globo por perto, certamente ela ficaria no rosto dele até que uma lágrima saísse, mas não saiu. Vida que segue!
Mais Minas
Para qualquer mineiro o telão que mostrava a conquista da Copa de 1970 no México, era muito especial. Imagens de gênios da bola como Piaza e Tostão, o artilheiro Dario “Peito de Aço”, e o maior de todos, Pelé!
Ele
Uma frase em letras gigantes abria este espaço com os dizeres: “Eu pensei: ele é de carne e osso, como eu! Eu me enganei!” Foi dita pelo zagueiro da seleção Italiana, Tarciso Burgnich, encarregado de marcar Pelé na final de 1970.
Sabe fazer
Todo jornalista que cobriu Copas do Mundo antes de 2002 sente saudade dos tempos em que a Coca-Cola patrocinava a seleção brasileira, exatamente devido a competência do seu departamento de marketing em ações como essas. Montava centros de imprensa especiais, só para a imprensa brasileira, próximos aos locais de treinos da seleção. Além de toda a estrutura, comparável às melhores redações, dava uma assistência básica com cafezinho, refrigerante, água e lanches. Todo famoso que ia assistir treinos dava uma passada lá depois para “filar” um pouco dessas “mordomias” da imprensa, e concedia ótimas entrevistas.
A última vez foi em 1998, em Ozoir la Ferriére, perto de Paris. Era Chico Buarque, Regina Duarte, Fernanda Abreu, políticos e muita gente boa. Aí saiu a Coca-Cola, entrou Ambev e fim da moleza.
Lateral?
Neste ambiente, inevitável também falar sobre a convocação da seleção pelo Dunga ontem. O nome do Gilberto para lateral esquerda surpreendeu a todos. Não por ser o Gilberto, mas por ter sido para essa posição onde ele já não joga há muito tempo. Se Dunga está batendo cabeça para encontrar o lateral certo, que chamasse então o Diego Renan, que seria mais coerente.
Desse jeito vai acabar funcionando a campanha principalmente dos paulistas para Roberto Carlos dispute mais uma Copa do Mundo.