Faço minhas as palavras da Ursula Nogueira, comandante do departamento de esportes da Rádio Itatiaia:
* “Começou tudo de novo!”
Semana de superclássico é sempre muito agitada, mas os assuntos são os mesmos: provocações entre dirigentes, divergências sobre divisão dos ingressos, briga entre as torcidas organizadas, reclamação de arbitragem e por aí vai… Mas, até quando?
As confusões para o jogo de domingo entre Cruzeiro e Atlético já começaram na quarta feira. O Cruzeiro, time mandante, cedeu 8% dos ingressos para a torcida atleticana, mas devido ao isolamento das torcidas feito pela Polícia Militar, a cota diminuiu para 5,83%, o que representa cerca de 3.500 ingressos.
O superintendente de futebol profissional do Cruzeiro, Sérgio Rodrigues, justificou que o clube atendeu o laudo da PM: “o artigo 80 do Regulamento Geral das Competições é claro. Deve ser fornecido os 10% ou a capacidade permitida pelo laudo dos órgãos de segurança. Assim como no Independência esses 10% nunca são respeitados, a gente atendeu a um laudo da polícia”
Revoltado com a situação, o assessor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido Cunha, disse que “quanto à questão de segurança, se o Mineirão não tiver capacidade de acolher 10% de torcida visitante, então temos que explodir ou implodir o Mineirão, porque a sociedade gastou R$ 800 milhões para reformar e ele não teria capacidade de segurança. É inacreditável! O Atlético considera que o Cruzeiro deu um passo atrás na evolução da disputa dos clássicos que podia ter uma divisão melhor, quem sabe até igualdade no futuro. Está mais difícil.”
Já a Polícia Militar confirma que o laudo define que o time visitante, no Mineirão, por questões de segurança, deve ter uma capacidade menor que a de 10%, porém deve haver um consenso entre os clubes.
Com esta resposta da PM, as perguntas que eu faço são: até 2010, quando eram 50% pra cada lado, não existia laudo de segurança? Ou será que é por que com uma carga menor de ingressos, o trabalho diminui? Os presidentes dos clubes realmente querem a divisão igualitária das torcidas? Quem disse que não havia briga naquele tempo? Quem disse que a PM não dava conta das obrigações com a população em dias de jogos?
Não culpem os estádios pela não eficiência da prestação de serviços aos torcedores. E isso não é um favor e sim, uma obrigação.
O torcedor sente falta dos velhos clássicos. A torcida de um lado cantava uma música, e outra respondia em tom de provocação. Era só um jogador do rival errar um gol que vaiavam. A zoação não tinha limite para o time que saísse perdedor. Que saudade!
A briga de egos no futebol e a má vontade estão acabando com o espetáculo. Não tem mais graça! Agora temos que escalar um repórter de polícia para cobrir a ocorrências policiais de um jogo de futebol.
E não queiram nos enganar. Sabemos que não é fácil, mas, se quiserem, eles pegam os baderneiros, aqueles que só querem fazer bagunça, que aprontam todos os dias de clássicos, que matam, que agridem, que cometem violência e causam medo aos que são do bem e só querem curtir um bom futebol em família. Os “marginais, (porque não se pode chamar de torcedores), são sempre os mesmos e têm os rostos já conhecidos e marcados.
De nada adianta o discurso dos dirigentes pedindo a paz, tal qual as misses, se, por outro lado, alimentam o ódio entre as torcidas com todas essas discordâncias e provocações pré-jogo. É jogar gasolina na fogueira. As provocações existem e são aceitáveis no futebol, mas é preciso ter bom senso.
Colocar uma camisa branca nos jogadores com os dizeres: #ClássicoDaPaz é fácil. Difícil é chegar a um consenso nos bastidores do futebol.
Ps: salvem este texto. No próximo clássico, infelizmente, o assunto será o mesmo!
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