Blog do Chico Maia

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Desdobramentos do fim do casamento entre Cruzeiro e novo Mineirão I

Ontem à tarde, logo depois da manifestação da diretoria do Cruzeiro, denunciando e  rompendo as relações com o consórcio Minas Arena, recebi a mesma nota oficial do concessionário do estádio, assinada pela assessoria de imprensa e coordenação de comunicação.

Horas depois o Cruzeiro voltou a se manifestar através de comunicado em seu site oficial:

* “NOTA À IMPRENSA”

Com relação à informação veiculada na imprensa no dia de hoje, sobre a defesa apresentada na Justiça pelo Cruzeiro Esporte Clube, a concessionária que administra o Mineirão informa que não foi intimada oficialmente. A concessionária sempre lidou com o clube e sua torcida de forma transparente e foi surpreendida pelo pedido de rescisão contratual noticiado pela imprensa após acionar o Cruzeiro judicialmente solicitando cobrança da dívida referente ao reembolso de parte dos custos das partidas.

Vale lembrar que a Justiça concedeu decisão favorável à concessionária, referente à causa movida pela empresa em março/16, no qual foi determinado bloqueio e o depósito em juízo do valor correspondente a 25% da receita líquida das próximas partidas realizadas sob o mando do Cruzeiro Esporte Clube, para ressarcimento da dívida do clube.

A concessionária afirma ainda que cumpre rigorosamente as cláusulas contratuais vigentes, inclusive em pontos levantados pelo clube em entrevistas à imprensa, e informa que não foi notificada pelo Cruzeiro com relação aos temas abordados.

Importante ressaltar que o Mineirão não cobra do clube por aluguel ou cessão de espaço, e sim, por reembolso dos valores referentes às despesas com terceiros, tais como segurança, limpeza, brigadistas, sinalização, água e luz.

A concessionária reafirma que está aberta ao diálogo com o clube e que o estádio estará sempre de portas abertas para o Cruzeiro e todos os clubes mineiros.

Atenciosamente,

Frederico Alberti

Coordenador de Comunicação

Rivelle Nunes Carlos

Assessor de Imprensa

***

Nota de esclarecimento – Minas Arena

O Cruzeiro Esporte Clube, em razão das notícias veiculadas a respeito das ações judiciais relativas ao contrato de fidelização do estádio “Mineirão”, vem a público esclarecer o seguinte:

1 – Que o Cruzeiro EC firmou contrato de fidelização para uso do estádio Mineirão, com o objetivo de criar as melhores condições operacionais e comerciais para utilização nos seus jogos, com benefícios exclusivos concedidos ao Clube, em troca do seu comprometimento em realizar suas partidas exclusivamente no Mineirão;

2 – E os objetivos seriam alcançados se, no curso do contrato, não fossem verificados uma série de situações em que a concessionária do estádio, Minas Arena Gestão de Instalações Esportivas S/A, não somente violou as condições contratuais ajustadas e nas suas mais diversas formas, mas também as praticou com claro intuito de prejudicar o Cruzeiro Esporte Clube e o futebol mineiro;

3 – Que, não obstante nossas reiteradas tentativas de solucionar os impasses com o regular cumprimento do contrato, a concessionária sempre se mostrou desrespeitosa no trato e indiferente às obrigações assumidas com o Clube, em total desprezo ao seu compromisso público de cumprir o contrato firmado com o Estado de Minas Gerais e, em especial, de zelar por este tão importante patrimônio público, cultural e desportivo, do nosso Estado;

4 – Baseado em premissas equivocadas e fundamentos inverídicos, a concessionária ajuizou demanda de cobrança contra o Cruzeiro Esporte Clube, ao passo que o Clube, nesta data, além de igualmente exigir as reparações necessárias, requereu a rescisão judicial do contrato de fidelização, pelo qual cobra multas, indenizações e danos de toda espécie;

5 – O Cruzeiro Esporte Clube não mais reconhece a legitimidade desta concessionária para administrar o Mineirão, e assegura ao seu torcedor que continuará cuidando de maneira intransigente de seus interesses. Esclarecemos, ainda, que o Clube continuará atuando no estádio Mineirão, patrimônio dos mineiros, enquanto julgar conveniente, pois não se sujeitará à irresponsabilidade sorrateira daqueles que se julgam no direito de ignorar a lei e o respeito ao bem público.

Cruzeiro Esporte Clube


América sai do zero ponto; Cruzeiro desfigurado, cansado e goleado em Recife

A imagem da derrota: Grafite sai atropelando o Cruzeiro

Enquanto teve fôlego o Cruzeiro conseguiu fazer até um bom jogo contra o Santa Cruz. Tomou o primeiro gol mas conseguiu reagiu bem e empatar. Mas o Santa partiu pra cima e o cansaço obrigou o time a recuar e tomar mais três, sem muito esforço do time pernambucano. Nas semifinais contra o América pelo Campeonato Mineiro isso também ocorreu. Demonstração de que os coisas não funcionaram bem na preparação física nos tempos em que o comandante da comissão técnica era o Devid.

CRUSANTA

Bruno Rodrigo falhou de novo em lance que resultou em mais um gol contra o Cruzeiro

Agora tem o clássico contra o América, para ambos tentarem reagir. O Coelho empatou com o Vitória, no Independência e cravou seu primeiro pontinho na competição.

AMEVIT

Triste foi o público pagante: 1.318 para renda de R$ 21.825,00.


Meu estádio, minha vida! Onde muitos políticos ganharam!

O Cruzeiro entrou na justiça contra o consórcio Minas Arena que está cobrando-lhe uma pequena fortuna em aluguéis e outras taxas que o clube considera injustas. A origem do problema é o contrato assinado pela Raposa com o consórcio, que na realidade não lhe traz vantagens que justifiquem o compromisso de ficar preso a utilizar o Mineirão por 25 anos. A diretoria cruzeirense só descobriu isso depois que viu o Atlético ganhar lá a Libertadores da América em 2013 sem pagar nada, baseado no edital da reconstrução do estádio, que dá ao Estado o direito de utilizar o Mineirão em 66 datas durante o ano. Como o Estado não tem time de futebol, na época Alexandre Kalil que tinha cada vírgula deste edital na cabeça, se aproveitou dessa brecha. Desde então o Cruzeiro também não paga mais essas taxas.

As relações do clube com este consórcio já não eram boas desde o início, quando a operação do estádio apanhou até acertar na entrada e saída do público, estacionamento e outros transtornos. Num dos jogos o nome Cruzeiro Esporte Clube foi trocado por Cruzeiro Futebol Clube nos ingressos.

 

Mui amigos

 

Numa final de Campeonato Mineiro perdida para o maior rival, foi tocado o hino do Galo no sistema de som do estádio. Isso para quem tem um compromisso de parceria que exige incontáveis reciprocidades. A torcida do Cruzeiro é quem tem garantido a sustentação do novo Mineirão. Quem tem um parceiro como este não precisa de inimigos. Por isso, o Cruzeiro quer também romper este contrato.

 

Demorou

 

Na verdade o “novo” Mineirão é mais um fruto das jogadas dos políticos detentores do poder na época dos preparativos para a Copa. Nos país e em diversos estados, petistas, tucanos, peemedebistas e “comunistas” e governantes de outras siglas deitaram e rolaram através de superfaturamentos e outros acordos, que só agora estão vindo à tona com a operação Lava-Jato e as delações premiadas.

 

Edital padrasto

 

Em Minas, o então governador Aécio Neves prometia que o “novo” Mineirão seria administrado por Atlético e Cruzeiro. Quando saiu o edital de licitação estava escrito lá que nenhum clube de futebol poderia sequer concorrer neste edital. Concorreu apenas este consórcio, formado por três empreiteiras. E as consequências estão aí.

 

Bola que segue!

 

Interessante é que até as eleições de 2014 a oposição ao governo do estado na Assembleia Legislativa lutou bravamente pela instalação de uma CPI do novo Mineirão, mas não conseguiu, por um voto. Nas eleições ela virou situação e a coisa mudou. O deputado Alencar da Silveira, que passou a ser oposição, resolveu garantir o voto que faltava para a CPI. Mas aí a turma antiga não quis mais.

 

Três Independências, com troco

 

Numas das benditas delações premiadas da operação Lava-Jato um graúdo da empreiteira Andrade Gutierrez contou que o então governador do Rio, Sérgio Cabral, levou 5% do valor da reforma do Maracanã, prevista inicialmente para custar R$ 720 milhões. Ficou em R$ 1,2 milhão, R$ 480 mi a mais. Com essa “sobra” daria para pagar três estádios Independência, cuja reconstrução custou R$ 150 milhões, e ainda sobrariam mais R$ 30 milhões.

E ainda tem gente que é contra a Operação Lava-Jato!


Del Vale na semifinal contra o Boca; 5 a 1 do Tupi no Paysandu e a necessidade de reação americana esta noite em Beagá

Do Zero Hora: “Nos pênaltis, Independiente del Valle supera Pumas e pegará o Boca na semi da Libertadores” http://ow.ly/RY18300yn3w 

Adversário que deu trabalho ao Atlético na primeira fase da Libertadores está na semifinal e o Boca que se cuide.

Ontem um placar diferente, surpreendente e muito bom para o futebol mineiro: o Tupi tacou 5 x 1 no Paysandu pela Série B, o que fez o juizforano Vitor Lima Gualberto twittar empolgado: ‏@vitorlimag “Obrigado, Senhor, por me dar forças para assistir isso! #Tupi 5×1 @Paysandu. REVANCHE! É CAMPEÃO DA TAÇA BAHAMAS jkkkkk”.

***

E força ao Mecão esta noite contra o Vitória, a quem goleou ano passado na disputa da Série B. Em casa e sem nenhum ponto na classificação, vencer hoje é questão de vida ou morte. O Toninho Anderson do Super FC informa que o Coelho fará esta noite o “seu 13º jogo como mandante nesta temporada. Atuando no Horto, o aproveitamento do Coelho é de 75%, com oito vitórias, três empates e uma derrota. E é confiando nesse retrospecto que o time espera superar o rubro-negro e iniciar sua reação no Brasileiro para deixar a lanterna. Venceu Tupi, Caldense, Uberlândia, Boa Esporte, Cruzeiro, Atlético, RB Brasil e Figueirense, empatou com Atlético (duas vezes) e Bahia e perdeu para o Fluminense. Com a pior defesa do Brasileiro – em dois jogos o clube sofreu seis gols –, o Vitória realizou nove partidas como visitante na temporada. O time baiano venceu três partidas, empatou duas e perdeu quatro.

DUPLA
Em foto do SuperFC. Alan Mineiro e Eduardo, que foram apresentados ontem à tarde pela diretoria americana
América x Vitória
Terceira rodada da Série A do Brasileiro (mais…)


Antes tarde do que mais tarde: a partir de hoje estamos também no Instagram

Com a Dra. Silvana Lobo, Luiz Carlos Alves e José Lino Souza Barros, ao vivo, no Radio Vivo!

Senhoras e senhores,

comunico que a partir de hoje aderi ao Instagram e a primeira postagem foi uma homenagem ao José Lino Souza Barros, que em setembro comemora 40 anos de Rádio Vivo, na Itatiaia, um recorde de longevidade no rádio brasileiro, campeão de audiência de 10 às 11h30 de segunda a sábado.

Tenho o prazer de participar dos debates, normalmente às terças-feiras.

Convido a todos para nos juntarmos no endereço chicomaiablog lá do Instragram.


Zagueiro Maicon, que eliminou o Galo, começou no Cruzeiro, jogou no Mamoré, foi do céu ao inferno no FC do Porto e quase foi contratado pelo Atlético

Ele é o responsável por uma das maiores injustiças que o goleiro Victor está sofrendo na carreira. Aquele gol de cabeça que eliminou o Atlético da Libertadores não foi falha nem do arqueiro nem do zagueiro Leonardo Silva e nem do Lucas Pratto que também estava na marcação. Foi mérito absoluto desse Maicon, que fez uma coisa que eu nunca tinha visto um atacante fazer para “driblar” os marcadores. E só vi nas repetições das imagens dos vários canais de TV, em que a Fox tem uma tomada exclusiva, de trás do gol, bem antes da cobrança do corner. Ele ficou atrás de todos os marcadores, inclusive do Victor, como quem não queria nada. Na cobrança, apareceu de surpresa, em alta velocidade, à frente de todo mundo e “casquinhou” a bola, acertando o gol, numa felicidade rara.

Se prestarem a atenção, mesmo nessa imagem de frente, verão que lance impressionante.

https://www.youtube.com/watch?v=_kE04u2DQ54

Mas quero falar é do quanto é interessante a história desse jogador, que foi negociado muito jovem pelo Cruzeiro com o Nacional da Ilha da Madeira. Depois virou ídolo no Porto, mas saiu mal do clube que ainda é dono dos direitos dele.

O Atlético tentou contratá-lo, mas o São Paulo pagou mais pelo empréstimo. Hoje é idolatrado no clube paulista, porém quando foi anunciado pela diretoria as mensagens de torcedores no site oficial do clube eram desse jeito: “O São Paulo precisa parar de contratar pistoleiros de aluguel por 4 meses. Já tivemos a má experiência com o Dória no ano passado. Vão repetir o erro? Que belo planejamento hein? Nem a Votuporanguense faria melhor.” 

Na imprensa paulista, as manchetes eram assim:

“Como reforço do SP passou de capitão com moral a execrado no Porto”

E ele tem orgulho de ser mineiro. Nasceu no interior paulista mas faz questão de dizer que é de Minas Gerais.

Veja esta ótima entrevista que ele concedeu ao Alexandre Lozetti e Christiane Mussi do Globoesporte.com antes do jogo contra o Toluca:

* “Eu li no site do São Paulo que você nasceu em Barretos, interior de São Paulo, mas outro dia você postou no Instagram a foto de uma cidadezinha…”
Eu sou de Planura. Só nasci em Barretos porque na época não tinha hospital lá, mas vivi minha vida toda em Planura. Fica em Minas Gerais, na divisa.

E você começou a jogar futebol no Cruzeiro?
Comecei no Mamoré, em Patos de Minas. Foi uma passagem bem rápida, depois fui emprestado para o Cruzeiro. Fiquei lá um ano e eles me compraram em 2007. Eu tinha de 17 pra 18 anos.

Todo jogador tem um pouco de várzea. No último jogo tive o episódio de ir para o gol. Na infância, eu disputei torneios de futsal como goleiro e fui o menos vazado. Na várzea jogamos de tudo

Como um garoto de Planura foi parar no Cruzeiro? Como o futebol entrou na sua vida?
Ah, eu passei a vida toda com meu pai me ensinando a jogar bola. O interior tem muito campeonato de várzea, treino todo dia. Não treino específico, né, mas solta a bola no meio e joga. Uma vez tivemos um teste na escolinha do Cruzeiro. Era com meninos nascidos em 1990 e 91, mas eu insisti que queria ir. Eu sou de 88. Eles deixaram, viram que eu tinha potencial e me mandaram para o Mamoré. Eles gostaram de mim, assinei contrato no segundo dia. Fiquei quatro ou cinco meses, talvez seis, e fui para o Cruzeiro. Na época jogava de volante ainda. (mais…)


Alberto Rodrigues: da Rádio Imbiara de Araxá para o mundo, pelas ondas da Itatiaia

Grande figura humana, um dos companheiros mais queridos por todos os jornalistas e radialistas, Alberto Rodrigues foi entrevistado pelo Jonathas Cotrim para o jornal O Tempo. Uma página inteira de história do nosso futebol, do rádio mineiro e do Cruzeiro principalmente

* “Voz dos cruzeirenses no rádio fala sobre a carreira e momento celesteO “mais vibrante”, Alberto Rodrigues conta em entrevista exclusiva detalhes dos 50 anos de profissão”

@SUPER_FC

Mais de 50 anos trabalhando com rádio, sendo 38 deles ligados ao Cruzeiro. Alberto Rodrigues, locutor da Rádio Itatiaia, presenciou grandes momentos do clube celeste ao longo da história, com o microfone na mão, detalhando jogadas de craques, que vão desde Tostão a Alex. E tanto tempo de profissão, certamente, rende boas histórias, como a vez em que ele narrou um jogo sem roupa. Esse e outros momentos de sua brilhante carreira são lembrados pelo radialista em entrevista concedida com exclusividade ao Super FC. Também conhecido como o locutor mais vibrante do rádio, Alberto Rodrigues comentou ainda sobre grandes times históricos da Raposa, disse o que ele está achando do atual momento do clube e demonstrou sua confiança no trabalho de Paulo Bento. Para o Vibrante, o treinador português tem tudo para instituir uma nova filosofia de futebol no clube, mas faz a ressalva de que, para dar certo, o time precisa de reforços.

Como você começou a narrar futebol?

Eu falo que eu comecei a narrar futebol desde garoto, narrando jogos de botão. Com jogos de botão, ouvindo as rádios do Rio de Janeiro e de São Paulo, lá em Araxá. Quando eu tinha 16 anos, eu fiz concurso na Rádio Ibiara, de Araxá, foi lá que eu comecei a transmitir jogos de futebol amador. Meu pai era ferroviário, e viemos para Belo Horizonte. Em 1962, eu consegui entrar numa rádio chamada Rádio Minas, que tocava muita música. Abriu concurso para locutor esportivo, e eu passei entre 200 candidatos. Em 1963, a Rádio Itatiaia me chamou. Tive a oportunidade de narrar o primeiro jogo no Mineirão, em 1965, junto com o Waldir Rodrigues. Ele narrou o primeiro tempo, eu narrei o segundo e tive a oportunidade de narrar o primeiro gol do estádio, o gol do Buglê. Em 1973, eu fui para a Inconfidência, e fiquei lá nove anos. Voltei em 1977 para a Itatiaia, mas antes uma passagem curta na Rádio América.

Você chegou a trabalhar como repórter?

Na Rádio Inconfidência a gente narrava e fazia reportagem. Eu cheguei a entrevistar o Pelé, na década de 60. Mas fui mais narrador.

Quando você começou a ficar por conta do Cruzeiro? (mais…)


Vem aí o II Outono Jazz – arte e gastronomia no alto da Serra do Cipó

Hian Costa Lacerda, filho do jornalista Sergio Lacerda e da terapeuta holística,  Fátima Gaya, retornou da França, onde está morando, empolgado com a beleza e o astral da pousada dos pais na Serra do Cipó, a Barriga da Lua. E vai promover lá o “II Outono Jazz – arte e gastronomia no alto da Serra”.

Artes plásticas, música e gastronomia invadem, na segunda edição deste evento. E próprio Hian faz o convite:

* “Para quem gosta de curtir um frio no alto da montanha e apreciar um bom vinho, uma cerveja artesanal ou até uma culinária local sofisticada este será um programa de sucesso garantido; o evento promove a integração de artistas de diferentes segmentos; a principal atração deste ano será o Jazz Trio formado por três dos mais talentosos instrumentistas representantes das gerações mais produtivas da música mineira. (mais…)


Entre erros e falta de dinheiro as perspectivas mineiras no Brasileirão 2016

Paulo Bento vai ter que se virar com a falta de tempo para treinar e o elenco limitado do Cruzeiro

Coluna escrita por mim para a revista Exclusive:

Atlético e Cruzeiro entraram na contramão do Campeonato Brasileiro. O América dentro de suas possibilidades financeiras, começou perdendo duas de cara e vai ter que se virar para evitar o retorno à Série B. A dupla mais forte de Minas estreou treinadores no início da disputa, quando deveriam estar com comissões técnicas e elencos de jogadores definidos desde o fim da temporada passada. O Cruzeiro errou feio ao deixar Deivid brincar de treinador com uma das estruturas e grupo de atletas dos mais caros do país. O aprendiz, demitido tão logo o fracasso no Campeonato Mineiro se consumou, não deixou nada que pudesse ser aproveitado pelo sucessor. Ainda mais um substituto estrangeiro, o português Paulo Bento, aposta ousada e perigosa nas mesmas proporções. Com um elenco bastante limitado e cultura futebolística completamente diferente, o lusitano terá que mostrar competência e paciência para montar um time competitivo em meio a dois jogos por semana, viagens longas e sem tempo para treinar. Além, óbvio, da natural pressão oriunda da cobrança da torcida. Com enorme carga de treinamento e a experiência que ele tem, pode dar certo, principalmente se não enfrentar boicote de jogadores incomodados com os horários e dias de treinos. Emerson Leão durou pouco na Toca da Raposa por querer implantar filosofia semelhante.

Erroneamente parte da imprensa insiste em comparar Paulo Bento com Dunga. Nada a ver! Primeiro, que Dunga é também um aprendiz de treinador, apesar de ter dirigido a seleção brasileira numa Copa do Mundo e em duas Copas América. Segundo, que apesar de sisudo, o português é educado no trato com as pessoas, desses que respeita para ser respeitado.

 

Esperou demais

 

O Atlético esperou perder a Copa Sul/Minas/Rio, o Campeonato Mineiro e a Libertadores da América para acordar e concluir que a contratação do uruguaio Diego Aguirre foi um erro. Menos mal porque tinha Marcelo Oliveira disponível e acertou rápido com ele, que também estava muito a fim de voltar às origens, agora como comandante do time principal e com status de um dos mais concorridos treinadores do país. Rodar por outros estados e grandes clubes foi ótimo para o Marcelo, que além de títulos importantes ganhou experiência e prestígio.

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Encontrou um bom grupo na Cidade do Galo, sabe das deficiências que precisam ser corrigidas e conhece como poucos não só o Atlético como as dificuldades do futebol brasileiro. Não quer dizer que será campeão e nem que uma vaga na próxima Libertadores da América esteja garantida. O Brasileirão é traiçoeiro e nem sempre o melhor vence. Além de serem muitos os candidatos ao título.

Dos 20 integrantes da Série A, o América é o 19º em receitas e isso pesa demais nessa disputa, não só nos investimentos em contratações, mas também para segurar seus melhores jogadores.

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O excelente goleiro João Ricardo, por exemplo, tem vários interessados endinheirados. De acordo com a lei, quem depositar a multa rescisória, leva. E o América não tem como segurá-lo ou a qualquer outro jogador assediado.


A era das improvisações esdrúxulas e defensivismo começou a acabar no Atlético

São tantas competições, tantos fatos nos últimos dias e pouco espaço para falar de tudo. Diego Aguirre é passado, a contratação dele foi um equívoco, mas o Atlético o demitiu a tempo de fazer uma campanha digna no Brasileiro, principalmente porque conseguiu um treinador que pode dar o retorno esperado. Marcelo Oliveira mostrou que está a fim de escrever uma nova história no Galo ao topar sentar-se no banco dois dias depois de sacramentar o acerto com o presidente Daniel Nepomuceno. Manteve o time que tinha sido treinado e escalado pelo Carlinhos Neves, com Patric, titular mais uma vez, improvisado. Mas no intervalo, parece que a era de improvisos esdrúxulos e defensivismo começou acabar no Galo. Perdendo de 1 a 0, mesmo jogando melhor que o Atlético-PR, Marcelo pôs Dátolo no lugar de Patric, tirou o volante Eduardo, colocando o Carlos Eduardo e promovendo também a entrada do Hyuri no lugar do Carlos, que perdeu oportunidade impressionante. Cazares, novamente melhor em campo, empatou de pênalti e novas chances foram desperdiçadas. Um time cheio de desfalques, mas cujo grande problema é a finalização, pois poderia ter saído vitorioso da Arena da Baixada.

Que não cobrem do Marcelo Oliveira o que ele fez no Cruzeiro. Ganhar um campeonato brasileiro é dificílimo, dois consecutivos é difícil de acreditar. Ele é competente, treinador atualizado, está vibrando com essa volta ao Atlético, tem um dos melhores elencos do país e uma estrutura invejável. Mas, para ser campeão é preciso mais que isso no conjunto da obra.

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Tudo bem que são apenas duas rodadas, mas ver o América em último na classificação, o único com nenhum ponto, dói e preocupa muito. Perder em casa na estreia, mesmo que tenha sido para o Fluminense e tomar de 3 a 1 da Chapecoense em Chapecó, não pode ser considerado “dentro do contexto”, para o campeão mineiro.

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A simples estreia do Paulo Bento deu um destaque especial para Cruzeiro x Figueirense num sábado à noite. Quem gosta de futebol está curioso para saber como será esta experiência de um treinador português comandando um dos grandes clubes brasileiros. Claro que, com apenas uma semana de trabalho, pouco pode ser avaliado, e só os resultados aferirão os novos métodos implantados na Toca da Raposa.