Certamente 2014 será especial na memória do locutor Jaime Junior. Foi o ano da afirmação profissional, quando a Globo lhe deu o espaço merecido e ele soube aproveitar, na apresentação de importantes programas, narração de jogos e ótima participação da cobertura da Copa do Mundo.
Uma figura simples, que conserva as origens da terra natal, Matozinhos, cidade próxima a Belo Horizonte, onde ele vai todas as semanas para curtir a família e os amigos. Mas antes de chegar à Globo ele rodou bastante outras regiões distantes do interior de Minas, onde aprendeu muito, se aperfeiçoou e teve o trabalho reconhecido. Manteve a tradição: o interior de Minas formando grandes profissionais para atender aos veículos de comunicação da capital.
Confira a recente entrevista concedida por ele ao jornal SETE DIAS, que também circula em Matozinhos:
Jaime Pires de Miranda Júnior, filho de Jaime Pires de Miranda (falecido em 1995) e Maria Dalva Pessoa Miranda.
Destacada participação na cobertura da Copa do Mundo
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Estudei até a quarta série na Escola Estadual Visconde do Rio das Velhas, Matozinhos. Da quinta série até a conclusão do segundo grau na Escola Estadual Bento Gonçalves, também em Matozinhos. Fiz a faculdade de comunicação social nas Faculdades Integradas de Caratinga.
– Começou profissionalmente?
Comecei na Rádio Destack. Depois fui para a TVM. Ambas de Matozinhos e não existem mais. Foi um período importante de descoberta e aprendizado. Nestas emissoras eu podia fazer quase tudo. Era só pedir que o dono deixava. Na rádio Destack eu organizei um campeonato de futsal. Assim podia transmitir os jogos e aprender a narrar. Fazia tudo com o telefone sem fio da minha casa. Mãe é mãe!… rss. Por influência do meu pai eu ouvia rádio com frequência e tentava copiar o que os narradores faziam.
Na TVM eu escolhia um campo de futebol todo domingo pra gravar o VT de um jogo do campeonato amador de Matozinhos ou de Capim Branco. Sempre ao lado do cinegrafista José Antônio, popularmente conhecido em Sete Lagoas como “Mumu” ou “Maisena”. Um dos grandes amigos que tenho. O futebol amador foi a minha grande escola.
– Como foi a saída de Matozinhos?
Depois que fui para a Escola Profissionalizante em rádio em BH. Foi o período em que eu conheci o futebol amador da capital. Pouco depois fiz parte da equipe de esportes da Rádio Caratinga em BH. Transmitia os jogos de Atlético, Cruzeiro e América. Comecei como repórter. Depois narrador. Dois anos mais tarde fui morar em Caratinga, onde fiz a faculdade de jornalismo e trabalhava na rádio e na tv da cidade. Trabalhei ainda na Rádio Globo de Governador Valadares. Passei em definitivo para a televisão em 2006 quando fui trabalhar na afiliada Globo de Montes Claros. Em 2008 fui para a afiliada Globo, dos Vales do Rio Doce e do Aço. Neste período, fiz o teste para narrador do Sportv e passei.
Com o comentarista de arbitragem Márcio Resende, numa transmissão
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– Como foi a ida para a Globo Minas?
O meu ex-professor de rádio, Vagner de Sales Dornas, sempre me disse que o caminho para a capital estava no interior. Ele tinha razão. Entrar na Globo Minas é muito difícil. Não conhecia ninguém lá. Pra ser conhecido tem de enfiar a cara no mundo. Nas afiliadas do interior o pessoal da Globo Minas pôde acompanhar o meu trabalho. Sempre eu fazia reportagens do time de futebol do Ipatinga e gerava o material para a Globo. E tinha as transmissões também. Até que no dia 16 de setembro de 2011 eu fui contratado pela TV Globo Minas.
– Como é o seu dia a dia, com coberturas em Belo Horizonte e viagens? Acordar de madrugada para estar diariamente no Bom Dia Minas. . .
A rotina depende da demanda. A prioridade é narrar os jogos. Quando eu não estou na escala dos jogos eu faço o Bom dia Minas. Chego na TV às cinco e meia da manhã. Uma hora depois estou no ar com a Elisângela, que é uma pessoa muito legal. Aliás, é algo que eu gosto muito na Globo. A equipe de trabalho é muito boa. O relacionamento é ótimo! Faço também o Redação Sportv. Dependendo da escala eu também posso estar na reportagem ou na edição.
– Quais as suas melhores lembranças de Matozinhos e região?
Guardo com carinho os tempos de criança, adolescente. Praticava vários esportes. Futebol, vôlei, basquete… era ruim em todos. Mas jogava e fiz muitos amigos no esporte. Gostava de ouvir rádio ou ver os jogos na TV com o meu pai. Perdi o parceiro em 1995.
Moro hoje em BH. Mas sempre estou em Matozinhos para ver a minha mãe e o meu irmão, Luciano. Sou muito família. Toda semana eu estou em Matozinhos. Sou apaixonado pela minha mãe e não consigo ficar muito tempo longe dela. A minha esposa Rita entende bem isso. Aliás, é a minha outra grande paixão e grande parceira. Também gosta muito de esporte. Isso ajuda muito porque não é fácil ser mulher de um jornalista esportivo. No meu caso é tranquilo. A gente assiste junto aos eventos esportivos. É muito legal.
Nos tempos de Ipatinga, na afiliada Globo, dos Vales do Rio Doce e do Aço.