Notas interessantes na coluna Painel FC, da Folha de S. Paulo, e depois meus comentários sobre elas:
* “O salvador”
Uma das exigências de Ronaldinho que contribuíram para melar o negócio com o Palmeiras está relacionada à permanência do time na Série A. Assis, irmão e agente de Ronaldinho, pediu um prêmio de R$ 800 mil se o time conseguisse se livrar do rebaixamento do Campeonato Brasileiro deste ano. A diretoria alviverde entendeu que essa cobrança era abusiva, não aceitou e deu por encerrada a negociação com o meia.
Déjà-vu. Essa é a terceira vez que o Palmeiras se aproxima de Ronaldinho, vê o reforço bem próximo, mas morre na praia. No fim de 2010 e no ano passado, o clube negociou com Assis e viu o meia fechar com outros times: Flamengo e Atlético-MG.
Cara… O Bom Senso F.C. se reuniu nesta terça-feira (26) com a Globo para apresentar as propostas de mudanças no futebol. O movimento de jogadores expôs a ideia de fazer os Estaduais em formato de Copa, com menos datas, e criticou os jogos às 22h –esta última reivindicação também foi apresentada à Globo por clubes na semana passada.
…a cara. Apesar dessas propostas terem sido discutidas, a reunião da cúpula da Globo com o Bom Senso teve como tema central a lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que refinancia as dívidas dos clubes. Quem participou do encontro conta que a emissora quis entender quais são os pontos defendidos pelo movimento para a aplicação da lei.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/182686-painel-fc.shtml
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Este “bicho” pedido pelo Assis para segurar o Palmeiras na Série A poderia servir como um motivador para o Ronaldinho se empenhar mais em campo, porém, não surtiria este efeito nele, já com preguiça de jogar futebol que exija alta competitividade de um jogador. Ainda joga para satisfazer ao irmão e empresário Assis, que quer faturar alguns milhões de saideira com a bola rolando.
Ronaldinho quer é brincar e se divertir batendo uma bola como qualquer peladeiro de fim de semana. Mesmo que queira mostrar ainda um pouco do futebol que o consagrou, não dá mais conta, já que não tem mais condição física para isso e nem paciência para enfrentar uma preparação e os sacrifícios fora de campo que isso exige.
Tive esta certeza no jogo contra o Raja Casablanca, quando ele queria muito disputar a final contra o Bayern. Quando o Galo tomou o primeiro gol, aos 5 minutos do segundo tempo, ele se encheu de brios e assumiu o jogo. Empatou, cobrando falta, aos 17, e passou a impressão que iria comandar a virada. Mas o gás acabou e ele não conseguia sair da marcação marroquina. Cansado, tentava cavar faltas, mas o árbitro espanhol Carlos Velasco Carballo não caía na conversa. Aos 28 o Galo tomou o segundo gol e aos 48 o terceiro.
Foi o último jogo em que o Ronaldinho realmente reuniu todas as forças para tentar mostrar ainda a sua bola, mas nessa idade a condição física cobra de forma especial de quem gostou de curtir bem a vida fora das quatro linhas.
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A única bandeira do movimento Bom Senso, que é 100% deste grupo de jogadores e que seria ótima para o futebol brasileiro é essa exigência de uma Lei de Responsabilidade, que pusesse um freio nos dirigentes dos clubes. Os presidentes deveriam ser penalizados com o seu patrimônio pessoal em caso de gestão irresponsável. Do jeito que funciona hoje, cartolas mal intencionados entram pobres ou remediados para os clubes e saem ricos, deixando as dívidas assumidas em seu mandato para o sucessor pagar. Caso não pague, o clube que se dane.
Os clubes grandes usam a sua popularidade e poder político para empurrar com a barriga; os pequenos têm seus bens penhorados e costumam fechar as portas.
Quanto a estes horários safados de jogos, é mais fácil o sol tremer de frio do que a Globo aceitar mexer nisso, que envolve a grade de programação dela e os interesses do departamento comercial.
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