Enquanto o STF dá exemplo inédito ao país e condena corruptores e corrompidos do “Mensalão”, a Justiça Desportiva continua a mesma: vergonhosa como sempre!
Passou da hora do futebol, que movimenta uma fortuna incalculável botar seriedade nestes tribunais onde os julgadores não escondem as suas paixões clubísticas, como ficou demonstrado nas redes sociais, neste episódio do Ronaldinho Gaúcho.
Para garantir mais transparência, menos injustiças e dar mais credibilidade ao futebol a FIFA está se rendendo e vai aceitar o uso da tecnologia para tirar dúvidas e impedir vitórias sem mérito. Começará com sensores que darão 100% de garantia se a bola entrou ou não, com as primeiras experiências oficiais no Brasil em 2014.
Mas o choque de credibilidade tem que ser completo, e tão importante quanto o jogo dentro das quatro linhas é a batalha dos bastidores, principalmente nas federações e confederações, que administram os campeonatos. A CBF com as suas manobras de tabela, acompanhada pelo seu STJD e arbitragens são ótimos exemplos mundiais de desrespeito às regras e ao bom senso.
E como os clubes são desunidos, a cada temporada um sofre mais na pele. Normalmente algum que esteja ameaçando a hegemonia de um filiado paulista ou carioca.
Manobras
Isso ocorre desde que o futebol existe no Brasil. Para ficar em exemplos mais gritantes, a inversão de mando de campo na final do Brasileiro de 1974, quando o Cruzeiro deveria jogar contra o Vasco no Mineirão e a então CBD passou para o Maracanã.
Não satisfeita, já que o time mineiro era muito melhor, a CBD escalou Armando Marques para apitar e anular um gol legítimo do Zé Carlos. Em caso de empate haveria prorrogação. O Vasco foi campeão.
Não foi
Em 1979, novamente para beneficiar o Vasco em uma decisão que tinha também o Atlético, Inter e Goiás, a CBD inverteu mando de campo entre Atlético e Goiás. Deveria ser em BH, foi para Goiânia.
O então presidente do Atlético, Valmir Pereira, não deixou o time viajar. Perdeu por WO para os goianos, mas o Vasco se deu mal, porque o Galo perdeu também para o Inter por WO e os gaúchos foram os campeões.
Vez gaúcha
Em 2005 o Internacional estava com a mão no título, mas foi derrotado pelo Corinthians em São Paulo numa das maiores trapalhadas de arbitragem da história do nosso futebol, no ano em que o Brasileiro teve jogos anulados por causa do escândalo do apito, comandado pelo Edilson Pereira de Carvalho.
Em 2010 foi a vez do Cruzeiro voltar a protestar, na reta final do Campeonato.
Pênalti suspeito
O árbitro Sandro Meira Ricci enxergou um pênalti para o Corinthians, aos 41 do segundo tempo, afastando o Cruzeiro da disputa.
De volta à briga pelo título, este ano o Atlético voltou a sentir a força das manobras espúrias da CBF e o tribunal dela. O adiamento do jogo contra o Flamengo no primeiro turno; a suspensão do Rever por quatro jogos pelo STJD, mesmo sendo ele primário, e o absurdo da suspensão do Ronaldinho Gaúcho, por causa do lance com o Kleber, contra o Grêmio. Nem expulso foi, e o árbitro, acusado de ter errado, foi absolvido no mesmo julgamento.