Como diz o Emanuel Carneiro, “clássico bom é aquele que dura uma semana ou mais depois que acaba”.
Depois de tudo que vi, li e ouvi, dos colegas e principalmente dos leitores e pessoas no contato direto, cheguei a algumas conclusões e continuo com algumas dúvidas.
Eduardo Dias enviou uma ótima twittada que leu do ótimo comentarista Mário Marra: “O clássico começou com uma torcida iludida e terminou com outra!”.
Pode ser. E que todos pensemos sobre isso porque o que importa mesmo é o Campeonato Brasileiro para o qual Galo e Raposa estão se preparando.
Se Anselmo Ramon virou o jogo, para mim, Roger foi o grande responsável pela mudança de postura do Cruzeiro desde que entrou, no segundo tempo.
Além do talento inquestionável, usou toda a experiência que adquiriu ao longo da carreira e fez lembrar o Fabrício: deu logo um chega pra lá no Danilinho que era o principal jogador do Atlético até então, com e sem a bola.
Foi para arregaçar e sob o risco de ser expulso; porém, funcionou. Sintomaticamente, Danilinho sumiu no jogo, e por incrível que pareça, quando era de se imaginar que os “durões” e experientes do Atlético fossem à forra com o Roger, ficaram de bate papo amistoso com ele, com direito a abraço, do Pierre e tapinha nas costas do Rafael.
O atacante cruzeirense Walter deve ter observado isso para se referir a “pipocar”.
Zombaria à parte, o Atlético perdeu mais oportunidades de gol, e o Cruzeiro aproveitou duas das quatro claras que teve.
Aliás, pisei na bola com o Fillipe Soutto ao escrever ontem que ele perdera a bola que originou o empate do Cruzeiro. Foi Neto Berola, e agradeço aos leitores que me corrigiram, com o devido pedido de desculpas ao Soutto, que aliás, fez um grande jogo.
Lembrei-me do Fabrício, e vale registrar que ele ficará os dois próximos jogos fora do São Paulo, devido a mais uma contusão. Não consegue uma sequência lá, o que mostra que o Cruzeiro não fez mau negócio ao não renovar por mais três anos, como ele queria.
Leandro Guerreiro está se saindo muito bem como o novo “xerife” do meio campo celeste.
Observei também que o ponto mais fraco dos dois times é a defesa, que deixam enormes buracos entre os beques e não conseguem espanar com eficiência as bolas cruzadas na área.
Cuca anunciou a troca no gol: Giovanni entra no lugar do Renan Ribeiro.
Um tempo, e um bom treinador de goleiros podem fazer o jovem goleiro, prata da casa, voltar a atuar como no seu começo no time profissional. Tem potencial e mostrou anteriormente que é bom, mas deu uma destrambelhada incrível.
Wagner Mancini terá à disposição, no Brasileiro, o recém chegado Alex Silva, que pode melhorar o desempenho do setor, mas assim como Cuca, pena com a falta de laterais confiáveis.
Exceção para o lado direito do Atlético, onde Marcos Rocha e Carlos César, podem não ser craques, mas estão dando conta do recado.
Guilherme está sendo injustiçado por grande parte dos atleticanos. Tem jogado bem, e no clássico, foi um dos melhores em campo. Paga pelo fato de ter sido do Cruzeiro e qualquer erro dele é hipervalorizado.
A arbitragem continua rendendo, e muito.
Ficarei com os comentários de um representante de cada torcida da capital que se manifestou de forma diferente sobre o assunto.
Entendo que apenas o americano Mário César receberá 100% de razão, até dos mais apaixonados alvinegros e cinco estrelas.
Confira primeiro o atleticano Rondon, depois o cruzeirense de Bom Despacho, Handerson Lemão:
* “Bom dia meu caro Chico Maia,
Mas uma vez volto a falar que sou seu fã, mas discordo novamente com seu comentário sobre a arbitragem mineira, dizendo que sofrem mais pressão que os ratos que vem de fora, entrar pressionado é uma coisa, ser desonesto é outra, e esse safado que apitou o jogo com o auxílio do Motillo já entrou mau intencionado contra o Galo, quando se ta nervoso erra para os dois lados, não vi nenhum erro contra o cruzeiro, muitas faltinhas a favor do cruzeiro, no mínimo dois pênaltis a favor do Galo e um gol que tenho dúvidas se foi bem anulado, e o que dizer da deslealdade do Roger, quero ver se a imprensa vai cobrar uma suspensão pra ele, mesmo não sendo expulso no jogo pode e deve pegar pelo menos 5 jogos, porque se fosse do Galo seria manchete em todos os jornais, sei que não podemos ficar culpando os outros pela incompetência de nossos administradores, mas seja sincero como sempre foi, vc conhece algum time no Brasil mais prejudicado pela arbitragem? Três elementos que vem sendo muito questionado pela torcida atleticana e poderiam ter se consagrado no clássico, 1° Guilherme teve a chance de matar o jogo, 2° Rena Ribeiro duas bolas que foram no gol ele pegou no fundo das redes e 3° o árbitro que poderia ser imparcial e ser até cotado para apitar as finais, mas amarelou mais uma vez a favor do cruzeiro.
Atenciosamente.
Rondon Sousa Cordeiro”
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Agora o cruzeirense Handerson:
* “Chico, como sou fã de sua coluna, e concordo com quase tudo que voce diz, sempre tenho que dar um pitaco nas suas opiniões, e desta vez é a respeito do seu comentario quanto ao árbitro do clássico, concordo com o que voce diz, mas só acho que voce se esqueceu que com 3 seg de jogo, o danilinho teria que ser expulso pela entrada criminosa no montillo.
abraços,
Handerson,
Bom despacho – mg”
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E o americano Mário César:
* “Alguém me explica essa “lógica”:
clássico: atlético x cruzeiro – danilinho voa no montillo, para expulsão, nada acontece.
clássico: atlético x cruzeiro – roger dá uma cotovelada criminosa no atleta atleticano, recebe um amarelo.
…
clássico: atlético x cruzeiro – montillo voa no richarlysson, lance para expulsão, fica no amarelo.
clássico: AMÉRICA x atlético, Leandro Ferreira dá um encontrão no meio do campo com o richarlysson, leva VERMELHO direto.
Moral da história: Só o americano expulso dessa conversa toda. e ALGUÉM AINDA ACHA QUE É Coincidência?
Mário César”.