Blog do Chico Maia

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Simplificação argentina para tentar voltar a vencer

A Argentina comemorou, quarta-feira, os 25 anos da conquista do bi-campeonato mundial, no México em 1986. Dias antes já havia comemorado os 18 anos da última Copa América, em 1993, no Equador.

Neste espírito de cobrança e pressão, estreia nesta sexta-feira à noite na competição da qual é anfitriã, contra a Bolívia. Diferente dos seus antecessores, o técnico Sérgio Batista é discreto e bem humorado. Volante, e um dos líderes do time campeão da Copa do México, foi auxiliar de Diego Maradona na África do Sul, ano passado.

Na entrevista coletiva não se perturbou com nenhuma pergunta e riu muito da pergunta feita por um repórter do programa CQC, da Band: “No último confronto foi Bolívia 6 x 0; sendo assim, um empate na estreia contra eles será um bom resultado?”

 

Tranquilo

 

Também respondeu com tranquilidade se Tevez foi escalado como titular por causa da pressão da torcida e imprensa do seu país: “Não, vai jogar porque mereceu e pode formar um grande ataque com Messi”.

A Bolívia vai ter de suar muito para não ser goleada em La Plata. A Argentina optou pela simplicidade e até as principais estrelas do time agem como se fossem principiantes.

É questão de honra voltar a levantar um título, 18 anos depois da última conquista.

 

Diferentes

 

Conversando com as pessoas aqui constato que a rivalidade entre River e Boca é muito diferente das brasileiras, principalmente em MG e RS, onde cruzeirenses e atleticanos; gremistas e colorados querem que o rival desapareça do mapa.

A maioria dos boquenses não gostou da queda do River. A sério, dizem que foi muito ruim para o futebol do país. Na gozação, afirmam que assim, o Boca não terá mais seis pontos garantidos.

 

Vão se apresentar

 

As novas estrelas da seleção brasileira são pouco ou nada conhecidas por aqui. Nem a conquista da Libertadores deu notoriedade a Neymar e Ganso entre os argentinos. Neymar é citado por alguns, especialmente os muito jovens; Ganso, só é conhecido pelos jornalistas.

Estão diante de uma grande oportunidade de se destacarem e aumentar suas cotações perante o mundo. A mídia europeia está presente em boa quantidade para cobrir a Copa América.

 

Ô inveja

 

Falei dos jornalistas que pegam os 79 Km que separam Buenos Aires de Campana, onde a seleção brasileira está concentrada e da qualidade das estradas, que impressiona e muito.

Mas não falei do mais importante: poucos pedágios e muito baratos.

Até Campana são apenas dois, que não totalizam R$ 4.

 

Os dispensados

 

Os meios de comunicação argentinos estão debatendo se a direção da seleção mexicana agiu corretamente ao mandar embora oito jogadores que participaram de uma festa com quatro prostitutas num hotel em Quito, antes de viajar para cá.

Os críticos da decisão mexicana afirmam que é um absurdo tratar dessa forma, jovens de vinte e poucos anos que ficarão mais de um mês confinados, por conta da seleção do país.


Ótima entrevista do goleiro Marcos

Estava devendo essa entrevista que li, aos senhores do blog.

É do goleiro Marcos, que vale a pena.

MARCOS2

Saiu no O Globo, de sábado, dia 25:

“Marcos: ‘Não quero parar como um cara que se arrastou pelo campo’” 

Por Carol Knoploch (carolk@sp.oglobo.com.br) | Agência O Globo – sáb, 25 de jun de 2011

SÃO PAULO – Marcão, goleiro do Palmeiras e pentacampeão, vai parar. Ele, que não quer se arrastar em campo, diz que este ano está bipolar. Tem dias que gosta da ideia da aposentadoria, mas também tem horas que se sente angustiado. Isso porque nunca teve um plano B, só queria ser goleiro do Palmeiras, o time do coração e pelo qual a mãe é fanática. Bem-humorado, o goleiro, ídolo até de torcidas rivais, comentou sobre a última temporada, momentos marcantes e o porquê não aceitou convite para atuar no exterior. O que ele vai fazer depois? Engordar muito e, claro, continuar no futebol.

Vai parar mesmo?

MARCOS: Em dezembro. Faço treinos diferentes e apenas um por dia. É para não forçar demais o joelho. Não adianta forçar no treinamento e ficar fora do jogo. Treinei hoje (dia 9), no frio e na chuva, e o joelho ficou estalando.

Pode parar antes?

MARCOS: Quero me acostumar com o fato de que vou ter de largar a única coisa que sei fazer. Sou apegado e procuro aproveitar os últimos treinos, jogar o número máximo de partidas. Mas sem colocar o time em risco se eu não tiver condições. Difícil jogar todo o Campeonato Brasileiro.

O que passa na cabeça?

MARCOS: Meu humor está mudando muito. Estou bipolar (risos). Em dias frios, como o de hoje, que tenho de cair no chão molhado, penso “graças a Deus que não farei mais isso”. Ao mesmo tempo, faz 19 anos que jogo futebol e vou ter de mudar de profissão. O que quer que eu faça não vai chegar aos pés do futebol. É uma mistura de sentimentos. Fico tenso, melancólico, triste, feliz.

Já começou a chorar?

MARCOS: Ainda não, mas estou preocupado. Eu me saí bem no futebol, consegui meus objetivos e para continuar no esporte estou velho. Eu me questiono sobre o que vou fazer e se serei bom, me cobro muito.

E quem segura a sua onda?

MARCOS: Todo mundo acha que tenho condições de jogar mais. Mãe, mulher, cunhado, ainda mais quando vou bem numa partida. Daí escuto: “Pô, dá para jogar mais um ano”. Mas tem mais de 70 partidas num ano! Treinei muito para conquistar meus objetivos e me machuquei muito por não ter limite. As dores incomodam e vou me irritando com coisas do tipo, atuar num campo duro. Dói tudo. Também sei que não estou 100%. Fico com receio que isso me prejudique no jogo. Olha: quero parar por cima. Aqui no Brasil a gente sabe que não é primeira impressão que fica e sim, a última. Não quero parar como um cara que se arrastou pelo campo.

O que achou da despedida do Ronaldo? Ele se arrastou?

MARCOS: Achei legal, digna para quem foi. Toda vez que um grande jogador para como ele ou como o Romário, por exemplo, ficamos tristes, né? Todo mundo gosta de um cara que joga bem, mesmo que seja no time adversário. E entendo o Ronaldo, que já tinha deixado de treinar. Já está com a vida estabilizada, tem projetos. Fiquei triste porque convivi com ele na Copa do Mundo (2002) e ele era fantástico. Gostaria de vê-lo mais tempo em campo.

Lembrou que sua hora está aí? Quer uma despedida da seleção também?

MARCOS: Ah sim! Já passou quando o Washington, o Coração Valente, se aposentou. Vi a coletiva dele no Fluminense e pensei: “Vixe, ano que vem sou eu!”. Esta hora chega para todo mundo. Mas não tenho o mesmo moral que o Ronaldo. Só joguei 29 vezes pela seleção. Tive poucas convocações e também fiquei muito no banco. Titular mesmo, só na Copa (2002). Agora, se tivesse a conta bancária do Ronaldo, eu me aposentaria antes (risos).

É verdade que Felipão disse que não queria nem saber quem eram os goleiros, que você seria o titular dele em 2002?

MARCOS: Verdade… A seleção estava passando por um momento difícil e… não quero que pareça que estou reclamando, que acho que sou perseguido. Mas no Palmeiras você tem de provar que é muito, muito, mas muito melhor que alguém para ser convocado. E quando o Felipão assumiu a seleção, que quase ficou fora da Copa, sabia do meu potencial porque tínhamos trabalhado juntos no Palmeiras. Isso me ajudou porque o Dida e o Ceni estavam em fases brilhantes. A disputa era acirrada e joguei a Copa com esta cobrança.

O Rogério Ceni já disse que não teve a sorte de trabalhar com um técnico na seleção que tivesse sido seu treinador em clube…

MARCOS: Acho que o Ceni teve pouca chance na seleção. E eu também! Mesmo com o Palmeiras na Segunda Divisão (2003), tinha acabado de ser campeão mundial. Pensei: “pô, vou ficar pelo menos mais um ano de titular, um ano de crédito.” Aí o Felipão saiu e entrou o Parreira. Joguei uma vez e fui para o banco. O Dida ficou como titular. Pô, tinha sido campeão do mundo. É que goleiro é cargo de confiança. Então, minha sorte foi o Felipão ter assumido a seleção. E meu azar, o Felipão ter saído. O Zetti, um baita goleiro, também não teve chance com o Taffarel. Já o Júlio César pegou uma boa fase, sem concorrente à altura.

Qual destes é excepcional?

MARCOS: São fases. Hoje, o Victor (Grêmio) e o Fábio (Cruzeiro) estão bem. Este negócio de “o melhor de todos os tempos” é a maior besteira do mundo. Só o Pelé, que é Pelé.

Como começou sua amizade com o Felipão?

MARCOS: Talvez eu tenha aprendido a conviver com ele mais rápido, quando chegou ao Palmeiras (1997). Nunca abusei do moral em nenhuma situação. Mesmo quando estava bem e ouvi cobras e lagartos do Felipão, abaixei a cabeça, escutei e fui treinar. Ele era o técnico! Se elogiou, agradeci. Sei o meu lugar. E ele sempre soube que podia confiar em mim porque jamais iria apunhalá-lo pelas costas. Posso não concordar com escalações, mas a tarefa é dele. Mas também, sou amigo dele assim… Nunca fui jantar na casa do Felipão nem ele na minha. É uma amizade de cumplicidade. Não gosto de misturar as coisas. Quer fazer marketing? Jogue bem!

Você se despede em ano em que o Palmeiras joga fora de seu estádio (em reforma). Mas com o Felipão…

MARCOS: No futebol, você não chega longe se as pessoas não te ajudarem. O Luxemburgo foi quem me deu a primeira oportunidade. O Zagallo me convocou para a seleção pela primeira vez. O Felipão, quando chegou ao Palmeiras, me colocou nos aspirantes, pois estava acima do peso. Ele gostava de mim e eu estava bem, daí pensei: “gaúcho desgraçado, quer me ferrar”. No futebol é assim, sempre alguém quer te ferrar, nunca é você se ferrando sozinho. Não falei nada. Levei a sério os aspirantes e fui abaixando o peso. O Velloso se machucou (1997) e ele me chamou. Não me ferrou, me ajudou. É o que se faz com um filho.

Qual a maior qualidade dele?

MARCOS: Honestidade. Fala na cara. A gente toma dura no treino (risos), ele xinga, fala palavrão, arregaça com a gente, mas depois, no vestiário, já está brincando, não mistura as coisas. Trabalho é trabalho.

Goleiro troca muita camisa?

MARCOS: Sempre toquei, em todas as partidas. Não consigo levar para casa. Até porque não sei falar não… Algo como “já prometi esta”. E na seleção também troquei muito. Inclusive com brasileiros, Ronaldinho, Ronaldo, Cafu… Da seleção de 2002, tenho o time completo.

Neste Brasileirão, a procura pela sua camisa aumentou? A da estreia ficou com o Maicosuel (Botafogo), que disse que era “a camisa de um campeão mundial”…

MARCOS: (risos). Aumentou! Já tem jogos para frente que os caras me ligaram para deixar reservada! Lúcio (Grêmio) é um deles. Dizem que querem a camisa do ano de despedida.

Onde guarda a coleção?

MARCOS: Em malas. Às vezes, quando um muito rival vai jogar uma final, saco a camisa do adversário e visto em casa (risos).

Tem camisas corintianas?

MARCOS: Várias! E ainda por cima tenho de arrumar para amigos que são corintianos e que me pedem. Toda vez, contra o Corinthians, o Andrés Sanchez me dá várias para distribuir.

De quem quer a camisa? Tem a do Neymar?

MARCOS: Putz! Não tenho nem do Neymar nem do Ganso. Está aí. Mas fico meio assim de sair correndo atrás dos caras para trocar a camisa. E também, se trocar com qualquer um tá bom, porque neste Santos todo mundo joga demais! O único cara que corri atrás mesmo foi o Jorge Campos, da seleção do México, numa Copa das Confederações (1999). Ele jogava com umas camisas incrementadas.

Sempre foi Palmeiras?

MARCOS: Fui influenciado. Meu pai, meu irmão mais velho e minha irmã mais velha são corintianos. Mas minha mãe e meu irmão acima de mim, palmeirenses. Torcia para o Guarani e meu irmão falou assim: “O Palmeiras é maior e é verde também!” Quando cheguei ao Palmeiras e vi o Velloso, quase desmaiei. Você não imagina como era difícil na minha cidade (Oriente, no interior de São Paulo), arrumar uma camisa do Velloso, quanto mais treinar com ele. Sempre torci pelo Palmeiras! Não se joga na Coca Cola e torce para o Guaraná Antarctica.

Tem vários!

MARCOS: Hoje tem, mas digo assim: se você é palmeirense e joga no Corinthians, tem de torcer pelo Corinthians. Graças a Deus eu sou palmeirense e jogo no Palmeiras, sempre joguei no Palmeiras e vou me aposentar no Palmeiras.

Quando chegou no clube, foi o Sérgio que te acolheu?

MARCOS: Foi um dos caras mais importantes da minha carreira. Me ajudou a não desistir. Eu morava no alojamento e quando estava frio, congelava. Quando era calor, os mosquitos mordiam. Pensava: “isso é vida?” Tinha horário para comer e se chegasse tarde, do treino em Pirituba, não tinha mais comida. Passava apertado e era bobão. Minha cidade tem cerca de cinco mil habitantes. Cheguei a São Paulo e fiquei três meses para ir ao shopping porque achava que tinha de pagar entrada (risos). O Sérgio me convidou para morar na casa dele quando estava em lua de mel (risos). Estou com um primo na mesma situação. Veio fazer teste e se passar vou arrumar um lugar legal para ele ficar.

Você só defendeu o Palmeiras por 15 anos. Mas teve a oportunidade de jogar no exterior, logo após o título mundial. No entanto, continuou no Palmeiras, rebaixado. Por quê?

MARCOS: A fase da Série B foi horrível pela pressão. Chegava para disputar um jogo na cidade, seja ela qual fosse, e parecia que era o Michael Jackson. Olha, é fácil falar te amo! Esta foi a oportunidade para eu provar (beija o escudo do time). Quando veio a proposta do Arsenal, optei pelo meu salário que era R$ 80 mil. Sei que é ótimo para os padrões brasileiros, mas era campeão do mundo! Hoje, qualquer um ganha R$ 200 mil. Ficava pensando em casa que, se eu não me adaptasse, poderia rescindir o contrato e voltar. Mas achava pilantragem. E tinha a coisa de largar o Palmeiras na hora que mais precisava. Esse momento me deu mais moral com a torcida do que se pegasse 50 penaltis do Marcelinho Carioca.

Lembra-se de algo engraçado?

MARCOS: Em Garanhuns, jogamos num campo que tinha cabrito. E antes da viagem vi a foto do lugar e falei que não poderíamos jogar num pasto. Era um jogo importante, contra o Sport. Quando cheguei na cidade tinha uma faixa assim: “aqui pode ser pasto mas a vaca da sua mãe não come aqui!” Fui aquecer perto do público e chovia tijolo! Para a torcida, a Série B foi péssima, mas para quem jogou foi motivo de orgulho.

Quando jogava num campo assim pensava no Arsenal?

MARCOS: Depois que decidi ficar, virei a página. Até hoje, não me arrependo. Além do dinheiro e de gostar do que se faz, você tem de ter raiz num lugar, para você ser lembrado. Não dá para jogar seis meses no Flamengo, um ano no Fluminense, três no Vasco… A hora que parar, vão falar: “É o Zezinho, lateral-esquerdo que jogou no Fluminense”. E outro vai dizer: “Pô, não me lembro…”

Tem medo de ser esquecido?

MARCOS: Para mim este não é um problema. É difícil parar porque sou goleiro! Quero ser goleiro e só sei ser goleiro. É verdade quando dizem que o jogador morre duas vezes (a primeira na aposentadoria).

Você é querido por torcedores de outros clubes…

MARCOS: De vários. Muitas vezes dou autógrafo em camisa do São Paulo, do Corinthians, do Flamengo. É engraçado. Vou lá e meto a caneta, na boa!

Tem algum clube, de outro estado, pode ser do Rio, que gostaria de ter defendido?

MARCOS: Nunca pensei nisso. Mas no Rio sou Vasco. Também curto o Coritiba, no Paraná, apesar dos 6 a 0 (risos) na Copa do Brasil. Já tive proposta para ir para o Corinthians, mas não dava. Teria de comprar um caveirão para jogar lá. Sou muito identificado com o Palmeiras. Acho que hoje os jogadores ficam com medo de não acumular fortuna, sabem de histórias de caras que perderam tudo.

E por que se repetem? Gastam com carrão, joia, na noite?

MARCOS: (risos) Porque é jogador de futebol. E para isso não precisa ter estudado. Quando se ganha muito dinheiro, pira mesmo. Quer tudo. Eu estudei até o segundo colegial. Minha mãe me moía se não passasse de ano… E olha que pulei muito o muro da escola. Admito que tenho até uma invejinha destes caras (risos). Desmanchei com a minha namorada de seis anos e já comecei a namorar a minha atual mulher. Estamos juntos há 12. Fui calouro, hein! Não aproveitei as baladas (risos). É que sempre achei que centroavante e goleiro são profissões. O resto, posições. Se não fizer gol (atacante) e se não fechar o gol (goleiro) está ferrado. Sempre fui caxias e não tinha plano B. Tinha de ser um ótimo goleiro. Você acha que gosto de ligar a TV e ver todo mundo metendo o pau em mim?

E a história do cafezinho?

MARCOS: Qual a diferença de tomar energético, água ou café (risos)? Contra o The Strongest, da Bolívia, estava um frio desgraçado, a bola não vinha no gol. O Palmeiras pressionava. Aí pedi para o roupeiro pegar um cafezinho. Tampei o copo mas uma imagem da TV pegou a fumacinha. Os adversários ficaram putos porque eu estava tranquilão. No jogo de volta, os bolivianos queriam me matar. Nos gols, os caras sentavam na minha cara e faziam o gesto com a mão, como se estivessem tomando café. A torcida gritava: “Uh, cafezinho, uh cafezinho”. Acredita que depois de três anos, com a seleção, voltei lá e os caras gritaram de novo?

A conquista da Libertadores em 1999, quando surgiu o apelido de São Marcos, foi o título mais importante no clube?

MARCOS: Para mim foi o da Série B, de 2003. Pela pressão, pelo período, pelo significado. Na Libertadores, era coadjuvante, tinha Paulo Nunes, Zinho, Júnior Baiano, César Sampaio, Arce… Um baita time. Na Série B, eu era “o cara”, o mais cobrado.

E a fase mais difícil?

MARCOS: 2007 foi a pior. Quebrei o braço três vezes no ano. Fiquei oito meses do ano engessado. Fazia fisioterapia e quando treinava, numa pancada, quebrava de novo. Achei que já tinha osteoporose (risos).

Conseguiu ganhar dinheiro? Investiu bem?

MARCOS: Consegui. Penso em dinheiro dentro dos meus padrões, do que vivo. Mas se comprar com o que vejo por aí, não. Mas também não sou um cara que ando com carro de R$ 500 mil, que usa correntão de ouro, relógio de R$ 30 mil. Não gosto e estaria ferrado. Vou parar ano que vem e em dezembro de 2012 já estaria sem nada (risos). Também não dou cartão de crédito para minha esposa (risos). Dou um dinheirinho e falo: “se acabar, acabou hein!” Ela diz que sou mão de vaca. Investi pouco também. Meu perfil no banco é conservador. Mas aumentei a propriedade da família (de 9 hectares para 900 hectares).

Você é certinho?

MARCOS: Sou nada (risos)… Já tive minhas épocas! Saía muito. Mas a fama atrapalha. Os torcedores pegam no pé. Se saia na quinta, depois de uma derrota na quarta… Nossa, um desrespeito. Então, comprei uma cobertura e faço churrasco lá. Ninguém vê, posso beber minha cerveja. O negócio é cumprir as obrigações. Claro que ninguém é santo. Mas também não me envolvo em confusão. Não vou sair sem minha mulher, né? Ainda mais agora que vou me aposentar. Imagina me separar e perder 50%? (risos).

O que fará logo de cara?

MARCOS: Eu me acostumei com as limitações. Não sinto falta, sabe? Mas tem duas coisas que vou fazer já a partir do primeiro dia de aposentado: não vou mais acordar antes do meio dia nem cumprir horários rígidos. Ah! E quero ficar muito gordo! Mas depois da despedida, hein! (risos). Não aguento mais comer frango com purê de batata. Agora, aposentado, imagina a mesa de jantar do Ronaldo? Ele tem bem mais dinheiro (risos). Também vou aproveitar mais a companhia dos amigos e da família.

E profissionalmente?

MARCOS: Tenho contrato com o Palmeiras por mais três anos quando parar. Sem cargo definido. É bom porque vou continuar no meio, vendo meus amigos. Mas não levo jeito para ser cartola, presidente. Também não quero mexer com dinheiro, contratação. Preparador de goleiros também acho que não vai rolar porque o Palmeiras tem um dos melhores do mundo… Sobrou… Bom, também não vou pintar o campo. Tenho certeza que temos um cara que pinta melhor do que eu (risos).

Você é um cara que fala mesmo, sem dó… Te ajudaria nessa fase?

MARCOS: Ou não. Acho que pegam no meu pé com esta coisa das declarações polêmicas. Normalmente analiso um jogo, não fico falando de coisas para frente. E, se perdemos de 6 a 0 para o Coritiba, não sei chegar na beira do campo e falar: “infelizmente, tivemos uma noite infeliiiiiz, mas vamos levantar a cabeeeeça e na próxima partida teremos tudo para somar três pontos (tom de texto decorado, típico dos boleiros).” Pô, o time jogou mal, tomou seis e como pode achar alguma coisa boa nisso? Fico mordido quando a gente perde… Minha mãe é tão palmeirense, tão palmeirense que na derrota ela fica ferrada. Daí, sento a lenha nestes vagabundos e sei que ela, ao menos, vai falar: “Aê filhão!”


Regininha Poltergeist

 

Obrigado ao Kleber e ao Dudu que escreveram, sobre a Playboy com a capa da Ministra fake:

“Caro Chico,
Esta, na revista, é a Regininha Poltergeist, sósia da ministra Gleisi.”


Uai, a Ministra?

Amigos,

ajudem aí!

O Ronaldo, que sempre envia coisas interessantes para o blog, mandou essa capa da Playboy.

Será mesmo a nossa Ministra da Casa Civil?

Será a Playboy mesmo ou uma brincadeira de alguém que montou a foto?

MINISTRA


Dia de reação ou início da abertura de vagas para desempregados

Numa olhada nos acontecimentos da rodada do Brasileiro, iniciada ontem, apesar do Corinthians ter assumido a primeira posição, o Cruzeiro foi o maior destaque, não só pela reação, de duas vitórias consecutivas, mas pelo fato de ter detonado o Vasco, que já vinha sendo apontado com um grande favorito ao título, depois de ter conquistado a Copa do Brasil. E foi em São Januário!

Sintoma de mais um caso de treinador derrubado pelos jogadores na Toca da Raposa.

Pelo que li nos comentários no blog, do Emilio Melo Figueiredo e do Ulisses, o time jogou “pro gasto” e o placar foi maior que o futebol mostrado, porém, dá moral e assusta os próximos adversários.

“Papai” Joel seria mais bonzinho que o tio Cuca!?

Lamentável foi mais uma derrota do América e da forma como ocorreu. Porém, essa história de jogar bem, e sair derrotado já arruinou muitos times e reputações.

O Atlético precisa vencer o Inter esta noite para não perder mais posições na classificação e não entrar em crise. Jogo de pressão total, desses aonde a bola queima nos pés e o treinador costuma titubear nas substituições e opções táticas, com a torcida bufando no cangote de todos.

Quando os jogadores têm cabeça fria e o comandante não se perturba, tudo dá certo, e mesmo com drama, a vitória acontece.

Como diria o desempregado Adilson Batista, de olho da vaga deixada pelo Renato Gaúcho no Grêmio, e em tantas outras que também começarão a surgir:

“Vamos aguardar!”


O cão chupando manga!

Diz a velha frase que ” a um cão danado, todos a ele!”

É o caso do Daniel Passarela, que está pagando todos os seus pecados pela arrogância e prepotência. Dirigentes e ex- do próprio River, dos adversátios, da AFA, ex-jogadores e agora, até atuais jogadores, estão pondo os podres dele para fora, que mesmo encurralado garante que não vai renunciar e que não vai mudar a sua forma de ser.

A queda do River Plate virou “assunto de estado” e o presidente Passarela será recebido pela presidente Cristina Kirchner, que, de olho nas eleições de outubro e em sua candidatura à reeleição, tentará ficar bem com a torcida e marcar território, já que o arquirival Boca Juniors, foi presidido por Mauricio Macri, atual governador de Buenos Aires.

E a imprensa, que também não morre de amores por ele, botando fogo no circo!

O River corre o risco de entrar na disputa da segunda divisão argentina sem cinco pontos, como punição pela violência da sua torcida domingo passado. Pode também ser multado e deverá perder 20 mandos de campo, como o Coritiba no Brasil em 2010, na disputa da segundona brasileira.

Vejam a entrevista do atacante Cavenaghi, ao jornal Olé!, de hoje.

Estava quase trocando o Inter de Porto Alegre pelo River, mas voltou atrás:

CAVENAGHI

* RIVER

“Lo siento por el hincha que creyó en alguien que le mintió” 

Cavenaghi a fondo. Le confesó a Olé que Passarella le “cerró las puertas” y que lo trató con “aires de soberbia”. Y se resignó: “Volveré cuando termine su mandato”.

“Mi intención no es hacer de esto una historia larga ni generar polémica en este difícil momento para el club. Lo único que quiero es que el hincha de River sepa la verdad”. Fernando Cavenaghi no anda en campaña. Pero hace lo que pocos se animan. Levanta la voz. Se para en la vereda opuesta a la de Daniel Passarella.

“Hasta ahora no había hablado públicamente porque no quería meter la pata ni confundir a la gente. Prefería esperar y ver cómo se iba encaminando todo”. En Porto Alegre, el Torito no pasa sus horas más felices. El Burdeos es el dueño de su pase y él está en plena negociación para rescindir el préstamo que lo une al Internacional. A la distancia, también, sufrió el descenso del club que lo formó como jugador, donde se convirtió en Cavegol y algún día sueña con volver. Y aunque su apellido fue de los primeros que sonaron para reforzar a River en la aventura desconocida de la B Nacional, éste no será el momento del reencuentro. Cavenaghi rompe el silencio. Se confiesa ante Olé y también lo hace en La Red.

-¿Te llamó Passarella?

-Sí, se comunicó conmigo pero hace un mes o un poquito más. Lo hizo para contarme que alguien le había dicho que yo quería contactarme con él.

-¿Y? ¿Qué te dijo?

-Nada. Sólo eso. Y lo mismo hizo con otros ex compañeros de River. No sé, pareciera que no sabe que somos amigos y nos contamos las cosas que pasan. Con todos utilizó el mismo discurso. Y quiero ser claro: es mentira que me llamó en los últimos días, ni siquiera habló con mi representante (Néstor Sívori). Conmigo hace lo mismo que con otros jugadores que podrían ser importantes para River, y tienen ganas de volver. Yo concentro con Andrés (D’Alessandro) y a él le dijo la misma mentira. Nos mirábamos y no lo podíamos creer.Y bueno, así está River, estamos haciendo todo al revés. Lo siento por el hincha que creyó en alguien que le mintió.

-Pero Passarella dijo que tu llegada iba a depender del gusto de Almeyda.

-Y yo descarto mi regreso por sus declaraciones. Cuando un presidente quiere contratar a un jugador, tiene que ser sincero. Te doy un ejemplo: al presidente de Lanús apenas lo conozco y dice que sería espectacular que yo pueda jugar ahí; y el de River, el club que es como mi casa y del que soy hincha, dice que no depende de él. ¿Cómo no va a depender de él si es el presidente? -¿Al menos pudiste hablar con Almeyda? -Con el Pelado no hay problema. Es un fenómeno, lo respeto muchísimo por el amor que le tiene a River y lo banco a muerte, más aún en esta situación. Pero no tiene sentido que hable con él. Ni siquiera vale la pena meter al club en esto, porque todos saben quién es el que decide. Yo estaba dispuesto a resignar muchísimas cosas, más de lo que cualquiera se puede imaginar, para defender esta camiseta. Porque quería dar una mano en el peor momento de la historia de River, y nada… Passarella me cerró las puertas.

-¿Te sorprende?

-Me duele mucho, en lo más profundo, el desinterés que demuestra esta gestión por mí. Passarella nunca me valoró. Y no, no me sorprende para nada, porque fijate que Francescoli es el último gran ídolo de River y no puede ni caminar por la vereda del Monumental. Lo siento por la gente que ama al club y por el verdadero hincha de River, cosa que para mí el presidente no es.

-¿Y si te llama ahora?

-Quiero ponerle un punto final a este asunto. Durante mucho tiempo le expresé mi deseo, mi voluntad de regresar y él siempre se quedó mirando hacia arriba, como diciendo “vamos a ver”, con ese aire de soberbia que lo caracteriza.

-¿Entonces no guardás ni una luz de esperanza?

-Para nada. Estoy muy triste por todo esto, pero yo soy un profesional y ahora me toca ver qué es lo mejor para mí. De todo corazón quiero lo mejor para River, ojalá que ascienda rápido y a mí me tocará volver cuando termine el mandato de Passarrella. Porque mi deseo fue y será volver al club que amo.

* http://www.ole.com.ar/river-plate/futbol/titulo_0_508749139.html


Só agora começam a falar de Copa América

* A partir de amanhã é que os meios de comunicação argentinos vão dedicar maior parte do seu tempo à Copa América.

Até hoje, era só a crise do River Plate e a caça às bruxas que se iniciou desde domingo após o empate com o Belgrano, em Nuñes.

O atual presidente, Daniel Passarela e o ex, José Maria Aguilar, são os maiores vilões, com destaque para Aguilar, acusado de ter assinado contratos lesivos ao clube.

Ex-capitão da seleção e do próprio River, Passarela enfrenta aqui as mesmas acusações que sofria como treinador do Corinthians: frio, arrogante e prepotente, e que a maioria dos jogadores não gosta dele.

 

Roger conhece

 

Um companheiro da imprensa de São Paulo lembrou que Roger, hoje no Cruzeiro, chutou um pênalti decisivo quase fora do estádio da Ressacada, numa decisão de vaga com o Figueirense pela Copa do Brasil. Teria sido para desafiar o seu então treinador no timão, que foi eliminado neste dia.

Mas o River deverá ficar somente seis meses na segundona porque aqui são dois campeonatos por ano, e depois da Copa América começa outro. Sobem três, e os adversários são considerados muito fracos.

E Passarela continuará no cargo, apesar da pressão por sua renúncia.

 

Como o Mineiro

 

Ser campeão da Copa América é semelhante a ser campeão estadual: não vale tanto, mas perdê-lo costuma derrubar treinadores e jogadores.

O título serve também para segurar o treinador para que ele pise na bola na principal competição que é a Copa do Mundo.

Em 2001 Felipão balançou ao não chegar nem às quartas de final na Colômbia, mas no ano seguinte levantou o penta mundial.

 

Dançaram

 

Em 2003, Parreira venceu a final contra a Argentina, no Peru, e em 2005, se firmou ao ganhar de novo dos argentinos, a final da Copa das Confederações, na Alemanha.

Porém, fracassou, nas quartas de final em 2006.

Dunga seguiu roteiro semelhante, ganhando na Venezuela em 2007, sobre os argentinos. Em 2009 ganhou a das Confederações na África do Sul e em 2010, vexame.

* Estas e outras notas estarão em minhas colunas de amanhã, nos jornais O Tempo e Super Notícia, nas bancas!


Dois caminhões da Globo Minas estão aqui na cobertura da seleção

Em termos de relacionamento com a imprensa, não há comparação entre Mano e Dunga.

O técnico atual não cria barreiras para o trabalho dos repórteres, e trata a todos profissionalmente, sem oba-oba, mas com respeito. 

As instalações à disposição da imprensa são grandes e confortáveis, mas ao contrário dos velhos tempos, quando a Coca-Cola patrocinava a seleção, não há nenhuma gentileza, como cafezinho e refrigerante. É um bebedor de água e só.

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Um dos maiores prazeres dessas coberturas é o reencontro com ótimos companheiros, novos e das antigas, de várias partes do Brasil, como essa turma aí

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Paulo Galvão (Estado de Minas) à esquerda, Wellington Campos (mineiro de Formiga, que mora no Rio, correspondente da Itatiaia), Victor Freitas (Folha de Pernambuco) e Leonardo Baran, da TV Esporte Interativo, do Rio.

 

Como sempre, a Rede Globo tem estrutura gigante, com o maior número de profissionais na cobertura

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Dois dos vários caminhões de micro-ondas e apoio são da Globo Minas, com placas de Belo Horizonte

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A entrevista coletiva diária dos jogadores começa pontualmente às 12h45. Nenhuma coincidência com o horário do Globo Esporte. É combinação mesmo 

Hoje os entrevistados foram o Lucas Leiva, David Luiz e Pato, sempre com o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, na coordenação

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O gente boa Mauro Naves, que foi durante muitos anos da Globo Minas, entra com a sua pergunta sempre ao vivo no Globo Esporte

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Por enquanto a sala de entrevistas ainda não está lotada, mas à medida que a competição avança, vai aumentando o número de repórteres

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A Copa América e os campeonatos estaduais

Ser campeão da Copa América é muito semelhante a ser campeão estadual: o título não vale tanto, mas não conquista-lo costuma balançar ou derrubar treinadores e jogadores.

O título serve também para segurar o treinador para que ele pise na bola no ano da principal competição que é a Copa do Mundo.

Em 2001 Luiz Felipe Scolari balançou ao ser eliminado com o time que não chegou nem às quartas de final na Colômbia, mas no ano seguinte levantou o penta mundial na Copa da Ásia.

Em 2003, Carlos Alberto Parreira venceu a final contra a Argentina, no Peru, e no ano seguinte sua seleção se firmou como favorita ao título da Copa da Alemanha, ao ganhar de novo dos argentinos, a final da Copa das Confederações.

Porém, fracassou diante da França, nas quartas de final em 2006.

Dunga seguiu roteiro semelhante, ganhando a Copa América da Venezuela em 2007, sobre os argentinos. Em 2009 ganhou a Copa das Confederações na África do Sul e na Copa de 2010, deu vexame.

Mano Menezes entra pressionado aqui na Argentina porque ainda não venceu amistosos contra seleções da prateleira de cima. E Muricy Ramalho está de espreita, pois disse que se arrependeu de não ter trocado o Fluminense pela seleção, quando foi convidado.

E arrematou: “Estou à disposição!”.


Certamente as estradas deles custam mais barato que as nossas!

Pois é, eles podem até estar em momento econômico pior que o nosso, porém, não se compara determinados bens públicos que os argentinos têm, com os nossos.

Certamente por causa da corrupção galopante no Brasil, porque arrecadamos infinitamente mais em impostos dos que eles.

Uma experiência de hoje, por exemplo: de Buenos Aires a Campanha, onde está a seleção brasileira, são 79 Km, quase a mesma distância de BH a Sete Lagoas.

Até determinado trecho da rodovia, são seis pistas, muitíssimo bem conservadas e totalmente sinalizadas e fiscalizadas. Nem precisei usar o GPS para chegar até Los Cardales, o suntuoso resort onde o time do Mano está concentrado.

Cada pista tem placas mostrando a velocidade que pode ser desenvolvida: 80 Km, 90 Km, 100 Km, 110 Km e 130 Km, e todos os motoristas respeitam, inclusive os caminhoneiros.

No trecho menos movimentado são “apenas três pistas”, com acostamentos da melhor qualidade.

Radares fixos em toda a extensão controla tudo, auxiliados por patrulheiros rodoviários de trechos em trechos.

Os companheiros paulistas que estão aqui dizem que lá eles têm algumas estradas assim!