Na redação da Rádio Alvorada FM, meados dos anos 1990, da esquerda para a direita, Ricardo Bandeira, a estagiária Zildinha, Tânia Mara e Maria Helena Dias. A Tânia é muito especial nessa história e durante a leitura deste post, as senhoras e senhores vão entender o motivo do destaque.
Todo dia é dia delas, porém, o 8 de março é especial, consagrado mundialmente.
Por meio de todas as companheiras de imprensa, que atuaram e atuam no esporte, presto a minha homenagem às mulheres do mundo, cada dia mais importantes e fundamentais em todas as áreas, na maior parte do planeta.
Hoje as mulheres ocupam as redações, microfones, bancadas esportivas, gramados, quadras e pistas quase na mesma proporção e até mais, em muitos casos, que os homens. O mundo mudou, e felizmente, assim como no meio masculino, há brilhantes e incompetentes atuando em rádios, TVs, jornais, revistas e internet, para todos os gostos.
Infelizmente, em muitos países, elas ainda não têm espaço e são tratadas como subalternas. No Catar, por exemplo, onde pude constatar pessoalmente, ano passado, durante a cobertura da Copa do Mundo. Único ponto negativo do país, que realizou um Mundial que beirou a perfeição. Quando der espaço e tratar as mulheres como elas merecem e têm de ser tratadas, será um grande país para se viver.
Meu Trabalho de Conclusão de Curso de jornalismo, na saudosa Fafi-Bh (hoje UNI-BH), foi sobre “A presença da mulher na imprensa esportiva de Belo Horizonte”. Lá destaquei as pioneiras, começando pela querida Nilza Helena, esposa do Ronam Ramos, o grande “Repórter da camisa amarela”, da TV Itacolomi, dos anos 1960/70.

Foto de 1990, do portal do Minas Tênis Clube: “Ronan Ramos, chefe do cerimonial da Prefeitura (de óculos ) sua esposa e jornalista do Hoje em Dia, Nilza Helena e o filho Ronan Jr., além dos amigos José Lincoln Magalhães, e esposa Fátima e os filhos Lincoln, Israel e Ana Luiza.”

No meu começo, na Rádio Capital, em 1979, tive o prazer de trabalhar com a Vânia Turce, que foi também da Rede Globo. Brilhante, além de uma pessoa espetacular, com quem aprendi demais.
Tive o privilégio de conviver e ser amigo da Tânia Mara, jornalista fantástica, da Rádio Alvorada FM, jornal Hoje em Dia, correspondente do Jornal do Brasil e Estadão em Minas. Sabia tudo de futebol, além de ter uma voz e uma postura diante dos microfones, incríveis. Infelizmente ela passou por um drama, que a tirou das atividades precocemente. Aos 29 anos de idade foi diagnosticada com esclerose múltipla, essa terrível doença, que nenhum ser humano merece sofrer. Passou os últimos 16 anos de vida acamada, sem entretanto, reclamar do destino ou baixar o astral, enquanto teve forças. Morreu em 2016, aos 51 anos de idade. Seu pai, senhor Nery, se foi em 2009; a mãe, D. Lúcia, em 2012. Ficaram as irmãs Lucinery e Cíntia e o irmão Thiago, além do marido Jairo.

Em todo mês de junho me lembro de forma especial dela e família, já que ela promovia sempre uma grande festa junina na casa dos pais, no Bairro Glória, para reunir os colegas de imprensa.
Grande amiga, formada na PUC, descansando em paz, há quase sete anos, desde julho de 2016.
Outra pioneira com quem tive o prazer de trabalhar é a Rosália Dayrell, na TV Bandeirantes, repórter “atrevida”, que não se intimidava em fazer perguntas incômodas a jogadores, dirigentes e técnicos. Ficaram famosos os embates dela com o Telê Santana, sempre pouco paciente com perguntas incômodas ou consideradas sem sentido para ele. Num certo dia, em 1987, depois de uma derrota do Atlético, no Mineirão, a Rosália perguntou a ele porque o time jogou “tão recuado”. Vixe! Ele que detestava times recuados, ficou furioso e devolveu a pergunta:
__Você sabe o que um time recuado, minha filha, você sabe o que é uma retranca, aliás, você sabe o que é um impedimento ou um sistema tático, ou qualquer coisa de futebol?
Mesmo assustada, ela não baixou a guarda, continuou insistindo, perguntando e enquanto o Telê não respondeu o que ela queria, ela não sossegou.
Nos dias seguintes, passada a raiva, Telê passou a respeitá-la e tratá-la com a gentileza com que sempre trava a todos os profissionais da imprensa que cobriam o Galo e demais times que ele treinou.

Em abril de 2016, Rosália Dayrell nos tempos da BH News TV – Canal 9 da NET, entrevistou o empresário Euler Nejm, dono do Apoio Mineiro/ Super Nosso.
Das atuais, que continuam fazendo sucesso no esporte, ou em outras áreas, em suas respectivas emissoras, como não me lembrar e abraçar de forma especial à Dimara Oliveira e a Úrsula Nogueira!.

Com Dimara, convivi por quase 20 anos na Band, Minas Esporte, onde ela foi produtora, repórter e apresentadora. Está atualmente na Rádio Super FM 91,7. Excelente comentarista, ser humano ímpar.
A Úrsula simplesmente ocupou o cargo que foi do Osvaldo Faria, como diretora do departamento de esportes da Rádio Itatiaia, uma novidade lançada pelo Emanoel Carneiro na época, que surpreendeu a todo mundo e foi um sucesso.

Tive o prazer de dividir a bancada de debatedores do programa Rádio Vivo, do saudosíssimo José Lino Souza Barros, na Itatiaia, durante seis anos. Atualmente ela é diretora da Rede Itasat, que cuida das afiliadas e filiais da Itatiaia em Minas.

Eu, José Lino, Patrícia Diou, Úrsula Nogueira e Stephanie Mendes (à frente).
A todas as mulheres de Minas e do mundo, a nossa singela homenagem aqui do blog, por meio dessas pessoas maravilhosas que citei agora. Grandes profissionais, guerreiras e exemplos de vida.