Hoje é um dia de luto e vergonha para todos nós, brasileiros.
Quase 400 mortos no Rio de Janeiro.
Pode um negócio desses?
Tragédia em Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e adjacências.
Mas são tragédias anunciadas já que as pessoas constroem onde a natureza vai cobrar caro no futuro.
A corrupção e demagogia políticas autorizam obras de todo tipo onde não deveria, e vivemos numa permanente bomba relógio, que periodicamente explode em algum canto do país, especialmente nas
maiores cidades.
São Paulo, Rio, nossa Belo Horizonte e por aí vai.
Segunda-feira fui ao escritório do Dr. Dênio Pires Silva, advogado, amigo de longa data, de Conceição do Mato Dentro.
Fica num belo prédio em frente ao Biocor, já no município de Nova Lima, com uma vista fantástica para o Vale do Sereno e nossas maltratadas montanhas.
É o mesmo prédio onde já foi o escritório do Skank, onde eu ia de vez em quando, alguns anos atrás.
A vista já foi melhor. Assustei-me ao ver tantos prédios novos, “arranha-montanhas”, que já estão quase da altura do Alta Villa.
Como pode tanto prédio naquela região?
E o Belvedere, cada vez mais ocupado?
Claro que são novas “bombas-relógios” que breve estarão nos noticiários de mais tragédias nacionais.
Questão de tempo!
Por enquanto quem sofre as consequências disso são as regiões mais baixas de Belo Horizonte, mas com o tempo essas encostas vão romper, assim como as de Angra dos Reis ano passado, Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo agora.
Nem entrarei no caos permanente que São Paulo vive, porque lá é quase o ano inteiro.
Cidades planejadas para 300 mil habitantes têm hoje mais de 3 milhões; outras para 2 milhões, têm quase 20 milhões de pessoas.
Não resta outra coisa a não ser acompanhar a rotina anual se repetindo: as redes de televisão mostrando gente chorando seus mortos, seus prejuízos, especialistas dando aulas sobre os motivos da tragédia e as autoridades públicas botando culpa no “alto volume de chuvas”, como se não chovesse muito nessa época do ano.
Um ciclo vicioso que começou, provavelmente, no início do Século XX.