Todos nós temos uns minutos de burrice todo dia e nestes minutos costumamos fazer, escrever ou dizer coisas terríveis.
Não é que eu escrevi treze com “s”? Os leitores Guilherme Gontijo e Renato Prado, a quem agradeço, alertaram-me, e já corrigi.
Tem gente que fala pelos cotovelos e se complica.
Ontem, em seus minutos de burrice, Cuca não falou, mas usou o cotovelo direito para fazer uma baita besteira.
Imagem de bom moço, beijou o crucifixo da correntinha pendurada no pescoço, momentos antes, com o devido destaque das câmeras da Globo.
Imagem que certamente seria guardada para simbolizar a importância da fé, caso o Cruzeiro chegasse ao título da Libertadores.
Porém, o futebol vai além de crendices, e nem sempre é possível controlar os nervos.
Desesperado com a aproximação do fim da partida, o treinador teve uma recaída dos seus tempos de vigoroso atacante do Grêmio, e “malandramente” acertou a boca do Rentería, na lateral do gramado.
Pensei que ele tivesse apenas “deixado” o cotovelo para o colombiano se estrepar, mas, alertado pelo leitor do blog, Edson Morais, prestei atenção nas reprises do lance e vi que ele ainda tentou dar uma segunda cotovelada, o que naquele momento pouco importava porque a bobagem já estava feita.
Era tudo o que o Once Caldas precisava. Seu massagista foi fundamental, pois entrou em campo, parou o jogo e alertou ao árbitro, que não tinha dado atenção ao lance, e Cuca estava passando incólume.
Ficou na dele, como se não tivesse feito nada.
O Cruzeiro que tinha ainda alguns instantes para marcar um gol, pois estava em cima, esfriou. A paralisação da partida foi espetacular para as pretensões colombianas.
Estavam até a vontade para acabar com o jogo ali mesmo. Era só aumentar a confusão, trocar uns sopapos que o árbitro encerraria. Já estava nos descontos; o assunto iria para os tribunais e o resultado do jogo, mantido, com a classificação do Once.
A TV repetiu e continua repetindo o lance da agressão do técnico do Cruzeiro.
A BandNews FM rodou em rede nacional, trecho da coletiva do Cuca, onde ele dá a sua versão “santa” para o lance. O âncora, Ricardo Boechat, não deixou barato: de cínico para cima, classificou-o com vários adjetivos e sugeriu que ele faça o que deveria ter feito ontem mesmo: um pedido de desculpas a quem via o jogo e torcia pelo Cruzeiro, e óbvio, ao Renteria.
Eu estava na África do Sul ano passado quando o Cuca foi contratado e fui dos poucos jornalistas a elogiar a aquisição cruzeirense, quando havia uma desconfiança geral.
Os companheiros do Rio e São Paulo diziam que ele se perde nos momentos decisivos.
Continuo achando-o excelente treinador, dos melhores do país, mas nessa, ele realmente pisou na bola e precisa ser mais frio em situações de aperto como a de ontem.