O tempo passa depressa demais.
Já tenho algumas histórias para contar!O setelagoano Edisio Torres, com o filho Gabriel, uma promessa do futebol mineiro. Cruzeirense dos mais apaixonados, o pai está migrando essa paixão para o Galo, já que o garoto é destaque do infantil do clube, campeão mineiro em 2010. Gabriel tem sido convocado para a seleção brasileira da categoria e é uma das esperanças do Galo para o futuro. Edisio mora há alguns anos em Ouro Branco, onde foi vereador e presidente da Câmara, mas sempre aparece em Sete Lagoas visitar a família e amigos. Foi um ótimo lateral direito do Juventus, do Roberto Horário, e depois do Ideal também da nossa Sete Lagoas.
No Ideal jogamos juntos, e fomos campeões juniores da cidade. O ponta direita do nosso time era o Catatau, que fez sucesso no Atlético nos anos 1980.
Eu era goleiro e desisti da profissão justamente numa outra final onde tentaríamos o bi-campeonato, mas terminamos vice.
No jogo decisivo, Escurinho o nosso técnico, disse na prelação, dentro do vestiário, do nosso Estádio, o Emilio de Vasconcelos lotado:
“Vejam só. O Felício Brandi, chegou agora, de surpresa, e veio para ver o Chico, o Jorge e o Luiz, mas falou pro Délcio (o presidente do clube) que tem outros que ele vai observar também. Então vocês joguem sério e isso não é motivo pra ninguém ficar nervoso, porque é só mais um jogo”.
Ora, ora, Felício Brandi era não só presidente do Cruzeiro, mas um mito vivo do futebol brasileiro naqueles tempos. Escurinho nem terminou de falar e todos nós já estávamos tremendo só de pensar que o homem estaria nos vendo, pessoalmente. Com 30 minutos de jogo já estava 3 x 0 para o Juventus, com dois frangaços e um meio frango meus. Nosso time que era bom toda vida e tinha a defesa menos vazada até então, não conseguia jogar. A bola queimava no pé de todo mundo, e o adversário, que também era ótimo, nos massacrava e chutava de qualquer lugar.
Fui sacado no intervalo, nosso time levou mais um gol e marcou um. Eu que era um tremendo “mão de quiabo” conclui que era melhor apostar na vida de repórter, porque goleiro não era a minha praia. Mesmo porque eu já tinha feito um teste no Galo, e me mandaram “voltar no ano que vem”.
Com 1,77 m de altura, já não tinha a menor chance. Era um tempo em que goleiro para ser aceito para teste, tinha que ter, no mínimo, 1,80 m.
Só me aceitaram porque quem me levou, o então vereador de Sete Lagoas Paulo Maciel, era muito amigo e colega de pescarias do Toninho Cerezo, que convenceu o Wolnei Andrade, diretor da base na época a me testar. O técnico era o hoje saudoso Dawson Laviola, que se tornou meu amigo alguns anos depois, quando eu era da Rádio Capital. Rimos muito dessa história posteriormente.
Felício Brandi levou o meia Dinho e o centroavante Geraldinho, nossos adversários na final. Gostou do nosso lateral esquerdo Luiz Pompeano, que chutava muito, mas o pai dele, atleticano apaixonado, não o deixou ir, afirmando que preferia morrer a ver o filho jogando na Raposa.
Logo que estouraram idade, chegaram a jogar umas partidas pelo profissional do Cruzeiro, mas duraram pouco no time principal. Dinho foi emprestado para um time do Japão, onde morou muitos anos, e o Geraldinho, conhecido como Magela, foi emprestado para a Venezuela, onde morou um tempo também. Todos moram novamente em Sete Lagoas. Geraldinho é farmacêutico;Dinho, não sei o que tem feito, e o Luiz é funcionário do governo do estado, e trabalha no Detran da cidade.