Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Cruzeiro fala em Douglas Costa. Importante se informar bem como ele está

Minha coluna no BHAZ:

Foto: twitter/Grêmio

Douglas Costa se informa sobre o Cruzeiro. Quem tem que se informar é o clube sobre ele

Douglas Costa no Grêmio em 2021, ano do último rebaixamento: 28 jogos, 3 gols, 2 assistências, 3 lesões musculares, 8 vitórias, 6 empates,14 derrotas, 35,7% de aproveitamento

O noticiário sobre o Cruzeiro informa que a Raposa está em conversas com o atacante Douglas Costa, revelado pelo Grêmio, que teve grandes momentos no Bayern de Munique e Juventus da Itália, mas que foi um retumbante fracasso no retorno ao tricolor gaúcho em 2021, participando do rebaixamento do time para a Série B.

E que o jogador, de 33 anos, estaria buscando informações mais detalhadas sobre a SAF controlada pelo Ronaldo e sobre o técnico Larcamón. Também que muitos cruzeirenses estão lotando as redes sociais ligadas a ele, pedindo que ele “venha logo” para jogar pelo time.

Ora, ora, é bom que o Cruzeiro e torcedores se informem melhor sobre Douglas Costa, como foi a segunda passagem dele pelo Grêmio e como ele está fisicamente hoje. Um dos maiores salários do futebol brasileiro na época, de relação custo/benefício questionadíssima.   

Vale a pena dar uma “pesquisada” nos jornais gaúchos. No Zero Hora, por exemplo, serão lidas manchetes tipo essa: “Lesões, polêmicas e poucos gols: como foi a segunda passagem de Douglas Costa pelo Grêmio”.

Zero Hora de 30 de dezembro de 2022:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/gremio/noticia/2022/12/lesoes-polemicas-e-poucos-gols-como-foi-a-segunda-passagem-de-douglas-costa-pelo-gremio-clcax6vua007l0182m63hor6a.html


O longo “mistério” que trava as categorias de base do Atlético

Escalação do time que começou jogando contra o Sfera/SP e perdeu de 1 a 0, gol aos 30 do primeiro tempo. (Foto: @Atletico)

Minha coluna no BHAZ:

O sub-20 do Galo foi eliminado na segunda fase da Copa São Paulo por um time chamado Sfera, da capital paulista, fundado por empresários em 2021.

Espera-se que agora, que se tornou uma empresa, o Atlético finalmente dê a devida transparência e ponha gente competente e séria para cuidar do setor. Ali está a galinha dos ovos de ouro de todo clube brasileiro, que precisa formar jogadores, utilizá-los em seu time profissional e fazer dinheiro com eles. Há muitos anos a base do Atlético não revela ninguém.

O último foi o Bernard, que estava prestes a ser dispensado, mas foi emprestado ao Democrata de Sete Lagoas para disputar a terceira divisão mineira e arrebentou lá. Essa história conheço muito bem, pois participei dela do princípio ao fim.

A diretoria do Atlético deveria chamar o pai do Bernard, Délio Duarte, para uma conversa. Cidadão correto, certamente prestará um grande serviço ao futebol e do Galo, contando coisas estarrecedoras sobre o que acontece nas categorias de base, não só do Atlético, mas também da maioria dos grandes clubes. Um rápido e único exemplo: determinados dirigentes da base exigem que o pai de jogadores, de bom potencial, passem procuração para determinados agentes/empresários para que eles cuidem da carreira do jovem, negociando tudo em nome dele. De contratos com os clubes, a fornecedores de material esportivo, publicidade, enfim.

Eu, entre o Bernard e o pai dele, Délio Duarte, numa das últimas vindas do atacante a Belo Horizonte

Óbvio que mediante uma boa comissão sobre tudo, inclusive dos salários do jogador. Quando a família se recusa a aceitar a “sugestão” do dirigente, ele fica fora até do banco de reservas na maioria dos jogos, desaparece, por melhor jogador que seja.

Como a imprensa não cobre a base e a torcida não sabe quem é quem, nem o que acontece por lá, fica por isso mesmo, e muitas carreiras são prejudicadas ou interrompidas. Uma ciranda perversa.

O atleticano Luiz Souza comentou no blog:

“Chico,
Termina, com mais uma vergonhosa participação do Galo, a Copinha SP. Entra ano e sai ano e sempre com a mesma promessa de ”ajeitar a base” e que para o ano as coisas serão diferentes, e que blá..blá..blá. Há quantos anos não se revela ninguém!. Será possível que o Galo será apenas comprador de jogador? Qual foi a última revelação? Desse jeito não faz sentindo manter essa estrutura caríssima. É preferível alugar um time que tenha expertise em revelar jovens atletas e, na época da copinha vestir a camisa do Galo. Time de atletas de empresários e joga quem tem poder de ser indicado. Que time horroroso, crendospai! Preferível encerrar a base. É o fim da chance de quem deveria estar jogando. Depois não reclamem”


Opinião de um cruzeirense da “gema”: o que esperar do Cruzeiro este ano?

Minha coluna no BHAZ:

Cruzeirenses da gema: o saudoso J A Ferrari (esq.) e Alex Elian – Foto: arquivo pessoal

Pedi a um cruzeirense da “gema”, Alex Elian, desses que ficam ligados até nos treinos do time, para avaliar os movimentos da diretoria visando esta temporada, comparando com 2023.
Ele é o da direita nessa foto, ao lado de um ícone da imprensa esportiva mineira, outro cruzeirense, o J.A. Ferrari, integrante do programa “Bola na Área”, grande sucesso das TVs Itacolomi/Alterossa, nos anos 1970/80, de acalorados debates com o Xico Antunes (atleticano) e o americano Paulo Papini.
Infelizmente o Ferrari nos deixou no dia 24 de novembro do ano passado e rendo aqui a minha homenagem.

Eis o que pensa o Alex sobre as perspectivas do Cruzeiro 2024:
* “Muitas incógnitas ainda”
“Não pelo treinador, Larcamón, pois desde a chegada do “fenômeno” as contratações dos treinadores desconhecidos de fora (estrangeiros) foram ótimas surpresas. Mas pelo elenco, já que perdemos, na minha opinião o melhor zagueiro (Luciano Castán) e atacante (Bruno Rodrigues) para 2024!
Trouxemos dois campeões da série B de 2022, que foram bem naquela competição: o zagueiro Zé Ivaldo e o atacante Rafa Silva.


Gostei também do retorno do Lucas Romero (faltava um pitbull), que entretanto, está longe de ser craque de ser buscado no aeroporto, do centroavante argentino, Dinenno (pelos vídeos parece muito bom) e o Gabriel Verón, que no Palmeiras era muito útil. Uma ótima tentativa de recuperação! Em relação a 2023 eu creio que melhorou, mas não tanto ainda para buscarmos o papel de preponderância no futebol nacional!
Precisa de mais jogadores de bom nível!”

Alex é primo de um dos maiores atleticanos que conheço, o jornalista Sérgio Moreira, hoje um dos papas da imprensa brasileira especializada em Turismo


E o Rei comemora 67 anos! Prazer e honra ter sido súdito dessa realeza

Minha coluna no BHAZ:

Em 2022, com que satisfação participei, como um dos entrevistadores dele, do programa BH Todo Dia, comandado pelo Elias Sunshine, no Canal Viver Brasil. Da esquerda para a direita. Elias, o Rei, os grandes jornalistas Elton Novais e Nina Abreu, dia 24 de maio.

Parabéns ao Rei, 67. Que honra ter vivido um pouco dessa realeza

Ser repórter e comentarista de futebol era meu sonho, desde os tempos de criança, no Campo do Algodão/Estação Experimental, hoje Embrapa), em Sete Lagoas. Com 11 anos de idade, o hoje saudoso Geraldo Tolentino publicou a minha primeira coluna, “Pílulas Esportivas”, no Jornal do Centro de Minas, atual peça do Museu da cidade. Aos 13, outro Geraldo, o Padrão (que está firme, em seus 85 anos), levou-me para “chefiar” o departamento de esportes da Rádio Cultura. Chefe de mim mesmo, o único funcionário do “departamento”.

Aos 18, outro saudoso, o Gil Costa, buscou-me lá, para a Rádio Capital, que iniciaria as suas atividades em Minas. Era 1979, o início da primeira rede de rádio do Brasil, a Rede Capital de Comunicações, oficialmente de propriedade de um grupo de educação de São Paulo. Dizia-se que era coisa do então governador Paulo Maluf, que estaria montando a sua estrutura para a “iminente” primeira eleição direta para presidente da república, pós regime militar iniciado em 1964.


A nova emissora investiu na contratação dos maiores nomes do rádio de Belo Horizonte, na tecnologia mais moderna que existia no mundo e buscou repórteres e locutores “emergentes”, para “compor” a equipe. Foi onde eu entrei.
Gil Costa era um gênio do rádio, maior audiência de Belo Horizonte com a sua “Resenha do Jegue”, na Rádio Itatiaia, que levou para a Capital, de 12 às 14 horas.


Para obter audiência com uma nova emissora, que saía do zero, enfrentando as poderosas Itatiaia, Guarani e Inconfidência, seria preciso fazer algo diferente, além de contratar campeões de audiência como Vilibaldo Alves, Aldair Pinto e tantas outras feras.
Na enorme sala dele na sede da Capital, na Avenida do Contorno 5057, sempre cheia de gente, entre uma talagada e outra em seu inseparável Marlboro, teve um estalo:
__ Taí, o Reinaldo vai ser nosso comentarista.


E antes que alguém perguntasse qual Reinaldo, ele já emendou com a lembrança de que o José Reinaldo de Lima estava no “estaleiro”, em longa recuperação de mais um de seus sérios problemas nos joelhos, em função das pancadas que levara desde os tempos do infantil.
Depois da Copa do Mundo da Argentina, em 1978, o maior artilheiro do Brasil naqueles tempos, ainda não tinha voltado a jogar e o país inteiro falava do drama dele, que usava o “Nautilus”, equipamento revolucionário na época, importado por uma fortuna dos Estados Unidos. Origem dessas máquinas fitness das academias atuais.
E o Rei, topou! Gostou tanto da ideia que nem cobrou nada. Ele tinha 22 anos de idade.


O mundo do futebol era assim. Reinaldo, que completa 67 anos hoje, continua assim, simples, amante do futebol e sem ganância por dinheiro.
Dessa forma tive a honra de ser colega de trabalho, ainda que por poucas semanas, de um dos maiores jogadores de futebol que o planeta já teve.


Realizei meu sonho de ser repórter e comentarista. Daquele início, cobrindo o futebol amador de Sete Lagoas até hoje, foram 11 Copas do Mundo, cinco Olimpíadas e incontáveis outras grandes coberturas. Conheci lugares e pessoas no Brasil e no mundo, histórias mil, de todo tipo.


Sou muito feliz com tudo o que vivi, mas um dos maiores orgulhos da minha vida foi ter sido convidado a participar do livro “Punho Cerrado: A História do Rei”, de autoria do filho dele, Philipe.
Eu era colunista dos jornais O Tempo e Super Notícia. E que honra receber este e-mail, quase oito anos atrás, cuja íntegra repasso às senhoras e aos senhores:

De: Philipe Van vanrali@gmail.com
Data: 5 de agosto de 2016 11:10
Assunto: Convite participação na biografia do Rei
Para: chicomaia@otempo.com.br

Bom dia Chico,

Estou lançando em setembro a biografia do meu pai, Reinaldo.
Em janeiro próximo ele completa 60 anos e gostaria de incluir no livro algumas homenagens.

Como você acompanhou de perto toda a carreira dele, gostaria de convidá-lo para participar com um texto sobre os “60 anos do Rei.”

Pensei em algo na linha de um texto seu sobre ele que você publicou há uns anos atrás (abaixo).

Você teria disponibilidade?
Desde já agradeço.

abraço

“Quando vim da Rádio Cultura de Sete Lagoas para a Rádio Capital, cobri o América por três meses e depois me mandaram para a cobertura do Atlético que tinha um dos melhores times do Brasil na época. Reinaldo era a principal estrela; um Neymar da época. Comparado com as feras de então como Zico, Maradona e outros menos conhecidos.
Mas quem convivia com ele não acreditava que aquele sujeito simples, boa prosa e aberto a qualquer pessoa, da mais humilde à mais poderosa, era o “Rei” do Galo.
Vi o Reinaldo praticando gestos de extrema bondade a pessoas que realmente precisavam, que ele nunca tinha visto e pedia a nós da imprensa que não divulgássemos.
Nunca pediu o tratamento de estrela que sempre teve; nunca se considerou “intelectual” como poetas e artistas famosos da época o classificavam; jamais vi uma postura arrogante dele com quer que fosse.
Quando, aos 28 anos, disse que pararia com o futebol, nós que cobríamos o Atlético, o questionamos, já que ainda tinha muito a exibir, e ele respondeu sem pestanejar: “Não aguento mais essa vida no departamento médico; fisioterapia todo dia; concentração, remédios que dão efeitos colaterais…”.
Enfim, a vida dele era um calvário.
Naqueles tempos, jogador de futebol não ganhava nada em relação às fortunas que são pagas hoje pelos clubes e empresários. Reinaldo insistiu mais um pouco, passou pelo Palmeiras e cometeu seu “crime” maior de jogar alguns minutos pelo Cruzeiro.
Fato que seria normal se ele não representasse tanto para os atleticanos como representava.
Antes do 30 ele já tinha se retirado dos gramados, mas o prestígio continuou.
Tudo que o Rei falava, fazia, fala e faz, continuava repercutindo e repercute.
Aproveitou o embalo do prestígio, entrou para a política, tornou-se deputado e vereador.
Teve revezes pessoais, profissionais e continuou cidadão, correto, honesto e batalhador pela vida.”


Foto: Editora Letramento/divulgação

E assim, com um artigo especial, que está lá no livro, participei do “Punho Cerrado: A História do Rei”.
Desejo felicidades sempre ao fantástico Reinaldo, jogador e gente, um grande ser humano!


“O tempo é praga, e arregaça com o sujeito”

Imagem: twitter.com/Atletico

Em janeiro de 2023 o Atlético postou no twitter essas fotos comparativas de Reinaldo, Paulo Isidoro e Marcelo Oliveira, quando jogavam juntos no Galo em 1977 e agora:

“Uma geração de craques Atleticanos que o tempo não separou”

Me lembrei da frase do filósofo diamantinense, Waldívio Marcos de Almeida, que diz: “o tempo é praga e arregaça com o sujeito”. No caso, o Paulo Isidoro, 70 anos, escapou. Mudou muito pouco em relação aos dois companheiros. Reinaldo fará 67 anos depois de amanhã, dia 11. Marcelo está com 68.

Jogaram muito!

Felizmente, os três estão muito bem de saúde e só o visual mudou bastante, especialmente do Rei e do Marcelo.


Que este ano seja diferente. Em 2023 o América foi o “rei” dos jogadores velhos, mais rebaixados e no DM

Minha coluna no BHAZ:

Técnico Cauan de Almeida apresentado no CT Lanna Drumond – Foto: @AmericaFC1912

Perspectivas 2024

A montagem de todo elenco começa pela escolha do treinador, que junto com a diretoria, define quem fica no clube e quem será contratado. Ano passado, o veterano Wagner Mancini foi o responsável pela maioria das indicações e só na reta final foi substituído pelo argentino Fabián Bustos. Este ano, a aposta é na juventude do Cauan de Almeida, 34 anos, que já trabalhou no próprio América e era até outro dia auxiliar do Mano Menezes no Corinthians.

Em 2013 o ex-dirigente do Barcelona, Ferran Soriano, lançou um livro que se tornou uma “Bíblia” do futebol: “A bola não entra por acaso”. Quem segue os caminhos indicados lá raramente se estrepa. Quem não segue, dança feio. Caso do América ano passado.


A temporada 2023 terminou oficialmente no dia 6 de dezembro, mas no dia 8 de novembro a imprensa nacional já destacava o primeiro rebaixado do Brasileiro, o Coelho, que tomara de 3 a 0 do Coritiba (outro que seria rebaixado na sequência), em pleno estádio Independência.


No mesmo embalo, começavam sair as estatísticas do fim do ano e se destacava como o América líder em contratar jogadores com histórico de rebaixamento e presença no departamento médico. Sem falar naqueles envolvidos no esquema de apostas e armação de resultados, citados pela investigação do Ministério Público de Goiás.


O lateral Nino Paraíba e o atacante Henrique Almeida acumulavam a partir dali, o sétimo rebaixamento nas vidas deles. Passaram Rafael Moura, que foi rebaixado seis vezes, e que coincidentemente, também caiu com o Coelho (2018). Se aposentou em 2022.


O Globoesporte.com buscou dados nos departamentos médicos dos clubes da Série A 2023 e fez um ranking dos “chinelinhos”, e lá está o América, líder também, junto com o colega de rebaixamento Goiás, e o São Paulo. Cada um deles jogou um mínimo de 70 partidas na temporada. O Coelho teve 56 no estaleiro, seguido pelo Goiás, 55, e o São Paulo 54.
Com jogadores deste tipo, a fórmula do fracasso está garantida.


Rebaixamentos do Nino Paraíba: Vitória 2010 e 2014, Avaí 2015, Ponte Preta 2017, Bahia 2021, Ceará 2022 e o América 2023.
Henrique Almeida: Vitória 2010, Sport 2012, Bahia 2014, Coritiba 2017, Chapecoense 2019 e 2021, América 2023.
Rafael Moura, seis rebaixamentos: 2004 (Vitória), 2005 (Paysandu), 2010 (Goiás), 2016 (Figueirense), 2018 (América) e 2020 (Goiás).


Outro “rei” de rebaixamento é o ex-lateral Edílson, cinco vezes, mas não passou pelo América. O destaque aí é que ele fracassou com os dois maiores de Minas: Atlético 2005 e Cruzeiro 2019. Também contribuiu com as quedas do Athletico-PR 2011, Botafogo 2014 e Goiás em 2020.


Éverton Ribeiro e outros investimentos. Donos do Bahia/City estão enfiando a mão no bolso

Minha coluna no BHAZ:

Foto: @ecBahia

Pelo menos na mídia, SAF do Bahia promete bons resultados este ano

Pelo visto os donos do Manchester City estão enfiando a mão no bolso mesmo para montar um time competitivo para o Bahia nesta temporada. Além da manutenção do técnico Rogério Ceni e a contratação de Everton Ribeiro, outros bons jogadores foram contratados e o time está viajando neste momento para pré-temporada em Manchester nas instalações do clube.


Isso pode gerar efeito psicológico bastante positivo nos 24 jogadores que compõem a delegação e nos que ficaram em Salvador para o início do campeonato baiano. A simples perspectiva de ficar sob o radar atento e milionário de ambiente britânico, de um dos clubes mais poderosos do mundo não é pouca coisa.


Expectativa enorme em torno da joia da coroa baiana, Éverton Ribeiro, um dos maiores investimentos do mercado brasileiro até agora. Em 10 de abril ele vai completar 35 anos, é um profissional sério, que sempre se cuidou bem dentro e fora de campo.


Me chamou a atenção um comentário que o Planeta do Futebol futebol publicou, como sendo do Arnaldo Ribeiro, de São Paulo, um dos comentaristas que mais respeito: @futebol_info “O Bahia está montando o melhor meio de campo do Brasil. O Bahia está contratando Jean Lucas, Everton Ribeiro, Caio Alexandre e manteve Cauly. Imagina o meio de campo com Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro e Cauly. Cara, dá uma olhada no que o Rogério Ceni vai ter nas mãos.”
Outro jornalista que respeito muito, o catarinense Renan Koerich discorda: @renankoerich “Gosto muito do Arnaldo Ribeiro… mas, discordo.”

E concordo com o Renan. Considero exagero dizer que é o melhor meio campo do Brasil, pois a bola não rolou ainda e nem papel me parece o melhor meio campo. Mas, como diria o saudoso Flávio Anselmo o “comentarista de peito aberto”, “vou guardar a minha boca pra comer a minha farinha!”


Ainda sobre a SAF baiana/britânica, vale lembrar que os ingleses estão investindo em jogadores formados, porém, apostando no principal interesse deles no futebol brasileiro que são as promessas. Na delegação que fará pré-temporada em Manchester, está um jogador de 17 anos, Sidney, formado pelo Bahia, que estava disputando a Copa São Paulo e foi chamado de volta a Salvador para se juntar os profissionais que viajaram.


E enquanto a bola não rola, o oba-oba do clube nas redes sociais, segue a mesma cartilha de todos os clubes de futebol brasileiros, jogando pra cima, enchendo a bola de tudo e todos, criando as maiores expectativas possíveis nos torcedores:
@ecbahia


“Bom dia, Nação! Delegação tricolor nesse momento sobrevoa o Oceano Atlântico rumo às últimas três horas de voo até Lisboa. Grupo fará conexão na capital portuguesa com destino à cidade de Manchester.”


Franz Beckenbauer contribuiu demais com a evolução do futebol, dentro e fora de campo

Foto: twitter.com/UEFA

Minha coluna no BHAZ:
Mais um gigante do futebol que se vai: Franz Beckenbauer

Contribuiu demais com a evolução do futebol, como o zagueiro que era também meio campista e atacava, como técnico da seleção alemã, como vice-presidente da Federação deles e coordenador da candidatura e realização da Copa de 2006, a que mais apresentou novidades em termos de organização e marketing, depois da França.

Os capitães de Cruzeiro e Bayern se cumprimentam antes do primeiro jogo da final da Copa Intercontinental de 1976, 2 a 0 para os alemães, em Munique: Wilson Piazza e Franz Beckenbauer, no dia 23 de novembro de 1976, sob os olhos do árbitro argentino Luis Pestarino, hoje com 95 anos de idade.

Foto: twitter.com/Cruzeiro

Nessa os times perfilados para os hinos momentos antes do jogo da volta, no Mineirão, 0 x 0 (Foto: twitter.com/Cruzeiro), com apito do árbitro inglês Patrick Partridge, que morreu em outubro de 2014, aos 81 anos.


Aos 78 anos de idade, ontem, mas só hoje a notícia foi dada pela família, que soltou uma nota curta e seca “É com profunda tristeza que informamos que meu marido e nosso pai Franz Beckenbauer faleceu pacificamente ontem cercado por sua família. Pedimos que possamos chorar em silêncio e que se abstenham de todas as perguntas.”

Em 2016, acusações, até hoje não comprovadas, do Ministério Público da Suíça, envolveram o nome dele em tramoias da candidatura alemã para se tornar a sede da Copa de 2006. Isso o abalou profundamente, com consequências em sua saúde.
Passou nos últimos anos por duas cirurgias cardíacas e ficou cego de um olho.

Ele teve muito trabalho para marcar Palhinha nas partidas decisivas contra o Cruzeiro – Foto: twitter.com/Cruzeiro

A União Europeia de Futebol prestou homenagem a ele em suas redes:
“Sua versatilidade incomparável, transições graciosas entre a defesa e o meio-campo, controle de bola impecável e estilo visionário remodelaram a forma como o futebol era jogado. O legado de Beckenbauer como um dos maiores nomes do futebol de todos os tempos é indiscutível…”
No site da Rádio Deutsche Welle, mais detalhes sobre o “Kaiser”


“Morreu Franz Beckenbauer, lenda do futebol alemão”
Franz Beckenbauer, lenda do futebol alemão, morreu no domingo (07.01), aos 78 anos, informou hoje a família do antigo jogador e treinador. “Uma perda para o futebol e para toda a Alemanha”, dizem dirigentes e amigos.

https://www.dw.com/pt-002/morreu-franz-beckenbauer-lenda-do-futebol-alem%C3%A3o/a-67921523


Exageros à parte, Zagallo: nem herói, nem vilão!

Imagem: twitter.com/CONMEBOL

Uma overdose de Zagallo na imprensa nacional, só de elogios ao falecido treinador. Já manifestei a minha opinião sobre ele numa postagem anterior e volto ao tema porque assim como eu, muita gente se assustou com o endeusamento absurdo que estão fazendo dele.

E a reação tem sido pesada, quase na mesma proporção. Pego como exemplo comentários aqui no blog, com os quais concordo na maioria dos casos, porém com ressalvas, que já faço agora, para o que os senhores e as senhoras vão ler:

– Zagallo foi inovador sim e quem me disse foi o Tostão, que tem trabalhou sob comando dele.

– Teve grandes craques da história nas mãos para ganhar a Copa de 1970, porém, se não tive competência para saber escalá-los e controlar o ambiente, teria se ferrado, como vários se ferraram e se ferram ainda. Exemplos não faltam, nos clubes e na seleção.

– Ele era bairrista sim, mas não discriminava em função do estado em que o jogador atuava, como por exemplo: em 1970, Tostão, Piazza e Fontana eram do Cruzeiro; Dario, do Atlético; Everaldo, lateral esquerdo, titular, era do Grêmio.

– Em 1998 ele pôs Ronaldo para jogar a final em cima da hora, depois de ter soltado a escalação oficial para a imprensa com o Edmundo escalado. Opção dele, que era o chefe e teria que optar. Cada treinador e cada um de nós pensaria de um jeito. O jogador disse que estava bem, os médicos lavaram as mãos, dizendo que clinicamente ele estava, ok. Era o melhor jogador do mundo naquele momento e titular absoluto. Se eu fosse o treinador, também o colocaria pra jogar.

Com essas ressalvas, confiram o que pensam outros comentaristas aqui do blog, a quem agradeço:

Juca da Floresta

… Zagalo pegou a seleção de 70 montada pelo inesquecível João Saldanha, ele não teria a competência de escalar esse time. Fez fama com a cama pronta. Deus o tenha…”

João Carlos Albuquerque  

“Não há nenhuma dúvida de que Zagallo é uma das maiores personagens do futebol brasileiro, mas a pesar dos 4 títulos mundiais, a verdade é que ele nunca passou de um esforçado coadjuvante e um dos responsáveis pela supervalorização do cabeça-de-bagre no futebol, tais como Parreira, Coutinho, Lazaroni e alguns outros menos famosos que ajudaram a plantar e adubar as sementes de nossa mediocridade atual, da qual seremos herdeiros por mais muitas décadas. Além do exposto, o pachequismo dele aliado ao carioquismo subserviente ao poder, bem como ao bairrismo que simplesmente o faziam “desconhecer o futebol que era jogado no restante do país” fizeram mais mal do que bem ao esporte. Ninguém diz isso abertamente, mas a verdade é que fora do Rio, ninguém suportava esse cara.”

Silvio Torres

“Não vou detonar totalmente a carreira e as conquistas do Zagallo mas, como acontece em muitas outras situações, a “imprensa atleticana” do Rio costuma esconder os fracassos de seus protegidos. Assim foi com o Velho Lobo, que treinou pouquíssimos times pra quem tinha um currículo tão “vitorioso”. Praticamente nenhum grande clube brasileiro o queria e os poucos que o contrataram foi por falta de opção melhor. Na seleção mesmo, com gerações brilhantes nas mãos, fracassou em três Copas. Em 74 penou na fase de grupos – quem viu não esquece o sufoco contra o Zaire – avançou aos trancos e barrancos até topar com a Holanda. Em 98 não dá pra esquecer nem perdoar a atitude covarde, medrosa de botar Ronaldo pra jogar a final. Em 2006 foi cúmplice do maior festival de palhaçadas de um selecionado tupiniquim. Peço licença ao Levir Culpi pra definir a carreira do Zagallo: foi um medíocre com sorte.”

Alisson Sol

“Definitivamente uma grande pessoa, que descanse em paz.

Agora, eu vou apresentar um ponto-de-vista aqui: é difícil ser treinador com Pelé, Tostão, Rivelino, Garrincha, etc.? Ou com Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo? Acho também que a má administração do caso do problema de saúde tido por Ronaldo na final de 1998 cai sob ele. Definitivamente, um grande “motivador”. Mas, como técnico, acho que conquistou títulos em eventos com menos dificuldades tendo times que jogariam sem técnico. Não olho apenas os títulos, e acho que em termos de esquema Telê Santana foi melhor, em termos de leitura de jogo Luxemburgo foi melhor, e em termos de “fazer um bando de cabeças de bagre” funcionar como um time, o Autuori foi melhor (e não é por evitar a queda do Cruzeiro: ele venceu o Campeonato Brasileiro e Libertadores com times absolutamente “esquecíveis”!).”

Raul Pereira

“… Zagallo era um técnico comum. Retranqueiro.

Deu sorte na vida como jogador (mediano, nota 6 no máximo) e como técnico que herdou de João Saldanha um time pronto e se sagrou campeão do mundo em 1970.

Mesmo assim, que descanse em paz – seja lá o que isso signifique, estou apenas repetindo uma expressão padrão que as pessoas usam em situações como essa…”


Zagallo foi um dos mais inovadores técnicos do mundo, dentro e fora de campo

Foto: CBF – Minha coluna no BHAZ:

Zagallo foi um dos maiores exemplos de superação e volta por cima no futebol

O “velho Lobo” se foi ontem, aos 92 anos de idade. A vida dele era o futebol e a família. Durante muitos anos teve grande ligação com Belo Horizonte, trazendo o filho para tratar da visão, no Instituto Hilton Rocha, então referência no assunto na América do Sul.


Era uma pessoa simples, gentil, apesar de passar imagem diferente nas entrevistas, quando os embates com a imprensa exigiam. Não fugia dos debates, era duro nas respostas e questionamentos, porém, terminada a conversa ou a “briga”, voltava a tratar o debatedor de forma elegante. Na Copa de 1994, como coordenador técnico, foi fundamental para que o Carlos Alberto Parreira tocasse a seleção com tranquilidade dentro dos gramados, pois fora, ele cuidava de enfrentar a imprensa e resolver outros problemas, muitos. Parecia que ia sair na porrada com alguns colegas jornalistas e radialistas em determinados momentos, principalmente com os paulistas, que pegavam mais no pé das escalações do Parreira e o trabalho da CBF. Momentos depois, a mesma cordialidade com todos.


Tive o privilégio de ser colega de trabalho do Tostão, na Band, no Minas Esporte, nos anos 1990. Antes ou depois do programa, eu matava todas as curiosidades que tinha sobre os bastidores do futebol, principalmente sobre alguns ícones da história com quem o Tostão conviveu, em especial na Copa de 1970, no México. O grande ex-craque contava que Zagallo foi o técnico mais inovador que ele teve até então, tanto nas táticas, quanto nos treinamentos e até na forma de tratar os jogadores de futebol. Modernizou, democratizou, abriu o diálogo entre comandantes e comandados. Era da tese de que os melhores tinham que estar entre os 11 titulares, mesmo se tivesse que improvisar. E assim, transformou Piazza em zagueiro na Copa, adaptou o próprio Tostão para jogar com Pelé e inventou o “falso” ponta, com Rivelino jogando pela esquerda.

Zagallo com Ronaldo durante a Copa da França em 1998. Foto: cbf.com.br


Pessoalmente, tive mais contato com o Zagallo durante a Copa da Itália, em 1990, em que ele foi como comentarista da Rede Manchete. Participava de todas as “resenhas” conosco, repórteres e comentaristas, de quase todas as incontáveis festas e recepções que o comitê organizador da Copa e cidades sedes organizavam. Era tido por muitos como aposentado como técnico de futebol, já que tinha comandado a seleção brasileira pela última vez na Copa de 1974 e depois passou por vários clubes, até ser convidado pela Manchete (hoje Rede TV) para ser comentarista.

Mas, com a chegada do Ricardo Teixeira à presidência da CBF, ele voltou com tudo ao poder. O sogro e mentor do Teixeira, João Havelange, então presidente da FIFA, era fã do “Velho Lobo”. Tinha sido presidente da CBD (atual CBF), e confiou a ele a missão de substituir João Saldanha às vésperas da Copa do México de 1970, em momento delicadíssimo do país, que vivia o auge do regime militar.


Depois do fracasso do Sebastião Lazaroni na Copa da Itália, Ricardo Teixeira chamou para a Copa seguinte, dos Estados Unidos, a dupla Zagallo/Parreira, do tri de 1970. E aquele “aposentado” de 1990 dava as cartas novamente, agora como coordenador, da seleção que viria a conquistar o tetra em 1994.
Em 1998 foi o treinador na Copa da França, que perdeu a final para os donos da casa. Com a derrota, parecia que tinha chegado o fim da trajetória dele na seleção. Ledo engano. Em 2006, lá estava dele como coordenador novamente, integrando a comissão do Carlos Alberto Parreira, na Copa da Alemanha. Porém, com a saúde debilitada, fora de combate. Certamente, se estivesse inteiro, desempenharia o mesmo papel de 1994 e não deixaria o ambiente da seleção se tornar aquela zona que foi, fora de campo, na preparação na Suiça e durante o Mundial.
Descanse em paz, Velho Lobo! O futebol agradece a sua dedicação e competência.