Blog do Chico Maia

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Maior placar agregado em finais de Copa do Brasil: bicampeão na bola e na raça; Atlético 6 x 1 Paranaense

O Galo não entrou na arapuca do paranaense, que se fingiu de defunto na esperança de faturar o coveiro

Foto: @AthleticoPR

Ainda em Belo Horizonte, na coletiva pós 4 a 0, o técnico Alberto Valentin, numa mansidão danada, praticamente jogou a toalha, dizendo que na volta seu time faria um jogo digno, tentando vencer, mas sabendo que a vaca já tinha ido para o brejo.

Na prática a situação foi completamente diferente em Curitiba. Os primeiros torcedores do Galo que chegaram lá, na segunda-feira, sofreram intimidações. Os ônibus da Galoucura que chegavam lá, hoje à tarde, tomaram até tiros. Felizmente, não morreu ninguém e ninguém ficou gravemente ferido, mas também ninguém foi preso, já que a Polícia Militar paranaense não tomou conhecimento, nem atendeu aos apelos de cobertura aos mineiros naquelas bandas. Pior: o ônibus com a delegação do Atlético, na ida para o estádio, foi apedrejado e não apareceu um policial sequer para cumprir com a obrigação de cuidar da segurança do visitante.

A bola rolou e o espírito dos jogadores do paranaense era o mesmo dos torcedores e agressores anônimos: queriam ganhar na marra. O substituto do Nikão, Renato Kayzer, parecia um cão danado, dando pancada e querendo confusão com meio time do Atlético. Tantas fez que sentiu uma antiga contusão e teve que sair aos 40 minutos.  Os primeiros 20 minutos foram de jogo tenso demais, pouca qualidade do futebol apresentado. Quando os ânimos se acalmaram, prevaleceu a melhor qualidade alvinegra, coletiva e individual. Bem ao estilo deste Galo, contra ataque em alta velocidade, tabela, bola de um lado para o outro e mais um belíssimo gol do Keno, aos 25 minutos.

O segundo tempo começou com o time local na base do tudo ou nada, feito um kamikaze, tomando sucessivos contra ataques, até que num desses, aos 30 minutos, Hulk liquidou a fatura, fazendo mais um gol de cavadinha, para o delírio da massa mundo afora. Muito merecido, justamente ele, o grande nome do Atlético e do futebol brasileiro em 2021, marcar o último gol da temporada.

Foto: Lucas Figueiredo / CBF


Curitiba ficou pequena para a massa do Galo!

Desde ontem na capital paranaense, da esquerda para a direita, os diamantinenses Juan, Luíza, Jansen, Cássio Scucatto, Juninho, Daniel e Roosevelt.
De Belo Horizonte, do interior e de várias partes do Brasil, torcedores do Atlético movimentam a bela e agradável capital paranaense desde segunda-feira e continuam chegando, como mostram o Igor Assunção, CrisGalo, Henrique André e Lucas Borges, via redes sociais, especialmente o twitter:
 
@CrisGalo: “Tamo chegando Curitiba! Vamos buscar a Taça”
@CrisGalo: #Curitiba tá pequena pra Massa do Galo!
@radioitatiaia Torcedores do Atlético invadem Curitiba para final da Copa do Brasil (Via
@ohenriqueandre
@ohenriqueandre: Muita gente por aqui na concentração da @galotiba13 #Itatiaia
@jornalhojeemdia @lucaslborges91:  Torcedores se ‘infiltram’ em hotel onde o@Atletico  está hospedado e fazem a festa com o elenco
twitter.com/Igortep: @IgortepTô chegando pra buscar”, @CopadoBrasil

Com chance gigante de mais um título, as diferenças fundamentais entre o Atlético desta noite e o de Rosário em 1995

Há muitos exemplos de grandes times que perderam decisões que estavam “garantidas”, por causa de placar dilatado no primeiro jogo. Hoje, a partir das 21h30, o Galo só deixa de ser campeão da Copa do Brasil se perder por diferença de cinco gols ou se tomar quatro, não marcar nenhum, e perder nos pênaltis.

Muita gente está lembrando da final da Copa Conmebol de 1995. Ganhou do Rosário Central no Mineirão por 4 a 0, perdeu lá pelo mesmo placar e foi derrotado nos pênaltis.

Tudo é possível no futebol, porém, em “condições normais de temperatura e pressão”, há diferenças consideráveis nessas histórias:

1 – Atlético e Rosário tinham times de qualidade individual semelhantes, o que não ocorre hoje, em relação ao paranaense.

2 – O Galo atual não marcar gol ou gols em qualquer jogo, é coisa rara.

3 – Por mais caldeirão que seja a Arena da Baixada, não chega perto do Gigante de Arroyito, de Rosário.

4 – Por mais que o gramado sintético do palco desta noite seja estranho a quem não está acostumado, não se compara também ao “pasto”, que era o gramado de Rosário em 1995.

5 – A determinação e compromisso deste time comandado por Cuca também são diferentes. Os caras entram com “sangue nos olhos” em qualquer jogo.

Provável Galo para hoje: Everson, Mariano, Réver, Junior Alonso e Arana; Allan, Jair, Zaracho, Nacho (Vargas), Hulk e Keno.
Sem o zagueiro Nathan, que já jogou a Copa do Brasil pelo Atlético-GO e Diego Costa, por contusão. Mas o atacante fez questão de ir à Curitiba para ficar junto com os companheiros e torcer lá.

O Athletico, do técnico Alberto Valentim:
Santos, Pedro Henrique, Zé Ivaldo (Christian) e Nico Hernández; Marcinho, Erick, Léo Cittadini e Abner; Pedro Rocha, Renato Kayzer e David Terans.
Não terá Thiago Heleno, suspenso; e Nikão, contundido, dificilmente joga.

Arbitragem: Anderson Daronco (RS), auxiliado por Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Rafael da Silva Alves (RS).
VAR: Daniel Nobre Bins, também do Rio Grande do Sul.

A revista digital Trivela lembrou aquele terrível Rosário Central 4 x 0 Atlético:

* “… Ninguém imaginaria que o Rosário conseguisse tirar uma diferença tão grande de gols no Gigante de Arroyito. Os gritos de “campeão” já brigavam para deixar a garganta do torcedor.

Os torcedores argentinos acreditavam na virada mais pelo hábito do que por uma genuína esperança de conseguir fazer pelo menos 4 a 0 para levar a decisão aos pênaltis. O gol de Rubén da Silva, aos 23 minutos do primeiro tempo, não mudou muito o panorama. O de Carbonari, aos 39, um pouco mais, principalmente pela expulsão de Paulo Roberto e Lassenhoff, brigando pela bola no fundo das redes. Na saída, Cardetti fez 3 a 0 para o Rosário Central, e o Arroyito pegou fogo de vez.

O Atlético Mineiro ainda era campeão, mas estava assustado e acuado. Cada lado tinha um jogador a menos. Favorece quem precisa fazer gol, nem tanto quem não pode tomá-los de jeito nenhum. Mesmo assim, os brasileiros conseguiram se segurar com valentia até os 43 minutos do segundo tempo. Mas, como vocês sabem, isso não é o bastante. Precisava de mais alguns minutos de resiliência. Carbonari fez o 4 a 0 e decretou a disputa de pênaltis.

A boa notícia para os atleticanos é que Taffarel estava debaixo das suas traves, o herói do tetracampeonato, o especialista em defender chutes da marca do cal. A má é que o time começou muito mal as cobranças. Doriva errou, assim como Leandro Tavares. O Rosário conferiu com Palma e Pobersnki. Cada time acertou o pênalti seguinte, e Colusso teve a chance de definir a partida. Taffarel defendeu e, em seguida, converteu a sua cobrança. Muller ainda fez 3 a 3, mas o mesmo Rubén da Silva que abriu o placar fechou a decisão. Selou o título do Rosário e as lágrimas do Atlético Mineiro, que viu um título quase certo escapar pelos dedos. Seria, porém, recompensado pelo destinos algumas décadas depois.

https://trivela.com.br/america-do-sul/argentina/rosario-central-4-x-0-atletico-mg-quando-a-fe-funcionou-contra-o-galo/

Ficha técnica: Rosário Central/ARG 4 x 0 Atlético/MG.

Decisão da Copa Conmebol de 1995.

Data: 19/12/1995.

Local: Gigante de Arroyito (Rosário/ARG).

Rosário Central/ARG: Roberto Bonano; Diego Ordóñez (Colusso), Horacio Carbonari, Federico Lussenhoff e Patricio Graff; Eduardo Coudet (Daniele), Omar Palma, Raúl Gordillo (Pobersnik) e Pablo Sánchez; Martín Cardetti e Rubén da Silva. Técnico: Ángel Tulio Zof.

Atlético/MG: Taffarel; Dinho, Ronaldo, Ademir e Paulo Roberto; Éder Lopes, Doriva, Dedé (Carlos) e Gutemberg (Leandro); Renaldo e Ézio (Euller). Técnico: Procópio Cardoso.

Árbitro: Ernesto Filippi (Uruguai).

Gols: Rubén da Silva aos 22′, Horacio Carbonari aos 38′ e Martín Cardetti aos 39′ do primeiro tempo; Horacio Carbonari aos 44′ do segundo tempo.

Disputa de pênaltis:

– Atlético Mineiro: Doriva e Leandro perdem; Ronaldo, Taffarel e Euller convertem.

– Rosário Central: Omar Palma, Pobersnik e Horacio Carbonari convertem; Colusso perde; Rubén da Silva converte.

http://jornalheiros.blogspot.com/2009/12/recordar-e-viver-o-milagre-de-rosario.html

Primeiro jogo, em Belo Horizonte. Foto da ficha técnica do Museu do futebol no Mineirão:

http://estadiomineirao.com.br/o-mineirao/jogos-e-eventos/atletico-4-x-0-rosario-central/


O argentino Zárate foi útil demais ao América, que por sua vez foi ótimo para ele também

Foto: twitter.com/mau_zeta

Tudo indica que Mauro Zárate não continuará no América. Aos 34 anos de idade o argentino deverá trocar o Coelho pelo futebol dos Estados Unidos, onde vai ganhar 100 mil dólares de salários, livres de impostos, mais que o dobro do que ganha atualmente. Honrou a camisa americana, jogando algumas grandes partidas, marcando gol, dando passes para outros e agregando espírito de luta e união no grupo. Ainda que curta, temporada altamente positiva para ele, que recuperou um pouco da sua condição física e técnica, e para o clube, que ganhou visibilidade internacional e um jogador que ajudou o time a somar pontos preciosos na ótima campanha do Brasileiro 2021.

O SuperFC fez um balanço de quem fica, que sai e quem ainda negocia a permanência em 2022:

“Reformulação no América: veja quem fica no clube para 2022”

Quatro jogadores já renovaram o contrato para a próxima temporada e outros aguardam acordo com a diretoria

Felipe Azevedo: o meia-atacante, que tinha contrato até o fim deste ano, estendeu o vínculo por mais uma temporada.

Juninho: capitão do time, o volante ampliou seu contrato por mais duas temporadas, até 2023.

Matheus Cavichioli: com contrato se encerrando no fim deste ano, o arqueiro acertou renovação por mais duas temporadas.

Orlando Berrío: o atacante teve seu contrato ampliado devido a recuperação de uma lesão fúngica na tíbia esquerda.

Quem negocia permanência

Fabrício Daniel: o atacante tem contrato de empréstimo junto ao Mirassol até o fim deste mês, e já manifestou sua vontade de permanecer no clube.

João Paulo: o lateral-esquerdo tem contrato até o fim deste mês e conversa para estender o vínculo.

Quem permanece no time

Airton: o arqueiro tem contrato com o Coelho até dezembro de 2022.

Alê: o meia tem contrato em definitivo com o clube até abril de 2022.

Eduardo: se recuperando de tumor ósseo na perna esquerda, o lateral-direito tem vínculo até dezembro de 2022.

Jori: o goleiro pertence ao Coelho e tem vínculo até dezembro de 2023.

Léo Passos: com vínculo de empréstimo junto ao Palmeiras, o atacante tem contrato até dezembro de 2022.

Lucas Kal: o zagueiro tem contrato até maio de 2022, ao término do Campeonato Mineiro.

Marlon: o lateral-esquerdo foi adquirido em definitivo e permanece no clube até dezembro de 2024.

Rodolfo: um dos destaques do time, o atacante tem vínculo até dezembro de 2023.

Yan Sasse: o jovem atacante tem vínculo em definitivo até dezembro de 2023.

Zé Ricardo: cria da base, o volante tem vínculo com o Coelho até dezembro de 2022.

https://www.otempo.com.br/superfc/america/reformulacao-no-america-veja-quem-fica-no-clube-para-2022-1.2583490


Em entrevista a O Globo Hulk declara seu amor e gratidão à Paraíba, Minas Gerais e à massa do Galo

Em página inteira, na contracapa do jornal de ontem, com toda a simplicidade e objetividade dele. Confira:

* “Hulk, orgulho da Paraíba, já é um pouco mineiro. Entre um jogo e outro do Atlético, foi a um restaurante típico em Belo Horizonte. Passou quatro horas por lá, foi o artilheiro do torresmo, e diz ter saído tão barrigudo quanto a mulher, Camila Angelo, grávida de cinco meses.

Antes de ter o apelido de super-herói, foi menino brigão em Campina Grande. Por isso, quando o árbitro musculoso Anderson Daronco diz, na brincadeira, que venceria a briga com o atacante, devolve, aos risos: “Olha, só se ele lutar MMA”. Hoje, quem luta é ele, por mais um título nacional com o Atlético-MG.

É difícil se concentrar na final da Copa do Brasil após esse título brasileiro tão especial?

Não é não. Temos mais uma chance de fazer história. Queremos a tríplice coroa. Sabemos que vai ser difícil, enfrentaremos um grande adversário. Precisaremos ter muita atenção, especialmente na volta, quando o Athletico joga em casa, adaptado à grama sintética.

Como é ter esse destaque no Brasil, onde nem sempre reconheceram seu talento?

O mais especial é ter sido campeão brasileiro, um título que era tão esperado pelo Atlético. Foi o primeiro Brasileiro que disputei. Não havia tanto reconhecimento antes porque poucas pessoas acompanham o futebol lá fora. Aí vem uma certa desconfiança, mas isso nunca me deixou chateado.

Já na Paraíba, você sempre foi ídolo. Como foi a festa lá?

Foi muito grande. É gratificante demais. Aproveito desde já para agradecer o carinho de todo povo da Paraíba. Recebi vídeos da festa em restaurantes, bares, o pessoal soltando fogos…

Mas tem muito rubro-negro por lá. Ninguém reclamou?

Sim, tem muito flamenguista lá. Corintiano, também. Mas a massa atleticana já tomou conta. Você vai lá e vê o pessoal todo, amigos, familiares, andando com a camisa do Atlético. Vou aumentar essa massa.

Teve um vídeo que viralizou, do seu pai comemorando um gol seu no Mineirão, pulando, girando a camisa no ar…

Minha mulher e eu já cansamos de falar para não subir na cadeira, que ele pode cair e se machucar. Mas ele vai ao estádio e pega o espírito de criança. Ele sempre esteve muito presente na minha carreira, mas ver o filho jogando aqui é diferente.

Surpreendeu, se adaptar tão rapidamente ao Atlético?

Se você for puxar, em todos os lugares que cheguei, foi assim, com gols, títulos. Sempre confiei muito no meu potencial. Sabia que não seria fácil, mas fui recebido em um grupo muito organizado no Atlético. Ficamos felizes quando colocamos tudo em prática.

Moro fora da cidade, mais perto do CT, mas vou sempre a BH com minha esposa jantar, a cidade é maravilhosa. Estou totalmente adaptado. Já recebi até o título de cidadão belo-horizontino. Eu me sinto mineiro já.

E a comida mineira?

Nossa, a comida mineira é um espetáculo. Fomos ao Xapuri , um restaurante de comida típica. Nossa Senhora… Tinha um torresmo lá, eles chamam de barriga de porco. Tá louco, bom demais. Chegamos às 14h e só fomos sair às 18h. Fiquei até com medo. Cheguei para minha mulher e falei “Vamos embora não aguento mais comer. Daqui a pouco minha barriga vai ficar maior do que a sua”.

E olha que sua mulher está grávida… De quantos meses?

De cinco meses. É uma benção de Deus. Está todo mundo ansioso, é meu quarto filho. Os irmãos ficam perguntando quando que a irmã deles chega. O que ela já ganhou de macacão do Atlético, se deixar vai andar na rua só vestida com a roupa da massa.

Teve algo que você gostou de encontrar neste retorno ao futebol brasileiro?

O que eu mais gostei mesmo foi de reencontrar a torcida. Sou brasileiro e sei que somos apaixonados por futebol, vivemos tudo muito intensamente. Então é uma coisa maravilhosa, saber que a gente que faz a alegria de milhões de torcedores. Vi como a gente é apaixonado mesmo pelo futebol.

Foto: Pedro Souza/CAM

E teve algo que não caiu bem?

São muitas viagens, muitos jogos. Mas sabemos que a vida do time grande é essa, se você tem muito jogo, é sinal que está disputando títulos. Outra coisa: a arbitragem para muito o jogo. Às vezes tem de deixar correr mais. As equipes, quando estão ganhando, fazem cera fora do normal, isso é ruim também. O árbitro tem de tentar controlar isso.

Por falar em árbitro, Anderson Daronco, numa brincadeira, disse que ganharia de você numa briga, porque você é mais baixo. É isso mesmo?

Olha, vou te falar: só se ele fez aula de MMA (risos).

Que isso…

Rapaz, quando eu era criança, brigava na rua todo dia. Eu nasci em um bairro pobre de Campina Grande. Perdi muitos amigos para o crime. Então tinha de sair na mão para me defender, não podia baixar a cabeça. Mas sou da paz. Graças a Deus, ele me colocou no caminho do futebol.

E você já pensa no que fazer depois do futebol?

Eu não sei por quanto tempo mais vou jogar. Estou com 35 anos, eu amo jogar futebol e vou me cuidar para jogar o máximo que puder. Se for para parar no Atlético, encerrar num clube como o Atlético será uma honra. Deixo meu futuro na mão de Deus.

Bom que poderá parar tendo escrito outra história no Mineirão, além do 7 a 1.

O futebol nos dá momentos especiais. Fiquei muito triste, por perder da forma que perdemos na Copa. Mas aí eu volto para o Brasil para ter o Mineirão como a minha casa. Conquistei um título tão importante no lugar onde vivi um vexame. É o que o futebol nos proporcion. Tenho que desfrutar”.

https://oglobo.globo.com/esportes/hulk-do-atletico-mg-fiz-gols-conquistei-titulos-em-todos-os-lugares-25315932


Curiosidade em torno da reação do Fred Melo Paiva em caso de um novo bicampeonato do Galo

Muita gente que leu a coluna do grande jornalista e escritor após a conquista do Brasileiro está querendo saber se ele vai repetir a dose. Naquela quinta-feira, depois da virada sobre o Bahia, o Fred se esbaldou até apagar numa mesa de bar. Mas antes, tomou até uma involuntária garrafada na cabeça. Porém, estava em boas companhias e teve uma assistência muito especial, além da proteção de todos os santos alvinegros. Confira a coluna no Estado de Minas, do dia 4:

* “Cinquenta anos em cinco: relatos de uma noite de galoucura”

Fred Melo Paiva

Desde 2013, venho alertando para este fato transcendental: 2 a 0 contra é a nossa senha pra falar com Deus

Consta que Juscelino Kubitschek, coitado, era cruzeirense. Por isso seu lema, “50 anos em cinco”, não serviu pra gente e fomos obrigados a melhorá-lo. “Cinquenta anos em cinco minutos” – aí, sim, ficou na medida exata. Isso posto, e campeões, agora está tudo em seu devido lugar.

Na quinta-feira, insisti com o amigo Rodolfo Gropen para que viesse ao Espeto na Veia assistir ao jogo comigo, afinal, o bar fica na rua atrás de Meca (a sede de Lourdes), o que nos pouparia a peregrinação no caso da conquista do título impossível. Gropen chegou ao furdunço na segunda etapa e só o localizei quando a vaca partiu em caminhada rumo ao brejo – bastou encontrá-lo e, pimba, 2 a 0 pro Bahia.

Neste momento, com o corvo pousado no umbral, um desconhecido se aprochegou com uma estranha pergunta: “Vocês estão pensando em quê?”. Não falamos nada, nem eu nem o Gropen, porque quem fala demais dá bom dia a cavalo, e revelar certos pensamentos, é sabido, acaba por quebrar o encanto. Soube depois que o amigo pensava nos 100% de aproveitamento nos oito jogos que já vimos juntos, parceria ao estilo Lennon e McCartney, Coutinho e Pelé.

Da minha parte, eu só conseguia pensar que o Bahia acabara de cutucar o Galo com a vara curta. Desde o Pelourinho, um suposto pai de santo havia gravado um vídeo informando sobre seus trabalhos – entre eles, e segundo o próprio, tinha colocado o nome do Atlético na boca de um sapo e costurado um lábio no outro, credo, de modo que tava tudo acertado com o Tranca Rua. Esqueceu-se, porém, de combinar com Deus. E aí é que entra o 2 a 0.

Desde 2013, venho alertando para este fato transcendental: 2 a 0 contra é a nossa senha pra falar com Deus. Basta o adversário alcançar o auspicioso placar para que dispare o bina do homem lá em cima. E, então, abrindo espaço entre as nuvens, Ele aponta para o estádio lá embaixo e dá o comando: “Vira”. É um raio que cai recorrentemente no mesmo lugar. Aconteceu contra Newell’s Old Boys, Olimpia, Corinthians, Flamengo, Bahia. Todos cometeram o mesmo imperdoável equívoco: fizeram o segundo gol achando que isso era uma vantagem.

Deus certamente tinha outras urgências, pois desta vez resolveu a contenda a toque de caixa, sem lenga-lenga, sem coré-coré. O bar explodiu naquela conhecida convulsão social – pessoas em ataques epiléticos abraçando e beijando desconhecidos, aquele covidário a céu aberto, eu mesmo já havia engolido a minha máscara quando o juiz apitou o fim do jogo. Uma choradeira danada. Há bêbados que ficam violentos. Outros, excessivamente felizes. O atleticano é o bêbado que chora.

Vagamos pelas ruas, eu e o Gropen, a dar e a receber os ômicrons da nossa felicidade. Cantamos e choramos, bebemos e acabamos num japonês. Foi aquela dosezinha de saquê que iniciou o processo de aniquilamento, ficam isentas de culpa as 843 Heinekens anteriores, incluindo aquela que me foi lançada sobre a carcaça craniana em razão de Keno, motivo pelo qual meu cabelo ficou parecendo o do presidente do Cruzeiro, todo empastelado no gel. Pois bem, dormi na mesa: um atleticano finalmente abatido pela overdose de Atlético. O Gropen foi diretor e presidente do Conselho do Galo. É um grande advogado. Mas seu melhor ofício exerceu na quinta, a essa altura, sexta – é um perfeito anjo da guarda, e eu o recomendo a todo atleticano disposto a perder a razão.

Perder a razão, contudo, não é exatamente uma escolha. É um estado natural de quem não tem um coração de pedra e precisa lidar com essas coisas de Atlético. Por que sempre esse épico monumental? Por que nunca um filme calmo, em vez dessa novela mexicana? É por isso que minha mãe está sempre a alertar para o risco do infarto. Mas com os checkups semanais a que somos submetidos, mais fácil morrer de galoucura.

Pois amanhã tem mais! Meu Deus, chama o Gropen! E ainda falta a Copa do Brasil… Em que estado lastimável chegaremos ao dia 15, data da finalíssima? Não há casamento que sobreviva a uma coisa dessa, não há emprego que se mantenha, não tem cheque especial que nos aguente. Tamo lascado!

Agora, cês me dão licença, que eu vou ali dá uma choradinha com os vídeos do Reinaldo, do Éder e do Mário Marra. “As lágrimas escorrem em minha face!”, narrou o Vilibaldo Alves aos 45 minutos do segundo tempo em 19 de dezembro de 1971. Aqui desce é tromba d’água. Tá fácil não.

* Fred Melo Paiva

https://www.em.com.br/app/colunistas/fred-melo-paiva/2021/12/04/interna_fred_melo_paiva,1328367/na-magia-do-bicampeonato-os-relatos-de-uma-noite-de-galoucura.shtml


Este time do Atlético torna jogos aparentemente muito difíceis, em fáceis

Foto: @Mineirao

Não comento nem critico colegas, jornalistas/radialistas por opiniões, mesmo discordando ou considerando absurdas. Cada um na sua e vida que segue. Mas, a imprensa brasileira está cheia de “convidados”, “especialistas”, em todas as áreas. No futebol então, vixe; PQP! Ex-jogadores e ex-árbitros tomaram conta. A partir dos anos 1990 os departamentos comerciais das TVs, principalmente, descobriram que eles aumentam a audiência, e passaram a ser protagonistas, mesmo vomitando asneiras. E quanto mais asneiras, melhor, mais audiência, mais vendas, e isso é o que importa. Bola pra frente, que atrás vem gente! Vários são até bons, mas alguns, péssimos.

O gaúcho Carlos Eugênio Simon foi um bom árbitro, mas errou muito, demais, muito mesmo. Atualmente posa como sumidade da imprensa. Antes da final da Libertadores, entre Palmeiras e Flamengo, criticou a escalação do argentino Néstor Pitana, que apitou a final da Copa da Rússia em 2018, no blog dele no portal da ESPN: “Pitana não está vivendo seu melhor momento profissional. Já há algum tempo não vem apitando bem.  Em minha opinião, não seria o árbitro da final, penso que a escolha ideal seria seu compatriota Fernando Rapallini, que está em um momento melhor.”

Pois, Pitana, que apitou a abertura e a final da Copa da Rússia 2018, deu show de arbitragem da final da Libertadores.

Neste Atlético 4 x 0 Athletico o mesmo Carlos Eugênio Simon, comentarista de arbitragem do grupo Disney, disse sobre o pênalti a favor do Atlético: “Isso aí para mim é pelada, é solteiros contra casados. Pegou na mão, põe na cal. Isso não existe no futebol profissional. O Bruno Arleu, que ontem foi eleito pela CBF o melhor árbitro do Brasileirão, dá um pênalti como esse”

Foi no twitter e entrei lá para comentar: “Credibilidade zero deste senhor para falar sobre pênalti, marcado ou não marcado de qualquer time. Deve ter se esquecido daquele Botafogo x Atlético, que lhe rendeu uma ação judicial de um torcedor do Galo.”

E, como vivemos no país da impunidade, ele se safou bem deste processo.

O jogo foi muito bom e o Atlético o tornou fácil, por ter melhor time e estar determinado. Não significa que o título esteja garantido, mas foi um enorme passo.


Em dia de grande alegria, a pior notícia do ano, das piores da minha vida: lá se foi o amigo/irmão João Chiabi Duarte

Na casa dele em Vitória/ES, onde comi a melhor moqueca da minha vida, feita por ele. Nasceu em Conceição do Mato Dentro, que amou a vida toda, mas, profissionalmente, se radicou na capital capixaba, que adotou e por quem foi adotado. E se tornou o maior relações públicas do estado do Espírito Santo. 

Com que tristeza escrevo neste momento. O Atlético ganhando do paranaense e as lágrimas escorrendo por causa de uma das melhores pessoas que conheci na vida. Também, um dos maiores cruzeirenses com quem já convivi. Inteligência rara, solidário até o último fio de cabelo em qualquer situação, com qualquer pessoa. As senhoras e os senhores, que não tiveram o privilégio de conhecê-lo, não imaginam o tanto que o João Duarte era gente boa. E o tanto que dói imaginar que ele morreu,  e escrever sobre isso!

À esposa, querida Izaura e às filhas, aos irmãos e a quem conheceu o João, sem expressões para manifestar a minha solidariedade e dor. Ficam a eterna saudade e gratidão por ter conhecido e ficado amigo dessa figura extraordinária. Dos primeiros amigos a abrir as portas de Conceição do Mato Dentro para mim. O primeiro a me mostrar e provar que o Espírito Santo, em especial Vitória, é um dos melhores lugares do mundo, que Guarapari e Marataízes são “apenas” detalhes a mais nessa relação fraterna entre mineiros e capixadas.

Obrigado querido João, que pena que você furou fila, e se foi muito, mas muito antes do que deveria.

O maior cruzeirense que conheci, um dos melhores amigos que tive na vida. Eterno em minhas melhores lembranças.

Contador de casos fantásticos. Leia um, em coluna minha no O Tempo de 2015:

https://blog.chicomaia.com.br/?s=Jo%C3%A3o+Duarte+na+pelada+de+fim+de+ano


Uma imagem impensável anos atrás: o América entre os maiores do Brasil e do continente

Fotos: CONMEBOL Libertadores @Libertadores

Ontem a Confederação Sul-americana de futebol postou os escudos dos brasileiros classificados para a Libertadores 2022 e lá estava a bela marca do América.

Hoje, publicou de todos os representantes brasileiros, juntos.

Competência, seriedade e obstinação de um grupo dirigente que há muitos anos vem colocando tijolo por tijolo na reconstrução do clube. Que prazer ver o Coelhão entre os maiores do país. Quem o viu passar por tantas dificuldades, custa a acreditar no que está vendo. Complicado citar nomes, para evitar injustiças, mas eu que conheço bastante a história americana, não posso deixar de homenagear de forma especial ao Marcus Salum e aos irmãos dele, Caio e Alberto.

Também a nossa homenagem ao presidente Alencar Junior, que conhece como poucos os bastidores do futebol brasileiro e sabe dialogar com a cartolagem.

Manifestações de dois americanos sempre presentes aqui no blog, nas vitórias e nas derrotas do time:

Ed Diogo

Estou muito feliz e tenho que reconhecer o trabalho do Salum que na minha opinião está entre os maiores dirigentes do Brasil por anos e anos de trabalho duro sem muitos recursos e lembrando que em 2008/2009 não me lembro o ano exato estávamos na segunda divisão do mineiro para hoje estarmos na Libertadores e um sonho. Temos que também lembrar e agradecer ao Felipe Conceição ao Lisca ao Wagner Mancini aos diretores que trabalham com o Salum e aos grandes jogadores que entenderam a filosofia do América. Temos que lembrar também que o Coelhão foi o único time a encarar a CBF e foi suspenso por acho 2 anos de qualquer competição patrocinada por ela então queridos americanos estamos no céu.
Acredita Coelhão mais vitórias virão para 2022 .

***

Huener

Que alegria Chico e pessoal!!! Estou incrédulo, feliz demais!!!! Agora é festejar e montar um time para chegar a fase de grupos. Quanto ao Ademir, que profissional! Desejo todo sucesso para ele! Que ele chegue a Seleção Brasileira. Huck vai fazer o Ademir! Que Deus abençoe todos os jogadores!


Vale a pena ver de novo: festa alvinegra no Mineirão, da janela de um avião e de um apartamento, parecendo um vulcão

A do avião rodou mais e deve ter tido mais visualizações, mas essa aqui é sensacional. Vale a pena ver de novo, ambas!