De toda situação negativa apura-se algo positivo. Nessa derrota do Cruzeiro o que mais merece destaque é o consenso de que a vitória sãopaulina foi limpa, sem deixar nenhuma margem para qualquer teoria conspiratória. Em momentos como este, quando algum clube fora do eixo Rio/SP domina a cena, é comum baixar um certo complexo de inferioridade e a mania de culpar arbitragens e esquemas de bastidores para explicar determinadas derrotas. Não duvido que ainda haja armações, mas também não tenho dúvidas de que há um exagero nas reclamações e justificativas mentirosas para maus resultados na maioria dos jogos de futebol.
O São Paulo foi melhor, aproveitou as oportunidades, os erros do sistema defensivo cruzeirense e mereceu a vitória. Nas entrevista pós-jogo nenhum jogador ou membro da comissão técnica da Raposa contestou, fato raro depois de uma derrota, principalmente num clássico com requintes de decisão.
Foi apenas a segunda rodada do returno do Brasileiro e era previsível que o Cruzeiro passaria apertos, assim como todos os seus principais concorrentes passarão. A gordura acumulada no turno serve para isso e para manter a tranqüilidade geral da família azul.
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Terminava o primeiro tempo quando enviei esta coluna e o Atlético fazia um bom jogo contra o Grêmio mas, para variar, abusava do direito de perder gols contra um Grêmio, sempre perigosíssimo. Levir Culpi optou por uma formação ofensiva promissora com Dátolo, Tardelli, Luan e Carlos.
Luan era o melhor do time até o momento em que enviei a coluna, com excelentes enfiadas de bola.
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Serei repetitivo, mas o América precisa e merece: não adianta querer seguir a velha e surrada fórmula de buscar velhos jogadores, extenuados e muitas vezes bichados, país afora. Gasta-se muito dinheiro e o resultado é este que estamos vendo mais uma vez com essa decepção de sequência da Série B. Demitir o treinador é a saída de sempre que também não altera em nada a busca do objetivo final.
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Caso a diretoria americana resolvesse apostar em sua base, contando com poucos e escolhidos a dedos os veteranos, teria pleno entendimento e apoio da torcida e imprensa. Não há outra saída para o Coelho, mas a paixão ou vaidade dos seus dirigentes não os deixa executar ações como essas, que eles sabem que dariam certo.
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Parece mentira, mas o América é o clube brasileiro que mais revela jogadores nas categorias de base, mas também o que não sabe aproveitar safras e safras seguidas. É também o clube, entre os grandes mineiros, que menos pressão sofreria em caso de aposta radical em seus jogadores da base. Tem uma torcida peculiar em relação a Atlético e Cruzeiro: além de menor tem nível intelectual que permite maior aceitação em relação aos resultados dentro de campo.
* Notas da minha coluna dessa segunda-feira no jornal O Tempo