Se dentro de campo o técnico Muricy Ramalho pouco a pouco vai conseguindo melhorar o desempenho do time, fora das quatro linhas o pau está quebrando entre o atual presidente, Carlos Miguel Aidar, um falastrão dos grandes, e o antecessor, que o apoiou na eleição, Juvenal Juvêncio, aquele sujeito esquisito.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Aidar (direita) detonou a gestão do “ex-amigo”, Juvenal (esquerda):
* “O São Paulo parou no tempo”
Presidente faz críticas duras à gestão anterior, de Juvenal Juvêncio, e diz que o clube concedia benesses a cartolas
“Encontrei o São Paulo muito pior do que eu imaginava”. A frase de Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, expõe o seu incômodo com a situação do clube.
Eleito em abril com apoio do ex-presidente Juvenal Juvêncio, Aidar afirma que seu antecessor teve um “jeito de gerir ultrapassado”.
Em entrevista à Folha, diz que encontrou um clube “muito acostumado a benesses” e relatou que o São Paulo pagava viagens, hospedagens, ingressos e tinha até carros para diretores.
Procurado para comentar as críticas, Juvenal Juvêncio não atendeu às ligações.
‘Gestão sem controle’
Aidar critica a falta de organização que encontrou no clube. “Quando era candidato, via o estilo com o qual o São Paulo era gerido. Me levava a uma preocupação: de gestão centralizada, não participativa, sem modelo de mecanismos de controle. Pedi o organograma de controle, não tem. Me deixou bastante aflito.
Encontrei o São Paulo muito pior do que imaginava, acostumado a benesses, com pessoas acostumadas a vantagens. Era comum ver diretor andando pelo clube com pacote de ingressos na mão para show, para jogo, distribuindo para sócios.
Viagens para diretores, conselheiros, passagens, hospedagens. Eu vendi 20 carros. Serviam pra quê? Para buscar pessoas. Diretor com carro e motorista por conta do clube… Meu carro está aí na porta, eu dirijo. O São Paulo parou no tempo.”
‘Dívida e milagre’
O cartola relata que paga mensalmente R$ 2,3 milhões de juros de dívidas bancárias e que “está fazendo milagre”.
“Peguei o São Paulo [em abril] com R$ 109 milhões de dívida bancária. Em julho, tenho R$ 131 milhões de dívida. Aumentei R$ 22 milhões da dívida, que é a contratação do Kardec e imposto sobre ela. Vou compensar agora. Vou receber € 5,4 milhões pelas vendas de Douglas e Lucas Evangelista.
O São Paulo é um clube viável? É. Mas gastou mais do que podia. Eu estou fazendo milagre. Pago R$ 2,3 milhões por mês de juros bancários. Não é fácil gerir o São Paulo de hoje. Porque, não bastasse tudo isso, ainda tenho fogo amigo. Até o fim do ano que vem eu equilibro as finanças do São Paulo. Mas disputando título porque eu não posso vender o time e brigar para não cair”.
A entrevista completa no: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/184867-o-sao-paulo-parou-no-tempo.shtml