O programa Bastidores, da Rádio Itatiaia, será um especial sobre Olavo Leite Kafunga Bastos, que faria 100 anos na data de hoje. Um dos grandes goleiros da história do nosso futebol e posteriormente comentarista que marcou gerações, inventando bordões que são usados até hoje e frases geniais, como “no Brasil o errado é que está certo”.
Vou participar do Bastidores desta noite, a partir das 20 horas, num bate-papo com o apresentador Bruno Azevedo, para contar algumas histórias do “Mestre Kafunga”, acima de tudo uma grande figura humana. Tive a honra de trabalhar com ele na Rádio Inconfidência, quando ele estava iniciando o fim da brilhante carreira.
Hoje, com o “politicamente correto”, tanta hipocrisia, demagogia, tantas leis exageradas, “bullying” e outras coisas mais, Kafunga seria proibido de falar a maioria das coisas que falava, pois poderia sair preso de uma cabine ou estúdio de rádio por chamar alguém de “cabeça de bagre”, “filet de borboleta”, “frango de macumba”, “braquicéfalo” e por aí vai.
Um dia chegou atrasado ao programa “Papo de Bola” da TV Alterosa, que ele e o Fernando Sasso apresentavam diariamente no horário do almoço. Sentou na cadeira dele e não sabia que o programa já estava no ar, quando o Sasso o perguntou:
__ Ora, ora “Mestre”, você não é de se atrasar; o que houve?
__ Poxa gordo! Hoje está foda; o trânsito está todo “embucetado” aqui na Assis Chateumbriand!
__ Calma “Mestre”, nós estamos no ar!!!
__ No ar? Bem, é o seguinte ô da poltrona: eu falei “embucetado”, mas no bom sentido, ta?
E dá-lhe gargalhadas!
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De um dos meus últimos contatos com ele guardei uma frase que costumo usar até hoje. O “Mestre” já não trabalhava mais. Cheguei atrasado para um Atlético x Náutico no Mineirão. Eram 10 minutos do primeiro tempo e me encontrei com o ele, saindo do elevador, junto com o neto que sempre o levava ao estádio:
__ Uai Mestre, onde você está indo?
__ Estou indo embora Maia.
__ Já? Mas o jogo mal começou?
__ Ô Maia, eu agora vejo futebol com visão dinâmica. Começa e eu logo sei se vai prestar ou se será mais uma pelada. É o caso desse aí! Não vai dar nada; dois times ruins, pelada, que vai terminar empatada!
–
Foi 1 a 1; jogo da pior qualidade! E hoje, também vejo muitas partidas com “visão dinâmica”.
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Vilibaldo Alves era o locutor mais ouvido da época e vereador em Belo Horizonte. Durante a transmissão de um Atlético x Flamengo, Reinaldo errou um gol na cara do Raul e o “Vili” fez um escândalo pelo microfone:
__ Meu Deus do céu, o Reinaldo errou o gol; eu não acredito; o Raul já estava batido, mas o Reinaaaaaaaaaaalllllldddddoooooooo errou! Eu não acredito! Eu não agüento! Logo o Reinaaaaaaaaaallllllllddddoooooo!
Kafunga, Kafunga, desse jeito eu vou morreeeeeeerrrrrrr Kafunga!!!!
E o velho “Kafa”, na maior calma, voz pausada:
__ Num morre não Vilibaldo! Num morre não porque está “assim” de gente de olho gordo no seu lugar na Câmara!
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De um dos meus últimos contatos com ele guardei uma frase que costumo usar até hoje. O “Mestre” já não trabalhava mais. Cheguei atrasado para um Atlético x Náutico no Mineirão. Eram 10 minutos do primeiro tempo e me encontrei com o ele, saindo do elevador, junto com o neto que sempre o levava ao estádio:
__ Uai Mestre, onde você está indo?
__ Estou indo embora Maia.
__ Já? Mas o jogo mal começou?
__ Ô Maia, eu agora vejo futebol com visão dinâmica. Começa e eu logo sei se vai prestar ou se será mais uma pelada. É o caso desse aí! Não vai dar nada; dois times ruins, pelada, que vai terminar empatada!
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Foi 1 a 1; jogo da pior qualidade! E hoje, também vejo muitas partidas com “visão dinâmica”.
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Histórias como essas e outras de vários companheiros serão lembradas esta noite no Bastidores.
No site da Itatiaia, Emanuel Carneiro escreveu um belo artigo sobre o Kafunga e o jornal O Tempo também contou um pouco da vida dele.
Vale a pena ler:
http://www.itatiaia.com.br/blog/emanuel-carneiro/kafunga-100-anos
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http://www.otempo.com.br/blogs/esportes-19.235882/o-centen%C3%A1rio-de-kafunga-o-primeiro-goleiro-a-passar-de-100-jogos-pelo-galo-19.302746