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Marcas insuperáveis da Copa 2014: o "mico" do jornalismo, que dificilmente será batido

Senhoras e senhores,

a Copa tem algumas marcas que dificilmente serão batidas nesta edição 2014. O “maior frango”, por exemplo, será que algum outro goleiro conseguirá bater o russo Akinfeev, no jogo de estréia contra a Coreia do Sul?

Gol mais bonito: Van Persie da Holanda contra a Espanha; alguém supera?

Espanha, maior vexame dentro de campo!

Mas, o “grande mico” do jornalismo, duvido que alguém consiga superar o do Mario Sergio Conti, da Folha, Globo e Globo News: entrevistou um sósia do Felipão, acreditando que se tratasse do próprio!

Quando alguém me contou isso não acreditei, pensei que fosse gozação, já que o Conti é uma das melhores e mais experientes feras do Brasil. Um dos melhores livros que já li, “Notícias do Planalto”, é de autoria dele. Todo brasileiro deveria ler este livro para entender melhor como funciona o “negócio imprensa” no país.

Mas, li no O Tempo que aconteceu sim: o Conti caiu no conto de uma “exclusiva” com o técnico da seleção, dentro de um avião.

Como não é ligado ao futebol, deu uma de foca e agora agüenta a zoação. Aliás, em toda Copa os jornalões do país convidam figuras de fora da crônica esportiva para dar a sua visão do Mundial. Em 1998 tive a honra de conviver em alguns treinos, jogos e bares com ninguém menos que Chico Buarque, colunista convidado do “Estadão” naquela Copa.

Fantástico, que aliás completou ontem 70 anos de idade e continua recebendo todas as homenagens que merece.

Este ano o nível dos convidados caiu demais. Tanto que a repercussão do que estão escrevendo é zero, ou quase isso.

A notícia do mico do Conti, no O Tempo:

CONTI

* “ERRATA”

Colunista se desculpa por publicar entrevista com ‘falso Felipão’

Mario Segio Conti, que escreve na Folha de S. Paulo e O Globo, entrevistou sósia do treinador em vez do próprio Scolari

Em Minas Gerais, mais precisamente em Belo Horizonte, dentro do estádio Independência, o grande astro argentino Messi e companhia se divertiram com o sósia de Ronaldinho Gaúcho, que invadiu um dos treinos da seleção hermana no Horto. Enquanto uns se divertem com “cópias personificadas” de celebridades da bola, outros lamentam profundamente. Caso do colunista Mario Sergio Conti, que escreve nos sites da Folha de S. Paulo e do O Globo.

Conti caiu em uma grande pegadinha envolvendo o sósia do técnico Luiz Felipe Scolari e precisou se retratar publicamente pelo fato. No deslocamento que fez, de avião, entre Rio de Janeiro e São Paulo, o colunista bateu um papo com Vladimir Palomo – conhecido imitador de Felipão – e publicou em suas colunas a conversa que teve com o técnico de mentirinha.

No diálogo entre Mario Sergio Conti e Palomo, o sósia de Felipão chegou a falar da sua confiança nos jogadores brasileiros, aprovou os aeroportos do país e revelou sua identidade apenas quando o colunista chegou a cogitar um entrevista no programa “Diálogos”, do canal fechado GloboNews.

Os textos escritos por Conti para as duas mídias, site da Folha de S. Paulo e O Globo, foram retirados do ar. Agora, apenas uma errata em ambos os sites pode ser vista.

“Diferentemente do que foi publicado (…), o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, não falou com o colunista Mario Sergio Conti. Quem falou ao jornalista foi um sósia do treinador, Vladimir Palomo (…) Felipão não estava em um voo do Rio para São Paulo. Ele passou o dia em Fortaleza (…). Mario Sergio Conti pede desculpas a Scolari, a Palomo e aos leitores pela confusão”, publicou à Folha em nota.

SCOLARIFAKE

http://www.otempo.com.br/superfc/copa-do-mundo/colunista-se-desculpa-por-publicar-entrevista-com-falso-felip%C3%A3o-1.867904

– – –

O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, entrevistou depois os envolvidos: o jornalista Mario Sergio Conti e o sósia do Felipão. Pelo que o próprio Conti informa, ele realmente caiu no maior erro que qualquer jornalista pode cair: soberba! Achar alguma coisa e não conferir se aquilo é aquilo mesmo ou apenas semelhança.

Confira:

“Após a polêmica envolvendo a entrevista com um sósia de Luiz Felipe Scolari, o jornalista Mario Sergio Conti admitiu, em entrevista por e-mail a ZH, que realmente confundiu o ator com o técnico da Seleção Brasileira. O colunista de O Globo e da Folha de S.Paulo/UOL e apresentador da Globonews conversou com o sósia Wladimir Palomo em um voo do Rio de Janeiro para São Paulo.”

O encontro foi relatado em um texto — publicado pela Folha e O Globo — com o título “Felipão sobre Neymar: ‘Se tivéssemos três como ele, a Copa seria uma tranquilidade’“. Horas depois, os veículos admitiram o erro e retiraram a matéria do ar.

Mesmo com a errata publicada pelos veículos, internautas suspeitavam que Conti poderia estar sendo irônico, já que, na matéria, o jornalista contava ter recebido um cartão de visitas com os dizeres “Vladimir [sic] Palomo — Sósia de Felipão — Eventos”. ZH conversou com o colunista e com o sósia.

Entrevista: Mario Sergio Conti
“Não afetará a Bolsa, a Copa ou as eleições”

Zero Hora — Foi uma brincadeira ou o senhor realmente confundiu o sósia de Felipão com o próprio técnico?

Mário Sergio Conti — Pensei realmente que era o Scolari. Nunca estive com Felipão. Sequer vi entrevistas dele na televisão; só nas partidas, ao lado do campo. Achei todas as respostas dele sensatas.

ZH — Vocês conversaram sobre Neymar, empate com o México, aeroportos, vaias a Dilma… Quanto tempo durou essa conversa? Em nenhum momento, o senhor desconfiou?

Conti — Cerca de meia hora. O tempo do voo do Rio a São Paulo. Não desconfiei em nenhum momento que não fosse ele. Lera em algum lugar que a seleção estava de folga.

ZH — O texto publicado pelo O Globo (que foi atualizado quase 30 min depois da publicação) termina com a história do cartão de visitas do sósia. Essa informação constava na primeira versão ou foi acrescentada depois?

Conti — A informação constava do texto enviado originalmente. Nada foi alterado nele. Quando perguntei se toparia ser entrevistado na televisão, ele disse que sim, mas que estava muito ocupado naqueles dias. Aí me deu o cartão e rimos. Imaginei que era uma piada dele: entreviste esse sósia meu…

ZH — O que o senhor tem a dizer aos seus leitores?

Conti — Perdão pela confusão. Felizmente, ela não prejudica ninguém. Não afetará a Bolsa, a Copa ou as eleições.

Entrevista: Wladimir Palomo
“Você acha que o Felipão ia ficar andando sozinho em um avião no dia da Copa?”

Trabalhando como sósia de Felipão há cerca de um ano, Wladimir Palomo (com W, e não V como foi publicado por Folha e O Globo), que interpreta o técnico da Seleção no humorístico Zorra Total, parecia nervoso com a repercussão de sua conversa com o colunista Mario Sergio Conti. Em entrevista por telefone, ele garantiu que “não teve maldade”.

Zero Hora — Foi o senhor que deu uma entrevista ao colunista Mario Sergio Conti?

Palomo — Sim, estávamos dentro do avião, sentei ao lado dele. Foi uma conversa com um pessoa comum, como eu converso com você. Cinco a dez minutinhos no voo, só isso. E outra coisa: nem sabia que ele era jornalista. Só na hora de ir embora, eu perguntei quem ele era, e ele disse que era repórter.

ZH — O senhor entregou um cartão para ele?

Palomo — Entreguei um cartão onde diz que eu faço eventos como sósia do Felipão. Eu sou aquele rapaz que trabalha no Zorra Total.

ZH — O senhor acha que ele se confundiu ou que ele sabia que se tratava de um sósia?

Palomo — Provavelmente ele deveria saber. Tinha um monte de gente tirando foto com o sósia do Felipão e com o sósia do Neymar.

ZH — Foi uma brincadeira ou ele estava levando o senhor a sério?

Palomo — Eu acho que foi uma brincadeira o tempo inteiro. Ou então ele se confundiu. Você acha que o Felipão ia ficar andando sozinho em um avião no dia da Copa?

ZH — Entramos em contato com o Mario Sergio Conti e ele afirma que se confundiu mesmo. O senhor acha que a sua imitação está tão boa assim?

Palomo — Eu não imito, sou eu mesmo. Não imito nada.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/copa-2014/noticia/2014/06/mario-sergio-conti-pensei-realmente-que-era-o-scolari-4530859.html


Os melhores estão em toda Copa; inclusive os malandros

Quase 100 estrangeiros que vieram para a Copa, já detidos por crimes de todo tipo: furto de colombianos, tentativa de estupro de argelinos, traficante mexicano, traficantes norte-americano e inglês, corruptor francês, invasores do Maracanã chilenos e por aí vai.

Durante a Copa da Itália em 1990 o companheiro Hélio Fotógrafo, de Betim, foi vítima de furto e calote de brasileiro, e pior, mineiro, conhecido dele, de muitos anos, porém que vivia em São Paulo há décadas. Sujeito bom de lábia, abusou da boa fé do Hélio que teve de engolir o prejuízo. Nunca mais o viu nem sabia do seu paradeiro. Na época, o repórter Paulo Roberto Pinto, testemunha dos fotos, e experiente em outras Copas, fez um alerta ao Hélio nunca me esqueci: “Numa Copa estão os melhores, inclusive os bandidos”.

Por incrível que pareça, quatro anos depois, na Copa dos Estados Unidos, quem estava todo serelepe num treino da seleção brasileira na Universidade de Santa Clara? O próprio bandido de 1990. O Hélio o viu, chamou o Paulo Roberto; chamou-me como outra testemunha, mais o Roberto Abras.

Paulo Roberto que já tinha sido policial civil em Belo Horizonte gastou o inglês dele com um policial norte-americano e conseguiu “prender” o sujeito. Confusão formada, apareceram amigos do gatuno, dentre eles um funcionário da CBF, que disse ao policial: “Este fato, se ocorreu, foi quatro anos atrás, na Itália e os senhores não têm nada a ver com isso; soltem-no imediatamente”.

A confusão rendeu mais uma meia hora e os policiais americanos só soltaram o elemento depois que chegou um oficial superior que ficou convencido de que realmente se tratava de “águas passadas”.

Solto, o sujeito sumiu, mas antes ainda sacaneou a vítima: “Você continua bobo, né Hélio?”.

As falhas de segurança que permitiram aos chilenos invadirem o Maracanã foram primárias.

A segurança do Rio, entre militar e privada, caiu em conversas tipo: tem um colega passando mal, ou que alguém na frente está com o “meu” ingresso, até que quase 300 conseguiram avançar. Em qualquer Copa, Olimpíada ou evento semelhante ninguém chega perto do estádio sem passar por, pelo menos, cinco revistas. Já na primeira a, no mínimo, 500 metros, o ingresso ou credencial precisa ser apresentado à segurança.

Que espetáculo esta vitória do Uruguai! Jogos como este é que mantém o futebol no topo dos esportes mundiais, apesar de tantos pesare, de jogadas sujas da cartolagem internacional nos bastidores. Exemplo de determinação, entrega, crença na própria capacidade e acima de tudo, união de um grupo. E contra uma Inglaterra, que apesar de estar praticamente fora, veio com um time competitivo para a Copa.


O Chile e as comparações com o “Carrossel” holandês de 1974

Há seleções no cenário mundial que nunca recebem muita atenção porque sempre fracassam depois da primeira ou segunda fase das Copas ou nem se classificam para determinadas edições. Na América do Sul o Chile é o maior exemplo. Mas, na semana passada o ex-zagueiro Wim Rijsbergen, um dos grandes nomes do “Carrossel holandês” de 1974 comparou a forma de jogar do atual time chileno com aquele, de Cruyff e cia. Ora, como o Rijsbergen não está senil fui obrigado a assistir Chile x Espanha com atenção dobrada. Em alta velocidade e rotatividade os chilenos tontearam a Espanha longo no início e no fim do primeiro tempo deram sacramentaram a volta para casa mais cedo dos atuais campeões do mundo.

Achei exagerada a comparação com o “Carrossel”, mas realmente é um time muito bem montado pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, que ontem deixou Valdívia no banco, porque tem uma escalação para cada tipo de adversário. Vamos ver se Sampaoli vai conseguir acabar com sina de perdedora nas primeiras fases da seleção chilena. Liquidou sem grandes dificuldades a Espanha, que mesmo desfigurada técnica e psicologicamente era, até ontem, uma das maiores candidatas ao titulo desta Copa.

A fragilidade da segurança na Copa voltou a se manifestar escandalosamente antes de Chile x Espanha, quando quase 200 chilenos simplesmente invadiram o Maracanã, sem ingressos. Sobrou para o Centro de Imprensa do estádio onde o tumulto gerou pânico e quebra quebra de equipamentos da estrutura temporária e de jornalistas. Nenhuma das partes do Comitê Organizador assume a incompetência.

A Espanha repete agora a França em 2002 na Copa da Coreia/Japão. Depois de conquistar o Mundial pela primeira vez chega ao país sede como candidata natural ao título, cercada de todos os holofotes do mundo. Quando a bola rola não se vê nem a sombra daquela campeã de quatro anos atrás, cujo futebol ficou adormecido e acomodado nas lembranças da conquista passada.

DELBOSQUE

Grandes lideranças se mostram maiores ainda em momentos adversos cujos atos e palavras têm que ser bem calculados. Provocado nas entrevistas depois da eliminação, o técnico espanhol Vicente Del Bosque não perdeu a elegância em momento algum. Assumiu suas culpas, não culpou nem atacou a ninguém, não se esquivou de perguntas e nem foi mal educado em nenhuma resposta.


Outro jogo para a história desta Copa: Holanda 3 x 2 Austrália

Que jogaço entre Holanda e Austrália que não diminuíram o ritmo em nenhum momento sequer do jogo. O técnico australiano, Ange Postecoglouainda, repetiu a estratégia do México de encarar sem medo o Brasil. Uma tática Kamikaze do tudo ou nada.

Mas ao contrário do 0 a 0 de ontem o placar foi 3 a 2 para a Holanda que passou o maior aperto e teve que jogar tudo que sabe para conseguir vencer. Fez 1 a 0, tomou a virada, aliás em pênalti mal marcado pelo árbitro, empatou e fez o terceiro.

HOLAUS

Jogão com direito a outro gol espetacular, também candidato a mais bonito da Copa: Tim Cahill no primeiro gol da Austrália; voleio inacreditável.


Exemplo baiano que mantém a esperança de um país melhor!

Em todo o Brasil há exemplos de gente boa demais da conta que nos faz pensar: porque este país não dá certo de jeito nenhum!?

Vejam que relato interessante da Vanessa Barbara, colunista da Folha de S. Paulo sobre a experiência vivida por ela como turista em Salvador

* “Ninguém trata os turistas como Eliézer, o motorista”

Ninguém trata os turistas como Eliézer, motorista do ônibus executivo que sai do aeroporto de Salvador, passa por hotéis ao longo da orla e chega à praça da Sé, depois de aproximadamente 34 quilômetros de percurso.

Já na saída, Eliézer pergunta a cada um dos passageiros qual o destino desejado –como não fala inglês, pede ajuda a outros turistas.

No meu caso, chegou a telefonar para o hotel usando o próprio celular: “Boa noite, meu nome é Eliézer, sou motorista da empresa Transalvador, estou transportando uma hóspede de vocês e vou deixá-la no largo da Piedade”, disse ele, com a clareza e a circunspecção de um lorde.

“Gostaria de pedir um ponto de referência do hotel. É próximo ao Bradesco? Ali no Campo da Pólvora? Pronto… perfeito.”

Ele não só indica o caminho como dá conselhos firmes, tal qual um pai postiço soteropolitano. Quando um rapaz perguntou se poderia caminhar até o hotel em vez de tomar um táxi, ele reagiu com preocupação e me explicou: “É melhor que ele não faça isso. Ali tem muito ladrão”.

Num trajeto que demorou uma hora e meia, na véspera da partida entre Alemanha e Portugal, Eliézer despachou ao conforto de seus hotéis um total de 15 turistas, entre mexicanos, ingleses e alemães, revisando de vez em quando o trajeto: “Pituba, depois Rio Vermelho… Mar Hotel, Ondina… O senhor vai ficar onde mesmo?”.

A certa altura, chegou a sair do ônibus, atravessar a rua e pedir informação sobre a localização de um albergue.

Aos estrangeiros que desceriam no Pelourinho rogou que não pedissem indicações a estranhos, mas recorressem a policiais ou taxistas. A um turista apressado insistiu: “Tenha paciência… Por favor, tenha paciência”.

A linha S10, que opera apenas durante a Copa, tem uma tarifa de R$ 28 e passa de 20 em 20 minutos. É uma alternativa razoável aos táxis, que, nos quiosques localizados dentro do aeroporto, cobram R$ 130 pelo trajeto.

É uma opção também ao metrô de Salvador, que, depois de 14 anos em obras, finalmente foi inaugurado. Por enquanto, o sistema possui 6,6 km de extensão e consumiu R$ 1 bilhão, entre denúncias de superfaturamento e paralisações sucessivas. Nos dias de jogos, será exclusivo para torcedores com ingresso.

Na véspera da partida de ontem, de forma irônica, Eliézer acabou trabalhando até tarde e não sabia como ele próprio voltaria para casa. Talvez precisasse chamar um táxi e pedir reembolso da firma.

Ninguém trata os turistas como Eliézer. Resta saber como ele está sendo tratado.


Apesar do 0 a 0 foi um belo jogo e os concorrentes ao título gostaram do que viram

Certamente nem o mais apaixonado dos mexicanos imaginaria que o técnico Miguel Herrera fosse optar por um jogo tão aberto e corajoso contra o Brasil. Felipão muito menos. E apesar da falta de gols foi uma ótima partida que confirma o que vem sendo falado pela maioria dos analistas. Esta Copa entrará para a história como uma das melhores e mais equilibradas tecnicamente. Uma seleção que só se classificou na repescagem da Concacaf encarou a anfitriã, maior favorita ao título.

Os mexicanos apostavam que o mapa da mina seria o goleiro Júlio César. A ordem era chutar de qualquer lugar, confiando que pelo menos uma bola entraria. Mas ele foi bem e a bola não entrou. Pelo lado brasileiro duas boas novidades envolvendo Neymar: está cabeceando e batendo faltas cada vez melhor. Mas não foi o jogador decisivo que se espera dele, principalmente quando situações como esta se apresentam.

A partir dos 20 do segundo tempo Felipão deve ter se lembrado das conversas com o amigo Cuca e passou a apostar em jogadas que marcaram os melhores momentos do Atlético em 2012 e 2013, colocando Bernard no lugar do Ramires e Jô no de Fred. Houve lampejos daquele entrosamento da dupla, mas o tempo foi curto, a defesa mexicana e o goleiro Ochôa foram impecáveis.

Impressionante também a quantidade de mexicanos e a participação deles no Castelão. Assim como o time dentro de campo, surpreenderam e encararam de igual para igual.

Inimaginável que o Brasil não vença Camarões e fique em primeiro no Grupo. Mas os principais concorrentes ao título certamente ganharam uma boa dose de animação com o que viram em campo neste 0 a 0 e onde a equipe do Felipão tem fragilidades.

Pelo que jogou, a Bélgica poderá ser como em outras edições da Copa onde uma seleção sempre é apontada pela mídia internacional como a possível “sensação” do Mundial: frustrante. Pensei que fosse atropelar a Argélia, mas o que se viu foi uma enorme dificuldade em vencer. A Argélia passou apenas a se defender depois que abriu o marcador e pagou por isso. Vamos ver como os belgas se comportarão nas fases seguintes, já que estão em um grupo bem fraco.


Cena belorizontina I

Sexta-feira um argelino saiu do hotel onde estava hospedado, perto do Shopping Del Rei para passear e conhecer a Pampulha e o Mineirão pelo lado de fora. Depois de andar bastante, se perdeu e não sabia onde estava. Sem falar português pediu informações em uma residência perto do Iate Clube, na base da mímica e mostrando a foto da fachada do hotel na tela do celular. O dono da casa o levou até o hotel.


Cena belorizontina II

Uma família mexicana não teve, na Savassi, a mesma felicidade que o argelino. Rodando o país em um carro alugado, parou para jantar no principal ponto de encontro escolhido pelos estrangeiros durante a Copa em Beagá. Quando retornou, o carro estava com os vidros traseiros arrombados, sem as malas, objetos e documentos.


Fifa alerta a profissionais sobre furtos nos Centros de Imprensa da Copa

Na África do Sul aconteceu demais, e milhares de notebboks foram furtados.

Os fotógrafos credenciados Fifa receberam hoje este comunicado:

FOTO

* “Posicionamento da FIFA e do Comitê Organizador Local para todos os fotógrafos”

Caros colegas,

Temos recebido notícias de inúmeros casos de furtos de equipamentos de fotografia nos centros de mídia dos estádios.

Gostaríamos de recomendar a todos os fotógrafos credenciados que, sempre que possível, usem os armários disponíveis nos centros de mídia de cada um dos 12 estádios para armazenar seu equipamento. Obrigado.

Atenciosamente,
FIFA e Equipe de Mídia do COL


Futebol mineiro de luto mais uma vez: morreu o Dr. Fred Corrêa, o médico que salvou o Marcelo Oliveira da morte em campo

Senhoras e senhores, depois da morte do Paloma, ex-atacante do América, tivemos ontem mais uma péssima notícia.

Com que tristeza repasso esta notícia que nos foi enviada de Lavras, pelo Gustavo Andrade, a quem agradeço, publicada no Jornal de Lavras. Morreu o Dr. Carlos Frederico Leite Corrêa, o “Fred”, ex-zagueiro do Atlético nos anos 1960/70; que foi médico do Cruzeiro nos anos 1980 e posteriormente do América.

Uma das melhores pessoas com quem tive o privilégio de conviver no futebol, de quem me tornei amigo e da família.

Há alguns anos fui visitá-lo em Lavras, quando era presidente da Academia Lavrense de Letras.

Uma de suas passagens mais importantes como médico envolveu o Marcelo Oliveira, hoje técnico do Cruzeiro. Ele jogava no América e o Fred médico do Coelho.

Em um jogo no Mineirão, Marcelo teve um choque violento com um adversário e caiu desacordado. Foi salvo pelo Dr. Fred, que fez respiração boca a boca e o salvou.

A notícia da lamentável morte dele no site do Jornal de Lavras:

* notícias /
Atualizada em: 16/06/2014 15:34

Lavras está mais triste hoje com a morte do Dr. Fred

A cultura e o esporte perderam um de seus maiores incentivadores: Carlos Frederico Leite Corrêa, o Dr. Fred

Lavras perdeu hoje um desportista e um homem ligado às letras: morreu Carlos Frederico Leite Corrêa, o “Dr. Fred”, como era conhecido na cidade o ex-jogador do Clube Atlético Mineiro e ex-médico do Cruzeiro Esporte Clube. Dr. Fred foi também atleta da Associação Olímpica de Lavras.

No mundo literário, ele foi presidente da Academia Lavrense de Letras e autor de livros. Dr. Fred deixa viúva e filhos. Sua morte deixou mais pobre a cultura e o esporte lavrense.

Carlos Frederico Leite Corrêa era filho do também médico Dilermando Corrêa, um dos fundadores do Hospital Vaz Monteiro, que foi fundado no dia 9 de fevereiro de 1941, com o nome de Hospital da Criança. Sua inauguração foi no dia 10 de fevereiro de 1946.

O sepultamento do médico, esportista e literato Dr. Fred será hoje, às 16h30. Seu corpo está sendo velado na capela 1 do Velório São João Batista e seu sepultamento será realizado no cemitério São Miguel.

FRED

Em destaque, ao centro, o médico e presidente da Academia Lavrense de Letras Carlos Frederico Leite Corrêa. Da direita para a esquerda, a segunda pessoa é Maria Olímpia Alves de Melo, acadêmica que também morreu, no dia 23 de maio. Foto: Jornal de Lavras

http://www.jornaldelavras.com.br/index.php?p=10&tc=4&c=8708&catn=1


O relato de quem foi ao pior jogo; no estádio decepcionante, mas cuja experiência não tem preço

Obrigado ao belorizontino Thales Rosa, morador de Curitiba e sempre presente ao blog. Escreveu sobre a ida dele a Irã x Nigéria na Arena da Baixada:

“Acabei de chegar da pelada entre irã e Nigeria.. meu deus sobre o jogo nada a declarar…”

sobre a experiencia, foi legal, mas longe da organização que eu esperava da Fifa. A começar que eu e minha esposa tivemos que comprar ingressos com preços diferentes pois nunca apareciam dois ingressos na mesma categoria, era sempre um. No inicio do jogo fiquei la em cima, mas la pelo meio do primeiro tempo ela avisou que ao lado dela nao tinha ninguem. Sai do meu local e fui para um literalmente a beira do gramado!! Eu sentia o calor do jogador que batia escanteio srsrsr

ARENA

O estadio é muito acanhado nao serve para copa do mundo, e nem sei como o corpo de bombeiros autorizou que tivessem jogos ali, a arquibancada de cima so da para andar de lado!!! Muito ingreme e com pouco espaço entre as fileiras, por muito menos tivemos que colocar grades no independência!!

As cadeiras em cima nao sao retrateis como manda a fifa e estavam muito sujas de poeira de obra!

agora quem sofre mesmo é a imprensa, bate sol na cara deles ate o meio do segundo tempo… como temos muitos jogos as 16 eles vão sofrer.. apesar q e raro um dia de sol aqui em Curitiba, hoje foi um desses dias… aqui o link da foto com o sol na imprensa toda..

https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/t1.0-9/10406475_636302286446397_2832108352073916101_n.jpg

valeu a experiencia, ja fui a um jogo de copa. agora vou ver a espanha e australia, o jogo dos eliminados, assim espero..


Portugal derruba uma tese e corrige muitas injustiças

Pouca gente creditava que Portugal fosse complicar a vida da Alemanha, possivelmente na mesma proporção que não se esperava que fosse tão fácil para os alemães. Espero que este jogo e o placar corrijam uma injustiça que se comete a grandes times, sejam de clubes ou seleções. É comum dizer que o jogador tal ganhou tal Copa “sozinho”. Constantemente ouço isso em relação a equipes históricas; Argentina de 1986 a maior injustiçada. Maradona foi o gênio daquela disputa, incomparável, o motor daquele time, mas o grupo ajudava. Ótima defesa, representada por Ruggeri; meio campo fortíssimo com Batista na marcação e atacantes velozes e habilidosos como Burruchaga e o fantástico Valdano. Citei apenas os que me lembrei de memória, mas o time era “equilibrado” como diria o Celso Roth, além de bem treinado por Carlos Salvador Bilardo.

JOGO

Senti pena do Cristiano Ronaldo em meio a tantos companheiros limitados tomando aquele vareio de bola da Alemanha. Melhor jogador do mundo, lutando com todas as forças para que Portugal faça a sua melhor campanha na história das Copas, ele também deve ter acreditado nessa tese burra de que algum craque, por melhor que seja, possa carregar um time ruim nas costas.

Em esportes coletivos ninguém ganha “sozinho” ou leva pernas de pau a título nenhum. Nem Pelé conseguiu.

Ainda mais Portugal com um grupo que não passa de bonzinho, com um zagueiro que se acha craque, Pepe, que pode ser comparado, no máximo, a um Júnior Baiano, melhorado, cujo destino foi gentil demais e o levou a vestir da camisa do Real Madri, onde o grupo é acima da média e as fragilidades do zagueiro provocam menos estragos.

Se o jogo contra os alemães já era o mais difícil dessa primeira fase, com a expulsão irresponsável do Pepe, naquele momento, virou brincadeira para o excelente time do Joachim Low. O placar ficou de ótimo tamanho para os lusos, que ainda tiveram a cara de pau de reclamar da arbitragem.

Pelo que estamos vendo em Belo Horizonte e vimos sábado e domingo no Rio de Janeiro tem mais gente jogando “em casa” além da seleção brasileira. Os argentinos já estavam muito à vontade nas ruas e todos os ambientes verde-amarelos e dentro do Maracanã, Messi e Cia., gostaram de jogar naquele palco, símbolo mundial do futebol.

Sábado no Mineirão estarão mais em casa ainda, já que adotaram Beagá como a casa deles durante o Mundial.

Finalmente uma pelada na Copa e sem gols. Demorou, mas aconteceu.

PELADA

Pensei que Nigéria e Irã fossem fazer um jogo de correria e muitos gols. Ficaram só na correria e futebol de dar calo nas vistas em Curitiba. Dois times muito fortes fisicamente mas sem nenhum futebol e nem perspectivas de que possam incomodar Argentina e Bóznia neste grupo.

A Alemanha foi a última seleção candidata ao título a entrar em campo e apenas confirmou o que se falava dela. Os argentinos deverão fazer uma chuva de gols no Irã, vão chegar às oitavas com o moral nas alturas; o Brasil volta a campo hoje e deve crescer; o destino está em débito com a Holanda nas Copas; não vejo a Espanha fora do jogo, nem a Inglaterra; e a Itália é a Itália.

Haja coração!