Nunca vi o trânsito tão bom em Belo Horizonte num sábado pela manhã. Avenidas Amazonas e Contorno fáceis de circular, pouco movimento de carros, policiais de trânsito orientando a quem tivesse alguma dúvida, nenhum congestionamento. Neste Brasil x Chile optei pelo ônibus disponibilizado pela Fifa à imprensa para ir ao Mineirão. Saída do Hotel Ibis-Savassi, com colegas de vários estados do país e partes do mundo.
Ano passado, a violência dos protestos, especialmente contra alvos ligados à Fifa, fez com que estes ônibus rodassem quase vazios, já que ninguém queria se arriscar a passar aperto ou tomar uma pedrada, das muitas que foram jogadas pelos baderneiros. Este ano sossego total. Da Praça Raul Soares ao Mineirão, passando pela Avenida Antônio Carlos, foram 20 minutos. Quando o ônibus se aproximou do Viaduto São Francisco, entraram em ação os batedores do exército: 10 motociclistas, mais uma camionete cheia de soldados com cara de poucos amigos. Sérgio Boaz, da Rádio Gaúcha, questionou: __Pra quê tanto?
Respondi que naquela região a violência dos protestos foi mais intensa ano passado, inclusive com o incêndio e depredação de lojas.
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Mais 10 minutos e já estávamos dentro do Mineirão, depois de rápida passagem pelo detector de metais. O Centro de Imprensa funciona onde é o estacionamento, nas tais estruturas temporárias, bem próximo à chegada dos ônibus dos times em jogos normais, fora da Copa. Lotado, porém confortável, com acomodação para todos e internet da melhor qualidade, como nunca se viu no Mineirão. Padrão Fifa!
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Faltando 30 minutos para a bola rolar, hora de procurar o lugar na tribuna de imprensa, onde a principal atração era uma loira, apresentadora da TV mexicana, cujas curvas ganhavam mais destaque com a intensidade da iluminação enquanto ela falava ao vivo. Durante a execução dos hinos, senta-se ao meu lado o Felipe Ribeiro do O TEMPO, chegando da Polícia Federal, com a notícia de que houve denúncias de bombas no estádio e em Confins.
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As notícias das bombas foram desmentidas oficialmente pela PF e não causaram nenhum efeito dentro do Mineirão, já que as mais de 60 mil pessoas lá dentro não estavam sabendo de nada disso.
A bola já rolava e como o previsto a seleção do Felipão tinha o adversário mais difícil pela frente na Copa, e o justo empate do primeiro tempo.