A Holanda acabava de empatar e perguntei ao Dr. Antônio Bahia Neto, um dos grandes nomes da nova safra da cardiologia mineira, se os comandados do Louis Van Gaal agüentariam a prorrogação. Eram 39 do segundo tempo, depois de uma pauleira contra o México, que estava sabendo tirar proveito técnico e físico de jogar na América do Sul, ao nível do mar, temperatura acima de 30 graus e a umidade de Fortaleza, uma das mais belas e quentes do Nordeste brasileiro. Com as minúcias e ressalvas necessárias, Bahia mal terminava de explicar as dificuldades de um europeu dos países baixos nessas condições, quando Robben sofria o pênalti que faria a Holanda chegar aos 2 a 1.
Ufa! Estava salva a sequência da Copa, no que se refere à disputa entre europeus e sul-americanos nos Mundiais. Eles nunca ganharam um título em nosso continente.
Assim como foi salva a imagem de Luiz Felipe Scolari e comandados contra o Chile no sábado. O técnico Jorge Sampaoli foi embora indignado, dizendo que não merecia sair do Mundial dessa forma. Engano dele: se tivesse treinado melhor as cobranças de pênalti não teria sido eliminado. Talvez tenha faltado apenas esta circunstância ao excelente trabalho dele à frente da “Roja”.
Huntelaar comemora o gol de pênalti que classificou a Holanda.
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Mas, mesmo salva, a imagem de Scolari e jogadores saiu gravemente arranhada e a suspeição quanto à superioridade deles entrou no lugar do título já ganho previamente nas palavras do treinador imediatamente à convocação dos 23 para este Mundial. Foram patéticas a cenas de Scolari perdido, entre o término do tempo regulamentar, a prorrogação e a cobrança das penalidades. Estava no rosto dele que não sabia o que fazer.
Thiago Silva
Saindo da sua discrição habitual, Parreira orientava jogadores e ao próprio treinador, enquanto o Capitão do time, zagueiro mais caro do mundo, Thiago Silva, sentado sobre a bola, chorava copiosamente e recebia força moral do reserva Paulinho. Que Capitão! Enquanto isso, o goleiro Victor “emprestava” ao companheiro Júlio César, o terço usado naquele mesmo gol na final contra o Olimpia, pela Libertadores ano passado.
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A seleção brasileira pode embalar e ser campeã, mas está provado outra vez que a arrogância e mentiras não funcionam quando se deparam com um adversário minimamente qualificado dentro e fora de campo. E não satisfeito com o seu teatro fracassado, Felipão ainda quis se postar de vítima na entrevista coletiva depois do jogo, dizendo que estamos sendo “bonzinhos” demais com as seleções estrangeiras.
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De forma surpreendente a Grécia ganhou a Eurocopa de 2004, em Portugal, sobre os donos da casa, comandados por Felipão, usando o mesmo estilo de jogo mostrado nesta Copa. Retranca, proveito de um erro mínimo do adversário e “goleadas” de 1 a 0 ou pênaltis. Eu pensava que a Costa Rica fosse atropelá-la, no tempo normal, mas nada do que foi feito contra o Uruguai, Inglaterra e Itália funcionou.