A partir deste fim de semana chegou o momento de ficarmos atentos a todos os jogos dos estaduais que têm clubes na Série A do Brasileiro.
São inevitáveis as comparações e análises dos futuros concorrentes do Galo, Raposa e Coelho na principal competição do país.
Apesar da diferença financeira que separa paulistas e cariocas dos demais competidores nacionais, ainda não temos a “espanholização” do futebol verde e amarelo.
Este termo vem sendo usado por companheiros da imprensa de São Paulo, que preveem que nos próximos anos teremos o título brasileiro disputado por apenas três ou quatro times, com a presença de dois, sempre garantida entre os primeiros, como é o caso de Barcelona e Real Madri.
Concordo que este perigo existe, porém, se paulistas e cariocas têm mais dinheiro, os dirigentes gaúchos, mineiros e paranaenses têm se mostrado mais competentes, e graças a isso, ainda não chegamos à mesma situação da Espanha.
Mas, a balança pesará demais a favor de São Paulo e Rio, a partir de 2012, com essas negociações da TV, e vai ficar cada vez mais difícil para os clubes fora desse trecho. Só dinheiro não significa grandes times, mas com dinheiro demais a favor, é mais fácil montar um grupo, com as devidas peças de reposição, para campeonatos longos e disputados palmo a palmo como é o nosso.
A única saída que vejo em médio e longo prazos, é uma volta ao passado positivo dos nossos clubes, com aposta total nas categorias de base, buscando um ou outro “recheio” de fora, escolhido a dedo, para preencher eventuais lacunas.
Peguem os exemplos da quase totalidade dos grandes times mineiros da história e vejam como foram formados.
Ou relembrem os jogadores que foram formados pelo América e que fizeram história no futebol mundial. Fico em apenas um exemplo: Tostão!
O Santos é o melhor exemplo atual de clube que saiu do buraco graças a um trabalho bem feito na base.
Vi um especial no Sportv, ontem, sobre o Villareal, da Espanha, sensacional.
Possivelmente deve ser o melhor trabalho de base de um clube no mundo, por isso vem fazendo tanto sucesso na Europa a partir dos anos 2000.
Vejam que trata-se de um clube pequeno, de uma cidade de apenas 51 mil habitantes.
Fundado em 1923, só chegou à Série A em 1998, caiu no mesmo ano, voltou em 2000, para não sair mais.
Em 2003 conseguiu ficar em 7º lugar e se garantiu na Copa da UEFA. No ano seguinte ficou em 3º e chegou à Liga dos Campeões, ganhando as atenções do mundo. Foi eliminado nas semifinais pelo Arsenal da Inglaterra.
Fim de semana
Dizem que água demais mata a planta; ansiedade também.
Jogando em casa, depois de uma goleada surpreendente e acachapante de 7 x 1 para o Atlético, o América vai com tudo para cima do Cruzeiro esta noite.
Corre sério risco de levar outra goleada. Qualquer time que se abre afoitamente contra o atual Cruzeiro é candidato a uma sacolada.
O único fator que pode pesar contra os comandados do Cuca é a iluminação do estádio Nassri Matar, já que o gramado, dizem, está muito bom. E com um gramado bom, para este time do Cruzeiro, já viram né!?
América x Atlético é uma incógnita, e a expectativa é geral em torno dos dois.
A vitória do América, de virada, na primeira fase, e o time que está sendo montado para a Série A nacional, são realmente confiáveis?
E a gangorra alvinegra? Começou bem o ano, caiu, entrou em crise, porém goleou de forma incontestável na última partida, ao melhor time do interior do estado? Qual é a realidade desse time?
No Galo, chama a atenção o fato de o meio-campo ser todo formado na base: Serginho, Fillipe Soutto, Giovanni e Renan Oliveira. Como bem lembrou o Roberto Abras, a última vez que se viu isso foi nos anos 1970.
O América conta a volta de jogadores importantes, como o Flávio, Camilo e possivelmente Rodrigo à lateral esquerda.
Se não terá Marcos Rocha, por força de contrato, terá Sheslon, igualmente motivado, por enfrentar o Atlético, ao qual pertence também.
Em compensação, mais um reforço para a defesa do Mauro Fernandes: Micão, suspenso, não joga!
Estádio Nassri Mattar em foto do site do “Dragão do Corcovado” – http://www.afcto.com.br