Blog do Chico Maia

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De volta ao frio

Estamos pegando estrada de volta para Johanesburgo. Uma pena, pois Durban é ótima. Além de parecer com o Rio de Janeiro, agora, 10h30 a temperatura é de quase 30 graus.

Daqui a Johanesburgo, 570 km de estradas da melhor qualidade, porém, lá temperatura média durante o dia de 10 graus, caindo para abaixo de zero à noite e madrugadas.

Sem falar que tudo lá fecha às 18 hs.

Totalmente diferente de Durban.


Sem Kaká é mais difícil

Se não foi o melhor jogo da seleção até agora, foi o melhor para se trabalhar. O estádio Moses Mabhida, além de muito bonito, é prático, de fácil acesso e confortável, quase no centro de Durban. A cidade tem alguns visuais que fazem lembrar o Rio de Janeiro, e a temperatura de Belo Horizonte.

Difícil dizer quem tinha mais torcida presente, mas a do Brasil se destacou pelos coros e gozações dirigidas ao atacante Cristiano Ronaldo, chamando-o de “paneleiro”. Claro que a expressão usada não foi essa, do português de Portugal, e sim a nossa tradicional, usada em nossos estádios. E ele respondeu dando muito trabalho à zaga brasileira.

O jogo foi em ritmo de decisão, com Portugal jogando fechado, mas sem pontaria para aproveitar os contra-ataques. Quando acertou o gol, Júlio César fez diferença. O Brasil sentiu muito a falta de Kaká e Robinho, onde estão a criatividade e as arrancadas da seleção. Os dois times não tiveram medo da cara feia um do outro e obrigaram o mexicano Benito Archúndia a distribuir cartões amarelos para Juan, Felipe Melo, Luiz Fabiano, e para os portugueses Duda, Pepe, Tiago e Fábio Coentrão. Deveria ter aplicado mais, porém, poupou quem já estava amarelado para evitar expulsões.

Portugal manjou que Michel Bastos estava mal, com medo da bola, e no segundo tempo o técnico Carlos Queiroz mandou carregar o jogo pelo lado esquerdo da defesa brasileira, e a estratégia quase deu certo. Dunga demorou colocar Ramires, e só o fez porque o Julio Baptista se machucou. Entrou bem na partida e a melhor defesa do goleiro português Eduardo foi de um chute dele.

O empate sem gols ficou de bom tamanho para os dois lados.


Torcedor do Cruzeiro reclama da falta de canal direto para falar com a diretoria do clube

O cruzeirense Kleber Corrêa enviou e-mail reclamando da situação do clube e da falta de um canal direto com a diretoria para se manifestar. O texto é o seguinte:

 

“Caro cronista,

 

Tentei postar no blog do Zezé Perrela esta mensagem e algumas outras mas parece-me que lá somente são aceitos elogios. Por isto, tendo em vista sua isenção e amor à verdade, peço-lhe encarecidamente que a publique, pelo que, desde já, agradeço.

Continuo entendendo que esta diretoria, que já foi ótima, há algum tempo vem fazendo somente bobagens sem que seja dada à torcida a menor explicação plausível. Ninguém, com certeza, verá a cor do dinheiro arrecadado com esta viagem, como não viu o que foi feito com as diversas vendas de jogadores (somente como exemplo, Wagner, Ramires, Magrão, Guilherme, Kleber etc). Ou seja, para um time que terminou a fase do Brasileirão, anterior à Copa do Mundo, trocando as pernas, esta viagem aos EUA foi totalmente inútil e, pior que isto, prejudicial à recuperação do time e à reposição ou complementação das peças que certamente lhe faltam, para que mostre alguma competitividade no campeonato mais importante do Brasil.

A estratégia desta diretoria é óbvia! Quando a torcida pressiona um pouco ela começa a falar em grandes contratações que NUNCA são efetivadas. O Cruzeiro, que talvez seja o time que mais vendeu e que mais se gabou por ter uma ótima situação financeira não consegue competir pelos bons jogadores com os demais times brasileiros. E pasmem, ultimamente não compete nem mesmo com o Atlético, que há pouco tempo atrás era sinônimo de deboche, mas que vem se levantando às custas de um presidente que parece amar o clube.

 

Ou seja, enquanto dormimos nosso maior rival tem hoje o melhor CT de Minas, o melhor treinador do Brasil e tem contratado muito mais e melhor que o Cruzeiro. Além disso, deixamos, de graça, o Maluf para eles (um dos mais conceituados profissionais de futebol do Brasil), ficando em seu lugar apenas amadores.

 

O que e isto? Vamos deixar o Atlético passar na nossa frente e peder a hegemonia de anos? Acordem torcedores do Cruzeiro e protestem contra esta diretoria!!

 

Quem ama o Cruzeiro tem que mudar esta situação! A diretoria passa (e esta já está demorando muito) mas o nosso time fica, com certeza! 

 

Abraços,

Kleber Corrêa da Silva”

kleber_kcs2004@hotmail.com

MARCIOMATACRUPERRELA

* E o chargista Márcio Mata, também cruzeirense e craque dos desenhos, colaborou com o texto do Kleber.


Vergonha

Depois de elogiar tanto as estradas da África do Sul ontem, abro a minha página do twitter, às 10h30 aqui em Durban, 5h30 em Belo Horizonte e leio no twitter da Polícia Rodoviária Federal nesta sexta feira:

PRF_MG “5h BR381 KM425 Lanche Emboabas, tombamento de carreta sobre 2 carros, 8 fatais, em tese, vítimas nas ferragens – PRF e BOMBEIROS no local”

 

 

Uma vergonha que se arrasta há anos. Nossas rodovias, principalmente esta, são uma roleta russa. Quem trafega por ela, qualquer hora, qualquer dia, pode nãi chegar no destino. Este ano teremos eleições e milhares de políticos vão prometer solução. Serão eleitos e nada farão.

E vidas que se vão!


Cambista fatura na Copa também

Na recepção do hotel onde estou em Durban um grupo de brasileiros comentava que conseguiu comprar ingressos para Brasil x Portugal hoje, sem maiores problemas, pagando um ágio “até razoável” a cambistas.

Um dos compradores me disse que é gerente do flat onde mora o companheiro André Rizek, do Sportv, no Rio de Janeiro. Contou que pagou 500 dólares por um ingresso cujo preço oficial da Fifa é de US$ 220.

E ficou satisfeito, pois estava triste pelo fato de ter vindo e corria o risco de não entrar no estádio.

 

Pressão

 

A polícia da África do Sul diz que está na cola dos cambistas, mas não é isso que temos visto nos estádios e portas de hotéis por aqui. Nem nas páginas dos jornais sul-africanos que têm exibido fotos nas primeiras páginas, mostrando que os atravessadores estão agindo sem serem incomodados.

* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!


O Duke matou a charada!

Hoje, no Super Notícia:

DUKEDUNGAGLOBO


As verdadeiras heranças que queríamos e não teremos

São 570 quilômetros de excelentes rodovias de Johanesburgo a Durban, onde Brasil e Portugal decidem quem será o primeiro do Grupo G. Seis horas de viagem com absoluta segurança, apesar de quase 100 quilômetros de intensa neblina, e um acidente envolvendo duas carretas, com pelo menos dois mortos entre as ferragens.

Mas as quatro pistas de cada lado e a enorme área de escape do canteiro central, possibilitaram que o tráfego continuasse quase normal, apenas com velocidade mais baixa no trecho.

Quatro pedágios, que totalizam 152 rands (R$ 40), os mais prazerosos que qualquer motorista pode pagar. Em todo o percurso, radares e polícia rodoviária cuidam para que não haja abusos, além de balanças que são rigorosamente respeitadas pelos caminhoneiros. Nenhum buraco na pista de rolamento, sensação absoluta de segurança, mesmo quando se entusiasma e se esquece que a velocidade máxima permitida é de 120 km/h.

Parece mentira, mas estamos na África do Sul, cujas estradas, em sua quase totalidade, são assim há muitos anos, sem nada a ver com a Copa do Mundo.

Mas o assunto tem a ver com o Brasil, e é esse tipo de herança, ou “legado”, como gostam de dizer as nossas autoridades, que todo brasileiro gostaria de receber com a nossa Copa em 2014.

Fortunas serão gastas desnecessariamente em reforma ou construção de estádios, mas continuaremos correndo risco de morte e vendo pessoas morrendo em nossas péssimas estradas, em todos os aspectos.

Já sabemos que não teremos metrô, sonho antigo de todo belorizontino; temos certeza que não veremos a BR-040 duplicada até o Rio, ou a Fernando Dias melhorada até São Paulo, e dificilmente a assassina BH/Ipatinga, também duplicada, até 2014.


Apesar de meio carioca Durban não consegue encher a sua fan-fest

Durban é completamente diferente de Johanesburgo, começando pelo clima, que faz lembrar o do Rio de Janeiro nessa época do ano. As pessoas são mais receptivas e há grande movimento nos bares, no calçadão da praia e restaurantes, depois que a noite cai. Garantidamente não existe a sensação de insegurança que se tem na capital econômica da África do Sul. Indianos e portugueses dividem as cenas com o sul-africanos em clima alegre.

 Mas nem esse “carioquismo” conseguiu levar público à enorme área da “fan-fest”, no ponto mais nobre da praia de Durban, para ver a decisão da vaga para as oitavas, entre Itália e Eslováquia. Aliás, não arrastou ninguém: da janela do meu quarto no sexto andar do Hotel Beach, vejo gatos pingados andando pela praia, as bem montadas barracas dos patrocinadores vazias e uma banda tocando no palco gigante, em estrutura de grandes shows, para quase ninguém.


Itália vacilou e fica na fila até 2018, no mínimo

O telão da “fan-fest” em Durban mostrou a Itália dando Adeus, depois de um jogo dramático contra a Eslováquia, que entrou em campo como última colocada do Grupo F, cuja liderança final foi confirmada pelo Paraguai no empate com a Nova Zelândia. Pois os eslovacos fizeram 3 x 2 e classificaram em segundo, com todos os méritos, deixando a Itália na fila, pelo menos até a Copa de 2018, para tentar ser penta, igual ao Brasil!


Esperança de Brasil x Argentina

Brasil e Portugal farão, possivelmente, um jogo sem muitas emoções. Com ambas as seleções classificadas (as chances da Costa do Marfim são apenas matemáticas), os jogadores não vão se expor a jogadas mais duras e correrem risco de ficarem de fora do filet da competição.

O mundo do futebol presente aqui, torce para que a final da Copa seja entre Brasil e Argentina, única possibilidade das duas equipes se enfrentarem daqui para frente.