Ainda hei de ver, ouvir ou ler um comentarista de futebol indicando as melhores escalação e tática antes dos jogos. Dizendo aberta e claramente o que precisa ser feito, quem deve ser escalado, porquê e como a vitória do time virá, em função do que ele determina. Sim, porque do jeito que é, a profissão mais fácil do mundo é ser comentarista, onde não se erra nunca. Basta dizer: se tivesse feito isso, aquilo, escalado fulano e beltrano no lugar de cicrano, a vitória seria certa.
Em determinados momentos também tenho vontade de dizer que Celso Roth, Adilson Batista ou qualquer treinador é um “burro”, que não sabe nada de futebol e essas coisas tão comuns na boca de torcedores e “analistas” da bola. Mas antes de fazê-lo, coloco-me no lugar do sujeito e penso o óbvio: é preciso vencer e serão adotadas a melhor escalação e a melhor estratégia. É o técnico quem sabe da situação de cada jogador. Se está treinando bem, se está bem em casa, com a mulher, com os filhos ou se está no mundo da lua, todo atrapalhado, enchendo a cara, mal condicionado. São seres humanos e como tais, sujeitos a bons e maus momentos. Por essas e outras é que zebras ocorrem nos campos de futebol. Um ou dois não estão bem naquele dia e todo o time se complica.
Momentos
O trabalho de um treinador não pode ser julgado pelo resultado de um, dois ou três jogos. Os bons também erram, e muito, mas estes erros são evidentes, ali dentro das quatro linhas, aos olhos de todos enquanto a bola está rolando. Quando o time tem jogadores acima da média estes erros quase não são lembrados porque as vitórias vem e provocam uma amnésia geral.
Os nossos
Digo isso porque estamos numa fase de questionamentos à competência dos treinadores em todo o Brasil, se deve ou não haver mudanças visando 2010. Celso Roth e Adilson Batista nunca tiveram trégua em Belo Horizonte e basta uma sequência de resultados ruins para que sejam colocados contra a parede. Descontadas as devidas falhas, considero os dois, bons de serviço.
Futuro
Roth já está com o contrato renovado há dois meses, e é bem mais contestado que o Adilson. Enfrentou, este ano, condições muito mais adversas que o colega cruzeirense. Com a melhoria da situação administrativa alvinegra, tem tudo para montar um time bem mais competitivo para 2010. No Cruzeiro vale a campanha “fica Adilson”.
A contento
Adilson tem suas falhas, mas não cometeu nenhum erro sábado no empate com o Grêmio, ao contrário do Celso Roth, que para mim errou ao tirar o Ricardinho para a entrada do Tchô. Isso acontece. O importante é que são bons treinadores e estão levando seus times a campanha possíveis, dentro das limitações de cada elenco. Para ser campeão é preciso ter elenco melhor.
Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã no jornal O Tempo, nas bancas!