Pedro Miguel Marques da Costa Filipe, 42 anos, dirigiu: Sanjoanense, Feirense, Moreirense, Tondela, Paços de Ferreira, Vitória de Guimarães (todos de Portugal) e Al Tai (Arábia Saudita). Foto: divulgação
O novo técnico da Raposa chega sob desconfiança geral, para substituir Paulo Pezzolano, assim como Marcelo Oliveira chegou em fins de 2012 para substituir Celso Roth.
Mineiro, marcado como ex-grande jogador do Atlético, Marcelo não contava a simpatia dos cruzeirenses e nem da imprensa, que apostava que o Cruzeiro brigaria contra o rebaixamento no Brasileiro de 2023. Junto com o diretor de futebol Alexandre Matos, que vinha de bons trabalhos como executivo do América, eles montaram um elenco barato, garimpando jovens promissores de clubes menores do país e apostando em veteranos, que já desciam ladeira na carreira e que não tinham mais espaços em clubes grandes.
De repente, começou vencer concorrentes super favoritos ao título. Os críticos, inclusive cruzeirenses, diziam que eram “zebras”. Daí a pouco, o futebol de velocidade e muito bem treinado pelo Marcelo, pegou uma dianteira na tabela e ninguém mais o alcançou. Calou a boca de todo mundo e acabou com a hegemonia de paulistas e cariocas, que se revezavam nas conquistas do campeonato nacional. Graças à humildade e competência do Marcelo Oliveira e Alexandre Matos. Para refrescar a memória dos menos ligados, o elenco montado por Alexandre Matos e Marcelo Oliveira em 2013, tinha como titulares: Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Lucas SIlva, Nilton, Éverton RIbeiro e Ricardo Goulart; Willian Bigode e Borges. No banco: Rafael, Mayke, Paulão, Léo, Everton; Leandro Guerreiro, Souza, Júlio Batista, Alisson; Luan e Dagoberto. À exceção de Fábio e Dedé, que eram jogadores cobiçados à época, um elenco que também não inspirava confiança em ninguém.
O português Pepa chega também sob absoluta desconfiança, por mais que alguns mais apaixonados da mídia tentem dourar a pílula de um curriculum de sucesso que ele ainda não tem. O futebol, periodicamente apresenta surpresas altamente positivas. Quem sabe o Pepa repete o Marcelo? Para a felicidade geral do mundo azul ele não pode repetir é o patrício dele, Paulo Bento, em 2016, que chegou com toda pompa, contratado a peso de ouro. Tinha no curriculum trabalhos no Sporting Lisboa e seleção portuguesa de 2010 a 2014. Não deu liga e o Cruzeiro chegou a flertar com o rebaixamento.
No Brasil, pouca gente do futebol, principalmente da imprensa, já ouviu falar no Pepa. Em Minas, ninguém. Mas, ele pode surpreender e conseguir fazer este grupo conseguir os resultados que o Pezzolano não conseguiu e que o fez jogar a toalha. De repente, estamos recebendo em Belo Horizonte um novo gênio do futebol, tipo Abel Ferreira, para calar a boca de todos os críticos e desconfiados, inclusive cruzeirenses.