Blog do Chico Maia

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Na espera da queda do último

Dos poucos produtos em lojas norte-americanas cujos preços são mais caros que no Brasil, destacam-se as sandálias Havaianas, cujo par, do menor ao maior número e modelos, varia entre 24 e 37 dólares ou 81 a 125 reais.

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A justiça argentina fez com o presidente da AFA (a CBF deles) o que o STF fez com o Eduardo Cunha, suspendendo o mandato e afastando-o da presidência da Câmara. Com isso a FIFA também entrou na parada e vai nomear um interventor até que nova diretoria seja eleita para o lugar do senhor Luis Segura, que está esperneando neste fim de Copa América, mas sem apoiadores que o sustentem no cargo. Com a queda dele, cujo padrinho era o Julio Grondona (que morreu sem ser pego), Marco Polo Del Nero se isola mais ainda como o único mandatário das antigas e na mira do FBI, o que é muito ruim para o Brasil. O que vi de interessante em tudo isso foi a diferença da cobertura da imprensa norte-americana numa entrevista como a deste destronado cartola argentino em relação à nossa: não dão a menor bola. Os jornalistas até comparecem, mas o espaço é ínfimo nos noticiários e páginas do dia seguinte. Dizem seria cansar o público deles com as óbvias negativas de todo acusado, por mais bandido que seja.

A credibilidade brasileira é a pior possível, não só no mundo esportivo. Nem falemos da política e diplomacia. Nestes dias em que estive nos Estados Unidos o máximo que me fez lembrar do Brasil foi uma música cantada pelo Roberto Carlos e outra orquestrada do Tom Jobim, tocadas na rádio 101,1 FM, durante uma das minhas caminhadas. Nada nos noticiários das TVs, jornais e rádios. Quando eu arrumava as malas, finalmente uma notícia emendada na outra sobre nós: o Rio decretava calamidade pública e o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), antigo Ladetec, que seria o responsável pelos exames de dopagem durante a Olimpíada foi descredenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada), o órgão internacional responsável pelo setor. Não é fácil não!

Fim de férias

Retorno como se estivesse voltando de férias. Trabalhar com internet 1.000%, com as melhores condições possíveis, em ambiente altamente profissional em um país onde tudo funciona é sonho. Fotógrafos tiveram seus equipamentos furtados no Centro de Imprensa do estádio Soldier Field, em Chicago, durante Chile e Colômbia, nas semifinais. Foi a única ocorrência negativa, e apenas essa envolvendo a nossa profissão. Em toda Copa América, Copa do Mundo e Olimpíada isso ocorre, em maior ou menor quantidade, dependendo do país. Ano passado, no Chile, houve duas, na Copa de 2010, seis.

Aprendi cedo que comparar tudo é importante, porém, sem perder o rumo e a noção da realidade. A sensação de retornar de quase todo país ao Brasil não é das melhores, num sentimento que faz lembrar filmes que em as portas do inferno estão se abrindo. Mas este é o nosso país, onde todos temos uma missão a cumprir. Além do mais, temos vivido situações “nunca antes vistas na história desse país”. Políticos e empresários, de todos os partidos e matizes, dos mais altos calibres, na cadeia ou perto dela, em cenas inimagináveis até outro dia nesta terra. Isso motiva e faz acreditar em dias melhores.

 

 


Problemas semelhantes, mas Argentina favorita!

Luis Segura é o nome da fera, que luta pra tentar se segurar, numa das maiores crises institucionais do futebol argentino.

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Assistirei esta final entre Argentina e Chile em casa. Mesmo com a eliminação da seleção do Dunga fiquei nos Estados Unidos, por compromissos com os leitores e ouvintes. Mas, até a decisão de terceiro lugar e a final, missão cumprida. Gostei demais de mais essa cobertura internacional. Aprendizado pessoal e profissional. Bom demais comparar a evolução, ou não, do futebol e do jornalismo a cada temporada do calendário dos eventos da FIFA, Conmebol, COI e demais entidades esportivas internacionais.

Com a bola rolando, quase nada foi acrescentado. Destaque para o sucessor do Jorge Sampaoli no comando do Chile, o também argentino Antonio Pizzi, ex-jogador, que igualmente tem raízes “rosarinas”, pois foi técnico do Rosário Central e percorreu caminhos semelhantes aos do Sampaoli. Acrescentou à ótima performance tática chilena, um poder ofensivo que surpreendeu ao México nas quartas de final e que pode dar trabalho ao “rosarino” da gema, Gerardo Tata Martino esta noite em Nova Jersey. Tata continua ídolo do Newell’s Old Boys, como jogador, treinador, revelador do Messi e agora comandante da seleção nacional. Eles não ganham um título importante desde 1993, quando foram campeões da Copa América do Equador. A noite de hoje é fundamental pra eles. Messi com vontade e mostrando a cara, coisa a que nunca foi chegado. Esta semana abriu o verbo contra a direção da Associação do Futebol Argentino – AFA -, comandada pelo ex-vice-presidente e capacho do falecido Julio Grondona, e que segue o mesmo esquema do antigo chefão.

Luis Segura é o nome da fera, que luta pra tentar se segurar, numa das maiores crises institucionais do futebol argentino, contra todos os grandes clubes, inclusive o River Plate, que em princípio foi apoiador. Uma das maiores lideranças opositoras é o Juan Sebastián Verón, ex-capitão e atual presidente do Estudiantes de La Plata, cotado para ser o novo presidente da AFA.

 

O que vai dar nesta decisão, só depois que a bola rolar e o paranaense Heber Roberto Lopes apitar o fim do jogo em Nova Jersey. Aliás, ele está bem gordo, porém, teve boas atuações nesta Copa América e aparece como “prêmio consolação” ao futebol brasileiro, marcando presença na final de uma disputa que entra positivamente para história do futebol mundial. Só a média de público pagante fala por si: 45 mil até antes das semifinais Vai beirar os 50 mil depois desta noite. É uma região de latinos, maioria de quem torce pelo Brasil e, certamente, por questões sul-americanas, hoje estará contra a Argentina.

 

Hora de voltar ao país, contas feitas, a favor e contra, a vontade seria seguir de Los Angel4s, meu ponto final, direto pra Paris, cobrir a Eurocopa, que está nas oitavas de final. Que evento! Em 2012 tive esse prazer, motivado mais ainda por ter sido na Polônia e na Ucrânia, países diferentes do nosso dia a dia, que se revelaram fantásticos para mim. A França é muito especial, e apesar dos problemas iniciais de segurança, essa Euro está sendo um sucesso! Daqui há alguns dias estarei cobrindo a Olimpíada, diferente! No Brasil, no Rio, onde tudo poderá acontecer. Até um grande evento!

Os Estados Unidos querem sediar a Copa de 2026 e este é um argumento fundamental. Além da grana publicitária que o mercado norte-americano rende, incomparável ao de qualquer outra praça mundial. Possivelmente vão ganhar essa parada, principalmente porque esse jogo agora é menos nebuloso que antes.


Voltar a morar no Brasil, nem pensar!

Mineiro de Viçosa, Luiz Pimentel com a esposa Alessandra, de Goiânia, e a filha Vitória, de seis anos, nascida na Califórnia. A família nem pensa em voltar a morar no Brasil e há mais de um ano cancelou a assinatura da Globo Internacional, cansada de notícias ruins do nosso país.

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Argentina e Chile decidiram a Copa América ano passado, e deu chilenos, nos pênaltis. Nesta edição jogaram na primeira rodada e a Argentina, poupando Messi, venceu por 2 a 1 em Santa Clara. De lá a San Francisco são menos de 100 Km. Foi nessa região que a seleção brasileira ficou concentrada e treinou durante quase toda a Copa de 1994. Hotel em Los Gatos, treinos na Universidade de Santa Clara e jogos no Stanford Stadium, de uma das universidades mais famosas do mundo. Durante 40 dias fiquei circulando nessas cidades e estradas, junto com os companheiros Orlando Augusto, Rogério Perez e Fabíola Colares (na época do Hoje em Dia). Ficávamos hospedados em San Francisco.

Fui lá agora, rever tudo e matar saudade dos amigos que tão bem nos acolheram naquele mundial. Há tempos não falava nem via a Rosane Silva, Luiz Pimentel e a Alessandra, hoje esposa dele. Cada um de uma região do Brasil, que vivem há quase 30 anos em San Francisco. Luiz, mineiro de Viçosa; Alessandra, de Goiânia e Rosane, uma bela gaúcha de Capão da Canoa. De Santa Clara liguei para o Luiz e pela voz pedindo para deixar recado vi que o telefone era o mesmo. Em poucos minutos retornou a ligação com a mesma receptividade calorosa de sempre, como se o nosso último contato tivesse sido na semana passada.  Passados inacreditáveis 22 anos tudo continua muito familiar e próximo. Luiz começou a vida em San Francisco entregando pizza e hoje é Oficial de Justiça do Estado da Califórnia, onde o austríaco Arnold Schwarzenegger foi governador, eleito e reeleito, de 2003 a 2011. Neste país, um estrangeiro só não pode ser presidente da república. Alessandra mora lá desde os 14 anos, quando foi com os pais. Deste casamento, de 19 anos, nasceu a Vitória que está com seis de idade.

A última ida do casal ao Brasil foi em 2012 e eles não sabem quando voltarão.

A vida para Luiz, Alessandra e Vitória está cada dia mais enraizada nos Estados Unidos, e voltar a morar em nosso país nem passa pela cabeça deles, muito pelo contrário. Reclamam que a sensação é que o Brasil piora a cada ida, especialmente no que se refere a segurança. Os amigos e parentes fazem mil recomendações de “cuidado” com tal lugar, com tal horário, com isso, com aquilo, enfim… E o pior é que não tenho como contestar nem argumentar nada numa possível tentativa de defesa do Brasil ou num esforço de passar otimismo, pois essa é a nossa realidade. Há algumas semanas o ex-atacante Rivaldo, que mora aqui nos Estados Unidos, usou as redes sociais para recomendar a todos os estrangeiros que não se arrisquem a ir aos Jogos Olímpicos do Rio.

Rivaldo diz que quem for aos Jogos do Rio correrá todo tipo de perigo, entre a violência cotidiana e riscos de contrair uma das doenças que estão assolando o país. Em princípio achei exagerada a atitude do ex-jogador, mas infelizmente também não há como contestá-lo.

Luiz Pimentel conta que cansou de assistir o noticiário do Brasil em sua rotina em San Francisco. A corrupção e violência generalizadas cansaram a família, que há mais um ano cancelou a assinatura da Globo Internacional e não sente nenhuma falta. Infelizmente este é o sentimento da maioria dos brasileiros que optou por morar nesta terra.


Com brasileiros que vivem nos EUA, uma final que parece a mesma, mas que é diferente

Apesar de ter parado há tanto tempo e tão novo (28 anos), Reinaldo continua reconhecido nas ruas de Nova York, onde faz cursos, dentre outros, inglês, com o mineiro de Belo Horizonte, Leo Reis.

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Ano passado, na véspera da decisão, havia uma certa dúvida quanto ao maior favorito ao título da Copa América. A Argentina de Messi e cia, um time bem melhor ou o anfitrião Chile, voluntarioso, bem treinado e dois ou três jogadores que poderiam fazer alguma diferença em um lance isolado, uma cobrança de penalidade ou na “marra”? Deu Chile, nos pênaltis! Agora é diferente. A Argentina, muito melhor que ano passado, com Messi em forma e com vontade acima do normal. Graças a Diego Maradona, invejoso, do craque que incomoda ao seu prestígio como ícone portenho. Das cutucadas de sempre, partiu para o ataque direto ao dizer que Messi não tem liderança para ser capitão, sendo que ele mesmo o promoveu a essa condição, na Copa de 2010, quando dirigiu a Argentina na África do Sul. Atualmente, pouca gente liga para o que Maradona fala, mas ele mexeu com os brios de Messi, que é um dos atletas menos vaidosos que o mundo já viu. Desses que fingem de “defunto para faturar o coveiro”. Não passou recibo publicamente em nenhuma entrevista, mas fez questão de dar o troco ao boquirroto ex-craque e chefe em um Mundial.

Nessa Copa América, Messi deu tudo o que tinha a partir do jogo seguinte às bobagens ditas pelo Maradona, mesmo que em alguns minutos, devidamente combinado com Gerardo Tata Martino, seu conterrâneo de Rosário, amigo da família, incentivador de primeira hora nos tempos de Newell’s Old Boys. Contra os Estados Unidos, hora em que estava valendo, só não fez chover. Bem fisicamente como está, na final, jogará tudo. Aí, o Chile deverá ser colocado no devido lugar. Uma ótima seleção, porém a mesma de 2015 dentro de campo, e fora dele, sem Jorge Sampaoli, também argentino, rosarino (nascido em Casilda, Grande Rosário), responsável por essa filosofia vencedora da seleção chilena. Messi ignora comparações entre ele e Christiano Ronaldo, mas o sangue ferve na disputa doméstica.

 

 

Celebridades, sub e gente desconhecida do mundo inteiro vive nos Estados Unidos, cada um por seu motivo. Brasileiros em toda parte. Na Califórnia tive o prazer de rever a gaúcha Rosane Silva e o mineiro Luiz Pimentel, que me receberam tão bem na Copa de 1994. Em Nova York, está o Leonardo Reis, belorizontino de Santa Tereza, que quis ser ator e acabou na terra do “Tio Sam”, em 94, depois de uma rápida passagem por São Paulo. Fez intercâmbio cultural na busca de um lugar na carreira artística por aqui. Em 2005 tornou-se Mestre em Linguística, mas na Universidade de Leeds, na Inglaterra.

 

Leo Reis retornou ao Brasil, onde foi professor de inglês em várias escolas e empresas, como Number One, FIAT e Mannesmann. Hoje vive em Nova York e leciona na Universidade de Montclair e no Hudson College. Criou seu canal no YouTube, o “Inglês com Leo Reis” (www.leoreisx.com) onde leciona de graça para milhares de pessoas. Contemporâneo dos meus tempos de Fafi-BH, hoje dá aulas também para celebridades que passam pela cidade, como o grande goleador, Reinaldo, que passa uma temporada em Nova York, e outros artistas do cinema e TV. E por incrível que pareça, apesar do tempo, o Rei continua reconhecido nas ruas de Nova York.


Copa América dos EUA na reta final. Sucesso, sem luxo nem mordomias que incomoda a muitos cartolas

O ex-camisa 10 da Colômbia, Carlos Valderrama, torcedor ilustre do time nesta Copa América. Capitão da Seleção da Colômbia nas copas de 1990, 1994 e 1998. Sempre gentil no trato com a imprensa e torcedores, e sempre acompanhado da patroa.

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Colômbia e Chile decidem quem enfrentará Argentina, domingo, 21 horas, em Nova Jersey. Reta final da Copa América Centenário e, de um a dez, a nota é oito. Só não ganha a máxima por causa dos problemas estruturais e de comunicação antes e até a primeira rodada da competição. Faltou água nos vestiários de alguns campos de treinamentos, alguns gramados de treinos não estavam em boas condições, a quantidade de funcionários para atender à demanda dos nem tantos jornalistas credenciados foi pequena e o centros de imprensa montados foram fraquinhos. Este último item nem faz mais tanta falta em um evento como este, já que a tecnologia transforma cada profissional em uma redação ambulante. Houve várias falhas de arbitragem, porém o nível do trabalho de apitadores e auxiliares foi até bem melhor do que se esperava. O público pagante foi fantástico e bateu todos os recordes, apesar da frieza nas ruas e nem parecer que o ano do centenário da Copa América estava sendo comemorado nos Estados Unidos.

O movimento nas ruas é um detalhe que também não pesa tanto porque o que importa é o calor humano dos estádios e a quantidade de gente lá dentro; isso funcionou muito bem.

Contra a Argentina, em Houston, a seleção dos Estados Unidos teve o melhor público da história dela dentro do país: 70.858. A média de público dos jogos da seleção mexicana foi de incríveis 70.235. Segundo o censo do Centro de Estudos de Imigração, de 2012, 42,1 milhões de mexicanos vivem nos Estados Unidos atualmente, e eles continuam apaixonados por futebol.

Muitos presidentes de federações não gostaram da realização do evento no país, como o uruguaio Wilmar Valdez e o boliviano Romero Lopes. O motivo é simples: nenhum deles teve voz decisiva ou levou nenhuma vantagem em nenhum tipo de situação, coisa rara quando se fala da cartolagem sul-americana. Nem os suntuosos camarotes nos estádios, com todas as mordomias possíveis, houve dessa vez. Tudo muito mais modesto e nada de gastança à toa, como deveria ser sempre.

 

País pobre e países ricos

As recentes delações dos ex-presidentes e diretores de construtoras como Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS, responsáveis pela maioria dos estádios da Copa de 2014, explicam o motivo de tanto luxo e suntuosidade nos nossos reformados ou novos palcos. Um contraste com o que se vê nos estádios dos Estados Unidos, usados na Copa América ou não. O maior deles, Rose Bowl, em Pasadena, ganhou muitas melhorias em relação à final da Copa de 1994, principalmente nas instalações de imprensa. Mas nada se compara ao luxo de obras supérfluas, como as de um Mineirão, por exemplo.

Parece que país rico é o Brasil!

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Sem ostentação

Neste mesmo Rose Bowl grande parte das arquibancadas ganhou cadeiras, mas de um material parecido com madeira. Dá mais conforto que o antigo cimento, mas é material barato. Quem viu a entrada dos Estados Unidos e Argentina no gramado em Seatle, deve ter observado que as paredes do enorme túnel por onde passam os jogadores não tinham revestimento. São naturais, do próprio cimento dos blocos da construção. Mármore ou granito só em algumas áreas Vips e alguns banheiros.

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Estádios de hoje que fazem lembrar o saudoso Mineirão, pré-Copa, que nada tem a ver com este luxuoso e de cara manutenção depois da reconstrução.


Um dos motivos do caos no Rio de Janeiro e a calamidade pública às vésperas da Olimpíada

Ele estava em um canto, caladinho, torcendo pra que ninguém se lembrasse dele, enquanto o Rio de Janeiro decreta calamidade pública e a situação se complica às vésperas da Olimpíada.

Mas a Polícia Federal e a Justiça não se esqueceram dele. Além, óbvio, da memória eletrônica da imprensa:

Hoje, no Uol:

* “Odebrecht afirma que Sérgio Cabral recebeu propina em obras da Copa

… o ex-governador tinha como regra cobrar da empreiteira o pagamento de 5% do valor total dos contratos das obras.

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O nome de Cabral já havia aparecido em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal, em março, na casa do próprio Silva Júnior.

Os documentos indicariam que o ex-governador teria sido beneficiário de R$ 2,5 milhões em propina pagos pela empresa em razão de obras da linha 4 do metrô do Rio.

Já a reforma do Maracanã, sede da final da Copa, foi orçada inicialmente em R$ 720 milhões, mas acabou custando mais de R$ 1,2 bilhão….

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“… o uso de helicópteros oficiais para fins particulares, investigado e arquivado pelo Ministério Público … o governador e a família usavam a aeronave para ir, em fins de semana, a Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio, onde têm casa de praia. As viagens custariam, por ano, R$ 3,8 milhões aos cofres públicos. Na época, o governador negou irregularidades (veja a reportagem no vídeo).

Relações com empreiteiro…
(mais…)


Argentina atropela Estados Unidos e deve repetir final do ano passado contra o Chile

Faço minhas as palavras do Andre Rizek, que twittou:‏  @andrizek “O Messi não joga nada pela Argentina… Pois eu trocaria metade desse “nada” por tudo aquilo que o Neymar acha que joga pelo Brasil.”

O baixinho marcou um golaço de falta, deu passe para Lavesi e Higuain marcarem e jogou demais, outra vez.

Assumiu a artilharia da história da Argentina, 55 gols, seguido por Batistuta, 54, Crespo 35 e Maradona 34.

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Mas Agüero, com 33 e Higuaín, com 30 estão alí, na “cola” dele!

O público pagante foi o maior da história da seleção dos Estados Unidos: 70.858, neste jogo em Houston. E um fato que merece comentário: nestes 4 x 0 a seleção norte-americana não deu sequer um chute a gol para que Romero fizesse alguma defesa.

Caso prevaleça a lógica, que nem sempre funciona no futebol, o Chile deve passar hoje pela Colômbia, 21 horas, em Chicago, e repetir a final do ano passado contra a Argentina, quando venceu nos pênaltis.


Por causa dos impostos, apesar do dólar caro, maioria das coisas nos Estados Unidos custa menos que no Brasil

Custando o mesmo preço, as cervejas artesanais detém quase 12% do mercado nos Estados Unidos. Dividem as gôndolas dos pequenos e grandes supermercados, com as industriais, norte-americanas e estrangeiras, porque os tributos são iguais para todas.

Curtindo os últimos dias nos Estados Unidos entro nos supermercados e vejo os preços de quase tudo mais baixos que no Brasil. De xampu a cerveja, passando pela alimentação ao vestuário, mesmo com o dólar custando o que está custando, vale a pena. A explicação é simples e todos nós sabemos: os impostos que nos são cobrados são escorchantes. E o jogo dos cartéis brasileiros é pesadíssimo. No caso da cerveja, por exemplo. Minas Gerais é hoje o segundo maior polo das artesanais do Brasil.

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Em quantidade só perdemos para Santa Catarina, em qualidade a briga é boa com eles. Nos Estados Unidos as artesanais ocupam hoje quase 12% do mercado.

Nesta terra, onde valem a competência e a dedicação, as artesanais dividem as gôndolas dos grandes e pequenos supermercados com as gigantes do setor, norte-americanas e estrangeiras, custando preços semelhantes. Levam vantagem porque conquistaram o paladar do consumidor. No Brasil, a bancada no Congresso, do quase monopólio cervejeiro, dita as normas e impõe mais impostos e todo tipo de dificuldade para que as artesanais custem cada vez mais caro ao consumidor. Por essas e outras é que se vê, da América do Sul, produtos chilenos e argentinos, no comércio por aqui. Do Brasil, nem bananas.


Filhos de Del Nero e Tite iniciaram as conversas para que a CBF contratasse o novo treinador

Acredito que quase o Brasil inteiro gostou da mudança: sai a cara de “delator premiado” do Dunga e entra a cara de professor do Tite.

De Formiga-MG para o mundo, o gente boa Wellington Campos, correspondente da Itatiaia no Rio, twittou:

‏@wellingcampos “Bronca: novo técnico da seleção, Tite, será julgado na 6ª feira, no STJD, por declarações contra árbitro do clássico c/Palmeiras”.

Caso Tite não fosse o novo técnico da seleção brasileira essa informação passaria praticamente batida. É um dos custos que se tem de arcar por quem está no topo. O saudoso repórter Paulo Roberto Pinto Coelho, um dos melhores que o rádio brasileiro já teve, costumava dizer que “quem não pode com mandinga não carrega patuá!”.

Vejo o Tite como o profissional certo no lugar certo, apesar de dois anos de atraso, já que Dunga foi uma brincadeira de mau gosto da CBF, duas vezes. Tem tudo para dar certo. Também vejo um exagero na exaltação a ele, uma verdadeira bajulação, principalmente por parte da imprensa de São Paulo. Essa história de “salvador da pátria” é a coisa  mais ridícula que se tem notícia, seja na política, futebol ou qualquer atividade. Tite é humano, mortal, cheio de virtudes e defeitos como qualquer um. Tem uma forma de discursar chata, empolada. Sim, as entrevistas dele são discursos, mas esse é um detalhe irrelevante, pois o que importa é o trabalho dele, nos treinos e jogos.

É também uma pessoa respeitada pelo caráter, pela transparência. Nunca pairou sobre ele ter qualquer esquema com empresários para indicar contratações para qualquer clube que dirigiu. Mas este será o primeiro primeiro teste à paciência e sangue frio desse gaúcho, já que o procurador dele é o Gilmar Veloz, um dos principais empresários de jogadores de futebol do Brasil. A imprensa vai apontar na primeira lista de convocados, os jogadores que “pertencem” ao Veloz, se houver.

Com vitórias, isso também passará batido. Caso elas demorem, o novo comandante será questionado por situações que até agora pouca gente tem falado: exigiu que a CBF contratasse o Edu Gaspar, que na teoria é o chefe dele na entidade; leva o filho para trabalhar com ele. O mesmo filho que foi o elo com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, já que foi procurado pelo filho deste, para saber se o pai estaria aberto a um convite daquele contra quem Tite tinha assinado um manifesto pedindo a cabeça.

É importante frisar que o filho do Tite, Matheus, não é um paraquedista no futebol. Aos 27 anos, tem cursos no exterior, foi zagueiro do Cruzeiro-RS e trabalhou como auxiliar do Paulo Turra no Caxias, ano passado, além de ter trabalhado com o pai no Corinthians.

A Folha de S. Paulo de sexta-feira mostrou como foi o contato dos filhos do Del Nero e do Tite. E o Zero Hora, de Porto Alegre, fez uma reportagem com o Matheus, em fevereiro do ano passado, quando ele era auxiliar no Caxias.

Vale a pena conferir:

* “Filhos de Tite e Del Nero deram início à conversa sobre seleção”

Os filhos do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e de Tite, novo técnico da seleção brasileira, foram os personagens principais da negociação para a substituição de Dunga, demitido na terça (14).

Marco Polo Filho e Matheus Bachi foram os primeiros a se falarem sobre o assunto e intermediaram a contratação, após mais um fracasso do time nacional –a eliminação na Copa América Centenário, para o Peru.

Com a ajuda de um amigo em comum, cujo nome não foi revelado para a reportagem, Marco Polo Filho conseguiu o contato do filho e auxiliar de Tite e imediatamente lhe mandou um recado por meio do celular.

A informação foi confirmada pelos familiares do técnico Tite e também por pessoas ligadas a Del Nero. (mais…)


Facilidade de comunicação nos Estados Unidos é o sonho de todo jornalista no Brasil

A qualidade e alcance da internet e telefonia dos Estados Unidos permite o nosso trabalho com o carro em movimento, em qualquer estrada dos Estados Unidos.

A falta de sintonia na comunicação do comitê organizador da Copa América com a imprensa só durou até a primeira rodada. A partir dali ficou fácil. Diariamente eles despejam muitas informações em nossos e-mail, com destaque para o jogo do dia. Recebemos as listas detalhadas das duas seleções, trio de arbitragem, jogos passados e futuros, situação de cada time para aquele confronto e outros detalhes muito úteis. Ao fim, no “pé da página” o link para o jornalista clicar e solicitar o ingresso para a tribuna de imprensa e pedir também o ticket para o estacionamento no estádio.

Mesmo durante o trabalho cobrindo algum evento no exterior, como esta Copa América Centenário, gosto de falar dos assuntos de Minas e do Brasil, principalmente com a facilidade de acesso às informações que se tem atualmente. Mas tive dificuldades no acesso ao administrador do blog, depois de dois dias em território norte-americano. Possivelmente em função de bloqueio por segurança do sistema ou garantias de algum direito autoral, de imagem ou sei lá o quê.

Tecnicamente, trabalhar nos Estados Unidos é um paraíso para jornalistas. Internet ultrarrápida de qualquer lugar, por telefone celular, 3G, 4G ou wi-fi. Redes públicas ou privadas, quase sempre de graça, nas ruas, praças, bares, restaurantes, hotéis, nas estradas, de carro, de ônibus, a pé, parado ou em movimento. A danada da conexão está lá, sempre firme, sem cair e de alta qualidade.

Para nós, que sofremos com isso que chamam de internet no Brasil é a maior maravilha do mundo. Nunca tive tanta facilidade e prazer em trabalhar, tanto para enviar as minhas colunas para Sete Dias, O Tempo e Super Notícia, quanto para enviar os boletins diários para a Rádio Alvorada FM.

O envio do material do exterior para as redações merece um capítulo à parte. Às vezes me perguntam como era antigamente. Até me espanto em lembrar. E não faz tanto tempo assim. Passávamos o número do telefone para a telefonista do hotel e pedíamos a ligação. A espera durava, no mínimo, meia hora em países considerados mais evoluídos, ou seja, da Europa ou Estados Unidos. Esperávamos a ligação do hall do hotel, já que a transferência para o apartamento poderia cair e qualquer segundo de conexão custava uma grana alta. Antes de viajar, a direção da rádio nos passava uma lista de recomendações visando gastar o mínimo possível com telefonemas. Normalmente as ligações caíam durante o boletim e tínhamos que começar todo o ritual novamente: da solicitação à telefonista à gravação. Um operador de áudio ficava na retaguarda nos estúdios da rádio aguardando essas chamadas.

TELEX

Textos e fotos eram mais complicados ainda. Peguei as eras do “telex” (foto), depois “telefax”, “fax” e quase não acreditei quando surgiu a “intranet” e aquele santo barulho de disco arranhado quando a conexão estava sendo completada. Até a Copa do Mundo de 1994 era na base do fax. Xerocava as páginas escritas e enviava. Me lembro do comentário geral em nosso meio das primeiras fotos enviadas “experimentalmente” pela Folha de S. Paulo via “a tal de internet” que estava surgindo. Um espanto. Daí a pouco, estava todo mundo se utilizando o “e-mail”, essa maravilha do Século XX.

As fotos, que davam um trabalhão danado e levavam horas para ser enviadas, viraram brincadeira de criança. Não me esqueço do Jorge Gontijo (Estado de Minas) montando laboratório nos banheiros dos apartamentos dos hotéis onde se hospedava. Ia para o estádio antes de todo mundo, fotograva o ambiente lá fora, fazia fotos dos 15 minutos iniciais do jogo e voltava correndo pro “laboratório” no apartamento.

TELEFOTO

Revelava as fotos e ligava o aparelho de “telefotos” (foto), um trombolho, grande e pesado que mais parecia um cilindro de fazer massa de pastel gigante. Torcia para a ligação telefônica estivesse boa para que as fotos chegassem com qualidade aceitável ao jornal. Pedindo a Deus, também, para que a ligação não caísse e ele tivesse que começar tudo de novo.

Pois apenas quatro anos depois, na Copa da França em 1998, todos os fotógrafos e meios impressos disparavam suas fotos direto do gramado para as telas dos computadores dos respectivos editores. Difícil de acreditar!

Na Copa da Alemanha, em 2006, a evolução tecnológica ainda me surpreendia: no Allianz Arena, em Munique, Fred marcou gol contra a Austrália e antes de terminar a efusiva comemoração de seu primeiro tento em um Mundial, as imagens dos nossos monitores individuais na tribuna de imprensa já repetiam a cena. Não tive como não soltar um sonoro “PQP!!!”