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Ronaldo fala do “cabide de empregos” e privilégios no antigo Cruzeiro. E chama a torcida para jogo contra o Náutico, hoje, 19 horas no Independência

Foto: Sportv/reprodução/portalzeironoticias

Jogo da volta, pela Copa do Brasil. Em Recife foi 1 a 0 para o Timbu. Se repetir um pouco do futebol jogado contra o Grêmio, sábado, passará fácil pelos pernambucanos.

Ontem, Ronaldo participou do programa “Boleiragem”, do SporTV e falou como acabou com os privilégios de algumas torcidas organizadas e o enorme cabide de empregos que encontrou no clube, cheio de conselheiros, diretores e respectivos amigos e parentes.

O portal Cruzeiro Notícias transcreveu os melhores trechos da fala do dirigente, que falou também da possibilidade do goleiro Fábio encerrar a carreira ou fazer jogo de despedida na Raposa:

* “Há um desafio muito grande de nos comunicarmos hoje em dia, com o nosso torcedor, e ensinar ele a como se relacionar com o clube. Quando cheguei, vi coisas que aconteciam na gestão passada, inclusive com relação à torcida. As organizadas tinham muitos benefícios, como ingressos para poderem vender. Conselheiros e diretores ganhavam ingressos… é uma mudança muito grande. Nossa relação hoje é extremamente profissional.

Quando cheguei, o Cruzeiro tinha 800 funcionários somente na área administrativa. Hoje, temos pouco mais de 200, fazendo muito mais do que aqueles 800 antigamente. Era um desperdício muito grande de dinheiro. Era como se fosse um cabide de emprego. A SAF vem com um propósito muito claro de gestão profissional, de fazer um clube responsável e autossuficiente”.

“Ronaldo disse que queria muito a permanência do Fábio, mas a realidade do clube não permitia. E que o clube fez uma oferta ao goleiro, mas o mesmo recusou. No entanto o gestor da SAF celeste abriu as portas para o jogador encerrar a sua carreira na Raposa caso seja da sua vontade.”

* Ronaldo, dono da SAF do Cruzeiro, em entrevista ao programa ‘Boleiragem’ do SporTV

https://www.facebook.com/portalzeironoticias

Imagem: @Cruzeiro


Johan Cruyff estaria completando 76 anos, hoje. Em 1984 ele viu o Atlético ser campeão do Torneio de Amsterdam, contra o Ajax, num show de raça do Galo  

Estádio Olímpico de Amsterdam, 26 de agosto de 1984. Meia hora antes de começar a final do Torneio de Amsterdam, entre Atlético e Ajax, eu estava à beira do gramado informando as escalações na transmissão da Rádio Capital. O narrador era o Celso Martinelli, que interrompeu a minha fala para me alertar:

__ Olha aí Chico, bem à sua frente, a poucos metros de você, um dos maiores jogadores de futebol da história, que encerrou recentemente a carreira, Johan Cruyff, o comandante da Laranja Mecânica holandesa, vice-campeã do Mundo na Copa da Alemanha. Boa oportunidade para você ouvi-lo com exclusividade para toda Minas Gerais.

 

Olhei, localizei, mas fiz sinal para o Celso, uma mímica, pondo a língua para fora, tipo, “não falo a língua dele”.

Com a experiência de tantos anos de rádio, o Celso voltou à carga e resolveu o problema:

__ Pois é, Maia, o Cruyff jogou por cinco anos no Barcelona e graças ao seu espanhol “escorreito” e o seu jeito atrevido de repórter, você dará show nessa entrevista exclusiva com o grande astro do futebol mundial.

 

Entre assustado e incrédulo com a missão que me foi dada, lá fui, com o meu “portunhol”. Atravessei a pequena e baixa cerca entre a pista e a tribuna onde estava Cruyff, amigos e familiares. À direita dele, o sogro.

Sem nenhum segurança para impedir, me aproximei já me dirigindo a ele, que me olhou atento ao que eu falava e numa gentileza impressionante falou durante 10 minutos sobre o que sabia do Atlético, do futebol brasileiro e da bola que rolaria dentro de instantes. Marco Van Basten, Frank Rijkaard e Ronald Koeman estariam em campo pelo Ajax; Reinaldo, Éder e Nelinho, pelo Galo. Ele os conhecia e achava que seria um belo jogo.

Ficou encantado com a seleção brasileira na Copa da Espanha de dois anos antes, admirava Telê Santana e a forma dele colocar seus times para jogar.

O jogo ia começar e tive que encerrar a entrevista, eternamente grato àquela figura gentil, sem estrelismo e paciente. Tornou-se treinador pouco tempo depois e torci para ele e para todos os times que dirigiu. Seu auge na nova profissão foi no Barcelona, onde até hoje é idolatrado.

Infelizmente um câncer de pulmão o levou no dia 24 de março de 2016, aos 68 anos de idade.

A opinião do alemão Franz Beckenbauer, sobre ele como jogador: “Com certeza foi o melhor jogador que a Europa já deu. Em um tempo em que jogadores como o [Gareth] Bale e o [Cristiano] Ronaldo valem perto de 100 milhões de euros, o Johan valeria bilhões!”

Opinião de Pep Guardiola sobre ele como técnico:

“O Johan Cruyff foi quem pintou a capela e, desde então, os técnicos do Barcelona só a restauram ou a aprimoram. Eu não sabia nada de futebol antes do Cruyff. Para mim, é o técnico mais influente de todos os tempos”.

Foto: twitter.com/SEFutbol

Sobre aquela final do Torneio de Amsterdam, foi 2 a 2 no tempo normal, depois de um grande jogo, com muita porrada de ambos os lados. O Atlético deu uma das maiores exibições de raça que já vi de um time de futebol na minha vida. Foi quando o Elzo começou a chamar a atenção do Brasil para o futebol dele. Notado por Telê Santana, dois anos depois seria titular da seleção na Copa do México, junto com o Edvaldo, ponta esquerda, que também jogou muito neste torneio e fez um dos gols nessa partida. Infelizmente, morreu aos 30 anos, no dia 13 de janeiro de 1993, de acidente de carro, dirigindo o seu Tempra Fiat, na Rodovia Castelo Branco/SP, perto da cidade de Boituva.

O Ajax começou vencendo por 2 a 0, gols de Van Basten e Koeman, de falta. Everton diminuiu e o “Pepe Legal”, Edvaldo empatou. Nos pênaltis foi 6 a 5 para o Galo.

O técnico do Atlético era o Procópio Cardozo, que dois dias antes tinha mandado embora da delegação o zagueiro Marinho (ex-Flamengo), Paulinho Kiss (atacante) e Roberto Biônico (atacante), que tinham exagerado numa farra e perderam o treino. Éder estava machucado e ficou no banco para compor e para bater pênalti, se precisasse. Precisou e ele marcou. O zagueiro Fred foi expulso logo no início por causa de uma entrada duríssima no Van Basten, que até hoje ostenta uma enorme cicatriz na coxa.

O time do Atlético:

João Leite, Nelinho, Oliveira, Fred e Elzo, Vitor, Toninho Carinha (Luiz Carlos) e Everton, Catatau (Eder), Reinaldo e Edvaldo.


Santos, fraco. Atlético poderia ter forçado mais para conquistar a primeira vitória, mas time está desarrumado

Perdeu em casa para o Vasco, que subiu da Série B. Hoje, conta um time bem fraco do Santos, poderia ter saído com a vitória, mas não atacou com a intensidade necessária para isso. Hulk, distante da área adversária porque tem que buscar a bola, Paulinho não passa por bom momento.

Nas laterais, o maior problema. Saravia e Mariano na direita pouco produzem ofensivamente; na esquerda, Rubens continua mal; Dodô nem foi relacionado para este jogo.

Depois do jogo, Eduardo Coudet todo sorridente, falando que é preciso melhorar que está trabalhando para isso.

Lembrou que o time dominou o jogo (63% de posse de bola), como se isso valesse três pontos. O Flamengo teve 61% e perdeu mais cedo hoje para o Inter em Porto Alegre. O Palmeiras teve 58% e empatou com o Vasco no Maracanã.

 

Coudet passa a impressão de que ligou o piloto automático ou, pior: “foda-se”! Com seis milhões de dólares para ser demitido, esquentar a cabeça pra quê?

O Santos, dirigido pelo gaúcho Odair Helmann, não ganhou de ninguém da Série A este ano: empatou com o Corinthians pelo campeonato paulista, perdeu para o São Paulo e Palmeiras, e perdeu para o Grêmio, na primeira rodada do Brasileiro.

O time neste 0 x 0:

Everson, Saravia (Mariano), Mauricio Lemos (Jemerson), Bruno Fuchs e Rubens (Vargas); Otávio, Zaracho, Edenilson (Patrick) e Hyoran (Pavón); Hulk e Paulinho. Técnico: Eduardo Coudet

Quarta-feira, Copa do Brasil, 19h30, em Pelotas contra o Brasil, jogo da volta. Aqui foi 2 x 1 pro Galo.


Erros individuais comprometem o América novamente na segunda derrota consecutiva no campeonato

Dos três gols do São Paulo, apenas o segundo não foi por falha individual. O placar foi mais alto do que o futebol mostrado pelos dois times. O Coelho teve muito volume de jogo mas isso não resolve, quando se desperdiça tantas oportunidades e se erra tanto na defesa.

No primeiro gol, Marlon perdeu a bola na saída pro jogo e o goleiro Cavichioli também falhou no gol do Luciano. No terceiro, Ricardo Silva recuou errado para o goleiro e Marcos Paulo agradeceu o presente, fazendo  2 a 0. Calleri foi o autor do segundo.

Terceira derrota consecutiva, duas pelo Brasileiro e a para o Defensa y Justicia pela Copa Sul-americana.

Próximo jogo pelo Brasileiro será outra parada difícil, contra o Santos, na Vila Belmiro, sábado. Antes, tem Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Nova Iguaçu no Independência, jogo de volta. Na ida, venceu por 2 a 1 na ida.

A ficha do jogo:

São Paulo

Rafael, Raí Ramos, Arboleda, Lucas Beraldo e Patryck (Caio Paulista); Rodrigo Nestor (Alisson), Luan (Gabriel), Pablo Maia e Michel Araújo (Wellington Rato); Calleri e Luciano (Marcos Paulo).

Técnico: Dorival Jr.

América

Matheus Cavichioli, Nino Paraíba (Marcinho), Éder, Ricardo Silva e Marlon; Lucas Kal, Juninho e Martínez; Everaldo (Adyson), Matheusinho (Felipe Azevedo) e Aloísio (Wellington Paulista).

Técnico: Vagner Mancini.

Gols
Luciano (20 min 1ºT), Calleri (36 min 2ºT), Marcos Paulo (49 min 2ºT) do São Paulo

Cartões amarelos
Pablo Maia, Patryck, Raí Ramos, Luciano (São Paulo); Lucas Kal, Everaldo, Éder (América)

Estádio Morumbi, em São Paulo

Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
Auxiliares: Thiago Rosa de Oliveira e Cristhian Passos Sorence
Árbitro de vídeo: Daniel Bins.

Público: 41.006 torcedores
Renda: R$ 1.554.942,00


Futebol animador do Cruzeiro na vitória sobre o Grêmio

Foto: @Cruzeiro/@ggaleixo

O Independência funcionou como caldeirão e o empurrão da torcida ajudou muito. Uma vitória que supera a desconfiança geral que havia em torno do elenco para este Brasileiro. O Cruzeiro jogou com personalidade e mostrou consistência, errando pouco. Contra um adversário que, assim como ele, retorna à Série A, porém investiu muito mais na montagem do seu elenco. O uruguaio Luis Suárez é um exemplo. Entre os salários mais altos do futebol brasileiro atualmente.

O técnico Pepa elogiou o time e se disse impressionado com a força da torcida:

“As primeiras palavras são para a torcida. Não é puxar o saco. É arrepiante. Desde que saímos da Toca até o caminho no Independência, sentimos apoio. Agora, cabe a nós puxarmos pela torcida. Não vale a pena fazer um bicho de sete cabeças pelo estádio. Eu disse aos jogadores que onde formos jogar, vamos ter a torcida conosco. Acabo como comecei. A torcida foi impressionante. Primeira vez que sinto isso. É arrepiante. Não vamos ganhar sempre, mas temos que ter sempre essa atitude dentro de campo”.

“Fizemos um grande jogo. A minha felicidade é pelos jogadores. Eles já mereciam há muito tempo uma vitória destas. Foi uma vitória de muita qualidade. Tivemos de tudo, até sofrimento no fim”.

A ficha do jogo:

Cruzeiro
Rafael Cabral, William, Lucas Oliveira, Luciano Castán e Marlon; Richard (Neto Moura, 30’/2ºT) e Ramiro (Filipe Machado, 12’/2ºT); Mateus Vital (Wallisson, 36’/2ºT), Nikão (Rafael Bilu, 12’/2ºT) e Bruno Rodrigues; Gilberto.

Técnico: Pepa.

Grêmio
Gabriel Grando, João Pedro, Bruno Alves, Kannemann e Diogo Barbosa; Lucas Silva (Galdino, 41’/2ºT) e Nathan (Zinho, 34/2ºT); Bitello, Vina (André, 34’/2ºT) e Cristaldo (Gustavinho, 41’/2ºT); Suárez.

Técnico: Renato Portaluppi.

Gol: Bruno Rodrigues, aos 18 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Ramiro, Gilberto, Richard, Lucas Oliveira e Marlon (C); Suárez, Kannemann (G).
Cartão vermelho: Lucas Oliveira (C)

 Arbitragem: Flavio Rodrigues de Souza (FIFA), auxiliado por Alex Ang Ribeiro (FIFA) e Evandro de Melo Lima. VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (FIFA), todos de SP.

Próximo jogo do Cruzeiro, terça-feira, pela Copa do Brasil contra o Náutico, partida de volta, no Independência. Precisa vencer por dois gols de diferença, já que perdeu em Recife por 1 a 0.


Muita gente acertou alguns nomes, alguns erraram feio. A turma da foto, na chegada a Veneza em 1982

Muita gente acertou alguns nomes, alguns erraram feio. A turma da foto, na chegada a Veneza em 1982 é: da esquerda para a direita, os saudosos Valtinho (roupeiro), Barbatana (técnico), eu, Heleno, Tita, Pereira, o também Gregório (massagista) e João Leite; Lacerda (preparador físico), Cerezo e Volney Andrade, diretor das categorias de base.


Parabéns Toninho Cerezo, o “Monstro da bola”, 68 anos, hoje!

Foto: @Atletico

Com aquele vozeirão e narração inigualáveis, o saudosíssimo Vilibaldo Alves berrava: “… Toninho Cerezo, o monstro da bola… Toninho Cerezo o monstro da bola…”

Paulo Roberto Pinto Coelho, o “repórter que sabe de tudo”, o chamava de “Patrão da bola”.

Cerezo à direita, ao lado de João Leite, Reinaldo, Marcelo, Nelinho e Paulo Isidoro. Foto postada ano passado por João Leite, de encontro na casa do Marcelo, de jogadores que marcaram na história do Galo e do futebol brasileiro e mundial.

Bem cedo, o Procópio Cardoso, que foi treinador dele no Atlético, twitou: @procopiocardozo “Toninho Cerezo um dos maiores que vi jogar está fazendo 68 anos. Se empenhava nos treinos com a mesma intensidade dos jogos. Tínhamos que contê-lo nos treinamentos. Em 80 coloquei pra jogar na meia e posteriormente o indiquei pra Roma onde foi bicampeão. Monstro da bola. Sem mais.”

E eu comentei lá @chicomaiablo Que jogador, e ser humano fantástico! Que prazer e honra ter sido repórter setorista do Galo com ele no auge e gente como você @procopiocardozo! Parabéns e felicidades sempre, Cerezo!”

As circunstâncias o levaram a cometer o maior erro da vida dele, de jogar no Cruzeiro, e pior: salvar a Raposa do rebaixamento do Brasileiro em 1994.

A relação de paixão entre ele e a massa do Galo era grande demais e, como diz o pontenovense Tunai, na música As aparências enganam, “o amor e o ódio se irmanam nas fogueiras da paixões…”.

Depois voltou a jogar e comandar o Galo como técnico, mas as relações nunca mais foram as mesmas. Entendo que paga mais caro do que deveria, mas paixão é paixão e quando se rompe, sai de baixo.

Um grande ser humano e como jogador, fora de série. Era o cérebro, motor e pulmão do melhor time do Galo que vi jogar, um dos melhores do mundo. Este, vice-campeão (roubado) de 1980: João Leite, Orlando, Osmar, Luizinho e Jorge Valença; Chicão, Cerezo e Palhinha; Pedrinho, Reinaldo e Eder.

O técnico era o Procópio, que  twitou sobre a formação desta máquina:

“O time da campanha do hexa nós começamos a montar em 1978 com o presidente Walmir Pereira. E no decorrer dos anos tanto ele como Dr Elias Kalil me deram o tempo que precisei e os reforços que pedi como Orlando, Luizinho, Valença, Chicão, Palhinha e Éder. Indiquei todos eles.”

Essa foto, ninguém nunca tinha visto antes, pois é minha e nunca a havia publicado. Achei nos meus “alfarrábios”, como diria o Mestre Kafunga. Foi numa das mais marcantes excursões do Galo à Europa, quando ganhou o Torneio de Paris, em 1982, um mês depois da Copa da Espanha.

O time estava hospedado em Rimini/Itália para disputar o torneio de Cesena, que fica a 35 Km de distância. Parte da delegação aproveitou um dia de folga e deu uma esticada para conhecer Veneza. Fui junto.

Será que você sabe o nome de todos aí? Tem treinador, preparador físico, roupeiro, massagista, diretor, jornalista e jogadores. Vale chutar, e amanhã escrevo o nome de todos, da esquerda para a direita, hehehe…


Finalmente Cuca fala abertamente sobre o caso na Suíça, e a condenação. Se arrepende de não ter falado mais, antes

Foto: @Corinthians/Rodrigo Coca

A vítima não o reconheceu como um dos estupradores, em três depoimentos. Ele foi condenado por fora julgado à revelia, pois o Grêmio, seu clube da época, não se mexeu e ele não tinha cabeça nem dinheiro para tomar as providências que deveria tomar.

Isso há 36 anos atrás. Como o assunto parecia ter morrido ele não se pronunciava sobre isso. Nem mais recentemente, quando começou ser questionado. Foi o seu grande erro, pois a desinformação geral o transformou num monstro. Afinal, foi condenado. Parece que, injustamente, mas enfrenta as consequências de não ter esclarecido e nem se defendido juridicamente, já que a condenação existiu.

Grande parte da coletiva de apresentação dele pelo Corinthians, hoje à tarde, foi sobre isso:

“Eu não sou do mal; eu não sou bandido; não sou culpado de nada. Sou inocente. Tenho minha consciência tranquila, durmo tranquilo. Eu sou uma pessoa decente, acima de tudo. Minha bandeira sempre foi a correção”

 

“Subiu uma menina para o quarto em que eu estava com mais três jogadores. Eram duas camas de casal. Essa foi minha participação. Sou totalmente inocente; tenho uma lembrança muito vaga, porque faz muito tempo. O quarto era em formato de L; você não sabe, você não vê”.

 

“O mais importante não é a palavra da vítima? Ela falou: ‘Eu não o conheço, não vi, não estava’. Foram três vezes. A palavra da mulher era que o Cuca não estava lá. Como posso ser condenado? Pelo quê?”

 

Segundo a Folha de S. Paulo, Cucaa foi “… liberado ao fim da fase de instrução no processo… voltou ao Brasil. No julgamento, teve sentença de 15 meses de prisão e pagamento de US$ 8.000, mesma pena aplicada a Henrique e Eduardo. Fernando foi considerado cúmplice e condenado a três meses de prisão, com multa de US$ 4.000… não foi à Suíça para se defender nem para cumprir a pena estipulada…”

 

“Eu era um quebrado, tinha 23 anos, não tinha dinheiro para pegar o voo. Fiquei sabendo que fui condenado, coisa de um ano depois. Se eu pudesse voltar ao passado, iria lá. Pronto. Já estou absolvido”

 

“Por que devo desculpa para a sociedade se eu não fiz nada? A vida passou quase 37 anos. Joguei aqui do lado, treinei vários times, nunca fui questionado. Nos últimos dois anos, a coisa mudou. O mundo mudou, de um jeito melhor, a mulher tem uma defesa muito maior, e sou parte disso, quero isso. Sou pai, sou marido, sou filho. Quero que as mulheres estejam cada vez mais protegidas.”

 

Ele reconhece que cometeu dois erros: não ter se defendido no processo e não ter falado mais sobre o assunto antes. Sobre o Corinthians, que vai dirigir pela primeira vez, disse:

“Estou energizado. Vou fazer um bom trabalho aqui. Tenho certeza e convicção de que vou fazer um bom trabalho aqui. Hoje, pode ter protesto, e eu vou passar por cima de tudo. Se tiver protesto, vou saber como passar por cima, mas de consciência tranquila. Isso é a maior coisa que um homem pode ter: saúde e paz. Você tendo isso, você dorme tranquilo. Eu durmo tranquilo, graças a Deus.”


Impunidade de Cuca, Robinho e tantos outros por crimes e condenações de décadas atrás vai atormentá-los até o fim da vida de cada um

Foto: @Atletico/Pedro Souza

O bate-papo na Rádio CBN na tarde desta quinta-feira era sobre a rodada internacional da quarta e a do Brasileiro do fim de semana. Mas, bastou um dos comentaristas informar que o Corinthians tinha acabado de contratar o técnico Cuca, que a conversa mudou radicalmente. Parecia que tinha começado o noticiário policial. Começando pela âncora do programa, que desceu o cacete, chamando de hipócrita a diretoria do clube, que tem abraçado campanhas em defesa dos direitos da mulher e agora contrata um condenado por estupro na Suíça, crime cometido em 1987, durante uma excursão do Grêmio à Europa.

Ao mínimo esboço de tentativa de defesa do hoje avô, por qualquer participante do programa, a âncora e outros partiam pra cima, com argumentos firmes e palavras fortes; verdadeiros, para a infelicidade de Cuca.

Mais tarde, e hoje, em todos os meios de comunicação onde sai a notícia sobre o “novo técnico do Corinthians”, o foco principal é o “estupro coletivo” de uma menina de 13 anos em Berna, na Suíça, e o caso relembrado. Fazer o quê?

Quem comete qualquer crime, de maior ou menor relevância, tem que pagar. Na maioria dos países evoluídos, paga.

Daniel Alves está comendo o pão que o diabo amassou na Espanha, preso desde o fim do passado, acusado de estupro numa boate em Barcelona. Famoso, rico, poderoso, protegido, blindado e privilegiado no Brasil, está lá, atrás  das grades, tratado como qualquer cidadão que tem contas a prestar à justiça espanhola. No Brasil é diferente; aqui ele estaria curtindo uma praia e as baladas, como se nada tivesse acontecido.

O mundo mudou, e mesmo em passos de tartaruga, o nosso país também está mudando. Se a justiça por aqui enxerga quando quer; os olhos e a voz das ruas têm sido implacáveis. A imprensa e as redes sociais não dão trégua e quem fica em débito, por alguma violação grave, está pagando, e caro. A vida do sujeito ou da sujeita vira um inferno, sem direito a sair de casa, pois será xingado, execrado e em muitos casos até agredido fisicamente. Se algum veículo de imprensa tenta proteger um “queridinho” ou “queridinha”, por algum intere$$e, as redes sociais denunciam e a situação dos envolvidos piora. Outros veículos, concorrentes ou não, entram na parada e esmiúçam a vida das figuras e de todo mundo à sua volta. Antes da existência das redes sociais havia uma espécie de pacto de silêncio entre os grandes jornais, rádios e revistas. Poderosos raramente se tornavam manchetes pelos delitos que cometiam.

Neste aspecto, a chegada da internet foi uma bênção. Pena que é incontrolável e todo tipo de absurdo é postado, impunemente. Essa é a grande diferença entre as redes e a imprensa formal. Enquanto na internet é muito difícil alguém ser condenado pelo que posta, os veículos formais, que têm CNPJ, têm de se virar para enfrentar as consequências pelo que publicam. Pagar advogados, gastar tempo e muito dinheiro, comparecer diante de um juiz, enfrentar audiências intermináveis, enfim…

No caso do Cuca, a condenação na Suíca foi para ele e mais três colegas de time, mas só ele está purgando publicamente, pois é o único que ficou mais famoso e ganhou mais dinheiro depois que parou de jogar bola. Ele tinha 24 anos na época. O tempo passou, se tornou pai, avô e um dos futebolistas de maior sucesso do Brasil. Se imaginasse que, 36 anos depois, estaria pagando tão caro, teria topado enfrentar os 15 meses a que foi condenado pelos tribunais suíços em 1989.

Em 2021, quando foi campeão brasileiro pelo Atlético, o nome dele surgiu como sucessor natural do Tite na seleção brasileira, para depois da Copa do Catar. A imprensa do Brasil e de boa parte do mundo passou a desenvolver pautas sobre essa possibilidade com viés delicados para ele, tipo: ele comandará a seleção em um eventual amistoso na Suíça ou país que poderia extraditá-lo para lá? A CBF aguentaria a pressão por contratar um condenado por estupro? O “Fair Play” pregado pela FIFA, cuja sede é na Suíça, admitiria isso?

Pois então! Morreu quase que no nascedouro a possibilidade de Cuca se tornar comandante da seleção, sonho de todo treinador brasileiro.

O exemplo vale para Robinho. Deveria acatar a condenação que lhe foi imposta pelos tribunais italianos e cumprir a pena. Do contrário, terá de conviver com a execração pública e todo tipo de limitações de ir e vir, sem falar no fim de suas atividades profissionais no futebol.

E vida que segue!

Mais detalhes sobre a triste história do estupro e a pressão que a diretoria do Corinthians está sofrendo, no portal da ESPN:

*  “Cuca condenado na Suíça: o que se sabe sobre o caso envolvendo o novo técnico do Corinthians”

Foto: @Atletico/Pedro Souza

Cuca, na época jogador do Grêmio, foi detido ao lado de Eduardo HamesterHenrique Etges e Fernando Castoldi, também atletas. Todos foram acusados de terem estuprado Sandra Pfäffli, que tinha apenas 13 anos, durante uma excursão do Tricolor Gaúcho na Europa.

Segundo a investigação da polícia local, a menina se dirigiu ao quarto de hotel dos jogadores gremistas com alguns amigos para pedir uma camisa do clube brasileiro. Os atletas, então, expulsaram os acompanhantes de Sandra e a abusaram sexualmente. (mais…)


Resultados ruins do América em discussão: idade avançada, insistência com alguns jogadores, ausência do Benítez

Foto: @America/Mourão Panda

Os últimos resultados mostram uma queda surpreendente de rendimento, plenamente reversível. Porém, o momento é agora para o Coelho discutir os seus rumos, apurar o que realmente está havendo e retomar o caminho certo.

Para mim, as contusões que sempre atormentaram a do Benitez voltaram a atrapalhá-lo, e por consequência, o time. Assim como Hulk no Galo, este argentino de 28 anos é meio time do América. Um “faz tudo”, com a bola rolando, nas cobranças de faltas e escanteios, o cérebro, que cadencia o jogo, que chama a responsabilidade para si quando as coisas vão mal, enfim. Sem ele, o América patina, empata e perde.

Foto: @America/Mourão Panda

Também concordo com opiniões de alguns comentaristas  americanos aqui do blog, cujas opiniões destaco a seguir, sobre o momento ruim do Coelho, que espero, tenha passado e que volte ao normal nos próximos jogos pelo Brasileiro e Sul-americana.

Obrigado ao Marcelo Amorim, que escreveu depois da derrota para o Fluminense, ao Ed Diogo e Roberto Fonseca, depois da derrota para o Defensa y Justicia, pela Sul-americana:

 

Marcelo Amorim

“Chico, acredito que o cansaço também pesou nessa derrota do América. Mancini joga pressionando. A média de idade do time do América que começou jogando é de incríveis 31 anos e meio. Isso deu certo por duas temporadas, mas o time envelheceu. Nino Paraíba, Felipe Azevedo, Henrique Almeida e Alê precisam encerrar o ciclo e ir para o banco.”

 

Roberto Fonseca

“Bom dia Chico,

está provado que campeonato mineiro não serve de base para avaliar o plantel. Últimos 3 jogos, 2 derrotas. A insistência com o tal de Felipe Azevedo é irritante. Acho que o Mancini perdeu o respeito do grupo, o time parece desmotivado. Deus salve o América que mais uma vez começa a frustrar a nossa pequena e sofrida torcida.”

 

Ed Diogo

“Todos nós americanos sabíamos que o time do ano passado precisava de reforços, menos o nosso mandatário maior o Salum que não sabia, e gosta de viver perigosamente. Só não entendo o Mancini um técnico experiente deixar isto acontecer. Nós somos o único time de Minas QUE não está quebrado, ao contrário temos dinheiro e vai chegar mais vindo de um jogador que nos foi tirado por um timinho qualquer. Mas sem desespero o ano está começando.”