Excelente reportagem do Frederico Ribeiro publicada no Hoje em Dia de ontem.
Confira:
* “Refugiados adotam Atlético e reforçam uma ligação histórica”
Presidente do conselho deliberativo do clube, Emir Cadar é também o cônsul da Síria na capital mineira
A última pesquisa Ibope apontou o crescimento da torcida do Atlético para 7 milhões de pessoas. Mas o levantamento não indicava a existência de um grupo especial de alvinegros em Belo Horizonte.
São apaixonados pelo Galo que fortalecem o passado do clube. Isso porque, nos primórdios de sua trajetória, o Atlético acolheu classes marginalizadas da cidade, entre elas a comunidade árabe.
Fugindo da atual guerra civil na terra natal, 28 sírios se refugiam na capital mineira. Assim como os conterrâneos imigrantes do começo do Século XX, encontraram no Atlético um motivo para festejar. Um contraste com a angústia de ver a Síria arrasada pela violência.
“Eu deixei o terror para trás, mas ele ainda assola meus semelhantes”, lamenta o bombeiro civil Shvan Frho. Ao ser perguntado sobre o Atlético, ele logo grita “É Galo Doido”, misturando o sotaque árabe com um fluente português.
Síria na veia
Assim como inúmeras figuras ilustres que fizeram parte da história preto e branca, o presidente do clube, Alexandre Kalil, também possui o sangue árabe nas veias.
Se qualquer questionamento sobre o Atlético pode ser motivo para ele encerrar a conversa, o diálogo sobre os antepassados é um tópico que abre o seu coração.
“Sobre isso eu falo. Nós temos a obrigação de dar a mão a essa gente, porque faz parte do nosso povo”, defende Kalil, demonstrando orgulho por carregar o sobrenome sírio mais importante do Galo. “Sou um dos poucos brasileiros que já foi à Síria. É a coisa mais linda que você pode imaginar”.
Influência está enraizada no clube
Kalil, Cadar, Patrus, Moysés, Cury, Arges e Lasmar. De presidente a jogador, de conselheiro a médico. A influência sírio-libanesa no Atlético é histórica.
Foram três presidentes com a ascendência (Paulo Cury, Elias e Alexandre Kalil), além de um craque responsável por alavancar a paixão síria pelo Galo: Said Paulo Arges.
A ligação entre os sírios atleticanos possui um forte laço familiar. Se o presidente do clube é Kalil, o do conselho deliberativo é Cadar: Emir, engenheiro civil e primo de segundo grau de Alexandre.
Emir Cadar, que também é cônsul da Síria na capital e auxilia na adaptação dos refugiados à cidade, é filho de Antônio Cadar, fundador do extinto Sport Syrio Horizontino.
O clube revelou Said, que depois integrou o “Trio Maldito” ao lado de Mario de Castro e Jairo. Com a mudança de clube, arrastou a colônia sírio-libanesa para o bairro de Lourdes. Sexto maior artilheiro da história do Galo, Said foi ainda diretor do clube.
“No nosso Syrio, Said era o craque. Como o clube acabou, ele foi para o Atlético. Com isso, toda a colônia começou a torcer, porque ele era um símbolo. O Said foi o responsável por esse amor dos árabes de Belo Horizonte pelo Galo”, opina Emir Cadar.
O lado verde
No final dos anos 20, os sírios se converteram e viraram influentes no Atlético. Mas houve uma “ruptura” na família. O sobrenome Salum, hoje, está ligado ao América.
Marcus, presidente do Coelho, é primo de primeiro grau de Emir e do falecido Elias Kalil. Filho de Salim Salum, ele é irmão de Rosinha, mãe de Emir, e Amélia, avó de Alexandre Kalil.
‘O Atlético ajudou a aliviar as saudades do meu país’
A reportagem completa está no:
http://www.hojeemdia.com.br/esportes/atletico/refugiados-adotam-atletico-e-reforcam-uma-ligac-o-historica-1.268255