Blog do Chico Maia

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Imperdível neste sábado, 5º aniversário do Santo Growler, um dos melhores bares de Belo Horizonte

Lugar agradabilíssimo. O dono é o itabirano Ari, que tem uma equipe de atendimento nota 10

Tive o prazer de conhecer este ano. Atraído por uma placa da Falke Bier, parei, entrei e experimentei. Mas além da Falke, eles têm outras também ótimas, de Minas e do mundo.

Fica na Avenida Guarapari, 98 -Santa América/Pampulha, numa região de concentração de excelentes bares e restaurantes.

Abre de terça a domingo e o telefone lá é  (31) 3318-4372

Mas a festa de cinco anos será lá perto, na AABR – Associação Atlética Banco Real (@clubeaabrbh), na Guarapari, 185. (mais…)


Clássico fraco, 1 x 1. Atlético conquista 4 pontos em 18 disputados. Entrevista do Cuca muito parecida com as do Turco Mohamed

Essa imagem diz muito. Quando as coisas não vão bem com o time, parte-se para cima da arbitragem ou algum outro bode expiatório.

No Brasil, jogadores e treinadores pressionam, falam absurdos, gesticulam e encostam, esbarram e agridem de alguma forma árbitros e auxiliares e raramente acontece alguma coisa com eles. Como este “carinho” do Cuca no quarto árbitro.

Fosse certeiro no pênalti, Henrique Almeida, teria marcado dois gols, sairia como herói do clássico e afundaria o Galo numa crise.

E seria uma vitória justa do Coelho. Mas Everson, salvou a pátria alvinegra.

Foto: Mourão Panda / América

Dentro de campo, muitos passes errados e mais reclamações contra o árbitro.

Pedro Souza/Atlético

Por essas reclamações, Hulk tomou seu quinto cartão amarelo no campeonato

Na entrevista coletiva pós-partida, dentre outras obviedades, Cuca disse:

– Tivemos volume de jogo, mais posse e finalização. Falta pra gente contundência e efetividade nas finalizações. Escolher melhor as jogadas. São segundos de tempo para pensar, e não está ocorrendo corretamente.

Tudo que eu podia fazer como treinador, e eles como jogador, foi feito nessa semana de treino. Talvez não surtiu efeito hoje, mas temos jogos, e pode surtir efeito nessa sequência aí.

Faz lembrar o antecessor Turco Mohamed quando o time começou a tropeçar.

A fala do maior jogador e maior liderança do time também não foi nada animadora sobre a fase:

_ Não podemos perder a fé, a vitória tem que voltar, não é possível

Quando joga para Deus, é porque o trem tá feio mesmo.

Tenho para mim que o grande problema é o ambiente entre jogadores e comissão técnica. As declarações do Hulk, criticando a defesa, o afastamento do Vargas, que foi exposto pelo próprio treinador como o grande culpado pela eliminação  da Libertadores, enfim.

E hoje, antes do jogo, esta informação no twitter, que nada acrescenta para unir o grupo, muito pelo  contrário: “Devido a entrevista ao GE, ao expor muitas informações internas e pessoas, o atacante Eduardo Vargas foi multado e vetado do confronto de logo mais. Jogador tem um dos salários mais altos do elenco, e vive extracampo, uma fase complicada no clube.”

No mais, jogo bem abaixo da expectativa, principalmente no segundo tempo:

América

Matheus Cavichioli, Cáceres (Patric), Éder, Ricardo Silva e Marlon;  Lucas Kal, Juninho, Martinez (Matheusinho); Felipe Azevedo (Pedrinho); Everaldo (Aloísio) e Henrique Almeida (Wellington Paulista)

Técnico: Vagner Mancini

Atlético

Everson, Mariano, Réver, Alonso (Nathan Silva) e Arana; Allan, Jair e Zaracho (Nacho); Ademir (Pedrinho) (Rubens), Hulk e Pavon (Keno)

Técnico: Cuca

Arbitragem: Ramon Abatti Abel, auxiliado por Rafael da Silva Alves e Thiago Americano Labes
VAR: Rafael Traci
Cartões amarelos: Éder, Henrique Almeida, Juninho, Pedrinho (América), Allan, Alonso, Hulk, Keno (Atlético)
Gols: Hulk, aos 9 minutos, 1 x 0; Henrique Almeida, 1 x 1, aos 18, também do primeiro tempo.


América x Atlético é clássico para a afirmação de ambos; Palmeiras deixa dois pontos no Rio; Jorginho perde e cai; a leve punição do Daronco

Vencer o clássico em casa hoje será fundamental para o América de Wagner Mancini confirmar que o time é bom mesmo e que não vai “apenas” lutar contra o rebaixamento novamente. Ganhar esta tarde, 16 horas, significa entrar pra valer no páreo por vaga na Libertadores.

Para o Galo, a vitória representará reação, abafará as labaredas surgidas nas últimas semanas, e devolver o sossego ao mundo alvinegro, neste momento delicadíssimo.

Seguramente teremos um grande jogo.

Fluminense e Palmeiras ficaram no 1 x 1 e gerou alguma esperança àqueles que estão mais próximos na classificação de que ainda é possível tomar o título dele.

O Atlético-GO demitiu Jorginho, após a derrota no clássico contra o Goiás. Ficou batendo boca com jornalista e de picuinha com o Abel Ferreira nos últimas dias, ao invés de se concentrar no trabalho dele.

Na coluna do Fernando Rocha, no Diário do Aço, de Ipatinga, li que o árbitro gaúcho Anderson Daronco tomou uma punição levinha por causa dos absurdos que falou com o Hulk dentro de campo.

Aliás, este e outros assuntos, como sempre muito bem abordados pelo amigo Fernando. Confira:

“Vale tudo”

Por Fernando Rocha

  • De fato “a verdade prevaleceu” como disse Hulk, mas ficou muito barato a punição ao árbitro brucutu, Anderson Daronco, condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com o pagamento de R$ 5 mil em cestas básicas para duas instituições da nossa capital, por ter ameaçado o jogador do Galo na partida com o São Paulo, no Mineirão. Fosse o contrário, certamente a pena aplicada seria muito mais pesada e Hulk ficaria sem poder atuar pelo Galo em várias partidas, o que não ocorreu com o assoprador de apito gaúcho, que desde o episódio foi escalado em todas as rodadas do Campeonato Brasileiro.

 

O Atlético se apega a tudo para conseguir dar a volta por cima neste Campeonato Brasileiro, e isso passa por uma vitória no clássico de hoje, 16hs,  contra o América, no Independência,  um velho rival e quase sempre um freguês de caderno, mas que atravessa um melhor momento no Campeonato Brasileiro.

O Galo está há 5 jogos sem vencer em casa, enquanto o Coelho defende uma invencibilidade de 5 partidas no Brasileiro, o que lhe deu um certo alívio em relação à ameaça de rebaixamento, ou seis jogos invicto se contar o empate com o São Paulo quando foi eliminado na Copa do Brasil.

A semana foi conturbada por manifestações de torcedores na chegada de jogadores à Cidade do Galo, mas o técnico Cuca teve outra vez tempo suficiente para preparar a equipe, o que pode resultar em um aproveitamento melhor, sobretudo no quesito de finalizações.

Mesmo com os números favoráveis ao América, a meu juízo o  Galo é favorito para vencer, pois tem mais time e o que falta é ter mais tranquilidade para transformar em gols as inúmeras chances criadas.

Cruzeiro voltou

Como esperado, o Cruzeiro venceu na sexta-feira à noite de goleada, 4 x 0,  o lanterna Náutico, no Independência, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B,  contando com o apoio de 21 mil torcedores celestes, a capacidade máxima do estádio.

As chances de acesso à Série A ficaram próximas dos 100% e finalmente a China Azul soltou o grito entalado na garganta há três anos: “Ô, o Cruzeiro voltou”.

O time comandado por Paulo Pezzolano faz uma campanha impressionante e soma agora 57 pontos, líder absoluto, 13 a mais que o vice-líder Bahia, que enfrentará o Vasco neste domingo, em casa;  tendo ainda  19 à frente do Londrina, primeiro time fora do G4.

Segundo matemáticos da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, o Cruzeiro tem 99,99% de chances de acesso à Série A e 96,4% de probabilidade para conquistar o título.

A pontuação média para garantir o acesso seria 63 pontos e, neste caso, se vencer seus dois próximos jogos,- Sampaio Corrêia, no Maranhão, nesta terça-feira; Criciúma, no Mineirão, dia 04/09 -, garantirá matematicamente o acesso com nove rodadas de antecedência.

FIM DE PAPO

  • O Galo hoje é visitante no clássico contra o Coelho e o que anima sua torcida é o fato do time comandado por Cuca ter um desempenho melhor quando joga na casa do adversário. Neste Brasileiro só perde para o líder Palmeiras em pontos conquistados fora de casa: 20 x 25. Vale lembrar que no último confronto com o Coelho disputado no mesmo Estádio Independência deu ruim e perdeu de 2 x 1, encerrando um jejum de 6 anos do Coelho sem vencer o clássico.
  • Além das pressões da torcida, o ambiente interno do Atlético certamente ficou abalado pela contusão grave sofrida pelo zagueiro Igor Rabelo. Durante um treinamento na Cidade do Galo, o jogador sofreu uma ruptura no ligamento cruzado anterior, além de uma lesão no menisco do joelho esquerdo. Rabelo ficará no mínimo 8 meses afastado da equipe. Quando a fase não é boa, o pão com manteiga só cai virado para baixo.
  • Durante um seminário no Rio de Janeiro promovido pela CBF na semana passada, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, anunciou que irá propor aos clubes do futebol brasileiro, que haja a perda de um ponto na tabela de classificação para cada caso de racismo registrado envolvendo os times a partir do próximo ano. A intenção é boa, mas depende da aprovação dos clubes para ser incluída no regulamento e passar a valer, o que será muito difícil de acontecer. Outra medida mais fácil de ser implementada seria exigir que os estádios onde se realizam jogos das principais competições, implantem equipamentos com a mesma tecnologia utilizada na Argentina, para identificar e impedir o acesso de  torcedores punidos com medidas restritivas ou condenados por atos de violência e vandalismo no âmbito do futebol. (Fecha o pano!)

No Globoesporte.com, a classificação:

A luta pelo título . . .

. . .e contra a degola


Ronaldo comemora goleada do Cruzeiro, já pensando em 2023: “Muito orgulho;  cada vez mais próximos do objetivo”

Fotos: @Cruzeiro

Por meio do twitter, o comandante cruzeirense se manifesttou loggo após os 4  x 0 no Independência: @Ronaldo “Muito orgulho do nosso @cruzeiro. Vitória com autoridade que nos deixa cada vez mais próximos do objetivo.‘

Já pensando na montagem do time para a volta à Série do ano que vem. No próximo jogo em Belo Horizonte,  dia 4, contra o Criciúma, ele deverá estar presente, possivelmente com o acesso matematicamente garantido, já que antes, o time joga no Maranhão, contra o Sampaio Corrêa, na próxima terça-feira.

Com 57 pontos, virtualmente garantido entre os quatro primeiros, a Raposa respira aliviada.

Detalhes da goleada sobre o Náutico, no Superesportes:

* “Torcida lota Horto em jogo contra Náutico e grita: ‘Ô, o Cruzeirão voltou’”

Raposa goleou o Timbu por 4 a 0 e disparou ainda mais na liderança da Série B do Brasileiro; chances de acesso estão próximas dos 100%

A torcida do Cruzeiro já não aguenta mais esperar para soltar o grito de ‘alívio’ que está entalado na garganta há quase três anos. Na noite desta sexta-feira (26/8), os cruzeirenses lotaram o estádio Independência, em Belo Horizonte, e festejaram a goleada celeste por 4 a 0 sobre o Náutico, pela 26ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.  (mais…)


Disse Cazuza que “os fãs de hoje, são os linchadores de amanhã” e vice-versa. Situação do Atlético é essa

Disse Cazuza que “os fãs de hoje, são os linchadores de amanhã”. Antes, disse Agostinhos dos Anjos, que “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. O Atlético está passando por isso atualmente. As eliminações da Copa do Brasil, Libertadores e a virtual perda do Brasileiro complicaram bastante a vida do Atlético. O clássico contra o América neste sábado será sobre um barril de pólvora.

Em caso de vitória, paz e sossego para seguir  em busca da vaga direta na Libertadores do ano que vem. Empate mantém os ânimos inflamados e uma derrota complicaria mais ainda a situação.

Terça-feira, torcedores nada amistosos foram esperar os jogadores na chegada para o treino, na Cidade do Galo. Sem porradas, mas com ameaças.

Este tipo de coisa não funciona. Costuma é ter efeito contrário. Cada jogador reage de uma forma às pressões. Na cabeça de muitos torcedores, a saída é essa e se o time vencer o clássico, dirão:

__ Tá vendo? Funcionou!

 

Enquete feita pelo Henrique André, da Itatiaia, via twitter, quis saber: @ohenriqueandre “Você concorda com a manifestação da torcida e a forma na qual os jogadores foram abordados?

Sim 66,6%

Não 26,1%

Não sei 7,4%

 

Os jogadores não desaprenderam de jogar futebol, e Cuca é ótimo treinador. Salários em dia. Única explicação que se justifica é ambiente ruim entre os jogadores, grupo rachado. Só a diretoria e o próprio Cuca, para identificar e resolver.

Aliás, o treinador tem grande parte da culpa pelo insucesso do Galo este ano. A falta de continuidade do trabalho dele mesmo, do ano passado, estragou a atual temporada. Este é o grande problema do Cuca. Amanhã, se cismar de ir embora, vai e pronto. Que se dane tudo e qualquer coisa. Realizado financeiramente, não precisa mais trabalhar para viver. Um risco para qualquer clube que o contrata.


Olha o Valter aí, gente!

Na estreia pelo Goiânia. Desse jeito, o Ronaldo poderá voltar a jogar, se o Cruzeiro precisar em 2023.

Postei essa foto em meus canais www.twitter.com/chicomaiablog , www.facebook.com/blogdochicomaia www.instagram.com/chicomaiablog 

Apareceu lá alguém “politicamente correto” e disse que eu estava praticando “booling” contra o jogador. Ora, ora, se a profissão dele depende do corpo e de sua boa forma, que se cuide. Desse jeito, corre risco de ter um problema grave de saúde, dentro de campo.


Copa do Brasil com jeito de Flamengo; torcida empurra o Corinthians, e Fernando Diniz precisando pegar a fórmula do Telê

@Flamengo: “Nos 33 anos da Copa do Brasil, encontramos com a Nação em 23 estados (mais o DF), 34 cidades e 58 estádios. São 117 vitórias e 355 gols marcados”

***

Nas semifinais da Copa do Brasil, o Flamengo atropelou o São Paulo no Morumbi e não deverá ter dificuldade para confirmar a classificação para a final, no Maracanã.

Passando, enfrentará Corinthians ou Fluminense, que ficaram no 2 x 2, no Rio.

Em São Paulo, a torcida corintiana deverá empurrar o time para a classificação.

No twitter, o jornalista Brenno Beretta comentou: @BrennoBeretta “O Fluminense joga com muita intensidade… estava na frente do placar duas vezes, mas o Corinthians teve garra! O grande problema dos trabalhos do Fernando Diniz é mostrar um bom futebol e não converter em resultados.”

E eu comentei:  @chicomaiablog Faz lembrar o Telê Santana, que finalmente, no São Paulo, conseguiu achar a fórmula certa, de marcar muitos gols e ser forte defensivamente, sem abrir mão do espetáculo, jogando o futebol mais bonito do país…”

Fernando Diniz, chamado de “queridinho da imprensa”, que “só trabalha para time bom”, por Roberto Fernandes, ex-técnico do Náutico


Na primeira semana de setembro, de volta o FORTUNA BIKE DAYS, com ótimas bandas

Um dos maiores e melhores encontros de motociclistas do país, está de volta, na agradabilíssima cidade de Fortuna de Minas (a 95 quilômetros de Belo Horizonte, pela BR-040, sentido Brasília), nos próximos dias 2, 3  e 4 de  setembro. Parabéns ao prefeito Cláudio Garcia Maciel, que está fazendo renascer o evento, agora em sua 8ª edição.

Para a abertura desta grande festa, foi escolhida uma das melhores bandas de rock clássico de Minas, a Kalamazoo, comandada pelo grande jornalista Orlando Augusto, que marcou época como um dos melhores repórteres esportivos do nosso rádio, especialmente nos bons tempos da Rádio Guarani, nos anos 1970/80. Também no “Jogada de Classe”, da TV Horizonte e “Meio de Campo, da Rede Minas.

Baterista de primeira, Orlando mescla talentos jovens e experientes em sua banda e eles têm no repertório o melhor do rock e pop-rock, nacional e internacional, que inclui Beatles, Creedence, Elvis Presley, Rolling Stones, Janis Joplin, não podendo faltar  o maior roqueiro do Brasil Raul Seixas.

Numa das próximas postagens mostrarei aqui a programação completa, com as demais bandas e dicas sobre hospedagens e lazer em Fortuna de Minas, a “Capital do pássaro solto”, como  foi batizada por Vitor Braga, ex-goleiro do Cruzeiro, que mora lá e é um dos grandes empreendedores da região.

Sempre se encontrando no Mineirão, Orlando Augusto e Samuel Rosa passaram muito sufoco juntos nos últimos anos com o Cruzeiro deles


Galvão Bueno se despedirá da Globo na final da Copa, mas não vai se aposentar da Comunicação

Vale a pena ler a entrevista dele à Folha de Sã Paulo, edição de segunda-feira, 22. Fala da profissão, da vida, de suas preferências, conta ótimas histórias e confirma que no dia 18 de dezembro encerra seu ciclo na TV aberta, como a voz mais marcante do esporte brasileiro nas últimas décadas.

* “Não vai ter outro Galvão na Globo”

Você pode até não gostar de esporte, mas é quase impossível não ter ouvido a voz de Galvão Bueno, 72, alguma vez nos últimos quarenta anos no Brasil.

O narrador da Globo vendeu emoções, como gosta de dizer, derrapou, como admite, e relatou conquistas e derrotas no futebol, F1, atletismo, boxe, basquete, natação e uma lista extensa de outras modalidades.

Figura onipresente nas transmissões dos principais eventos na maior emissora do país, ele prepara agora sua despedida da televisão. “Paro em 18 de dezembro, final da Copa. Será minha última narração em TV aberta”, afirma à Folha.

O locutor conta ter um acordo com a Globo para não assinar com nenhuma outra emissora. “Recebi até algumas propostas, mas não vou”, afirma.

Seu futuro será nas novas plataformas digitais como YouTube e Facebook. Terá um canal de entrevistas e está negociando acordos com empresas para outros produtos editoriais. “Não serei um influencer, quero ser um publisher nesse mundo digital”, define.

Na Globo que vai deixar, acredita que não surgirá outro Galvão Bueno.

“É uma questão de quantidade, não de qualidade. Eu fazia tudo”, explica.

O mundo em que a emissora monopolizava os grandes eventos, e o narrador dominava a escala não existe mais. Os direitos de transmissão se pulverizaram. A líder de audiência já não tem a F1, a Champions League e passou três temporadas sem a Libertadores, por exemplo.

“E nem a Globo quer alguém que concentre as narrações tanto quanto eu”, admite.

 

E qual o seu plano depois da Globo?

Vou ter meu canal, tenho contatos com essas empresas de comunicação, essas novas. O projeto é grande, conversei com o João Pedro Paes Leme (Play9, sócio de Felipe Neto), que foi meu editor na Globo. Eu não pretendo ser um influencer, quero ser um publisher nesse mundo digital, nessas plataformas. Eu não consigo me imaginar aposentado.

 

A Globo liberou o merchandising no Esporte para comunicadores fazerem propaganda. O senhor gostou?

Sim, isso antes não era permitido, foi uma coisa que mudou na Globo. Eu negociei com o Roberto Marinho Neto [ex-diretor da área de Esporte], que é meu amigo. Mexemos no contrato e tive liberdade para fazer [comerciais].

 

Não há um conflito do jornalista vender produtos?

Não acho que atrapalha o meu trabalho. Eu recusei vários anúncios. Só faço o que eu apareço sendo o que eu sou. Não é qualquer proposta que eu aceito. Construí uma credibilidade e estive muito tempo fora dessas campanhas, então teve uma forte procura.

 

Como o senhor se define? Jornalista, comunicador?

Na verdade, eu sou um misto de vendedor de emoções e de equilibrista. Eu ando há 48 anos no fio da navalha. De um lado, está a emoção que eu preciso vender, do outro, a realidade dos fatos dos quais eu não posso fugir. Eu estou sempre nessa corda bamba. Às vezes dou umas tropeçadas. Já tomei muita porrada na vida. Hoje, apanho muito pouco até.

 

Mesmo, e nas redes sociais?

Que nada, parece que os caras gostaram de mim mesmo. Hoje estou em fase de namoro.

 

Como o senhor vê a pulverização de direitos, com a Globo perdendo a F1 e campeonatos? Ficou difícil ter outro Galvão Bueno, que concentre tantas transmissões?

Eu dizer isso pode parecer uma pretensão, mas não vai ter outro Galvão. Não é uma questão de qualidade, mas sim de quantidade. Sabe por quê? Eu, durante muito tempo, fazia tudo. Eu fazia F1, Olimpíada, fazia os campeonatos, as decisões de títulos brasileiros e regionais, a seleção brasileira, a Copa. Isso não deve existir. Porque os direitos de transmissão estão mais pulverizados e nem é a ideia da Globo ter mais alguém assim [que concentre transmissões]. Mas vocês não vão perguntar quem vai ser o meu sucessor? (risos)

 

Quem será?

Tem dois companheiros que estão prontos há muito tempo, o Luis Roberto e o Cléber Machado. Tem um pessoal novo, o Gustavo Villani, o Everaldo Marques e os que estão na SporTV, o Milton Leite e o Luiz Carlos Júnior. A direção da casa é que vai dizer se vai ter um titular. Estamos muito bem servidos. Eu acho que o que vai ficar marcado é quem vai fazer o primeiro jogo da seleção após 18 de dezembro.

 

É verdade que o senhor tem o maior salário da Globo?

Eu sempre disse que eu ganho mais do que eu preciso e menos do que eu mereço. Mas não sei o salário dos outros para comparar. Agora, tinha uma coisa que era o fato de eu não fazer comercial. Faustão, Ana Maria Braga e Huck faziam, então era justo eu ganhar um pouquinho, né? Mas eu posso dizer uma coisa: sempre ganhei muito bem na Globo.

 

Quais foram os seus melhores momentos?

Três transmissões são muito especiais. O primeiro título do Ayrton Senna em 1988. Eu tinha noção exata da emoção dele. O tetra da seleção em 1994. Aquela maluquice, aquela voz esganiçada gritando “é tetra”. Eu brincava com o Luciano do Valle, um gênio, que a gente era pé-frio. Começamos em 1974, e a seleção nunca tinha vencido desde então. E o terceiro momento foi o prata do 4×100 do atletismo masculino na Olimpíada de 2000.

Além dos momentos, guardo as pessoas com quem aprendi. Tive três mestres. O Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-diretor da Globo), que me dizia que sempre era possível fazer melhor. Teve o Armando Nogueira, que me ensinou a reconhecer os erros. Uma vez, errei o gol numa narração e culpei a luz. O Armando me chamou e disse: “Você perdeu a chance de conquistar o seu público ainda mais. Reconheça o erro e peça desculpas”. Toda vez que erro, peço desculpas e lembro dele. E acrescento o Pelé, que nunca vi negar uma uma foto e um autógrafo. Para quem vive do carinho dos outros, isso é uma obrigação.

 

Da sua relação com dirigentes, arrepende-se de ter se aproximado demais?

Eu acredito que num certo momento eu tive até um um relacionamento maior do que deveria ter tido com o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira. A história recente da direção da nossa CBF é uma vergonha. O Teixeira teve que largar para não ser preso, o Marco Polo Del Nero nunca mais saiu do Brasil para não ser preso, o José Maria Marin foi preso.
O Teixeira era muito envolvente. Em certo momento, eu tive uma proximidade. Eu não tenho amigos políticos, não tenho amigos dirigentes. Tenho técnicos, jogadores, ex-jogadores. Esse é o meu mundo.
E tem o J Hawilla, mas é diferente. Esse foi um amigo muito querido de quando começamos na rádio. Ele virou um grande empresário. Ele faleceu com extrema tristeza. Ele reconheceu os erros.

 

O Neymar tem futebol para ser o melhor do mundo?

A chance para ele é essa Copa. Ele é o principal jogador da seleção, mas eu estou muito animado com essa garotada nova que chegou, o Raphinha, o Vini Jr, é uma molecada que está voando. Eles têm que jogar e isso é bom para o Neymar.

 

Existe pressão da Globo para não falar mal do Neymar?

O Neymar virou uma entidade… Fala alguma coisa, a irmã vai para as redes sociais reclamar. Fala outra coisa, o pai faz textos assim pesados.
Depois de tanto tempo, isso não me incomoda. Eu vou continuar fazendo comentários. Tomara que ele brilhe intensamente, que seja o nosso grande jogador, que o hexa venha e que eu possa falar o nome dele com alegria felicidade.
Existe pressão sobre tudo o que você fala na televisão. Eu não tenho nada com a vida pessoal de ninguém. Eu critico, comento o que é do campo.

 

O senhor conviveu com muitos treinadores na cobertura da seleção. Qual foi o melhor e o pior que você viu?

O Zagallo é o melhor. O pior eu não falo…

 

E o melhor de conversa?

O Vanderlei Luxemburgo, meu amigão. A gente, na Copa América que ele ganhou, ficava conversando até as 4h da manhã.

 

E o mais mala?

O Leão. Ultimamente, tenho conversado com ele, fizemos um programa juntos, mas tinha uma época que ele era uma mala na seleção.

 

O senhor afirmou recentemente que o Luiz Felipe Scolari nunca mais o atendeu desde o 7 a 1. Sabe por quê?

Foi o meu comentário do Jornal Nacional. Eu gostaria muito de conversar com ele. Mandei duzentos recados.
Na antevéspera do 7 a 1, falamos com ele no Jornal Nacional. Estávamos sem o capitão [Thiago Silva] e sem o Neymar. Eu disse: vamos com 2002 neles, jogar com três zagueiros, dois volantes?
Ele disse: “não posso jogar assim no Brasil. Tenho vários jogadores para o lugar do Neymar, estou tranquilo”. Rapaz, minha vontade era falar “fudeu”. Mas não podia falar, né?
Aí acontece o que aconteceu. O meu comentário depois da derrota virou um editorial. Foram mais de três minutos. Foi feito a oito mãos, com o Ali Kamel [diretor de jornalismo], o Renato Ribeiro [diretor de esportes], o João Pedro Paes Leme e eu.
Eu fui duro porque tinha que ser duro. Mas quantos elogios na vida eu fiz a ele? Quantas vezes demos risada juntos?

 

Como foi deixar de narrar a F1?

Em 41 anos narrando, eu peguei a fase áurea no Brasil, fiz os títulos, tive sorte. Então, diria que estou no desmame. Como crio gado, eu faço uma relação, sei que o desmame é algo difícil para o animal.

 

Você gostava mais de narrar F1 do que futebol?

Não, o que eu sempre disse é que exige mais. É mais difícil do que futebol, que você vai relatando. F1 é meio como fazer desfile de escola de samba, você tem que entender o enredo. Então, tem que ter uma proximidade muito grande, ter informações. Saber estratégia que está sendo usada e porque tá sendo usada.

 

Como o senhor vê a situação atual do Brasil?

Um momento muito difícil, de confronto muito grande e beligerância. Espero que as pessoas tenham um pouco mais de juízo e tranquilidade.

 

Nos últimas dias houve movimentos reafirmando a importância da democracia após ameaças do presidente Jair Bolsonaro. O senhor apoia iniciativas assim?

Claro, eu sou um democrata. Em 1968, eu tinha 18 anos e estava em Brasília. Eu vivi as durezas do golpe e da ditadura militar. Tinha a consciência exata das coisas. Eu falava em assembleias permanentes, saí fugido pelo mato, tomei porrada da polícia, cheirei gás lacrimogêneo.

 

Pretende declarar voto?

Não, mas corroboro e estou do lado de movimentos pela democracia.

www1.folha.uol.com.br/esporte/2022/08/nao-vai-ter-outro-galvao-na-globo-eu-fazia-tudo-diz-galvao-bueno.shtml


E lá se foi o Célio Apolinário, grande repórter fotográfico que marcou época na Placar

Ele produzia fotos como essa, de Jairzinho (7), o “Furacão da Copa de 70, Ronaldo (20) e o fantástico Joãozinho, o “Bailarino” da Toca, no primeiro jogo da final da Libertadores de 1976, contra o River Plate. (@Cruzeiro) 
Nos tempos em que o talento do fotógrafo tinha que superar os recursos da tecnologia para que o trabalho tivesse mais reconhecimento.
Também fotos como essas, do Éder, quando o grande ponta esquerda da Copa de 1982 ainda era uma promessa de craque, no América. Para a revista Placar de 22 de junho de 1973
Sempre discreto, pouca conversa, porém observador atento e uma grande figura humana. Há tempos eu não o via e só ontem tomei conhecimento que ele se foi, dia 18, vítima de um infarto, aos 80 anos de idade.
Célio era brilhante. Trabalhou muitos anos na editora Abril, onde se destacou principalmente nas revistas Placar e Veja nos anos 1970/80. Também na revista Revista Fatos e Fotos (Editora Bloch) e Jornal Correio de Minas, dentre outros. Era viúvo e não teve filhos.
Descanse em paz, caro Célio, e até um dia!
Obrigado ao Emiliano Apolinário, sobrinho dele, pela triste notícia, porém sempre em tempo para se homenagear a grandes figuras e companheiros como ele.
Milton Nascimento em show no Mineirinho, retratado pelo Célio . . .
… para a revista Veja, em 1980.