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Jogos da Eurocopa são sob tensão permanente

As questões históricas e o fim de países e blocos que originaram novas nações em fins do Século passado fazem da Eurocopa um caldeirão e o futebol é um prato cheio para a extravasão de mágoas recolhidas.

Em quase todos os jogos até agora houve algum tipo de incidente, pequeno ou grande, dentro ou fora de campo. A polícia teve muito trabalho para apartar croatas e irlandenses, depois da vitória croata por 3 x 1, em Poznam.

Antes, mais de 500 poloneses carregavam faixas: “Pão sem jogos”, criticando o governo pelos gastos com a organização da Euro2012.

Amanhã, um jogo altamente explosivo: Polônia e Rússia, que têm rixas políticas que vêm do Século XVII, e se enfrentam em Varsóvia.

Torcedores russos já aprontaram no jogo de estréia deles contra a República Tcheca e agrediram voluntários e seguranças poloneses que foram para no hospital, alguns em estrado grave.

A seleção russa se hospedou no Bristol Hotel, que fica quase ao lado do Palácio do Governo da Polônia e isso foi encarado como uma provocação pelos poloneses.

Os problemas políticos são misturados com o futebol, que é usado para chamar a atenção do mundo: a Polônia quase conquistou a Rússia no Século XVII. No Século XVIII os russos deram o troco e, junto com a Áustria, tiraram a Polônia do mapa, anexando-a ao seu território.

Os poloneses reconquistaram a independência ao fim da Primeira Guerra, em 1918, porém, foram invadidos por Hitler em 1939, e depois novamente pelos russos, através da União Soviética, em 1945.

– A violência brasileira costuma ser tema das conversas entre jornalistas europeus, asiáticos e norte-americanos que estão cobrindo a Eurocopa.

O seqüestro do chileno Valdívia, do Palmeiras, e a tentativa de estupro da esposa dele estão provocando mais estragos nessa péssima imagem do nosso país neste aspecto por aqui.

– Por em falar em Brasil, tomara que Atlético e Cruzeiro continuem progredindo na tabela de classificação.

Galo e Raposa têm bons estrategistas como técnicos, que sabem o que querem e aonde podem chegar. Claro que é cedo para qualquer tipo de projeção, porém, impressiona, em seis rodadas, ver o Santos sem vencer, e o “Timão” na lanterna.

– Um jogador como Ronaldinho Gaúcho, com vontade, faz muita diferença; e como sempre, Celso Roth segue a sua trilha: primeiro arruma a defesa, depois o restante. E as beliscadas de pontos dentro e fora de casa começam a ficar menos raras.

– Observações e idéias interessantes chegam de leitores, e cito algumas. Escrevi sobre a excelência dos serviços de táxi na Polônia, e o Júlio César de Souza Torres Dias, taxista em Belo Horizonte, sugere que os bons exemplos daqui, sejam adotados pela BHTrans, Abrataxi e Associação dos Taxistas, que poderiam criar uma central de serviços de tradução de idiomas, via celular, para atender aos passageiros estrangeiros na capital mineira.

– Rogério Zupo também nos escreveu sobre táxis em Belo Horizonte: não se consegue ir nem voltar ao Estádio Independência de táxi, simplesmente porque eles desaparecem em dias e horários de jogos.

– Alisson Sol sugere uma visita, tecendo elogios ao site da UEFA (www.uefa.com), muito melhor e mais prático que o da FIFA e sem comparação com o da Conmebol. Ele tem razão. E a CBF e a nossa FMF deveriam seguir o exemplo.

– Amauri Pessoa sugere que eu visite a cidade natal de Frederyc Chopin, que inclusive empresta o nome ao aeroporto internacional de Varsóvia, assim como Tom Jobim ao Galeão. A cidade é Zelazowa Wola.

– Não sei se vai dar tempo, mas vale ressaltar que a Polônia sabe valorizar os seus vultos da história e Chopin tem até um roteiro de visitação espetacular na cidade antiga de Varsóvia, onde ele morou até se mudar para Paris. Onde ele freqüentava há equipamentos que registram em textos e músicas a obra dele. Um banco, por exemplo, no local onde ele costumava se sentar tem um mapa e um botão “play”. Você aperta e ouve as músicas mais famosas do pianista.

– O conterrâneo Emilio Melo Figueiredo pediu mais informações sobre os poloneses e a sustentabilidade.

Pois bem: respeito aos portadores de deficiência, com a instalação de equipamentos apropriados nos locais de grande circulação, públicos ou privados, é uma marca da Polônia.

DEFICIENTES2

O país também abraçou a preservação do planeta, concedendo o “selo verde”, às obras das construção civil que respeitam às práticas da sustentabilidade.

TAXI

Uma cooperativa de táxis aderiu ao “selo-verde”.


Jornalistas espanhóis perguntam pelo Ronaldinho Gaúcho

Horas antes de Espanha 1 x 1 Itália, na sala de imprensa do estádio de Gdansk, vários jornalistas espanhóis, especialmente de Barcelona, perguntaram-me tudo sobre Ronaldinho Gaúcho e o momento que o jogador vive na carreira. Ainda muito querido na Catalunha, o atacante tem a torcida dos colegas espanhóis para que dê continuidade à sua carreira com sucesso. Vibraram quando os informei que ele teve ótima estréia no Atlético, na vitória de sábado sobre o Palmeiras.

Não vi o jogo, mas deve ter jogado muito mesmo, já que até a imprensa de São Paulo o elogiou.

Os espanhóis são uma atração à parte nessa primeira fase da Eurocopa, na Polônia. Não só o time, mas a sua torcida, em maior número que das demais seleções visitantes. Estão em toda parte, com sua cantoria e fantasias relativas às tradições do país, como a tourada, a dança e a comida.

Atual campeã européia e do mundo, presença garantida na Copa das Confederações ano que vem, muito provavelmente jogará em Belo Horizonte, já que o Mineirão será um dos principais palcos da disputa.

A estréia contra a Itália não foi grandes coisas, mas continua sendo uma das principais favoritas ao título.

Se tivesse um Messi em campo…

Em termos de qualidade do futebol a Eurocopa leva uma vantagem sobre a Copa do Mundo já que logo na primeira fase há grandes clássicos do futebol mundial e a busca pela vitória proporciona ótimos jogos. A rivalidade regional é muito grande; um fator a mais para os jogadores se empenharem do princípio ao fim.

A Espanha entrou esnobando a Itália: o goleiro Casillas driblando; Xabi Alonso fazendo firula perto da própria área; Piqué sonolento. Só depois que tomou o gol é que a seleção comandada por Vicente Del Bosque resolveu acordar e jogar com seriedade.

A viagem de carro de Varsóvia a Gdansk é muito agradável. São 345 quilômetros de pista simples na maior parte do trecho, porém, de ótima qualidade, bem sinalizada, segura e está sendo duplicada.

A cidade tem 500 mil habitantes e é belíssima. Ficou famosa mundialmente devido a circunstâncias políticas que marcaram o Século XX: ponto de partida da Alemanha de Hitler para invadir a Polônia e iniciar a Segunda Guerra; e berço do Sindicato Solidariedade, liderado por Lech Valessa.

Foi o movimento sindical liderado por Valessa que provocou a grande reforma política no país, resultando no começo do fim do bloco socialista dominado pela União Soviética, que acabou sendo também dissolvida.

Para se chegar ao estádio o torcedor tem que andar 1,5 Km, já que a polícia fechou todas as ruas do entorno. Impressiona a quantidade de cambistas, aqui principalmente, muito mais que em Varsóvia. E são de todas as nacionalidades possíveis.

No preju!

Neste Espanha 1 x 1 Itália, certamente os cambistas se deram mal, pois eram tantos, que momentos antes do jogo, estavam com ingressos encalhados.

Mais cedo pediam até 750 Zlots (R$ 435) por um ingresso nas posições melhores. Quase começando o jogo estavam oferecendo até por 50 Zlots.

Atuam abertamente, inclusive estampam avisos em suas roupas oferecendo “tickets”, sem nenhum tipo de repressão, nem da UEFA, nem da Polícia.

Protestos

PROTESTO2

Ativistas das mais diversas causas usam a Eurocopa para protestar e denunciar. No jogo de abertura, as já famosas “Femem” ucranianas, que foram presas por fazerem topless em frente ao estádio. Também havia grupo portando faixas contra o presidente russo Vladimir Putin, acusado de mandar derrubar o avião do Presidente da Polónia, Lech Kaczinski, em abril de 2010.


Leitor anônimo, do bem!

Amigos,

agradeço ao leitor que se identifica apenas como Kopckak; pensei até que fosse polonês; mas é brasileiro, possivelmente mineiro e da querida e ótima Divinópolis. Enviou um vídeo que me encheu de emoção e saudade, em homenagem ao Alair Rodrigues:

* http://www.youtube.com/watch?v=HHLwH-phnrU

ALAI RODRIGUES

– Lagoa Santa


O bom e o ruim de se promover um grande evento

ChicoMaia100612

Quando eu começava escrever essa coluna tomei conhecimento do assassinato de um torcedor espanhol, 46 anos, numa cidade próxima a Donetsk, na Ucrânia. É o país co-realizador da Eurocopa justificando a sua fama de um dos países mais violentos do leste europeu. Interessante é que todas as pessoas na Polônia nos alertam para ter muito cuidado quando atravessarmos a fronteira para acompanhar os jogos de lá.

Já dentro do avião da TAP, de Belo Horizonte a Lisboa, um empresário alemão, que mora boa parte do ano no Brasil, alertava-me para isso.

A repercussão entre jornalistas em Varsóvia foi a maior e pior possível para os ucranianos, que vão aumentar essa fama ruim por causa desse incidente. Ainda que a polícia tenha prendido três suspeitos imediatamente, o fato está’ consumado.

De repente, um evento de visibilidade mundial, que serviria para passar uma imagem positiva do país, se reverte em mais uma propaganda negativa, porém, de efeito devastador, já que multiplicada pela mídia de mundo inteiro, presente ao acontecimento.

O Brasil precisa ter cuidado com isso em 2013 na Copa das Confederações; no Mundial de 2014 e Olimpíadas’16. Num país aonde aceita-se como normal a morte de centenas de cidadãos semanalmente, por latrocínio ou outros motivos fúteis, um único visitante morto nestes eventos, arruinará com a nossa reputação no exterior. Que melhorou demais nos últimos anos.

A curiosidade em torno de nós é enorme. Tenho usado aqui as camisas do jornal O TEMPO, feitas especialmente para ocasiões como essas, e há uma pequena bandeira do Brasil na manga do lado direito. É o fator facilitador de tudo: as pessoas nos abordam, já com sorriso no rosto, perguntando sobre tudo: os brasileiros, o futebol, de que parte do país eu sou, e se a violência no Rio realmente “acabou”.

Entendo que a nossa chance de realizarmos uma Copa da melhor qualidade passa pela fórmula polonesa nessa Eurocopa, e muito simples: receptividade. A gentileza deles é impressionante, em qualquer tipo de serviço ou trato no cotidiano. Até na questão do idioma a situação deles é parecida com a nossa: pouca gente fala inglês, mas com boa vontade e um sorriso no rosto se resolve tudo. Nos táxis, por exemplo, raramente o taxista fala inglês ou outro idioma, mas eles não se apertam. Usam o celular e ligam para alguém que fale inglês ou alguma língua que o atenda.

Aliás, tenho andado muito de táxi, ônibus e metrô. Todos, rigorosamente todos, muito limpos, confortáveis e abundantes.

Hoje pegarei a primeira rodovia, de Varsóvia a Gdansk, em torno de 350 Km. Dizem que é ótima. Vamos ver!

A infra-estrutura deles, pelo que vi até agora, chegou ao mesmo padrão   de vizinhos ricos, como a Alemanha, por exemplo.

Segundo Jan-Roman Potocki, empresário exportador de vodka, que tem uma irmã que mora no Rio de Janeiro, este surto de desenvolvimento vem de perto de dez anos para cá. Para explicar essa mudança para melhor, ele traça um paralelo comparativo conosco: o pleno funcionamento das instituições democráticas, e relaciona as mudanças implementadas pelo ex-presidente Lech Valesa, com as do Lula no Brasil.

É! Lula conseguiu o que só Pelé conseguia: virar referência brasileira no exterior.

Para quem gosta dele, uma glória; para quem não gosta, um pavor; para quem tem visão crítica, vale um “em termos”.

Ano passado, durante a Copa América na Argentina, não foram poucos os argentinos que me diziam que o país deles precisa de um “Lula”.

Ele é danado!

FANZONE

A tradição de boas festas e ótima receptividade do brasileiro pode marcar pontos para o Brasil nos grandes eventos esportivos que vamos receber nos próximos anos.

FANZONEFAMILIA

Na Polônia, as “Fan Zone”, ou “Fan-Fest”, são uma atração à parte, onde todas as idades e as preferências se misturam.


Grande abertura, com cambista e com cerveja

Poucos dias antes de viajar para cá vi reportagem mostrando que várias obras de infra-estrutura não ficariam prontas a tempo. Realmente, um bom trecho da linha do metrô de superfície está ainda em execução, e pode levar mais de dois anos para ser concluída. Pois é! Mas os poloneses fizeram muito bem feito o trecho que atende o Estádio Nacional, palco da abertura da Eurocopa, ontem.

Impressionante a facilidade para se chegar a este “teatro”, usado também para o futebol, com capacidade normal para 58.300 pagantes; 50 mil durante a Euro.

Chegada fácil, rápida e sem atropelos. Infinitamente melhor que para se chegar ao Soccer City, na Copa da África do Sul em 2010. Lá as obras do metrô e BRT só ficaram prontas do aeroporto até os hotéis chics da Mandela Square, longe do estádio.

O nosso tão aguardado metrô em Belo Horizonte nem começou a ser construído, mas ouvi uma autoridade respeitável dizer que está previsto para 2023!  Fazer o quê, né!? Como diria o Adilson Batista: “Vamos aguardar!”

Para quem reclama da ação dos cambistas em nossas bandas, um consolo: eles estão em todos os lugares e em todo evento que possa manter essa atividade profissional viva.

Os cambistas estão à margem da lei, mas costumam quebrar um galho danado; como nesse Polônia 1 x 1 Grécia. E como a tecnologia evolui dia a dia, a novidade é que havia um deles até com um tablet, dizendo com letras garrafais que tinha ingressos. E sem ninguém para incomodá-los. O preço oficial nessa primeira fase da disputa varia de 30 a 70 euros.

Apesar da chuva forte na chegada do público, nenhum atropelo, pois tudo vira festa.

Outro fator que provoca saudosismo, e uma certa inveja em quem gostava de tomar uma cerveja nos estádios brasileiros, é que aqui é liberado, dentro e fora; antes, durante e depois dos jogos.

Além da facilidade de acesso ao Estádio os poloneses também se preocuparam com os adeptos por viajar de moto-home, uma prática comum na Europa.  Com o apoio da UEFA, foi montada uma área de camping próxima ao estádio. Dá para os “hóspedes” do veículo se deslocar a pé para assistir a partida.

Uma novidade que ainda dá tempo de os organizadores da Copa de 2014 aproveitarem se refere aos ingressos dos jornalistas credenciados. Em Varsóvia, ao invés do profissional receber um envelope previamente preparado com o seu ticket, a impressão é na hora. Numa rapidez impressionante. Economia de tempo, papel e dinheiro.

A Carlsberg, cerveja patrocinadora oficial, faz graça para os jornalistas, no centro de imprensa, porém, só depois da coletiva dos treinadores e jogadores após dos jogos.

Quanto ao jogo, o mais interessante foi o goleiro, segundo suplente, Tyton, que entrou com a missão de pegar o pênalti cometido pelo titular Szczesny e expulso. Quando se aquecia, foi alertado por um colega de banco, do canto em que o grego, capitão do time, Karagounis bate usualmente. Não deu outra: chute bem colocado no canto esquerdo, mas sem a devida força, e o gigante polonês pegou.

Pênalti é competência e acima de tudo controle emocional. O melhor batedor que já vi, Nelinho, diz que em momentos decisivos as pernas de quem vai para a cobrança passam a impressão de estar pesando 100 quilos cada uma. O capitão grego não conseguiu carregar todo este peso.

Cambistas

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Assim como nas Copas do Mundo ou qualquer campeonato estadual ou Brasileiro, os cambistas são como uma instituição do futebol e estão sempre presentes. Também na abertura da Eurocopa eles estavam na porta do Estádio Nacional de Varsóvia, agindo à vontade, sem serem importunados.

Cerveja

CERVEJANABERTURA

Se no Brasil ela está proibida nos estádios de futebol, na Eurocopa a cerveja continua soberana, assim como na Copa do Mundo. A única restrição é que, dentro do estádio, só a patrocinadora oficial. Fifa e Uefa são apoiadas por marcas distintas: Budweiser e Carslberg, respectivamente.


A copiar: estrutura, estádio, facilidades e simpatia!

A Eurocopa começa amanhã e Varsóvia está lotada de estrangeiros. Mas, parece que a Polônia inteira está aqui torcendo por sua seleção também.

Certamente, à exceção dos gregos, é raro um estrangeiro que não torcerá pelos poloneses, que estão dando um show de competência e simpatia nestes primeiros dias.

A preparação para receber a Eurocopa foi brilhante. A cidade é uma das mais belas do mundo e está muitíssimo bem cuidada. Respira-se alegria, cordialidade e fraternidade em todos os ambientes.

Tudo funciona

O sistema de transportes beira a perfeição; as comunicações funcionam com eficiência e agilidade; hotéis, restaurantes e demais serviços não abusaram no aumento de preços e a segurança é impecável.

Não há aquela neura de todo evento como este, de efetivos militares gigantescos, cães por todos os lados, revistas ao estilo “pente fino” e coisas tais. Estou completamente surpreso com tudo, pois a idéia que eu tinha da Polônia era a de “Paraguai da Europa”, como os companheiros mais rodados diziam antigamente.

A copiar

O estádio Nacional é uma obra prima. Bonito, prático e luxuoso, por dentro e por fora. Todas os 50 mil lugares são servidos por cadeiras que fazem lembrar as do Palácio das Artes ou do Sesc Palladium, nossos teatros mais requintados. Tomara que o Mineirão esteja sendo reconstruído em padrões semelhantes.

O acesso ao estádio aqui se dá por metrô de surperfície, ônibus e taxis. Em grande quantidade e qualidade.

Mineiramente

O fuso horário em relação a Belo Horizonte é de cinco horas adiante. Nessa época, um dos invernos mais tenebrosos da terra dá lugar a sol e temperaturas semelhantes à nossa no início do verão. A capital polonesa amanhece paulistana, cinzenta; porém, o tempo vai melhorando e por volta das 10 horas o clima fica belorizontino, com muito sol, pessoas gentis e simpatia nas ruas.

E imaginar o que esse povo sofreu com invasões e guerras ao longo dos anos.

VISTAPOLONIA

Uma Polônia alegre e moderna recebe o mundo com a realização da Eurocopa em parceria com a vizinha Ucrânia. A imprensa chama a competição de “Copa do Mundo sem Brasil e Argentina, e a abertura será hoje às 18 horas (13 horas no Brasil), e a organização só tem recebido elogios até agora.

GREGOS

Alheios à crise econômica, uma das maiores da história do país, os gregos tomam conta das ruas, bares, restaurantes e hotéis de Varsóvia. A seleção deles foi campeã em 2004, conquista considerada uma das grandes zebras do futebol mundial. Eles enfrentam os anfitriões na abertura, hoje.


Bipolaridade, festa e o país onde o futebol supera qualquer crise

Varsóvia amanheceu paulistana, cinzenta, porém, o tempo foi melhorando e a partir das 10 horas o clima ficou  belorizontino, com muito sol e gente nas ruas.

Amanhã será a abertura da Eurocopa e a cidade está lotada de estrangeiros, especialmente gregos, que não aparentam estar vivendo uma das maiores crises econômicas da sua história.

Estão em milhares, andam aos bandos, alegres, sorridentes, embandeirados, vestidos com as cores nacionais, azul e branco e lotam bares, restaurantes e áreas de lazer.

Famílias inteiras de gregos vieram prestigiar a seleção “hellênica”, que apareceu como uma das grandes zebras da história dessa competição, conquistando o título de 2004, disputado em Portugal.

Enfrentam justamente a Polônia na abertura. Se só motivação resolvesse no futebol eu diria que os poloneses vão dar uma g oleada nos gregos na estreia.

Parece que o país inteiro está aqui torcendo.

Agora são 16h05 aqui, e a festa só está começando entre eles.

Depois de uma lida nos jornais e imagens de Belo Horizonte para ver o que anda acontecendo por aí, passei a ler os e-mail e comentários no blog.

Vi que o América cedeu o empate aos 49 ao São Cateano, terça-feira, e o Galo, também no apagar das luzes ao Bahia.

O Cruzeiro tenta vencer pela primeira vez no Engenhão e acabar com a sequência própria de empates e derrotas, esta noite contra o Botafogo.

Lamentável que o goleiro Giovani tenha dado razão mais uma vez a quem entende que o Atlético vai se ferrar, sem um goleiro de mais estável, que passe mais segurança. Urgente!

E para resumir o resto do jogo, destaco o e-mail que recebi da Luciana Jory, com que concordo com tudo, especialmente em um tem: boa parte da torcida atleticana tem tradição em pegar no pé de jogadores da casa, sem ter com eles a mesma paciência que tem com “come-dormes” que chegam de outros estados, muitas vezes “ex-jogadores em atividade”.

Já pôs pra fora muitos, que fizeram sucesso em outros grandes clubes depois.

O mesmo acontece com colegas de imprensa, que vez por outra resolvem pegar no pé de um recém promovido, jogando o coitado às feras.

Pelo que disse a Luciana, a bola da vez é o Bernard:

“Bom dia Chico,

Hoje cedo levantei e a primeira pessoa que me veio a cabeça foi você…rsrs

Pensei assim:  vou escreve um email ao Chico Maia.

E o motivo deste email é que estou profundamente chateada com a torcida atleticana que tem ido aos estádios. Se o time faz gol, torcem como se fosse o Barcelona e se toma um gol, mesmo que o time tenha lutado todo o jogo, vaiam como se o time não prestasse.

Poxa, vaiar o Bernard aquela altura do jogo? Pra mim é uma covardia sem tamanho. Vaiem ao fim do jogo, mas não vaiem durante a partida. Não percebem que são seres humanos que estão em campo e vaias destabilizam o emocional de qualquer um?

Hora, sou do tempo em que meu pai me levava ao Mineirão na década de 90 e vc não sabia se olhava para o campo ou para a torcida na arquibancada, era hipnotizante o amor lindo e incondicional. Agora se transformou numa torcida comum e, pior, amarga.

A Arena Independência se transformará num caldeirão com a torcida atleticana. Porém, do jeito que vamos, é o GALO que será cozido neste CALDEIRÃO.

Chico, se puder, fale sobre isso em sua coluna.

Abraços

Luciana Jory”


Já em Varsóvia

Já estou em Varsóvia, onde, depois de quase uma hora no skype com a Juliana, este anjo da guarda da Paranet, espero ter resolvido o problema do sistema do blog.

Daqui a pouco eu volto, contando mais coisas.


A Eurocopa e Belo Horizonte

A Eurocopa e Belo Horizonte

Neste momento estou em Lisboa, aguardando a conexão para Varsóvia, aonde será a abertura da Eurocopa, sexta-feira, com Polônia x Grécia.

Nessa época o fuso horário de Portugal em relação a Belo Horizonte é de quatro horas; da Polônia, cinco, e da Ucrânia, que realiza a Euro junto com os poloneses, seis horas.

Na capital portuguesa os jornais também destacam a contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Atlético.

Dentro de campo, só o Ronaldinho poderá mostrar a validade do investimento alvinegro; fora, foi um gol de placa em marketing do presidente Alexandre Kalil, como definiu Cacá Moreno, da Perfil Propaganda, um dos maiores especialistas do assunto no país.

Outro gol de placa foi da aérea portuguesa TAP, agora com vôos diários ligando Belo Horizonte a Lisboa, e de lá, conexões para todos os cantos. Antes eram cinco vôos por semana.

Ainda que tardiamente, o aeroporto de Confins passa por obras de ampliação necessárias há muitos anos.

No momento em que embarquei, o vôo da TAP, e um da Pluna, para Montevideo, transformaram a sala de embarque em uma lata de sardinha.

Gente amontoada; sentada no chão, e um único bebedouro que não dá conta da demanda.

O desconforto de Confins é incompatível com as pretensões de Minas Gerais para receber a Copa das Confederações em 2013 e Mundial em 2014. Tomara que as obras andem rápido.

Aproveito a viagem para ler “A bola não entra por acaso”, de Ferran Soriano, o mestre em gestão, que, com os seus métodos, ajudou o Barcelona a sair da quase falência, de 2003 a 2008, como vice-presidente.

Cruzeiro e Internacional estão presentes nessa obra de Soriano, publicada no Brasil pela Larousse, em 2010. De cara ele aponta um dos motivos da decadência do Barça na época: a falta de critério nas contratações. Cita o golpe de mestre do Zezé Perrela, então presidente azul, que empurrou neles o Geovanni, por 18 milhões de euros. Também o Fábio Rochemback, empurrado pelo Inter, por 12 milhões.

Nesse trecho do livro, Soriano diz: “…perguntei a um diretor do Barcelona que exercia o cargo na época em que os dois muito jovens foram contratados; eles eram praticamente desconhecidos e sem experiência no futebol europeu. …e por que pagaram por eles uma soma tão elevada. A resposta foi: “Me disseram que Rochemback era igual ao Neeskens e que Geovanni era o novo Garrincha…”

Espanha, Alemanha e Holanda são as principais favoritas ao título dessa Euro2012, e a seleção campeã garantirá presença na Copa das Confederações ano que vem e poderá, inclusive, se hospedar e jogar em Belo Horizonte.


Hoje está difícil postar alguma coisa. O sistema está falhando no aeroporto de Lisboa. Tentarei de novo quando chegar a Varsóvia