O goleiro Fábio, do Cruzeiro, estranhou o placar de 7 x 1 do Atlético sobre o América de Teófilo Otoni.
O goleiro Fábio Noronha, do próprio América, lamentou que muitos companheiros se deram por satisfeitos com o título de Campeão do Interior e se empenharam menos que o normal, tanto nos 7 x 1 quanto nos 8 x 1.
Os dois goleiros estão certos, por um motivo simples: pelo menos cinco titulares estão negociados, com grandes perspectivas de futuro melhor, ainda na atual temporada.
O zagueiro Luis Henrique, o lateral Bruno Barros, o armador Wellington Bruno e os atacantes Jonatas Obina e Rogélio Ávila.
Ou seja: a famosa “espinha dorsal” do time.
Nenhum deles tem seguro, e como seres humanos que são, jovens, sonhadores por dias melhores, é óbvio que não se arriscariam tanto, já que a missão do América estava triplamente cumprida: permanecer na primeira divisão; entre os quatro melhores do estado, e ainda classificado de forma inédita para a Série D nacional.
Isso mexe com a cabeça de um jogador. Ramires sofreu muitas acusações de não ter jogado tudo que sabe nos jogos finais contra o Estudiantes na Libertadores de 2009, porque já estava negociado com o Chelsea.
Atlético (Jonatas), América (Wellington Bruno), o futebol grego (Rogélio Ávila) e o futebol carioca (Luis Henrique e Bruno) são os possíveis novos destinos.
Antes do jogo contra o Atlético o time comandado por Gilmar Estevam já tinha conquistado a condição de melhor do interior e vaga na Série D.
Tanto nos 7 x 1 quanto nos 8 x 1 foi um time passivo, que correu bastante, mas não deu um pontapé sequer e nem fez lembrar aquele América aguerrido que perdeu a duras penas, em casa, para o Cruzeiro por 2 x 1, com várias polêmicas, ou o que venceu o América na Arena do Jacaré por 2 x 0.
Contra o Cruzeiro havia uma agravante: teria que se abrir porque o empate seria favorável à Raposa.
E abrir contra o atual Cruzeiro significa risco de quase 100% de tomar gols. Seja qual for o nome, qualidade do adversário ou local da partida.
O jogo estava até disputado, mas aos 21 acabou a dificuldade, com um gol muitíssimo bem trabalhado por Thiago Ribeiro para Montillo, este para Henrique marcar.
O segundo foi mais bonito ainda, que confirma o conjunto e o futebol solidário do time: Thiago Ribeiro, Montillo, Gilberto, Walysson, Thiago Ribeiro e Gilberto para concluir. Em alta rotatividade, que deixar qualquer marcação zonza.
O resto foi consequência de desorientação total do adversário, que não sabia se tentava diminuir ou segurar e perder de pouco.
Um massacre!
Pena que os editores de imagens das TVs, na maioria dos casos, só mostram a finalização das jogadas ou a bola entrando. Não exibem o início de tudo, não valorizam o trabalho que é feito nos treinos para que essas triangulações funcionem nos jogos e pior, não valorizam os criadores das jogadas. Ontem, Thiago Ribeiro foi fundamental nos dois primeiros gols, mas quem vê a repetição na TV, nem fica sabendo que ele participou das jogadas.