Primeiro, temos que exaltar Fábio Júnior, extraordinário e exemplar, com os seus 33 anos de idade. Depois, dizer que estamos vivendo um dos melhores Campeonatos estaduais das últimas décadas. Excelente oportunidade para os nossos três grandes se testarem e se montarem para o Brasileiro que começa daqui a dois meses.
Também, lembrar ao goleiro Renan Ribeiro que manter a serenidade é fundamental para o sucesso na vida e na profissão. Falhou em um dos gols do América e não quis dar entrevistas na saída do gramado.
Com a vitória sobre o Atlético o América mostrou que, tecnicamente, a competição está totalmente indefinida, já que qualquer um pode ser campeão. Diferente da maioria dos anos anteriores, quando a dúvida era apenas entre Atlético e Cruzeiro.
Grande teste
Enfrentaram-se a melhor defesa e o melhor ataque; e o Coelho venceu uma disputa memorável. Mostrou que é um time bem armado pelo técnico Mauro Fernandes, que sabe conciliar as virtudes da defesa, meio e ataque, minimizando as deficiências, coletivamente. A exemplo da campanha da Série B do ano passado, é um time que não proporciona grandes espetáculos, porém é extremamente eficiente. Os jogadores incorporam aquilo que o treinador planeja, reconhecendo as limitações individuais que tem, em relação aos adversários teoricamente mais poderosos. O coletivo fala mais alto que o individualismo.
Dentro e fora
Aliado à determinação que o time tem demonstrado, o América pode se tornar uma grande surpresa, não só no Mineiro, mas também no Brasileiro. Resta saber se o grupo manterá esta união e vontade nas partidas seguintes, do estadual e do nacional. O que estamos vendo é o resultado de um clube organizado dentro e fora das quatro linhas. Neste clássico, superou até as graves falhas da arbitragem, normais no futebol. É raro um jogo onde não há falhas do apitador ou de um auxiliar.
Exagero
Realista, Dorival Júnior reconheceu o melhor futebol do América, porém, citou em sua entrevista depois do jogo o fato do time ter feito uma viagem desgastante pela Copa do Brasil, para o jogo em São Luiz do Maranhão. Nada a ver; exagero do comandante atleticano. O América foi superior, e ponto final.
Claro que Dorival Júnior não vai externar publicamente o grande problema que ele ainda tem para montar o Atlético: a falta de laterais. No intervalo teve que improvisar, de novo, Jáckson na direita e retornar com Serginho para a posição original dele, no meio, tirando Ricardinho do jogo. Na esquerda, Leandro joga com o nome. É boa opção para um banco de reservas, mas não suporta 90 minutos como titular.
Realismo
Mauro Fernandes foi feliz em sua conversa com a imprensa depois do jogo. Sem se empolgar de forma excessiva, valorizou seus jogadores e foi sereno nas reclamações contra a arbitragem. Não questionou a honestidade do trio, mas lamentou as falhas, principalmente da injustiça do árbitro Joel Tolentino ao expulsá-lo. Expulsão provocada pelo auxiliar Guilherme Dias Camilo, que gosta de aparecer mais que o apitador.
Não tem jeito
As contestações às arbitragens são eternas. O América de Teófilo Otoni reclama do Emerson de Almeida Ferreira pela expulsão do meia Wellington Bruno, que cometeu falta em Montillo. Diz que momentos antes, o lateral cruzeirense Pablo teria merecido cartão pelo carrinho no volante Luizinho. Ontem, o diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes escreveu no seu twitter: “GHPMendes – Tá aí o lance de pênalti que o Cruzeiro reclama contra o América de Teófilo Otoni: http://200.233.221.221/tvcruzeiro/www/home/”
E completou: “A imagem exclusiva da TV Cruzeiro, feita pelo Rodrigo Genta, foi enviada para todas as emissoras. Esperamos que usem.”
Está difícil
No país da Copa de 2014, mais um apagão em um grande estádio durante um dos nossos maiores clássicos: São Paulo e Palmeiras tiveram o jogo interrompido duas vezes: por uma inundação do Morumbi e por uma queda de energia. E ainda não resolvemos os problemas dos aeroportos, rodovias, telefonia, transporte urbano e etc… etc… etc…