Blog do Chico Maia

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Voltas que a bola dá. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro que era acusado de ajudar o Cruzeiro em 2010, agora é xingado pelos cruzeirenses, acusado de ajudar o América

Charge do Dum

Este mundo dá muitas voltas. Depois dos 2 a 0 do América sobre o Cruzeiro, li uma twittada de colega jornalista desancando o árbitro Ricardo Marques Ribeiro. Só não o chamou de “santo”. Um outro fala de mil “conspirações” para “acabar com o Cruzeiro”, envolvendo a Globo, a FMF, CBF e a “imprensa atleticana”.

Já passei por isso, mais precisamente nos anos 1990. Teorias conspiratórias, que fazem lembrar os argumentos que eu inventava para enfrentar o Flávio Carvalho e o Valdir Barbosa no programa Minas Esporte, da Band, quando o Galo lambia uma imbira danada. Nem tanto quanto o Cruzeiro atual, mas, devia a todo mundo, montava times horrorosos e punha culpa nos árbitros e bandeiras a cada empate ou derrota.

Me lembrei também que o mesmo Ricardo Marques Ribeiro era acusado de beneficiar o Cruzeiro e em 2010 teve uma atuação desastrosa num jogo contra o Ipatinga. Foi alvo de uma charge o Duke, no jornal Super, moveu ação judicial contra o chargista, que virou assunto nacional. Óbvio que a solidariedade de jornalistas do país inteiro ao Duke foi total, pelo absurdo da situação. Em fins de 2013 saiu a sentença. No dia 24 de janeiro de 2014 escrevi este artigo aqui no blog, em apoio ao chargista, que vale a pena ser lido novamente:

Minha total solidariedade ao Duke, um dos melhores e mais corretos profissionais da imprensa que conheço no Brasil

O jornalista Henrique André manifestou o seu repúdio e transcreveu texto desabafo do Duke, mais uma vítima das mazelas brasileiras.

Uma vergonha.

Confira:

* @Henrique André

Vivemos num Curral?

Leiam, abaixo, o depoimento de um dos melhores chargistas do Brasil, o Duke , que acaba de ser condenado por uma charge que fez após um dos jogos mais vergonhosos do futebol mineiro, em 2010: Cruzeiro x Ipatinga, válido pelas semifinais do Estadual. Eu estava trabalhando no dia, como repórter de campo, e acompanhei bem de perto tudo aquilo que aconteceu. O presidente do Atlético, inclusive, se manifestou e se mostrou revoltado com aquilo que via pela TV.

A cada dia que passa tenho mais a certeza de que vivemos numa falsa democracia…”

Relato do Duke:

* “Chego ao meu último dia de férias com uma péssima notícia. Fomos condenados, eu e o Jornal Super, na ação movida pelo árbitro Ricardo Marques Ribeiro por conta da charge que acompanha esta postagem.

Concordem ou não com a condenação e deixando a paixão futebolística de lado, é preciso relatar alguns fatos:

A charge se refere ao jogo Cruzeiro x Ipatinga pelo Campeonato Mineiro de 2010, em que foram cometidos pelo juiz quatro erros bisonhos contra o Ipatinga. A arbitragem neste jogo foi tratada por toda a imprensa como vergonhosa e desastrosa.

O caso foi julgado pela 11ª Câmara Cível, exatamente onde Ricardo Marques trabalha como assessor jurídico do presidente, o desembargador Wanderley Salgado de Paiva, que é conselheiro do Cruzeiro.

A 11ª Câmara Cível não só manteve a condenação em 1ª instância como mais que dobrou o valor da indenização. (mais…)


América jogou muito, venceu com todos os méritos; Cruzeiro mais uma vez reclama da arbitragem, hoje, com razão

O jogo estava equilibrado. O bandeira Marciano Silva devia estar dormindo, e não viu que o zagueiro Maidana dava condição de jogo no lance que originou o gol do Edu. Eram 13 minutos e foi anulado gol legítimo do Cruzeiro. Na sequência,  Waguininho, que fazia ótima partida, agrediu o Patric, e foi expulso.

A partir daí o América tomou conta, com Patric e Alê se destacando, Wellington Paulista fazendo valer a experiência dele e os jogadores do Cruzeiro só correndo muito, mas sem rumo.

Patric cobrando falta abriu o placar, num golaço, aos 24 minutos. Aos 32, foi a vez de Alê, de cabeça, fazer 2 a 0. O Cruzeiro impotente para reagir, esbarrou no sistema defensivo robusto americano.


Com apenas dois titulares, passeio do Atlético em Uberlândia, cujo goleiro foi o melhor em campo

Ademir comemora seu primeiro gol pelo Galo, em foto do twitter.com/Atletico

Dos titulares do Atlético, apenas Arana e Zaracho jogaram, mas a diferença de qualidade entre os dois times era grande demais e deu o previsto: num bom gramado, mesmo com muita chuva, o Galo ganhou, com facilidade, 4 a 0, mas tinha caixa para mais três gols, no mínimo.

Um desses desperdiçados foi pelo Echaporã, que egoísta e prepotente não deixou o Ademir bater o pênalti que ele mesmo sofreu. Queria a todo custo marcar o primeiro dele com a camisa do Galo, mas com a bola rolando não conseguia. Certamente por causa da ansiedade, que o fez perder pelo menos duas oportunidades claras.

Pegou a bola, mas o Echaporã tomou dele e nem os apelos do capitão Igor Rabello e do Guga foram capaz de convencê-lo a deixar a cobrança para o colega recém chegado.

Bateu no canto esquerdo, mas o goleiro do Uberlândia defendeu.

Menos mal que, minutos depois, Guga fez um cruzamento perfeito, para Ademir marcar de cabeça.

Na imprensa, vários jornalistas diziam que o Echaporã teve “personalidade” de assumir a cobrança. Eterna mania verde e amarela de querer por panos quentes e aliviar a barra de quem precisa ser corrigido, para o próprio bem. Todas as nossas ações geram consequências e temos que arcar com elas.

O Álvaro Damião, da Itatiaia, não amaciou e concordo com ele: @alvarodamiao “O que o Echaporã fez, não foi mostrar personalidade não!!! Ele mostrou egoísmo, falta de companheirismo, se quer participou do lance! Perdeu a oportunidade de colocar a bola na marca do pênalti e chamar o Ademir pra cobrar! Coisas que você só aprende na vida, e ele aprenderá!”

Tomara que seja humilde e aprenda.

Igor Assunção, da 98FM também chegou junto e não perdoou: @Igortep “Personalidade o caralho. Foi moleque. Cobrador em campo é o Guga e depois o Ademir. Multa nele.

***

Só não vou concordar com o Igor no exagero dele em relação à atuação do Fábio Gomes, que segundo ele “… joga muito, seus . . .”

Realmente fez muito bom jogo hoje, até gol, além de uma assistência, mas ainda não dá pra dizer que “joga muito”. Vamos ver mais alguns jogos dele. Potencial, tem!

Roballo, o goleiro do Uberlândia foi o melhor em campo.

E comentários gerais sobre a mudança física do árbitro Igor Junio Benevenuto. O @ViniciusGrissi deve ter visto essa imagem postada pelo @CrisGalo e comentou:

“Igor Benevenuto passou férias com o Daronco ou é impressão minha?”

Realmente, está parecendo um ator de filme mexicano. Até pouco tempo atrás ele era mais magro.


Noite de rodada completa do Mineiro e três jogos que prometem

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Cruzeiro x América – 21h30 – Mineirão

Uberlândia x Atlético – 19h30 horas – Parque do Sabiá

Caldense x Tombense – 20 horas – Ronaldo Junqueira

Será a terceira rodada, mas quem vai brigar pelo quê já começa a se mostrar. De todas as expectativas antes de começar o campeonato, o Tombense, por exemplo, é a única surpresa até agora, negativa, já que empatou em casa com o Pouso Alegre e perdeu para o Atlético. É um time da Série B nacional, apoiado por um dos maiores agentes do futebol brasileiro que é o Eduardo Uran. Chegou a hora de “a onça beber água” para ele. Enfrenta a Caldense, às 20 horas, em Poços de Caldas, numa disputa particular por uma vaga na fase decisiva. A Caldense só não é lider porque tem um gol de saldo a menos que o Cruzeiro. Venceu o América na estreia e o Uberlândia, na segunda rodada, no Parque do Sabiá, por 3 a 1. Deverá ser um grande jogo.

 

Mais cedo, às 19h30 o Galo voltará a testar alguns jogadores e poupar outros, dentro da política do Mohamed de usar o estadual como “laboratório”. O Uberlândia precisa somar pontos e, em casa, vai partir para cima. Aí que mora o perigo para ele: num ótimo gramado como o do Parque do Sabiá, o Atlético poderá tirar proveito disso, já que tem um ótimo elenco, principalmente na comparação com qualquer time do estado.

 

Cruzeiro x América será uma grande prova para ambos e muitas dúvidas poderão ser desfeitas. O técnico Pezzolano está realmente arrumando o time, como eu escrevi aqui depois das vitórias sobre a URT no Independência e o Athletic em São João Del Rei? Ou terá sido apenas a fragilidade dos adversários? O América está montando um time satisfatório para a temporada, especialmente para o Brasileiro e Libertadores? Afinal, agora é um time da Série A, pela segunda vez consecutiva, outro feito inédito depois que foi estabelecido o rebaixamento.


Omissão de uns, busca por audiência de outros e interesses inconfessáveis. Os motivos da vergonhosa violência impune dos marginais das organizadas

Foto: www.otempo.com.br/superfc

O estádio fornece as imagens que possibilitam identificar os criminosos, as polícias Militar e Civil prendem, encaminham para a justiça que aplica penas, que muitas vezes não são cumpridas. Dias depois, as cenas se repetem, o ritual das autoridades, idem e este ciclo absurdo se tornou tradicional. Clubes, estádios e autoridades soltam notas de repúdio, a imprensa berra, repete os discursos e pergunta “até quando?”

Daí a pouco, tudo de novo. Nas últimas décadas, só tivemos uma trégua, de uns três anos, em uma única situação: em 2013, quando oito integrantes da Galoucura foram condenados a até 17 anos de cadeia pelo assassinato de um integrante da Máfia Azul, na porta do Chevrolett Hall, na Av. Nossa Senhora do Carmo. O crime foi em novembro de 2010.

Detalhes, no G1 de 12 de abril de 2013: https://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2013/04/integrantes-de-torcida-do-atletico-mg-sao-condenados-por-morte-em-2010.html

A condenação de peso inédito assustou a bandidagem desse meio e pôs um freio neles, porém de curta duração, menos de cinco anos. Voltaram com tudo e sem profissionais da justiça competentes e enérgicos como aqueles que aplicaram os rigores das leis naquele ano de 2013.

Aí vem a parte da culpa da imprensa, que não relembra estes fatos, não atualiza como estão hoje aqueles condenados, se ainda cumprem a pena, se conseguiram encurtar o tempo na cadeia, se se arrependeram do que fizeram, a situação atual da família da vítima, se essa vítima também era um dos violentos brigões do outro lado, enfim. Os Promotores de Justiça, Juízes e advogados das partes daquele processo deveriam ser ouvidos sempre, para falar dos caminhos que seguiram para colocar na cadeia os marginais, das pressões que sofreram e por aí vai. Um desses competentes agentes da justiça foi o Dr. Francisco Santiago, conselheiro do América, ex-comandante do Conselho Gestor do Coelho, recordista em participações no Tribunal do Juri de Minas Gerais. Tem muito a dizer, não se recusa a dar entrevistas. Uma figura humana fantástica.

Diferentemente da editoria de política, por exemplo, quase não existe jornalismo investigativo no futebol. Se houvesse, certamente os dirigentes de clubes que são cúmplices de muitas torcidas organizadas já teriam sido denunciados e desmascarados.

O jornalista Fernando Rocha, ex-Globo, twittou hoje: @fernandoroch

Ontem fui dormir triste com as imagens e relatos da briga no Gigante da Pampulha. Acordei vendo as duas organizadas envolvidas (Cruzeiro e Atlético) se vangloriando desse absurdo e com a pessoa que invadiu o campo famosa por aqui. Estamos perdidos.”

Ele tem total razão. Também fiquei incomodado ao ver no twitter esta manhã, colegas jornalistas dando espaço de destaque ao invasor do gramado do Mineirão, vestido com o colete da segurança que ele usou para enganar a todos e chegar aos jogadores da selecão brasileira. Essa figura conseguiu o que queria: ser notado, sair do anonimato, ganhar holofotes e páginas de jornais. Um incentivo gigante para outros tentarem repetir o “feito” em eventos futuros. Um indivíduo desses deveria estar preso até agora, com processo criminal instaurado contra ele. Essa notícia é que intimidaria a outros aparícios, metidos a engraçadinhos.

Infelizmente a nossa realidade é essa,e brigas como a de ontem se repetirão daqui a alguns dias porque os criminosos têm certeza que ficarão impunes.


Thiago Neves diz que a torcida do Atlético é uma das três mais difíceis que já enfrentou, principalmente no “caldeirão” do Independência

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Foi em entrevista ao Rica Perrone, no canal ‘Cara a Tapa’, transcrita pelo site da ESPN:

* “Thiago Neves revela as três torcidas mais difíceis que enfrentou no Brasil e cita rival de ex-clube: ‘Caldeirão’”

Meia de 36 anos citou as torcidas de Atlético-MG, Corinthians e Palmeiras como as mais difíceis que enfrentou até hoje na carreira

“ … Jogador do Cruzeiro entre 2017 a 2019, Thiago Neves teve a oportunidade de disputar alguns clássicos contra o Galo e lembrou da dificuldade que era jogar contra a equipe rival, sobretudo na Arena Independência, no Horto. “A do Atlético é difícil, mas quando jogava no Independência. No Mineirão eu não achei tanta pressão. No independência era caldeirão, pequenininho, é abafado o grito“, começou por dizer. . .”

Foto: www.hojeemdia.com.br

Livre no mercado desde que rescindiu o seu contrato com o Sport, no final de 2021, o meia Thiago Neves ainda não definiu o seu futuro para a atual temporada, mas pode se orgulhar de ter vestido algumas das camisas mais pesadas do futebol brasileiro. Por conta disso, também teve a oportunidade de jogar contra torcidas apaixonadas de rivais, que chamam atenção até dos próprios adversários em campo.

Em entrevista ao canal ‘Cara a Tapa’, do jornalista Rica Perrone, o meia de 36 anos lembrou das muitas torcidas que teve contato até aqui na carreira pelo Brasil afora e citou três em especial: Atlético-MG, Corinthians e Palmeiras.

Jogador do Cruzeiro entre 2017 a 2019, Thiago Neves teve a oportunidade de disputar alguns clássicos contra o Galo e lembrou da dificuldade que era jogar contra a equipe rival, sobretudo na Arena Independência, no Horto.

“A do Atlético é difícil, mas quando jogava no Independência. No Mineirão eu não achei tanta pressão. No independência era caldeirão, pequenininho, é abafado o grito“, começou por dizer.

Sobre as torcidas de Corinthians e Palmeiras, o meia também deu destaque e ainda lembrou de partida no Allianz Parque, pelas quartas de final da Copa do Brasil de 2017, quando mesmo perdendo os torcedores alviverdes não pararam de cantar no seu estádio.

Mas eu achei Palmeiras e Corinthians. Fizemos um jogo 3 a 3 na Arena, acho que fizemos 3 a 0 no Palmeiras, e os caras não paravam de gritar. Era um absurdo o barulho. Cada chance os caras gritavam mais. Aí os caras fizeram um, eu falei ‘ih…’, quase tomamos a virada, ficamos naquela retranquinha nossa para não tomar a virada”, finalizou.

https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/9872573/thiago-neves-revela-tres-torcidas-mais-dificeis-enfrentou-brasil-cita-rival-ex-clube-caldeirao


Enquanto torcedores dos dois times se agrediam no Mineirão, Ronaldo, dono do Cruzeiro, parabenizava ao Atlético, que “faz um trabalho incrível”, que precisa ser alcançado

Estava 1 a 0 para o Brasil sobre o Paraguai quando do Paulo Galvão, do Estado de Minas, ttwittou: @paulogalvaobh

“Atleticanos e cruzeirenses conseguem brigar em jogo da Seleção Brasileira no Mineirão. Que vergonha!’

Eu acabava e assistir e postar no facebook um papo “fenomenal” do Ronaldo, com internautas, em que ele na maior tranquillidade (e inocência) elogiava o Atlético que já tem mais de 100 mil sócios-torcedores: “Eles fazem um trabalho incrível lá em Belo Horizonte, mas não podemos ter inveja e sim trabalhar para igualar e ultrapassá-los”.

Também cumprimentou o Galo pelo título brasileiro do ano passado, fruto do “trabalho bem feito deles”.

Cidadão do mundo, completamente por fora do que é e do que se passa no futebol mineiro, ele ainda não tem noção dessa arqui rivalidade entre os clubes.

Já já ele sentirá o clima, obviamente se frequentar mais Belo Horizonte e conviver com torcedores dos dois times.

Confira lá: https://www.facebook.com/blogdochicomaia/videos/336768315022975


Já garantida no Catar, seleção brasileira defende invencibilidade contra o Paraguai de Junior Alonso

Fotos: @Mineirao – Desinfecção contra Covid nos vestiários do estádio para o jogo de logo mais

Às 21h30 o Mineirão será palco de uma espécie de amistoso de luxo, já que a seleção comandada por Tite já está classificada para a Copa do Mundo e o Paraguai não tem mais chances práticas de se classificar, pois soma apenas 13 pontos, está na penúltima posição, à frente apenas da Venezuela, que tem 10, faltando apenas duas rodadas para o fim das Eliminatórias.

As motivações das duas seleções são bem distintas: as do Brasil, manter a invencibilidade na competição e testar jogadores visando a convocação final para o Mundial do Catar.

Do Paraguai, dar as melhores condições ao técnico argentino Guillermo Schelotto de começar um trabalho de reconstrução da seleção do país. E tem Junior Alonso, campeão brasileiro com o Atlético, como um dos principais jogadores.

Brasil (36 pontos) e Argentina (32) já se garantiram na próxima Copa. As duas vagas diretas restantes, mais a vaga que dá direito à repescagem, estão sendo disputadas palmo a palmo: Equador 24, Peru 20, Uruguai 19, Colômbia 17, Chile 16 e a Bolívia, do Marcelo Moreno, artilheiro da competição até agora (nove gols, dois a mais que Neymar e três a mais que Messi), com 15 pontos.

Camarotes para receber a cartolagem, também preparados


As problemáticas transmissões dos estaduais: o que seria para facilitar, acabou complicando para o torcedor

Ilustração: www.umdoisesportes.com.br

Sou apaixonado pelo rádio, tanto para ouvir como para trabalhar. Sem campeonato mineiro domingo à tarde, parei na CBN/Globo Belo Horizonte (que lamentavelmente só transmite futebol do Rio e de São Paulo) e fiquei ouvindo os momentos finais de Botafogo 2 x 0 Bangu e logo em seguida, Fluminense x Madureira pelo Carioca, até começar América x Democrata-GV, pelo Mineiro. Terminou 1 x 0 para o Flu, que teve o goleiro Fábio no banco de reservas e Nathan, ex-Galo, entrando no segundo tempo e melhorando o time, segundo o ótimo comentarista Eraldo Leite, aliás, gente muito boa também.

Mas o que mais me chamou a atenção foi o início da transmissão pela rádio. O locutor entrou em pânico duas vezes. Em apenas 11 minutos de partida, dizia que uma “tela preta” estava aparecendo no lugar das imagens do jogo e que aquilo era um “absurdo”. Uai, será que ele está fazendo transmissão “off-tube” (assistindo pela TV, no estúdio ou em casa), um jogo realizado em Volta Redonda? Pensei comigo. E era. A Globo/CBN em “off-tube”, num jogo a 130 Km de distância da cidade do Rio!

Começou o jogo do América e assisti pelo Premiere, muito boa transmissão. Assim como gostei da transmissão de Cruzeiro 2 x 0 URT pela internet, Canal O Tempo, na primeira rodada. As transmissões da Globo/Premiere são, tradicionalmente, de muito boa qualidade geral. Mas ela demorou comprar os direitos do Campeonato Mineiro deste ano. E já acertou com o Cruzeiro o do ano que vem.

Muita gente achou que as transmissões pela internet (streaming), especialmente pelos canais dos próprios clubes seriam a solução da vida de todos os torcedores. Mas, até agora não foi isso o que aconteceu. Muito pelo contrário, como mostra o Rodrigo Capelo, na coluna dele em O Globo, de ontem:

* “Rodrigo Capelo: O caos das transmissões”

No Rio, partidas são exibidas com imagem de baixa qualidade, gafes na cobertura e até perda de sinal

No momento em que decidiram “revolucionar” o negócio dos direitos de transmissão no futebol brasileiro, em meados de 2020, dirigentes criaram narrativas atrativas, baseadas em princípios nobres. “Democratização”, “fim do monopólio” e “desintermediação” foram três termos muito repetidos pelas cabeças. Disseram que o torcedor ganharia com a mudança.

Não estávamos, no Brasil, desalinhados das ambições internacionais. O streaming passou para todo mundo a impressão de que o fã teria mais opções para assistir ao futebol. Medidas antitruste foram adotadas por vários países para impedir a concentração de campeonatos em apenas uma emissora. Todos os mercados têm tentado se adaptar à nova era da transmissão.

Passado um ano e meio de algumas mudanças, vejamos como está a vida do brasileiro. Um torcedor que queira acompanhar o Campeonato Carioca, por exemplo, tem dificuldade para descobrir onde a partida vai passar. A Record transmite um jogo por rodada na TV aberta; a federação estadual e o Flamengo têm seus canais próprios. Também há transmissões em canais de streamers e de empresas em YouTube e Twitch. No total, sete ou oito alternativas.

Todas as opções descritas no último parágrafo servem apenas para o estadual fluminense. Se o torcedor quiser acompanhar a trajetória do clube em outras competições estaduais, nacionais e continentais, precisará acrescentar à agenda Globo e SBT na televisão aberta, ESPN e SporTV na fechada, Amazon no streaming, além dos canais de confederações e outros clubes. A soma de todos esses pacotes pode acabar em valor maior do que o que estava habituado a pagar.

Além da hiperfragmentação dos direitos, houve diminuição significativa da qualidade da transmissão. No Rio de Janeiro, partidas são exibidas com imagem de baixa qualidade, gafes na cobertura e até perda de sinal. Torcedores de Flamengo e Vasco, no último fim de semana, não conseguiram sequer assistir aos jogos inteiros. A Ferj, responsável pela bagunça, se desculpa em comunicado, mas tenta empurrar a “culpa” para parceiros diretos e indiretos.

Perdas de sinais, quando pontuais, podem ser explicadas por falhas técnicas, às quais qualquer empresa no mundo está sujeita. Mas o problema é mais grave. Federação e clubes resolveram economizar nos custos de produção, distribuição e edição do conteúdo. Em 2021, foram necessários R$ 6,4 milhões no Carioca. Em 2022, esse valor caiu para R$ 3,8 milhões. É inegável que a qualidade do produto seria maior se houvesse mais dinheiro na mesa.

https://oglobo.globo.com/esportes/rodrigo-capelo/rodrigo-capelo-caos-das-transmissoes-1-25374140


A vida como ela é, mas que não deveria ser: um fato revoltante e dois muito tristes

Léo Batista, em foto do acervo/Globo

***

Revoltante e inaceitável o assassinato com requintes de crueldade de um congolês no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio. Os assassinos usaram porretes e um taco de beisebol para matar um rapaz que só queria receber o que tinha direito, por dois dias trabalhados. No reino da impunidade, que é o Brasil, que mais essa não fique apenas nas estatísticas.

Domingo, a lamentável notícia da morte da esposa do legendário Léo Batista, apresentador da Globo. E o susto que ele passou ao se deparar com ela, morta, dentro da piscina da casa da família. Força a ele, que está com 89 anos de idade. Ela tinha 84.

Ontem, fiquei chocado com a informação da morte de um fotógrafo, em Paris, que fazia a caminhada diária dele, passou mal, caiu, não conseguiu se levantar e morreu de frio, numa das regiões mais movimentadas da noite parisiense. As pessoas passavam por ele e pensavam que fosse “mais um” morador de rua da capital francesa. E quem tentou socorrê-lo, foi justamente um morador de rua, que achou estranho, aquele senhor estar tanto tempo imóvel, no chão. E atenção: antes de malhar os franceses é bom fazer uma reflexão sobre o comportamento de qualquer um de nós quando nos deparamos com moradores de rua em nossas cidades.

Mais informações desses fatos, que passam quase que desapercebidos em nosso dia a dia, nos sites do jornal O Tempo, da revista Quem, e portal R7:

* “Fotógrafo morre de frio após cair em rua de Paris e ser ignorado por 9 horas

Notícia foi dada por seu amigo jornalista Michel Mompontet numa série de publicações em uma rede social

René Robert, um fotógrafo suíço conhecido por suas fotos de algumas das estrelas de flamenco mais famosas da Espanha, morreu de hipotermia no dia 19 de janeiro depois de escorregar em uma de suas caminhadas noturnas pelo movimentado bairro de Paris onde morava e ficar nove horas estatelado no chão esperando ajuda. Ninguém parou para socorrê-lo. (mais…)