Chico Maia
Tapando o sol com a peneira
Escrevi em minha coluna de quinta feira passada do jornal O Tempo: “Teoricamente é a FMF quem organiza as disputas estaduais, mas ela dança de acordo com os humores e pressões de Atlético e Cruzeiro… Quando se sentem prejudicados pelas arbitragens tiram chefes, vetam apitadores e põem suas torcidas na porta da Federação e na cola dos dirigentes e árbitros. Dão a impressão que descarregam toda a raiva que passam quando começa o Brasileiro e eles deixam de ter essa força. São tratados em nível nacional, do mesmo jeito que tratam os menores em Minas. O América também não é santo, mas como não tem o mesmo poder de fogo, arma menos.”
Pois então: o América continua protestando contra a arbitragem que o prejudicou contra o Galo nas quartas de final, e o Ipatinga, apesar de ter goleado o Cruzeiro, dde novo, tem todos os motivos para reclamar da arbitragem do Ricardo Marques Ribeiro, que já tinha sido acusado ano passado, pelo Atlético, de favorecer ao Cruzeiro.
Duro é ter que ouvir o Itair Machado, dono do Ipatinga, exagerando em sua subida no tamborete. Está em situação semelhante à do América: sem a mesma força nos bastidores de Atlético e Cruzeiro. Seus adversários do interior que o digam.
Ou seja
Não tem jeito: jogos decisivos do Campeonato Mineiro tem que ser apitados por árbitros de outros estados. Os nossos não fazem por merecer a devida confiança, especialmente quando há um dos três grandes da Capital contra um do interior.
Troco
Quando começa do Campeonato Brasileiro Atlético e Cruzeiro caem na vala comum e quando os árbitros favorecem aos adversários do Rio de Janeiro e São Paulo, fazem as mesmas reclamações que o Ipatinga e demais prejudicados daqui.
Cabeçudo
Adilson Batista é bom treinador mas comete seus erros como qualquer ser humano. O problema é a arrogância que o caracteriza. Prepotente, não aceita críticas e acha que só ele entende de futebol. É o tipo de gente que come couve como se fosse caviar.
Entrou com um time reserva, achando que o Ipatinga seria presa fácil. Poderia ter começado com o time titular, e dependendo do andar da carruagem, fazer as mudanças necessárias. Acreditou que fosse verdade aquilo que uma banda patrocinada pelo clube diz: “o Cruzeiro é o Barcelona do futebol brasileiro.”
Não é nada, não é nada, estava em jogo o título de tri-campeão mineiro.
É desse jeito!
Houve quem dissesse que Vanderlei Luxemburgo errou ao jogar com o regulamento nas partidas contra o Democrata-GV. Pois é! Está na final, e se continuar dançando conforme a musica, tem chance de ser campeão. Se der uma de Adilson Batista, entrega o título ao Ipatinga!
Espelho
A expectativa dos sul-africanos era de receber 500 mil turistas durante a Copa. Baixaram para 350 mil e agora já falam em 250 a 300 mil. As notícias sobre a violência local, aliadas à ganância empresarial e desorganização minaram a imagem do país. E tudo começou com a Copa das Confederações, ano passado, que recebeu grande número de jornalistas do mundo. É um ensaio geral para testar tudo visando o ano seguinte. A mídia dá enorme destaque para os problemas do país sede. Na Alemanha em 2005 a única falha foi um rombo na cobertura do estádio de Frankfurt, causado pela forte chuva, na final entre Brasil e Argentina. Consertado em menos de um mês.
Na África’2009 faltaram: segurança, estrutura em transportes, e preparo ao comitê local. Temos tristes semelhanças com eles: ineficiência dos serviços públicos e burocracia. Um dos nossos atrativos turísticos mais procurados é a Serra do Cipó, a apenas 100 Km da Capital. A região luta há anos por sinalização, um posto de gasolina e um caixa eletrônico, e não consegue.
É pedir muito?
A impressão que qualquer visitante leva da Serra do Cipó é a mesma que tive da África do Sul ano passado: belíssimo lugar, povo gentil, mas…
E nem falei que os comerciantes das margens da rodovia MG-010 estão fechando suas portas às 18 horas, temendo os assaltos, que estão se tornando uma constante. Igual na África do Sul. Por freqüentar a região há muitos, sei da luta dos empresários locais para resolver esses problemas junto às autoridades do Estado e da União, mas eles andam cansados. De sexta a ontem, foi realizado o 3º Salão Mineiro do Turismo, no Minascentro, e assuntos como este, que afetam a todas as regiões turísticas de Minas, não entraram na pauta.
Essas e outras notas estarão em minha coluna no Super Notícia de amanhã, nas bancas!